sexta-feira, 30 de março de 2012

O PAVÃO NO SEU QUINTAL

"Para que a história não seja escrita apenas pelos (aparentes) vencedores..."

SP- “Portanto, se necessário, o Exército Português fará fogo sobre os portugueses brancos?”
MS- “Ele não hesitará e não pode hesitar. O Exército já mostrou que tem mão forte e quer manter a ordem a todo o custo”.
(Excerto de entrevista à Revista “Der Spiegel”, nº34, de 19/8/ 1974)

O Dr. Mário Soares (MS) anda numa fona mostrando suas penas reluzentes: ele é entrevistas, ele é artigos, ele é livros (a confessar-se), ele é a Fundação (que é voz comum o contribuinte ter financiado e ajuda a pagar), ele é programas na rádio e na televisão, que sei eu?

O Dr. MS é um portento, que seria o país sem ele?

Ele é o novo planeta deste sistema solar. Melhor ele é o novo astro-rei!

Que fará correr o Dr. MS? Eis, porventura, um novo caso clínico em perspectiva.

Será que ainda está amuado por não ter ganho aquele concurso perverso, do melhor português de sempre?

Ou anda de monco caído por os portugueses não terem votado a sua superior figura para um terceiro mandato presidencial?

Será por nada resplandecer da sua fugaz passagem pelo Parlamento Europeu, cuja memória apenas regista um infeliz incidente “machista”com uma senhora lá da casa, que a comunicação social divulgou?

Sim, o que fará correr super Mário, o “Magnífico”?

MS pode ficar descansado, pois tem lugar assegurado na História de Portugal, embora não me pareça que seja é pelas melhores razões. E é, seguramente, esta coisa das boas e más razões que traz o Dr. MS tão agitado, não se poupando a esforços para que tudo fique pincelado “a su gusto”.

Bem lá no seu íntimo MS deve achar que Portugal não o merece e o povo português jamais será perdoado por não andar com ele em ombros e não se ter oposto aos seus exílios dourados – enfim exílio é exílio. Acreditem que isto se pode tornar patológico…

Ao contrário do seu ex-kamarada Barreirinhas Cunhal, que foi sempre discreto e nunca se queixou. O homem era, de facto, de outra fibra e se a URSS não tivesse implodido, os seus fiéis poderiam ir hoje visitá-lo a uma parede do Kremlin.

Nascido na “Oposição Democrática” ao Estado Novo, MS fez parte de um pequeno número que decidiu romper com a tradição republicana de defender o Ultramar (uma história, creio, ainda por contar), por alturas dos anos 60.

Na sua ânsia de derrubar o sistema político consubstanciado na Constituição de 1933, MS e seus acólitos confundiram a luta política (existente em Portugal desde Afonso Henriques), com o abandono das parcelas de além-mar para onde a Nação se tinha expandido nos últimos 550 anos e mancomunou-se com as forças estrangeiras que nos ofendiam a carne e tentavam surripiar a fazenda.

E lá andou pela estranja junto com a poalha política da sua índole, a conspirar contra o seu país.

Por flagrante incompetência e ingenuidade política, de cerca de duas centenas de oficiais, ofendidos por os terem querido prejudicar nas promoções (agora fizeram pior e ninguém se ofendeu…), S. Exª e muitos outros da mesma igualha, foram alcandorados ao Poder onde porfiaram em alienar, de qualquer maneira, um património de séculos e que era de todos nós.

E fizeram-no de um modo aviltante, que repugna à consciência dos povos e ia, inclusive, à revelia de toda a doutrina descolonizadora da ONU, de que se gabavam (e ainda gabam), de terem defendido.

Assim se desmembrou a Nação, semeando-se guerras e desgraças inomináveis, por décadas. Cerca de um milhão de mortos? Ora adeus, que é isso comparado com o gostinho dos pastéis de Belém?

Primeiro-Ministro sofrível, político de muitas caras, campeão do diz hoje uma coisa e amanhã outra, lá foi navegando na espuma das ondas, copiando na perfeição uma das características físicas da cortiça. Ainda hoje faz isto, colhendo os dividendos das teias que foi tecendo na Comunicação Social.

Dizem que é um “animal político”, ou que tem “faro político”, mas a mim parece-me mais malabarismo político.

Ajudado, segundo consta, pela teta macaense e outros apoios, foi a PR e então portou-se como um marajá em tempo de vacas gordas. Copiosamente pago pelo orçamento do Estado, deu várias vezes a volta ao mundo elegendo como prato favorito os célebres lagostins descascados, tudo em nome do sacrossanto “interesse nacional”, já se vê.

