domingo, 15 de outubro de 2017

EVENTUAIS CENÁRIOS POLÍTICO/CASTRENSES (CONCLUSÂO)



EVENTUAIS CENÁRIOS POLÍTICO/CASTRENSES (CONCLUSÂO)

12/10/17 (Dia da chegada de Cristóvão Colon às Índias)
“A ingenuidade é o humilde parasita da ignorância”
Ortega y Gasset

            Mas que o Dr. Costa tem que pôr ordem no beco, rapidamente, tem (mas não vai pôr, é claro).
            Olhe o Exército está de rastos, há mais de quatro meses e, na prática, apenas tem um general e anda tudo zangado. Ninguém se entende sobre as promoções (há ainda pendente o caso do Major-General Vasconcelos, que está emprateleirado no EMGFA); o seu “4º secretário” das finanças nunca mais se resolve a dar autorização para que alguém seja promovido (uma situação escabrosíssima para as Forças Armadas (FA), mas com a qual todos os generais e almirantes têm convivido felizes da vida – por muitíssimo menos se fez o 25/4, que deu nisto); o caso das mortes dos Comandos arrasta-se; a questão de Tancos – que está para lá de qualquer congeminação - não tem fim à vista e, aparentemente, ninguém sabe o que se passou; para já não falar nos anteriores assaltos às arrecadações de material de guerra dos Comandos, dos Fuzileiros e da PSP.
            O Exército está tão desgraçado – e isto pesa-me pois eu até sendo da Força Aérea, fui formado na Academia Militar – que já nem consegue comemorar o Dia da Infantaria e o seu Patrono, o Condestável e Santo D. Nuno Álvares Pereira.
            De facto, após mais uma decisão assaz infeliz sobre a reforma das Escolas Práticas das Armas e Serviços – uma asneirada infrática de que só o Exército se pode queixar – o Dia da Infantaria era comemorado como de tradição e estava certo, a 14 de Agosto e em Mafra, onde estava instalada a casa mãe da Arma, desde 1887.
            Acontece que com o fim dessa Escola Prática há cerca de três anos, passaram as comemorações para o Campo de S. Jorge, onde se deu a inolvidável batalha.
            A cerimónia foi um fiasco.
            No ano seguinte foi cancelada, alegando-se que a maior parte do pessoal militar estava envolvido nos incêndios, e passada para o dia do Regimento de Infantaria de Beja…
            Este ano alegou-se o mesmo, mas passou-se a cerimónia para o dia 4 de Outubro, em Aveiro, Aniversário do Regimento de Infantaria 10, lá (ainda) aquartelado!
            Acontece que, por coincidência, fazia parte desta cerimónia a passagem de testemunho (um bastão) entre o general mais antigo, oriundo de Infantaria, designado “Director Honorário da Arma de Infantaria” e o seu sucessor.
            Esta cerimónia que é uma tradição firmada e grada, na hoste que defendeu a Nação desde 1128, é antecedida de um jantar de confraternização e despedida, do cessante.
            Este ano o jantar estava marcado para a véspera, como é habitual, pelo actual Vice-Chefe Tenente General Serafino (o único general que resta no activo) que iria receber o “bastão” das mãos do CEME, depois de recebido do Director cessante, Tenente General Menezes.
            Acontece que este último general foi um dos que se demitiu recentemente em choque com o actual e algo moribundo General CEME.
            Ora este, uns dias antes do evento marcou uma reunião do Comando do Exército justamente para o mesmo dia, não se esquecendo de informar que a mesma não tinha hora para terminar.
            Ou seja inviabilizou na prática, o jantar. Em face disto, vários oficiais cancelaram a sua participação nas comemorações do dia seguinte.
            Isto é mau demais para ser verdade. E vamos a ver e, afinal, é!
            Parece, outrossim, ser de uma evidência cristalina que os dias festivos devem ser comemorados nesses precisos dias e não noutros!
            Seguiu-se a mesma cena relativamente ao Dia da Engenharia Militar, adiada do seu verdadeiro dia (13/7) por na altura o Comandante estar “exonerado temporariamente” e o ambiente ser de cortar à faca…
            A cerimónia teve lugar a 13/10, mas as ausências gradas da família do “Barrote ao Alto” foram mais que muitas.
            Nada, porém, que afecte deslumbrados que vivem em estado de negação…
            E vamos ficar por aqui.         
