segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

DEFESA E SEGURANÇA – CURTAS E GROSSAS IV

A Espanha único país com o qual voltámos a ter fronteiras desde a conquista de Ceuta, em 1415, continua a fazer-nos má vizinhança por causa das Ilhas Selvagens.
 
A questão última gira à volta de uma área de 10.000 Km2, que uma proposta do Estado Espanhol sobre o alargamento da Plataforma Continental das Canárias nos iria “roubar”, caso seja aprovada.
Está na altura do que resta do governo português sair da sua modorra cobardolas, a que normalmente se remete, e faça qualquer coisa com verdadeiro significado político.
Dou alguns exemplos.
Colocar a resolução do problema de Olivença em cima da mesa da próxima cimeira Luso-Espanhola (não “Ibérica”).
Enviar uma ou duas fragatas e instalar, temporariamente, um pelotão de fuzileiros e uma bataria de mísseis antiaéreos, nas Selvagens (o que só lhes fazia bem: respiravam ar puro e observavam a natureza no seu esplendor – caso ainda haja dinheiro para lhes pagar as ajudas de custo, bem entendido).
Em simultâneo, uma esquadrilha de F-16 “voaria” até Porto Santo onde fariam umas missões de treino aos “abibes” (filhotes dos Falcões – nome dado aos pilotos em treino na esquadra do mesmo nome).
Tal não parece má ideia, mesmo que pudesse causar alterações do foro psicossomático aos deputados do Bloco de Esquerda, dado o seu conhecido credo pacifista. Tinha ainda a vantagem de aproveitar as horas de voo disponíveis à pala da venda dos 12 F-16 à Roménia – quando os romenos se forem embora, a esquadra fecha…
Finalmente aproveitava-se para fazer um exercício de mobilização parcial dos cidadãos até aos 35 anos, que estejam na “reserva territorial”, o que sempre dava para explicitar, á luz do dia, o caos que uma tal decisão provocaria! Etc..
Acredito, porém, que nada disto se venha a passar; inclino-me, por outro lado, que se estabeleçam, á sorrelfa, umas conversações quaisquer em que os governantes “tugas” vão ceder em toda a linha, inventando-se uma contrapartida piedosa, para salvar a face.
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Abandonado que foi, por um governo, o programa dos “Navios de Patrulha Oceânica” da Classe Viana do Castelo”, que foi uma concepção da Armada Nacional, por via do encerramento dos estaleiros sitos na cidade que lhe deu o nome, vai agora comprar-se quatro patrulhas (“Stanflex 300)”, em segunda mão, à Marinha do Reino da Dinamarca.
Tal desiderato já foi aprovado na revista Lei de Programação Militar – sendo bom lembrar que, até hoje, nunca uma lei destas foi cumprida na sua plenitude, estando constantemente a ser revistas, significando na prática, ir-se cortando ou cancelando programas…
É lamentável que tudo isto tenha acontecido.
Primeiro porque a Marinha não vai obter o que pretendia e melhor cumpria os requisitos operacionais estabelecidos; depois, porque é material já usado, com uma expectativa de vida operacional limitada e implica mais um sistema logístico dispendioso; por último porque o país vai perdendo toda a capacidade de construção naval e de manter conhecimentos nesta área. Ficamos assim, sem qualquer autonomia e inviabilizando qualquer capacidade de exportação futura.
A cegueira estratégica das “elites” governantes anda ao nível das fossas abissais.
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A saga dos submarinos continua. A confusão também.
Esta confusão é, aliás, muito conveniente a quem, neste âmbito, não tem bons propósitos.
Uma distinção é prioritária fazer á cabeça: a de que a necessidade e a qualidade dos submarinos não têm nada a ver com eventuais actos de corrupção ou atropelos legais, na fase da sua aquisição.
Ora esta distinção não aparece clara nem ninguém fala nela, o que parece ser de propósito.
É preciso deixar bem claro, e assentar, que os submarinos são absolutamente necessários aos interesses nacionais; ao conceito estratégico de defesa nacional, aprovado, e às missões, dispositivo e sistema de forças que dele decorrem.
Aliás, deviam ser três submarinos e não dois, como inicialmente aprovado.
É necessário ainda não haver dúvidas que a qualidade dos submersíveis nunca esteve em causa, pois são do melhor que se fabrica e permitem às FA cumprirem um leque alargado de missões, com uma flexibilização táctica notável e, até, com alguma capacidade estratégica.
O seguinte ponto a esclarecer é que, os militares nada têm a ver com o negócio da compra dos submarinos, pois há muito que o poder político teve o “cuidado” de retirar os organismos militares do circuito da compra e venda de equipamento militar.
Por último o que parece ter corrido bastante mal é o processo das contrapartidas que são oferecidas/negociadas, a fim de tornar o contrato mais atraente e, desse modo, influir na decisão.