Tirando as frases chocarreiras com que gosta de se dirigir ao povo, de modo a tornar-se popularucho (donde ressalta a frase “os gajos”), não se lhe conhece, um projecto com substância ou uma obra meritória que tenha levado até ao fim, ou que fosse a pensar no País. Pouco vai restar além do “direito à indignação”; “só os burros é que não mudam”, ou o “desapareça senhor guarda”!

Apesar de tudo é crível que tenha consciência de tudo isto, por isso não pára em querer juntar qualquer coisa ao…. nada.

Sem embargo, convém fazer uma súmula do que nos deixou ou ajudou a deixar:

Um deplorável sistema político, que encoraja a corrupção e a emergência de oportunistas e que chegou a um impasse donde não sabe (nem quer) sair. Uma Constituição que não tem ponta por se lhe pegue; um País moralmente destroçado, sem referências sãs e a caminho da insignificância e do desaparecimento. Uma classe política irresponsável, que desbaratou o “Poder Nacional”, subverteu a Nação e nos colocou de cócoras perante poderes estranhos e estrangeiros, que nem sabemos definir.

Esta é, verdadeiramente, a sua herança e a de todos aqueles que se desviaram do Patriotismo, da Geopolítica e da Virtude!

Por isso o senhor não corre de contente, corre de desespero, para ver se consegue que a peneira continue a tapar o sol….

Resta, pois, inaugurar-lhe uma ou mais ruas, para o que o inconsolável Otelo bem se poderá disponibilizar para descerrar a placa – afinal ele deve-lhe favores… A seguir deve levantar-se-lhe uma estátua, enorme, dedicada ao “vazio”, que é uma ideia e um conceito que o senhor representa bem – e estou certo que os “espoliados” do Ultramar não hesitarão em contribuir generosamente, para tão democrática como necessária obra.

Finalmente, urge começar a preparar o seu passamento para que saia uma coisa digna de todos os supremos arquitectos deste mundo já que nem os ateus põem em causa esta inevitabilidade físico-química. Entendamo-nos: não que queiramos apressar tão infausto desenlace (o que é de Deus, só a Deus pertence), mas para o tornar jubiloso e inesquecível.

Lembrámo-nos do personagem ideal para preparar tais cerimónias, exactamente o Dr. Rui Mateus, havendo apenas que ultrapassar o pormenor de ninguém saber por onde anda e o que faz. Damos-lhe, desde já e graciosamente, uma ideia: contratar uma multidão de norte-coreanos, pagos a arroz do Baixo-Mondego, para servirem de carpideiras. É barato, promove os produtos nacionais e é um espavento!

Há, porém, uma coisa que ninguém tira a MS: já que ele não soube pôr-se ao nível do nosso País, foi conseguindo arrastar o País para o nível dele.

Por isso ele se passeia no seu quintal.

terça-feira, 27 de março de 2012

O MINISTRO DAS FINANÇAS METEU-SE COM SALAZAR!

Vitor Gaspar
O Dr. Victor Gaspar não tem sido lá grande coisa a explicar as linhas mestras da política financeira do governo, tirando a “austeridade” que, aliás, não precisa ser explicitada pois a gente sente-a…

E como fala a 33 RPM, as pessoas mudam de canal antes de ele conseguir chegar ao fim.

Talvez por isso tenha resolvido dar uma entrevista ao jornal “Sol” (23/3), em que disse isto:

Salazar optou por uma estratégia de fecho do País sobre si próprio. Durante décadas prescindiu da possibilidade de se financiar nos mercados financeiros internacionais. A nossa opção é diametralmente oposta”.

Bom, aqui o caso fia mais fino.

E não parece arriscado afirmar, que o Sr. Ministro não tem a mais pequena noção do que andou a dizer.

Convém lembrar ao agora Ministro das Finanças (MF), que a situação em 1928 tem pouco a ver com a actual. Lembramos alguns pontos cruciais:

Nos finais da Monarquia Constitucional, Portugal era um País profundamente doente em termos políticos, sociais, económicos, financeiros, etc.; porém, os desatinos indiscritíveis da I República transformaram o corpo (e a alma) do doente, em moribundo.

Em 1926 havia dois problemas que estavam à cabeça de todos os existentes: o problema da bancarrota e o problema da ordem pública (ou falta dela) – talvez o Sr. Ministro não tenha ideia, mas Lisboa assemelhava-se à Bagdad dos últimos anos.

