EPISÓDIO NUNCA
VISTO! [1]
19/7/19
“Fomos descobrir
o mundo em Caravelas e regressámos dele em traineiras.
A
fanfarronice de uns, a incapacidade de outros e a irresponsabilidade de todos
deu este resultado: o fim sem a grandeza de uma grande aventura.
Metade de
Portugal a ser o remorso da outra metade.”
Miguel
Torga
(Sobre a
Descolonização)
Estando
o meu cadáver adiado - como diria o Pessoa – cuja procriação já conheceu
melhores dias, em franca discussão degustativa com uma gostosa sopinha de
beldroegas – há que aproveitar, pois não se sabe até quando estes tesouros
gastronómicos vão durar – deu entrada no restaurante um rapaz na casa dos 20
anos.
Pelas
beldroegas certamente já os leitores identificaram que a cena se passa no
Alentejo. Desta vez em Beja.
O
moço de nacionalidade indeterminada (com o mau uso que fazem da lei frouxa, que
permite a naturalização “à balda”, até já pode ser português) arranhava umas palavras
na língua de Camões e tinha aspecto (creio que utilizar apalavra “aspecto”
ainda não pode ser considerada “racismo”), de ser etnicamente cigano ou romeno
(dos de tez escura).
Era
“vendedor ambulante”, pois carregava cintos, meias e um saco com parafernália
afim. Dirigiu-se ao balcão e numa linguagem confusa inquiriu que comida havia.
A
proprietária começou por lhe dizer que ele não podia vender nada ali dentro e
quando entendeu que o sujeito queria comer, começou a explicar-lhe os pratos
que havia, ao que ele mostrou não perceber, ou querer perceber, quase nada.
Depois
de uma conversa de surdos lá escolheu carne de porco à alentejana.
Depois
perguntou se podia provar, sendo a resposta negativa.
A
senhora, já curtida nestas coisas, manteve a calma e perguntou se ele queria
almoçar e sentar-se. Ele disse que sim (se é que percebeu). Depois foi-lhe
perguntado o que queria beber, a resposta foi uma “cola”.
O
rapaz (que nunca se sentou) anda para a frente e para trás, até que a
(aparente) dona do restaurante e cozinheira da dita sopa, com presciência,
perguntou-lhe se ele tinha dinheiro para pagar. Meneou com a cabeça e perguntou
quanto custava. Dez euros, foi-lhe dito.
A
agitação continuava, tendo o jovem ameaçado abrir a lata de cola, no que foi
questionado, serena mas firmemente, pela interlocutora, se tinha dinheiro para a
pagar.
Até
que, sem mais aquelas, o calcorreador de ruas pousou a lata e retirou-se.
Ainda
o vi, mais tarde, a interpelar cidadãos no intuito de lhes impingir algo do que
transportava e a entrar e sair de estabelecimentos congéneres.
Que
quereria de facto o sujeito ao entrar no restaurante, onde ainda tentou trocar
uma refeição por um dos objectos que transportava?
Que
lhe oferecessem algo para comer por medo ou filantropia? Esperava que algum dos
clientes – a quem nunca se dirigiu para pedir fosse o que fosse, mas apenas se queriam
algo (do que vendia) – se oferecesse para lhe dar de comer?
Eis
alguns comentários elucidativos da senhora do restaurante, que estava acompanhada
de uma empregada, e cujo marido se tinha ausentado no entretanto: “estas
situações estão a tornar-se mais recorrentes”; “é preciso ter cuidado, pois já
foram detectados comércio de órgãos”, “é preciso não mostrar medo”; “eu até lhe
podia dar de comer, mas depois não me largava a porta”.
A
situação representa um microcosmo que se tende a transformar num macrocosmo,
como já sofrido em muitos países do mundo, nomeadamente na Europa, onde a
situação se agravou com a permeabilidade das fronteiras e a crise (altamente
provocada) dos “migrantes”. Um termo desenterrado como por magia, de um dia
para o outro.
A
situação em Portugal ainda não saiu fora de controlo por razões que agora não
vou dilucidar, mas já está demasiado abandalhada sob a capa do “humanitarismo”
(tendo a Igreja caído neste arame de tropeçar); desculpabilizada por causa da
demografia negativa e por os nativos não quererem trabalhar numa série alargada
de profissões (afinal “trabalhar sempre é bom é para o “preto, o monhé, os
tipos de leste”, etc…); e, finalmente, camuflada com o abuso do alçapão da lei
da nacionalidade que transforma, por ilusionismo, estrangeiros – que nada têm a
ver com a matriz cultural nacional – em portugueses!