Estas contrapartidas costumam tomar a forma de investimentos, ou compras noutras áreas de negócio; transferência de tecnologia; incorporação de componentes subcontratados a empresas nacionais, etc..
Acresce, neste caso, o facto do financiamento da compra dos submarinos ter sido feita através de bancos em sistema de “leasing”.
Enfim, entre decisão e negócio o assunto arrastou-se por cerca de duas décadas…
Se no meio disto tudo foram pagas “luvas” ou “comissões” indevidas, a pessoas singulares ou para eventuais “sacos azuis” partidários ou, por via disso, houve qualquer outro dolo, ou dano; se houve má - fé nas contrapartidas, ou estas apenas serviram de “cortina de fumo” para “inglês ver”, ou qualquer outro ilícito, cabe às autoridades judiciais investigarem e actuarem em conformidade.
Haver empenhamento político para que as coisas se esclareçam; emendar procedimentos/legislação (ou não) e castigar eventuais infractores, é o normal que se deve exigir.
Até lá deixem os submarinos em paz e a Marinha operá-los e mantê-los.
Tenha-se esperança que nunca seja necessário usar as suas armas em termos reias, mas que não se hesite em fazê-lo caso seja necessário.
É que já não há pachorra!
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 Com a constante fuga de pessoal navegante da Força Aérea, do serviço activo – pois de uma verdadeira fuga se trata – as esquadras que operavam os helicópteros EH 101 (e não só) – uma excelente, complexa e, naturalmente, cara aeronave – ficaram muito decapitadas de pilotos, nomeadamente comandantes de bordo.
Tal facto levou, por exemplo, à incrível situação do helicóptero (deviam ser, no mínimo dois), que está destacado no Arquipélago da Madeira, não tivesse a tripulação completa, sendo o comandante de bordo, transportado de Lisboa (de Falcon) em caso de emergência SAR (busca e salvamento).
Caso houvesse disponibilidade de avião e de piloto, acrescentamos nós.
A FA conseguiu, ao fim de seis meses, formar um novo comandante de bordo, obviando-se assim à situação.
Devido às restrições orçamentais continuadas e outras, a FA encontra-se, já há muito, a viver três paradoxos: o de haver poucos pilotos que voam “de mais”; haver outros tantos que voam de menos (ou pura e simplesmente, não voam) e, mais grave de tudo, está quase sem capacidade para formar novos pilotos, nem de regenerar as qualificações dos existentes.
Tudo como dantes, quartel – general em Abrantes.
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Na sequência do escândalo dos “vistos gold”, veio à tona, uma suspeita de actuação de elementos do Serviço de Informações de Segurança (SIS), que andariam a “limpar” provas de um dos detidos, mais concretamente o ex-diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Outros casos e suspeitas existem de actuação menos consentânea e até de ligações perigosas entre membros do SIS e negócios.
Passados algumas semanas, o Primeiro-Ministro, algo discretamente, demitiu o Director do SIS, suspeito de ligações à Maçonaria, substituindo-o pelo seu número dois, igualmente suspeito de pertencer à mesma agremiação.
Aliás confrontado com uma pergunta directa e pública de uma Deputada do PSD – pergunta que não foi, certamente, inocente – o novel director, aos costumes disse nada.
Nesta questão de evitar que qualquer figura que vá ocupar um cargo público seja confrontado e tenha de responder a esta questão – o que seria do mais elementar bom senso e conveniência política – anda muito empenhado um antigo ministro socialista, também ele membro da “confraria do avental”, e já com especiais responsabilidades na matéria, no seu curriculum.
Pergunta-se: porque é que o PM não aproveitou a ocasião para ir mais além, no “saneamento” dos serviços?
Porque se continua a manter possíveis membros de sociedades secretas/discretas à frente de organismos de especial relevância, sem tirar tal facto a limpo?
Porque é que, aparentemente, as obediências maçónicas têm tanto empenho em “infiltrar elementos seus nos serviços secretos? (Serviços que, desde 1974 são uma questão mal arrumada e ou, não funcionam, ou deixam muito a desejar).
No estado em que estão as coisas, quando algum governo quiser endireitar os Serviços de Informação, vão ter que lá meter um militar, general ou não, que seja isento.
O que não se vislumbra que vá acontecer, já que esta gente dos Partidos, a começar no PSD, têm os militares na pior das contas. E, de resto, não descansaram enquanto não os tiraram de lá.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

sábado, 17 de janeiro de 2015

SOBRE OS ÚLTIMOS EVENTOS NA TERRA DA “LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE”

“By way of deception, Thou shalt do war”
Lema da Mossad (serviço secreto israelita)

Portugal teve a felicidade de nascer e formar-se neste cantinho ocidental da Europa.
 