A Ditadura Militar foi tratando da Ordem Pública (sem o que não se consegue fazer nada), mas foi incompetente para resolver o problema financeiro. E quando se tentou obter mais um empréstimo com o avale da Sociedade das Nações (uma “troika” da época), as condições eram de tal modo pesadas que foram tidas como atentatórias da dignidade nacional e recusadas. Não sei se esta coisa da “dignidade nacional” lhe diz alguma coisa, Senhor Ministro, aos seus colegas ou a quem vos antecedeu. V. Exª o dirá, senão por palavras, certamente por actos.

Todavia, recusado o empréstimo, o problema financeiro mantinha-se e agravava-se. Por isso foram buscar, novamente, o tal professor de Coimbra. O filho do caseiro humilde do Vimieiro tinha fama de competente mas, também, de pessoa séria, que é um título que os homens públicos hodiernos têm dificuldade em ostentar.

É certo que Salazar colocou condições para aceitar o cargo e veio a impor uma “ditadura financeira”, que obteve um sucesso rápido e extraordinário, criando um "superavit" nas contas em menos de dois anos.

A mim, no entanto, parece-me que a ditadura dele foi mais benigna e lúcida do que a sua, já que no primeiro caso, tendo sido estabelecido um orçamento para cada ministério, os respectivos ministros tinham alguma autonomia para o gerirem no seu âmbito. O que já não acontece com o actual inquilino das Finanças que se arroga o direito, por ex., de autorizar ou não, a contratação ou promoção de pessoas, caso a caso ou a conta-gotas! Será que o seu ego anda a fazer concorrência ao “petit” Sarkozy?

Vejamos agora o estado do País quando o jovem Gaspar foi para a ribalta.

A seguir à loucura do “PREC” dessincronizou-se todos os aspectos da vida em Portugal e os sucessivos governos foram-se aguentando graças à “pesada herança” em ouro e divisas (deixada por aquele que agora critica), e a duas intervenções do FMI (1977 e 1983).

Depois da nossa entrada na CEE, em 1986 – de cabeça e de qualquer maneira – começaram a jorrar rios de dinheiro (aparentemente) fácil, das diferentes “ajudas” comunitárias, que foram utilizados com pouca parcimónia, muita aldrabice e nenhuma preocupação com o futuro.

Puseram-se em marcha políticas e estratégias muito erradas e outras apenas erradas. Digamos que a única verdadeira mais - valia que se conseguiu foi a melhoria da qualidade do vinho que, por sinal, já era boa! (o que deve explicar o estado de bebedeira colectiva em que mergulhámos).

E fizemos tudo isto depois de termos renegado o Ultramar e toda a nossa História dos últimos cinco séculos (à excepção da proclamação da República), quando poderíamos ter sido uma “CEE” sozinhos, onde mandávamos tudo enquanto agora não mandamos … nada.

Ou seja o regime político pós 1974/5 e os órgãos do Estado que o serviram, nada conseguiram fazer com mais-valias por si geradas, apenas conseguiram fazer coisas com o dinheiro de outros e a mando de outros. E o recurso aos mercados, que o MF tanto gaba, apenas serviu para, agora, termos uma dívida … colossal!

Belo saldo.

Resta acrescentar que, sendo a dívida actual, muito superior à de 1926, o País não foi afectado por nenhuma guerra, nos últimos 37 anos e que, à excepção de greves, tem gozado de paz social.

Mesmo assim os órgãos de soberania não encontraram melhor solução do que se rebaixarem a terem uns estranhos a tentar por ordem na nossa casa, segundo uma política que de nacional não tem nada.

Os senhores não têm mesmo vergonha na cara, pois não?

Não foi assim no final dos já longínquos anos 20.

Portugal teve que atravessar o “crash” financeiro da Wall Street, de 29, seguido da crise da libra (a que nós estávamos ligados), que se prolongou pelos anos 30; depois apanhámos em cheio com a Guerra Civil de Espanha, logo seguida pela IIGM. E sabe Sr. Ministro o País não deixou de progredir, passou por tudo sem perder nada de seu, reganhou dignidade e o respeito das grandes potências e logo, a partir de 1935, conseguiu reunir os fundos suficientes – “mesmo estando fechado sobre si mesmo” – para investir na economia que nunca mais parou de se desenvolver até atingir um crescimento de 6,9% ao ano, em 1973 (no Ultramar era ainda superior).

E tal foi conseguido apesar de só raramente se ter pedido dinheiro emprestado, que logo era pago a pronto e a horas.