Tudo isto acompanhado por um número
alargado de tugas espertalhões que dizem à boca pequena (claro está), que não
estão preocupados, pois os tais migrantes (muito poucos dos quais, são
refugiados), não querem ficar cá, mas irem para sítios onde lhes paguem melhor,
ou têm mais regalias…
Não
sei se dizem isto, por convicção, por esperteza saloia, porque perderam a noção
da realidade ou, simplesmente, porque lhes dá um enfado dos diabos
preocuparem-se com estas “chatices”.
Resumindo,
parece ser urgente para ontem:
-
Controlar as fronteiras e sair do acordo de Schengen;
-
Dificultar e dar dignidade à Lei da Nacionalidade;
-
Combater as redes ilegais de contrabando de pessoas;
-
Reter prioritariamente os meios de fiscalização nacionais para controlarem as
fronteiras terrestres, aéreas e marítimas do país;
-
Expulsar sem contemplações todos os ilegais (apostando até na prevenção);
-
Obrigar todos os que cá ficam, a trabalhar, a integrar-se e a dispersar-se pelo
território;
-
Desenvolver serviços de informação adequados;
-
Controlar estritamente qualquer Organização Não Governamental” (ONG), que passe
pelo nosso país;
-
Prender, em prisões a sério, todos os que prevaricarem;
-
Dar autoridade às polícias e reformar o Código do Processo Penal;
Portugal
não pode ser transformado numa espécie de “passe-vite”, sem lei, nem roque,
muito menos sem soberania.
Cumulativamente
lembrei - me que seria útil:
- Enviar-se umas quantas aspirinas
para o Palácio de Vidro, em Nova Iorque, destinadas a aliviar as aflições do
“nosso” engenheiro Guterres;
- Chamar-se urgentemente o Núncio Apostólico,
a fim de transmitir a Sua Santidade o Papa, que o governo português, com o alto
patrocínio do Palácio de Belém, está disposto a alugar um porta contentores
(dado que deixámos, há muito de ter Marinha Mercante), que transportará gratuitamente
para o Vaticano umas centenas de tendas – que só não serão climatizadas para não
aumentar o “deficit” – com que poderão instalar uns milhares de migrantes
(obviamente não cristãos) na praça de S. Pedro e na Capela Sistina.
O
núncio será, porém, informado “off record” de que o nosso país – dado até, que
a Igreja passa o tempo nessas práticas – espera um pedido de desculpas por a Santa
Sé ao tempo do Papa Paulo VI, ter passado ostensivamente a tentar correr com a
presença política dos portugueses, fora do continente europeu;
-
Finalmente devia enviar-se uma carta armadilhada ao inenarrável e
inadjectivável cidadão “do mundo”, Soros (George, para os amigalhaços), que ao
explodir o cobrisse com a mais fina fragância mal cheirosa do mercado, pela
acção que tem tido no meio disto tudo. E está longe de ser o único.
Já
me esquecia, não seria má ideia, por outro lado, pegar num tal “activista”
senegalês, um adiantado (e avençado) mental, do Bloco Canhoto e metê-lo na
fronteira. Melhor ainda seria levá-lo numa mota de água da Polícia Marítima até
à Costa da Líbia e deixá-lo lá (enfim, com água q. b. e um saco de alcagoitas)
à espera que os apaniguados pagos pelo Soros o vão “salvar”.
Enfim,
não quero deixar de recomendar o restaurante, que além da magnífica sopa já
referida, é tradicional de costumes e decoração; o serviço é simpático e “last
but not the least”, tem licor de poejo.
Uma
raridade nos quatro Alentejos que nos restam (o alto, o baixo, o da margem
esquerda e o Termo de Olivença – este último algo esquecido), desde os tempos
em que uma entidade com a sigla ASAE decidiu no seu superior critério, atacar
os subprodutos de uma cultura inferior e decrépita, tentando elevá-los aos altares
científicos bruxelenses do século XXI (prá frente!).
Haja
Deus.
João
José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador (Ref.)
[1] Isto é, que eu nunca tinha
assistido. Ocorrido a 13/7/19.
[2] Apesar
de ter havido há pouco tempo, um festival em Castro Marim evocando o
contrabando de outros tempos não muito antigos…
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