Tivemos o azar de confinar com Castela/Leão o que nos importunou amiúde e a sorte da excelente companhia do Atlântico, autêntica janela de oportunidade e liberdade.
 
De riquezas naturais estamos remediados, assim tivéssemos tino para as explorar e preservar.
 
Tirando os abalos sísmicos fomos também bafejados pelo clima.
 
A coesão cultural, religiosa e linguística é outra riqueza extraordinária.
 
Só nos damos conta disto, porém, quando saímos de cá para fora e nos damos conta do que se passa noutras paragens.
 
Relativamente à emigração/terrorismo que é um dos (vários) problemas que estão em cima da actualidade política na Europa, também temos tido alguma sorte do nosso lado, embora não tenhamos feito muito por isso.
 
Como Portugal é excêntrico à grande massa continental e mesmo relativamente à Península Ibérica e, enfim, não sendo a economia brilhante, a quantidade de imigrantes que nos procuram tem sido relativamente pequena e ainda é gerível.
 
Não tem nada a ver com o que se passa na maioria dos países europeus, sobretudo aqueles que estavam do lado de cá da ex-Cortina de Ferro. E nós também não temos consciência disso.
 
De facto a comunidade imigrante estabilizou entre os 400 e 500 mil indivíduos, estando a decrescer há quatro ou cinco anos por via da “crise”.
 
A grande maioria dos imigrantes vem de países que falam português – aquilo a que chamo de “pretos doces” – cujos problemas derivam apenas das gerações descaracterizadas, infiltrações de máfias do Leste da Europa e ainda de alguma banditagem brasileira que a degenerescência dos costumes daquele lado do Atlântico exportou para cá.
 
O número de muçulmanos é muito pequeno, a maioria com origem na Guiné e Moçambique e temos tido a sorte do líder da comunidade islâmica de Lisboa, Sheik David Munir, ser um homem moderado e inteligente, com uma grande costela portuguesa.
 
As recentes aquisições lá das bandas do Paquistão é que é provável trazerem problemas, que é necessário identificar e isolar rapidamente.
 
Finalmente, os portugueses são o único povo europeu que não é racista e isso está-nos no ADN há muitos séculos.
 
Isto quer dizer que, ao contrário do que acontece noutros países, os portugueses são aqueles que melhor conseguem integrar os imigrantes.
 
Porque integrar os emigrantes não é construir-lhes blocos de apartamentos nem cumulá-los com bonitas declarações de princípios: é convidá-los para irem almoçar connosco!
 
Ora o que se passa no resto da Europa não tem nada a ver com isto.
 
O que se passa é que hordas de milhões de indivíduos foram desembarcando no Continente Europeu, fugindo á miséria, grande parte deles, sobretudo negroides e árabes/berberes, sem qualquer afinidade com as sociedades para onde se mudavam, de uma maneira anárquica.
 
Muitos deles recusam-se a integrar-se e foram encontrando sociedades europeias cada vez mais permissivas, amolecidas moralmente, egoístas e hedonistas, que não querem ter filhos nem desempenhar determinadas tarefas/trabalhos, tidos por menos condignos ou duros.
 
Isto para já não falar nas redes de tráfico humano e exploração do trabalho, que foram surgindo. A demagogia dos “direitos humanos” fez o resto.
 
Preconceitos e complexos de culpa vários e falta de autoridade militante foram tornando as leis permissivas, o que facilitou a obtenção de nacionalidade, o usufruto da segurança social e, até, a participação política.
 
Daqui para a reivindicação de situações de excepção e de enviesamento das leis a favor das comunidades extrínsecas aos países, foi um passo.
 
Inventou-se o “multiculturalismo” que debaixo da capa da igualdade de direitos foi segregando e auto segregando as comunidades em ilhas arco-íris, descaracterizando as sociedades dos países de acolhimento, sobretudo nas grandes cidades.
 