Mesmo o Plano Marshall foi declinado, apenas se aproveitando alguma ajuda tardia a qual foi devolvida (apesar de ser a fundo perdido), em 1962, como bofetada ao governo americano depois da funesta política que a Administração Kennedy passou a ter para com o nosso País.

Mas eu compreendo que o Sr. MF não entenda nada destas coisas, pois ele formou-se em conceitos muito mais modernaços e práfrentex.

Pois é, só que a política e opções seguidas que agora quer contrariar “diametralmente”, puseram Portugal a salvo de especulações dos mercados, garantiu uma das moedas mais fortes e respeitados do mundo e nunca deu azo a que o capital apátrida ou quem o movimenta, pudessem beliscar a soberania dos portugueses.

O mesmo se poderá dizer do muito criticado “condicionalismo industrial” que, certamente não foi perfeito, mas harmonizava as necessidades com as capacidades e impedia as negociatas entre empórios e a promiscuidade entre empresários, financeiros e políticos.

Por isso não há notícias de naquele tempo haver Parcerias Público-Privadas, contratos com Lusopontes, esquemas de "scuts", derrapagens e mais um sem número de poucas vergonhas que hoje nos sufocam e diminuem!

Mas o que é que isto pode interessar aos “adiantados mentais” que nos governam? Eles andam muito à frente…

Salazar mesmo “voltado para dentro” nunca teve portas fechadas e resolveu os problemas. Agora o Sr. MF, e outros, voltam-se muito para fora e só levam com portas na cara. E quando conseguem algo é com juros leoninos e usurários…

O Sr. Dr. Gaspar já sabe, por acaso, qual é o buraco financeiro do País? Tem alguma esperança – seja honesto – de poder vir a pagar, não direi a dívida, mas os juros da mesma, nos próximos 100 anos (mesmo acabando com os feriados todos e exterminando até, o último militar)?

Tem alguma expectativa de quando vai ter um mínimo para investir na Economia, ou de quando pode dispensar a Troika?

É claro que não sabe nem tem esperança de saber. A única coisa que se sabe é que vamos a caminho de ter 10 milhões de desempregados e que o país vai parar e desintegrar-se aos bocadinhos. E se “alguém” nos emprestar dinheiro é para ficarmos escravos, modernos, mas escravos.

Nessa altura o Senhor estará, possivelmente, a salvo com um bom emprego num dessas organizações internacionalistas sem rosto que andam a destruir os Estados-Nação.

Finalmente, o mal-amado Salazar esteve 48 anos no poder (os actuais já vão em 35), mas sempre foi de uma integridade imaculada, deu o exemplo e não deixava que outros responsáveis pusessem o pé em ramo verde. Quando morreu viraram-lhe os bolsos do avesso e só descobriram cotão e meia dúzia de contos, que ele amealhara para os seus gastos pessoais.

Os senhores, agora, são ávidos de tudo e não dão o exemplo de nada. Por isso não conseguem por ordem seja no que for.

Um último alvitre: Salazar conseguiu colocar ao seu lado e ao lado das suas políticas a maior parte da Instituição Militar. Nas últimas décadas as FAs têm sido completamente alienadas pela classe política. Situação dificilmente reversível.

Por isso, Dr. Gaspar, quando balbuciar o nome do Estadista Salazar, comece por se por em sentido, depois ajoelhe e a seguir faça um acto de contrição. E fale só do que saiba.

Não se queira comportar como um rapazola. Um rapazola deslumbrado.

domingo, 25 de março de 2012

AS FORÇAS ARMADAS SÃO INSUSTENTÁVEIS…

O Sr. MDN continua a insistir na tecla que faz jus ao título. Com tal insistência tem suscitado a incredulidade e a revolta de muitos. Não se percebe esta desintonia pois, por uma vez, pensamos que o Dr. Aguiar Branco está, até, a ser muito razoável!

Senão vejamos:

Como é que as FAs podem ser sustentáveis se o Governo continua a meter dinheiro no BPN e quejandos? Claro que não podem, pois é preciso, aparentemente, fazer com que aquela mega vigarice seja “esquecida”; se o Governo, certamente eivado dos mais nobres intentos, quer pôr ordem nas empresas públicas, mas logo abre o flanco declarando “excepções”, como se pode sustentar a tropa que, aliás, “eles” nem percebem muito bem para que serve?