            Na Marinha continua em curso o apaziguamento após a saída do ex - CEMA, Almirante Macieira Fragoso, há poucos dias brindado com a pequena prebenda de Presidente não executivo dos Estaleiros da Naval Rocha (do grupo Empordef).
            Mas existe um problema derivado da saída extemporânea do Vice -Almirante Pires da Cunha, do EMGFA e que passava à reserva em Janeiro. Para o seu lugar seguiu o Tenente General Almeida da Força Aérea.
            Dadas as estritas regras e completa ausência de “almofadas” administrativas e de autoridade na administração de pessoal por parte dos Chefes de Estado-Maior – reduzidos na prática a “ajudantes” (finalmente a “célebre” frase de Cavaco Silva sobre os Secretários de Estado fez carreira), o senhor Almirante boia à tona de água. Vamos a ver para onde a corrente o leva.
            Porque é que as coisas se passam assim? Mistério.
            A Força Aérea está sem Comandante de Pessoal e sem Comandante da Logística, pois as promoções tardam – uma situação deveras caricata e insustentável, mas como pelos vistos não há sindicatos que defendam a instituição e os generais e almirantes ainda não ameaçaram fazer greve como os juízes, nem fazem dos militares gato, sapato.[1]
            Uma palavra em defesa da Instituição e da inocência presuntiva dos militares presos preventivamente há demasiado tempo, até serem condenados, por causa do problema das eventuais falcatruas nas messes, também seria apreciada.
            Enfim este último caso, como outros, levanta o magno tema do fim dos tribunais militares e do foro próprio militar, pecado original terrível e que não mereceu da hierarquia de então, qualquer repúdio, nem levantou qualquer prurido, até hoje, às chefias que se seguiram.
            Um desastre!
            Finalmente e como prova do maior desprezo, e inaudita desfaçatez, o Governo - depois de andar a brincar e enganar tudo e todos com um orçamento esquálido para sustentar o ridículo dispositivo e sistema de forças existente - depois de aprovar os “numerus clausus” para os cursos de oficiais e sargentos dos três Ramos, e cadetes das Escolas Superiores Militares, e já depois dos concursos feitos e pessoal admitido, veio reduzir há poucos dias, estes mesmos números, deixando os Ramos ainda mais desprovidos de pessoal, que já está abaixo de todos os mínimos há muito, e criando problemas pessoais a dezenas de cidadãos que vêm as suas vidas profissionais serem destruídas ou adiadas.
            Uma situação inadmissível que só encontra explicação no miserável rateio que andam a fazer com o Orçamento de Estado a fim de contentarem os partidos defensores de ideologias criminosas e desgraçadas!
            Estava a esquecer-me do CEMGFA, General Pina Monteiro. Naturalmente porque desapareceu em combate; combate que deve estar a ser sério, pois recordo-me de o ter ouvido queixar-se de um murro que levou no baixo - ventre.
            Já agora, e para terminar, Sr. PM e Sr. MDN e, também, Senhor PR, os aviões da Força Aérea (FA) não existem para transportar a selecção portuguesa de futebol, ou outra, para Andorra ou seja para onde for. Os aviões da Força Aérea servem para ir, por exemplo, salvar os jogadores ou outros portugueses, caso eles estejam em perigo.
            Vejam se percebem a diferença.
            Como podem observar os leitores há por aqui soma considerável de assuntos por onde refletir. A começar por esta crónica que não devia ter razão de existir.
            E não faltam instituições e organizações espalhadas pelo país onde se estudam e refletem estas e muitas outras coisas.
            Convinha é que quem agora reflete tivesse tido e querido, o ensejo de o fazer quando ainda estavam no activo da sua vida profissional.[2]
            E mais do que refletir, importa agir. Haver gente que decida.
            Os Governos sustentados nos Partidos, ou os Partidos sustentados pelos Governos, são por norma relapsos a qualquer reflexão e ideias que venham de fora do ovo da serpente que os gera e mantém, visando a manutenção do Poder, o que não tem nada a ver com o governo da cidade, mas sim com o acesso a negócios de muito dúbia idoneidade.
            Como os sucessivos escândalos judiciais têm demonstrado à saciedade.
            A Instituição Militar anda perdida (embora nem todos se percam) no meio disto tudo.  
            Finis Pátria.