Ora chegámos a um ponto em que tudo deixou de ser sustentável: não é possível pagar tudo isto, não é possível absorver tudo isto; não é possível conviver com tudo isto, não é possível aturar tudo isto!
 
As nações estão pois, em vias, de implodir e, ou de deixar de ser elas próprias.
 
A permeabilidade das fronteiras permite que tudo se compre e tudo se venda e tudo e todos se movimentem. Começa a não se conseguir controlar seja o que for.
 
Acresce que há múltiplos conflitos no mundo onde os países europeus (e sobretudo os EUA) actuam por vezes militarmente. Os principais focos de instabilidades têm a ver com conflitos entre muçulmanos, venda de petróleo e gaz e com a questão fulcral, da existência do Estado de Israel.
 
E, agora, todos os dias são mortas pessoas um pouco por todo o lado, por meio de “drones”, que ninguém vê, operados muitas vezes em salas com ar condicionado a muitos Km do local de operação e com a decisão de matar delegada em baixos escalões de comando…
 
É pois natural que estes problemas passem a repercutir dentro das fronteiras europeias.
 
E, é claro que os europeus sentem muito diferentemente o que se passa lá longe, com aquilo que acontece dentro das suas fronteiras…
 
Acresce o facto de em vez de serem as comunidades imigrantes a cumprirem as leis dos países para onde imigram e respeitarem os costumes e tradições locais, tem passado a acontecer precisamente o contrário.
 
A insanidade é total e está aberto o caminho para uma guerra civil generalizada.
 
Ora tem que se arrepiar caminho rapidamente e a primeira coisa a fazer é tomar consciência que os sucessivos governos europeus são os verdadeiros culpados disto tudo, mesmo que algumas das ideias postas em prática tivessem origem em boas intenções.
 
Porém, quão longe da verdade das coisas e dos humores da natureza humana…
 
A reacção aconteceu agora pelos piores motivos, isto é, não pela liberdade de expressão e de informação, mas sim por causa do abuso que foi feito dessa liberdade. O que serviu de “desculpa” para a eliminação física de 12 pessoas.
 
Toda a gente sabe, embora nem todos aceitem, que a liberdade de cada um acaba onde começa a do outro, por isso a “Liberdade sendo um conceito absoluto – logo intangível, tem aplicação relativa.
 
Veja-se aliás, o que aconteceu em França (que deve ser presentemente o país europeu mais moralmente destroçado), para implantar a trilogia jacobina e mentirosa da “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, quantas centenas de milhares de pessoas foram guilhotinadas ou afogadas nos rios franceses, para impôr “La Republique”?
 
Ora o tal “Charlie Hebdo” assemelha-se a um pasquim de anarcas alucinados, que não respeitam nada nem ninguém. E podiam cair vítimas de um radicalismo islâmico ou outro. Razões de queixa não faltavam…
 
Os jornalistas existem para dar notícias e tratar com isenção os temas da actualidade tendo o “estatuto” de comentadores podem e devem, criticar situações, pessoas ou instituições, mas tal não implica o insulto, a mentira ou a insinuação, só para referirmos estas.
 
Tão pouco, os jornalistas se devem arrogar o direito a influenciar a sociedade mais do que qualquer outro grupo profissional ou social. A que propósito o fariam?!
 
Vamos mesmo ter que ganhar juízo e preparar-nos para o pior.
 
Independentemente de terem sido muçulmanos a puxar o gatilho, terroristas ao serviço de uma qualquer causa, ou ter sido mais uma das operações da “Mossad”.
 
A procissão nem sequer chegou ao adro.
 
Pode ser que se consiga estabilizar a situação, não só porque a Europa já viu temporadas alargadas de outros terrorismos ou, simplesmente, por uma questão de sobrevivência.
 
Mas vai ser difícil: desta vez estão muitas dezenas de milhões de problemas cá dentro; a autoridade e as forças militares têm sido dizimadas e o relativismo moral impera.
 
Os portugueses vão ter que pensar seriamente como vão sobreviver ao que aí vem.
 
E ainda nem sequer começaram a pensar nisso.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

ENSAIO DE ANO NOVO, VIDA NOVA

“…só tem Pátria quem sabe morrer, só tem Pátria quem sabe lutar”.
Última estrofe da marcha dos Fuzileiros.
Andámos a filosofar sobre o “sentido da vida”.
Mas enquanto “peregrinamos” sobre o Planeta Terra confrontamo-nos com a realidade do dia-a-dia.
Independentemente das convicções religiosas, ideologias, afectos, etc., devemos preocupar - nos em tornar a nossa existência melhor.
Melhor quer dizer Justa e harmoniosa do ponto de vista material, moral e espiritual.
Os homens apareceram na Terra há cerca de dois milhões de anos – segundo os últimos estudos – não se fazendo ideia do como nem do porquê, multiplicaram-se e evoluíram sem um nexo que se entenda.
Ao princípio eram muito poucos, começam por juntar-se em famílias; estas em grupos (clãs), depois em tribos.
Lutaram entre si, amalgamaram-se, sedentarizaram-se. Aumentaram, diferenciaram-se, criaram-se novas realidades sociais e políticas; outras desapareceram.
Surgiram cidades – estado, impérios, reinos, repúblicas.
A Geografia arrumou e confinou povos, que criaram identidade própria, por processos vários.
Nascem as Nações, desenvolve-se o Estado, e vice-versa.
Portugal nasceu no meio deste turbilhão histórico, no princípio do século XII, país onde a Nação precedeu largamente o Estado e onde este foi apenas corolário dos elementos coesos constitutivos daquela: unidade de objectivos políticos; uma só cultura; uma só língua e uma única religião. Tudo resultou numa unidade geopolítica coesa.
Em súmula um Estado – Nação quase perfeito (não há nada perfeito), seguramente um dos mais perfeitos e arrumados que há no mundo, e que resiste mesmo depois do poder político ter residido em Madrid durante 60 anos, e de ter passado por três enormes “desarrumações” que lhe feriram gravemente a sua matriz inicial: a ocorrida no reinado do “Piedoso”; as sequelas do Liberalismo e do 25 de Abril.
A evolução do mundo não pára e enquanto muda a maior parte dos países – cujo número cresceu desmesuradamente no último século, de poucas dezenas para duas centenas – ainda procura conseguir ter um Estado que represente uma Nação, os países mais antigos e desenvolvidos estão a autodestruir-se, através de associações regionais de tendência federativa; de regionalismos de deriva separatista, do fim das Pátrias, pela desagregação do sentimento de pertença, do conceito de família; da transversalidade das ideologias; dos fluxos migratórios descontrolados e em massa e do desenvolvimento do conceito de “cidadão do mundo”.
Finalmente pela “Globalização económica e financeira, que irá destruir o tecido empresarial nacional em favor das multinacionais de negócio e “trusts” bolsistas mundiais.
Em termos de organização política os Estados vão ter tendência a desaparecer, pois não servem para nada, já que não dominam qualquer das alavancas fundamentais do Poder: a emissão de moeda e a capacidade de levantar tropas; não controlam as fronteiras, o movimento das pessoas e mercadorias.
Apenas lhes é permitido, por enquanto, cobrarem impostos. Até lhes arranjarem substituto…
Sabe-se quem puxa os cordelinhos disto tudo, mas é quase tabu falar-se nisso.
Ou seja, caminhamos para que cada individuo apenas valha por si só (tem-se instigado, aliás, um individualismo narcísico) - pois não se anda a vender a ideia que cada um pode ser Deus de si mesmo? E que seja um consumidor passivo do que lhe quiserem dar, segundo fórmula ainda a estabelecer, e que não esteja restrito/veiculado a nenhuma família, religião, tribo, nação ou ideologia.
De onde deriva – pensarão, eventualmente – que não havendo família, religião, nação e ideologia, não haverá razão para haver guerras. Esqueceram-se do dinheiro…
Ou seja, daqui resultaria uma “Nova Ordem Mundial” (como de resto está escrito nas notas de dólar) verdadeiramente “revolucionária”.
Como se consegue isto, que se arrasta há bastantes décadas?
Parece-me que através da ajuda da informática (como instrumento fundamental); com o controlo do que cada um faz através de um “chip” que se introduz no organismo (não deve faltar muito); controlo da mente - propaganda em catadupas; dilúvio de notícias; imbecilização da sociedade; eliminação do transcendente; relativismo moral; condicionamento social que dificulte a capacidade de pensar/reagir; controlo da natalidade – pilula e derivados; aborto; vacinações selectivas; manipulação genética, etc. – etc.); a existência de uma força de policiamento internacional (há muito exercida pelas FA dos EUA e agora a ser extrapolada para a NATO, a EUROGENDARFORCE, Guarda Costeira em gestação, etc.) e, sobretudo, através da manipulação do dinheiro.