                                                         João José Brandão Ferreira
                                                               Oficial Piloto Aviador     
           


[1] Já agora também convém referir que os polícias - que têm neste momento (a situação é dinâmica) 16 sindicatos (!), sendo um de civis - teimam em desfilar e confrontar os seus “colegas” de serviço, quando não provocam desacatos, numa cadência estudada. Uma organização destas só tem um destino – apesar de não serem eles os principais responsáveis – é ser extinta na hora, e nascer no dia seguinte com outro tudo.
[2] Farão os leitores o favor de decidir o que entenderem melhor como corolário: “agora é tarde e Inês está morta”, ou “vale mais tarde do que nunca”…

sábado, 14 de outubro de 2017

EVENTUAIS CENÁRIOS POLÍTICO/CASTRENSES

EVENTUAIS CENÁRIOS POLÍTICO/CASTRENSES


12/10/17 (dia da chegada de Cristóvão Colon às “Índias”)
“A ingenuidade é o humilde parasita da ignorância”
 Ortega y Gasset

            Agora que passaram as eleições autárquicas e o Orçamento para 2018 está quase pronto, é possível que já reste tempo e querer para o governo – sobretudo ao seu ministro entre todos o primeiro, pois é ele o responsável ante todos, pela política de Defesa Nacional (se é que alguma) – verter um pouco da sua atenção sobre o estado para - caótico em que se encontram as Forças Armadas (FA) em geral e o Exército, em particular.
            Como a resolução dos problemas deve começar por cima deve apontar-se para o MDN, o Dr. Azeredo Lopes, cuja prestação tem sido singularmente desastrosa e está debaixo de fogo de tudo e todos, há basto tempo.
             Sem embargo, e como pano de fundo, é necessário dizer isto: nós não temos, nem tivemos, nenhum ministro da defesa, pois esta não existe como um todo. A Defesa Nacional está reduzida às FA e por isso nós apenas temos um ministro das, ou para, as FA!
            Em segundo lugar a classe política em geral, tem demonstrado, com invulgar fulgor, pouco perceber de Defesa Nacional e de FA, e acha que aquela, e estas, não têm razão de existir desde que regressámos do Ultramar; consideram não haver ameaças (e se houver a NATO defende-nos, ah, ah, ah e a UE também, um ah, ah, ah, ainda maior) e que os militares são uns seres esquisitos, chatos, quadrados, que gostam de brincar às guerras e custam dinheiro que faz falta noutros âmbitos. Como se tem visto.
            Finalmente os Partidos Políticos que são organizações inqualificáveis e que já levaram, grosso modo, o país por quatro vezes à beira da tragédia nos últimos 180 anos – e, tomem nota, hão - de levar uma quinta vez – não têm ninguém que saiba o mínimo de Defesa Nacional e sobre a Instituição Militar tão pouco, que queira prestar-se ao sacrifício, que julgam não estar à altura das suas ambições.[1]
            Por isso é que existe sempre uma grande dificuldade em escolher uma figura para a função que é, aliás, tida como a maior das maçadas.
            Em tempos o cargo de MDN ainda era visto como trampolim para o de MNE, ou outro voo qualquer. E, até ao Dr. António Vitorino, ainda engalanavam o título de MDN com o Ministro de Estado ou Vice Primeiro – Ministro. Mas isso foi chão que deu uvas e, de qualquer modo, agora a coisa está bloqueada.
            E como quiseram e querem, arredar os militares de quaisquer funções que não estejam estritamente ligadas ao “quartel”, nunca lhes passou pela cabeça colocar um militar em tal função governativa (e raramente noutra).[2]
            Diga-se em abono da verdade que não seria fácil encontrar um militar com “jeito” para a função e não levantasse logo anticorpos aqui e ali, nomeadamente no seio dos oficiais generais e entre Ramos.
            Relembra-se que o MDN, não existe, mas apenas o ministro para a tropa (isto é, para a controlar, reduzir e asfixiar).
            Só o Professor Salazar conseguiria nomear e aguentar um militar na função, durante 20 anos tendo ele sido promovido, no lugar, de capitão a coronel…
            Mas tendo em atenção que a situação agora está a ficar assaz de má; não se vislumbra ninguém no PS que possa ir para o lugar, a não ser o eterno candidato, Dr. Miranda Calha (conhecido por “pisca-pisca”), que as sucessivas lideranças partidárias têm rejeitado, vá-se lá saber porquê; o actual Secretário de Estado Perestrello ainda não saber se consegue levantar a nota ou não, desde a sua última prestação e o rebento do defunto Dr. Soares, apesar de ostentar uma recruta de três meses, em Mafra, ter perdido hipóteses desde que começou a ameaçar galhetas no “cara – livro” (em inglês “facebook”); o PCP não se querer meter neste “bagaço” (chiça!), e a Joana Amaral Dias, que teria todo o gosto, imagina-se, em passar revista às tropas grávida e nua, já não pertencer ao Bloco Canhoto, a coisa não está fácil.
            Mas, tendo em conta a reconhecida esperteza saloia colorida a maquiavelismo, do optimista Dr. António Costa, vamos atrever-nos a especular sobre se não estará na base da sua mente de estiloso oportunista, querer empurrar um militar para a fogueira do granel em que estamos metidos e assim aliviar encargos à sua querida coligação gerigoncial.