Ou seja a concentração do dinheiro nas mãos de cada vez menos pessoas ou organizações (as mesmas que começaram a surgir há cerca de 250 anos) e a sua distribuição (crédito) segundo as conveniências, o que permite manter e regime de “escravidão” cada vez mais populações e países.
No limite o dinheiro pode até desaparecer, passando a virtual – grande parte dele já o é, aliás.
Passaríamos a ter – ó ironia das ironias – uma sociedade comunista aparentemente perfeita, criada pelos expoentes do Capitalismo!
Como, afinal os extremos se tocam…
Ou será que a “mente” que pensa (e tudo vê) é só uma?
Será um mundo destes que nós queremos? É que estamos a caminhar para ele a passos de gigante!
Se os leitores chegaram a este ponto do escrito poderão pensar se estarão a entrar no mundo da ficção científica, ou a ser confrontados com um caso clinico de demência.
Pensem o que quiserem, apenas peço que pensem alguma coisa, o que já não seria mau.
                                                           *****
Para os que optaram pelo caso clínico, vou acrescentar mais uns elementos fundamentais de insanidade.  
Se continuarmos por esta via a Humanidade fundir-se-á – num futuro sem pressas – numa só, através da mistura indiscriminada de todas as raças e culturas. E, até, de todas as religiões, para o que até – teoricamente – já se encontrou um substituto para todas: aquele que tem como vértice o “Supremo Arquitecto do Universo”. Seja lá isso o que for.
Escapariam, eventualmente, a esta “amálgama”, aqueles que, por primazia da linha materna de descendência, pudessem manter a sua identidade…
Não devo ir mais além nisto.
Existem porém, ainda, forças poderosas que resistem, ou são entraves, a tudo isto, a saber:
- O mundo muçulmano, completamente dividido em termos de fronteiras “coloniais”, entre ricos e pobres e, sobretudo, entre facções religiosas que se antagonizam à lei da bala; no meio um conflito aparentemente insolúvel, Israel/palestiniano e um problema longe de estar resolvido entre o que pertence a César e o que pertence a Deus.
Daí o constante apelo à união dos crentes (UMA) e à sua reunião num Califado, para o que se procura constantemente um novo Saladino;
- Os povos eslavos debaixo da tutela do antigo Ducado da Moscóvia intentam afirmar-se ciclicamente e libertar-se de jugos alheios, o que lhes desenvolveu durante séculos um complexo de cerco de que não se libertam. As condicionantes geopolíticas não ajudam e a economia não descola, dependente que está da tecnologia alheia e de insuficiência alimentar crónica. Vivem do que tiram do subsolo e da capacidade de sofrimento de um povo estoico e infeliz, que uma demografia negativa está a colocar em perigo e que o ressurgimento da Igreja Ortodoxa vai aguentando;
- Temos, finalmente, a China, com uma civilização milenar, que só um poder central forte consegue manter unida, na sua multitude de raças e culturas e na tendência cromossomática para o vício do jogo e da corrupção. Tem desenvolvido uma estratégia planetária e tende a exportar de tudo e a tomar conta de tudo. Espalham-se pelo mundo como uma mancha de óleo. Podem vir a ser vítimas das suas contradições políticas internas, do crescimento descontrolado, da poluição gigantesca que criam e da sua falta de jeito para se integrarem ou lidarem com outros povos.
Estão-se a constituir como o principal futuro adversário/inimigo dos EUA encontrando-se, para já, prisioneiros um do outro por causa da desmesurada quantidade de dólares e de dívida que os chineses adquiriram aos americanos.
Este equilíbrio que ninguém sabe como vai evoluir, pode romper-se de vez caso os chineses intentem criar uma moeda (baseada num padrão quantificável qualquer), que possa concorrer com o dólar (e também com o euro).
Se tal acontecer a possibilidade de uma confrontação militar gigantesca não é de excluir. Para tal eventualidade as forças militares dos EUA já se encontram a tomar posições que rodeiam a China por todos os lados.
                                                           *****
Em todo este contexto a África não conta para nada; o Japão está debaixo da pata estado-unidense desde o tratado de paz que assinaram, em 1945, além de que se encontram em recessão económica que já dura há três décadas, que tem sido gerida internamente.
A Oceânia mantem-se algo isolada (a Geografia protege-a) e é uma ilha de prosperidade, que constitui uma reserva a ser usada quando os interesses anglo-americanos ficam em perigo.
A América Central e Sul continuam a ser o quintal das traseiras dos EUA, apesar das “arruaças” que uns quantos governos mais à “esquerda” lhes vão fazendo amiúde, e onde apenas o Brasil tem capacidade para resistir e fazer frente, embora não pareça nada que tenha vontade suficiente. O “clima” não ajuda e uma classe política do outro mundo, ainda ajuda menos.
Uma palavra para o “eixo“ EUA/Canadá/ Europa.
Acontece que os povos destes países foram sucessivamente deixados de ser governados pelos respectivos governos, passando o Poder para organizações políticas, económicas e financeiras, que tudo manobram fora dos Parlamentos em que as sociedades dos respectivos países pensam estar representadas.
E resta ver o que vai resultar do Tratado de Parceria Comercial e de Investimento em fase de negociação, assaz discreta, entre os EUA e a UE. Esta já estava amarrada àquele, em termos de Segurança, por via da NATO; agora vai ficar dependente económica e financeiramente. O que faltará?
Enlearam tudo isto debaixo do manto diáfano da “Democracia”, logo não passível de qualquer crítica – apesar de esta ser um dos esteios da Democracia…
Resta a Igreja Católica, sem dúvida a Instituição mais atacada em todo o mundo, desde a Revolução Francesa, ataque que hoje só tem paralelo naquele que é feito na Europa Ocidental (e só nesta) contra a Instituição Militar.
A Santa Sé não tem, neste momento, nenhum Estado que a proteja, podendo apenas contar com a protecção Divina – que, em tese, tudo pode – e com a oração dos fiéis, embora cada vez menos com o seu dinheiro, ao contrário do que se passa com o Islão e os seguidores da “Lei Mosaica”, onde o “vil metal” abunda.
Como o mundo gira muito depressa, o actual Papa parece querer acompanhar esse movimento.
Ora é necessário ter muito cuidado com isto: por um lado o mundo anda depressa demais, há que o desacelerar; por outro a Igreja não pode andar depressa, nem tem que o fazer, pois os seus Princípios e Doutrina estão estabelecidos há muito.
O que há a fazer é adequar em cada momento a maneira de os difundir e defender – isto é, de evangelizar (o que implica dar o exemplo) – não de os relativizar.
Se entrar por esse caminho, rapidamente rebentarão cismas por todo o lado, por mais que a generalidade dos OCS “bem pensantes” possa engalanar em arco com medidas tidas por “progressistas”.
Para bom entendedor…
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Em síntese a actual Globalização, materialista e massificadora, com o desaparecimento de (algumas) fronteiras, onde impera o “Deus Mamon”, nivelada através do conceito mentiroso/jacobino de que somos todos iguais – quando todos somos diferentes, tanto individualmente como em termos de Nações/Tribos – encontra no culto do individualismo feroz a sua aparente antítese, mas que se tocam nos seus efeitos, ou seja a incapacidade de resistência, que desaguará na indigência da escravatura. 
A qual será sempre apresentada com as mais finas e douradas cores…
A necessidade de mudar tudo isto é premente, mas homérica!
Teríamos que passar novamente o Poder Político para o âmbito dos Estados Nacionais; substituir a federação/integração destes a ser tentada pela UE (e não só), pela cooperação entre todos; passar a resolução dos conflitos e do Direito Internacional para uma nova ONU, com regras que funcionem – a actual é apenas uma perda de tempo e dinheiro, pois nunca resolveu nada (numerosas organizações foram surgindo para o fazer, de que são exemplo o “telefone vermelho”, o Grupo Bidelberg, a Comissão Trilateral, o G-7, o G-20, a OMC, a NATO, etc.).
Falando em ONU, talvez não fosse má ideia colocar a tal nova ONU em Jerusalém, a qual poderia ser transformada numa cidade – estado como Singapura, onde o governo seria rotativo entre representantes das três comunidades das três principais religiões para quem o local é sagrado. Podia ser uma maneira de passar a haver um mínimo de Paz na região (e não só), já que não existe nenhuma solução que seja boa…
Seguidamente é necessário reformular todo o sistema financeiro, para o que é vital nacionalizar todos os bancos centrais, já que quase todos são dominados por capital privado, sendo o exemplo mais flagrante o Federal Reserve (the FED), sito em Washington – uma cidade construída de raiz com arquitectura e simbologia maçónica – que é dominado por meia dúzia de famílias, cujos nomes nunca aparecem, criado após um verdadeiro golpe de estado, ocorrido no Congresso, em 23/12/1913.