            Não me parece haver falta de putativas vítimas.
            A opção, a dar-se, teria que ser por razões óbvias, num oficial na situação de reforma. Mas também não ponho as mãos no fogo por isso…   
            Não se vislumbrando ainda um familiar ou amigalhaço do peito (é normalmente por aí que a escolha começa) vai ter que se fazer um giro no horizonte para lobrigar quem possa estar em condições de aceitar o cargo.
            A primeira escolha que ocorre é a do Director do IDN, Major-General Viana. Já está há algum tempo afastado das lides militares, tem feito um trabalho seguro, discreto e politicamente neutro, dentro do Instituto e já teve tempo de adquirir uma visão global das coisas.
            Tem o óbice de só ter duas estrelas, mas isso para políticos que nem sabem distinguir os postos, é de somenos importância, e as sequelas da sua ultrapassagem na promoção já estarão esbatidas.
            Segue-se um eventual adjunto militar do Primeiro-Ministro que tenha caído no goto de algum proeminente político, neste caso do PS, mas tal não parece ter hipóteses de acontecer pois, por norma, os PM ignoram olimpicamente tais personagens.
            Haveria um, que por acaso é do meu curso, que tem boas capacidades para o cargo mas teve o azar de lhe calhar o “Agente Técnico” Sócrates, na rifa, pelo que pode apanhar por tabela. Além disso é por demais inteligente, para se ir envolver em tais andanças.
            A maior parte dos ex-chefes militares, ou outros generais e almirantes, pelo que julgo saber, se fossem convidados para um cargo destes nem se dignariam responder e alguns teriam até movimentações anormais no cólon e inversões de fluxo no piloro…
            Há porém, um ainda recentemente criado grupo, cujo acrónimo é GREI (Grupo de Reflexão Estratégica Independente), constituído apenas por oficiais generais, onde um eventual “recrutamento” pode ainda ser tentado. Passe a propaganda.
            É preciso dizer que este grupo de cidadãos militares que enquanto no activo tiveram um estatuto cívico de “capitio diminuto”, agravado pelo desprezo político e falta de defesa institucional, tem toda a legitimidade em existir e nada obstar à sua respeitabilidade. E qualquer intervenção cívica neste âmbito, feita com competência e boa intenção, só há que louvar.
            O próprio General Ramalho Eanes teceu loas, publicamente, aquando do aparecimento do GREI, numa curta intervenção, “muito à sua mode”.
            Acontece, porém, que alguns dos seus mais proeminentes membros vieram apoiar pública e explicitamente um dos candidatos à Presidência da República, nas últimas eleições, precisamente aquele que, não sendo o candidato do PS, foi quem este apoiou realmente, e que saiu perdedor na contenda, o Professor Sampaio da Nóvoa - por acaso meu colega no Liceu Nacional de Oeiras (digam lá se este liceu não andava muito à frente?!).
            Ora isto introduziu alterações de monta no posicionamento do grupo, apesar de ter havido o cuidado de esclarecer (embora a opinião pública não o saiba), que tais apoios seriam a nível individual e não a nível de grupo.
            A direcção do mesmo teve o cuidado até de, recentemente ter pedido uma audiência ao actual Presidente da República, a fim de lhe oferecer um livro sobre as suas actividades, com a respeitabilidade que o prefácio do Professor Adriano Moreira lhe confere.
            Porém, a possibilidade de escolha existe (para MDN), e dadas as circunstâncias as pessoas que melhor se posicionam para tal eventualidade são (a ordem é arbitrária) os Generais Pinto Ramalho, Major-General Sequeira (que já foi Secretário – Geral do MDN e de seguida convidado para administrador da EPUL, tido como próximo do actual PM) e Almirante Melo Gomes.[3]
            O General Luís Araújo que, apesar de não pertencer ao grupo, esteve aparentemente, com um pé dentro e outro fora, no apoio ao candidato derrotado, não nos parece estar para se sujeitar a tal encargo, já que terá a sua ambição de defender a Pátria, saciada e está a desfrutar da confortável situação como administrador delegado do Estado (não executivo), nas OGMA, recebendo por sessão de “trabalho” um confortável pecúlio típico destas funções. E que nunca ninguém sabe como e em que termos, é definido.
            Além disso passou a ser representante da NAV, para o que se está a preparar relativamente à utilização da Base Aérea do Montijo, como complemento da Portela.
            O Tenente General Mourato Nunes (também do GREI), que foi Comandante – Geral da GNR, cujas ambições várias são conhecidas, também é outro personagem sobre que o radar dos actuais políticos pode fazer “lock on”, tendo o Governo de Sócrates chegado a inventar um cargo feito à medida para ele aquando da sua passagem à reserva.[4]
             Respirem fundo que o texto é apenas um exercício de ficção.
                                            (Continua)
                                                 