Escusado será dizer que a maior parte do controlo escapa ao que é tido por governo americano.
Isto leva-nos a outro ponto capital: a necessidade de desmantelar todas as organizações que actuam secretamente (não estamos a falar de serviços de informações) cuja actividade passa ao lado dos povos e das pessoas, que ninguém elege, mas que lhes vão moldando a existência.
A sua existência é incompatível com qualquer sistema democrático (ou outro), mas é justamente a “Democracia” que é usada como capa das suas actividades.
Obviamente que nada disto será discutido numa televisão…  
Terá ainda que se fechar as Bolsas por tempo indeterminado e regulá-las em termos estritos.
O “Juro” tem que ser regulado e a usura punida exemplarmente. A moeda tem que voltar a ter correspondência na riqueza produzida, não na especulação e em produtos fictícios ao sabor da ganância humana.
E, claro, é imperioso encerrar todos os “Offshore”, para pôr ordem no caos e crimes financeiros, e na pouca – vergonha.
Curioso que toda a gente clama contra os “Offshore”, mas depois os mesmos tentam-nos usar e ninguém fecha nenhum… (parece que o do Funchal foi o único…).
Isto só quer dizer que serve a muita e poderosa gente!
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Para fazer face a tão ciclópicos trabalhos talvez não fosse má ideia voltar a centrar a vida, não no Homem (Antropocêntrico), mas sim na comunidade e em valores, sejam eles religiosos (teocêntrico) ou simplesmente morais.
Depois uma mobilização dos exércitos nacionais (isto na Europa) para uma espécie de “internacional militar” – o que parecerá uma ideia estapafúrdia e contra natura (não o sendo dado o objectivo) – de modo a salvar os seus povos/nações, do desaparecimento e de se tornarem num simples trabalhador/consumidor, um número entre milhões, a que as chamadas “forças sem rosto” os querem aparentemente, transformar.
Como as sedes principais destas forças se encontram, ao que julgamos, em solo norte- americano, ter-se-á de convencer a “tropa da União”, a abrir os olhos – pois são eles que têm sido usados como o ariete da tal “nova ordem mundial”- sobre o que se passa, e a ocuparem militarmente Washington e Nova - York. Enquanto não chegam lá por eles.
Não há outras forças no mundo, que se vislumbrem, capazes de tentar endireitar as coisas.
(Nesta altura já me estou a ver ser enviado para um hospício!)
Relaxem, porém os leitores, pois nada disto se vai passar…
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“De que servirá termos bens a crédito
Se ficarmos escravos dos bens e do crédito?”.
   (Concordam?)
O Professor Salazar, na sua imensa sabedoria, virtuosismo político e diplomático; Patriotismo e Fé (enfim, esta última deve ter tido quebras, mas nunca as deu a conhecer), conseguiu não só recuperar Portugal, mas pô-lo a salvo de todas estas ameaças (só não conseguiu aguentar o Estado da Índia, mesmo assim resistindo 14 anos às malfeitorias indianas).
Mas Salazar é morto, sem descendentes políticos e a sua obra vilipendiada.
Queria, como afirmou, que o Povo Português fosse pobre (embora o Estado fosse poupado e, por isso, rico), mas independente – “um povo que tenha a coragem de se manter pobre, é invencível” – muito poucos, até hoje, entenderam a profundidade desta mensagem.
Pelos vistos quase todos, senão mesmo todos, querem ser ricos, pouco importando como (não há cidade cercada que resista a um burro carregado de ouro, já diziam os Romanos).
Como corolário ficaremos todos pobres e escravos, isto é sem Liberdade.
Liberdade, uma palavra solta inconscientemente no mês de Abril de 74, e que virou mágica…
Numa altura – única em quase 900 anos de História – em que a Nação estando a combater vitoriosamente num longo conflito, de uma forma magnífica, como já não se assistia desde a Restauração, se resolveu abdicar do nosso futuro e da maneira portuguesa de estar no mundo.
Acompanhado da incrível atitude de termos ficado contentes com isso e abdicando das nossas razões para assumirmos as do inimigo!...
Uma tragédia histórica inominável que está longe de estar assumida e interiorizada, que nos fez perder o “Norte”; diminuiu catastroficamente o Poder Nacional; nos corrompeu e nos tornou descrentes do nosso devir coletivo.
Esquecemo-nos da marcha dos Fuzileiros…
Hoje andamos, simplesmente, por aí.
Convinha, em última análise, colocar ao leme do nosso destino pessoas que, ao menos, percebam minimamente o que se passa.