                                          João José Brandão Ferreira
                                              Oficial Piloto Aviador



[1] Para não haver dúvidas queremos deixar expresso que o período considerado começa em 1820 (antes dessa data nunca se falou em Partidos Políticos); passa por três guerras civis: liberais versus legitimistas, Maria da Fonte e Patuleia; A Regeneração, com o seu “Rotativismo” que desembocou na queda da Monarquia; a I República que acabou ao fim de 16 anos de desgraça; a situação pós revolução dos cravos que vai sobrevivendo à dívida galopante (e já vai em três pré bancarrotas) e à geométrica perda de soberania, lambendo as feridas, para já, do resgate da "Troika".
[2] É preciso dizer que após o 25/4/74 houve dois militares que foram ministros da defesa, os generais Firmino Miguel e Loureiro dos Santos, mas foram-no em Governos Provisórios, após a euforia da “revolução”.
[3] EPUL – Empresa Pública de Urbanização de Lisboa, extinta em Dezembro de 2012.
[4] Tinha o incrível nome de (não se riam) “Secretário - Geral para a Cooperação entre os povos de Língua Portuguesa, em matéria de Segurança Pública, no âmbito do Ministério da Administração Interna”. O Ministro era então o Dr. A. Costa. Durou entre 2008 e 2010. Foi posteriormente Presidente do Instituto Geográfico Português, tendo apresentado o seu pedido de exoneração, antecipando a extinção do cargo ao tempo de Assunção Cristas como Ministra, da Agricultura, do Mar, etc.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

ALGARVE, TERRA QUE SE VAI …



ALGARVE, TERRA QUE SE VAI …
10/10/17

                Estivemos mais uma vez no Algarve, sem que ainda tivéssemos que solicitar (e pagar) passaporte, quiçá visto…
                Constatámos, mais uma vez, o óbvio, que se agrava vai para uns 30 anos.
                Em súmula:
                Na cidade onde nos aboletámos, existiam (e já não estávamos em época alta), grosso modo, cerca de quatro turistas estrangeiros para cada nacional (turista ou não…). Em muitos restaurantes, cafés, etc., apesar dos números mitigados do desemprego, muitos dos que serviam à mesa eram estrangeiros, ou seja imigrantes, que apenas arranhavam a língua portuguesa e tinham do ofício de servir à mesa apenas umas ideias rústicas.
                Ora tal facto traz problemas vários que todos conhecemos, que vão da densidade imprópria para consumo (mesmo de baixa qualidade), à inflação dos preços, especulação imobiliária e locatária, pressões ecológicas, para já não falar nos desacatos causados por gente de mau porte, de que Albufeira costuma ser a campeã e que deviam ser sanados rapidamente com uma surra valente da polícia e o transporte célere para a fronteira.
                Porém o perigo maior vem dos que chegam para residir. Nestes há que dividi-los naqueles que estão de passagem (migrantes), nos que procuram trabalho (imigrantes) e aqueles que vêm para residir permanentemente, porventura até acabarem os seus dias.
                Existem ainda outros que vão e vêm e se dedicam a vários tipos de criminalidade.
                Ora aqueles que vêm para ficar – e agora há muitos pois estão a fugir do terrorismo, do excesso de migrantes no seu país, inseguranças várias, fuga aos impostos, etc. – vêm para cá, compram casas, terras, montam pequenas empresas ou negócios, ou simplesmente para gozar o sol, a comida, a hospitalidade, etc.- nós não sabemos a sorte que temos em estar aqui neste cantinho – vão, a pouco e pouco, comprando todo o território, contaminando a matriz cultural portuguesa e substituindo-nos demograficamente até porque os ex - lusitanos deixaram de querer procriar e continuam a emigrar em larga escala.
                Tudo isto é agravado pelas nacionalizações à pressa e sem qualquer critério de dezenas de milhares de imigrantes e de dar a nacionalidade portuguesa e "vistos gold" a troco de dinheiro – muito dele sujo – num processo que deixa a figura do proxeneta a quilómetros de distância.
                O “processo algarvio” já vem pelo litoral alentejano acima e já tem crassa expressão até Odemira; está a avançar pelo interior alentejano e em muitas aldeias das Beiras.
                Aliás o fenómeno vê-se bem quando se anda pelo Algarve no Inverno, pelas pequenas vilas e aldeias, pois é mais fácil de ver a quantidade de rostos que saem fora da idiossincrasia portuguesa. E ainda não chegámos aos véus islâmicos…
                Quando esta população atingir uma percentagem elevada (que já é) e começar a criar raízes vai querer influenciar e mandar em tudo o que se passa. É fatal como o destino.
                E quanto à população residente (agora parece que vêm aí franceses e classe média brasileira, em massa), a coisa só não é mais grave, pois a maior parte já não está em idade de se reproduzir.
                Se acham que tudo o que estou a dizer não é grave e, ou, não tem importância, irão constatar em pouco tempo que não vão sequer ter tempo para perceber que estão enganados. E o dinheiro – o pessoal perde-se pelos cifrões – está longe de ser tudo…
                Escusam, também, de pensarem em chamar-me nomes.
                O que defendi é apenas de elementar bom senso. A não ser claro, que não se importem em deixar de ter país.
                Mas aí a discussão é outra.

                                                       João José Brandão Ferreira
                                                            Oficial Piloto Aviador