Ora para a TAP, por ex., continuar a aumentar o passivo e mesmo assim ter comandantes de longo curso a fazerem 2 (dois) voos/mês e a ganharem cerca de 8000 euros (para já não falar no presidente – ainda gostava de saber porque se exporta divisas escolhendo um brasileiro – que parece que ganha mais do que o inquilino da Casa Branca), é óbvio que a Força Aérea não pode continuar a ter aviões de caça…

E, certamente, será necessário cortar o transporte táctico para poder financiar os trabalhadores da CGD – dos mais bem pagos do País – ou para manter o status quo do Banco de Portugal, que se assemelha a um “Estado dentro do Estado”. Gente, por sinal, da maior competência a avaliar como deram conta e alertaram o País para o descalabro financeiro que aí vinha…

Por isso o Sr. MDN tem toda a razão: é insustentável manter as FAs, que ainda por cima não “produzem” nada que veja possa ajudar na contagem dos votos, apesar de serem um modelo de contenção e racionalização para o País (muito antes de se ouvir falar em crise), e continuarem a cumprir as suas missões com invulgar pundonor e…. paciência.

Ora se é necessário continuar (será mesmo?), a financiar os Partidos – cuja organização, doutrina e modo de actuação é o verdadeiro cancro da sociedade – para eles andarem em guerra civil permanente, é óbvio que não se pode ter submarinos!

Quando ainda agora não se consegue saber quais as reais dividas das Autarquias, dos Governos Regionais e de toda a parafernália política que sugou e desbaratou a riqueza nacional e endividou a Nação por séculos, é claro que o Exército não pode ter unidades de combate dignas desse nome. “Eles” que ajudem a apagar fogos e cara alegre!

O Sr. MDN é, seguramente, presciente pois olhando para a inqualificável negociata da Parcerias Público-Privadas, percebeu que o Estado vai ter que desembolsar, no futuro, milhões em troca de nada, o que torna insustentável ter qualquer navio de superfície com mais de 500 toneladas (e assim sendo até os podem passar para a Brigada Fiscal…).

Depois, pensem bem, para que é que nós precisamos de FAs, servidas por uns tipos esquisitos, com ideias estranhas, cuja missão primária é a de combater os inimigos em tempo de guerra e dissuadir os amigos em tempo de paz, se ao Estado não lhe interessa ter soberania para nada? Então já não se mudou a CR para dar prioridade à legislação oriunda de Bruxelas; não alienámos a nossa ZEE com a assinatura do Tratado de Lisboa; não queremos diluirmo-nos numa federação europeia (olá Srª Merkel!), e não estamos resignados a ver a Troika passear junto do Martinho da Arcada? Alguém se indigna com algo?

Não? Então para que vamos ter a despesa de ter meia dúzia de “palermas” a brincarem às guerras, que toda a gente está fartinha de saber, que tais maçadas nunca mais nos vão bater à porta?

Penso que já ilustrei o suficiente para deixar o Sr. Ministro bem respaldado.

Deixem lá o coitado do homem, ele apenas está a ser coerente na continuidade do descalabro da acção política das últimas décadas.

Deus lhes perdoe que eu cá não consigo.

COISAS DE FERIADOS

Corre por aí alguma confusão sobre os dois feriados civis nacionais mais importantes, o 10 de Junho(de 1580) e o 1º de Dezembro (de 1640).

Esta confusão ou discussão existe, fundamentalmente, por causa de saber qual deles deve representar o dia da Independência de Portugal.

Como se sabe, apesar de Portugal ser dos países mais antigos do mundo, de constituir o Estado-Nação mais perfeito da Humanidade (o Japão é um arquipélago e só ficou unido, em 1603), e de ter as fronteiras estáveis mais antigas (Tratado de Alcanizes, de 1297 – perturbado por causa da ocupação ilegal de Olivença, por parte de Espanha), nunca foi estabelecido uma data em que se comemorasse, especificamente, a sua Independência.

Possivelmente porque tal nunca foi preciso dada a fortaleza da nossa individualidade e identidade.

Também não era fácil estabelecer essa efeméride.

De facto se quisermos destacar o acto autonómico primordial, teremos que nos reportar ao dia 24 de Junho de 1128, data do combate de S. Mamede em que o Infante Afonso se rebelou, contra os barões galegos e a suserania leonesa.

Pode, pois, considerar-se essa data como “de facto”, mas não “de jure”. Esse reconhecimento demorou 51 anos a ser conseguido.

Começou com a elevação de Afonso Henriques a Rei, alçado a essa dignidade pelos seus guerreiros após a batalha de Ourique, em 25 de Julho de 1139; mas o 1º documento existente em que Afonso I se assina como Rei, é de 1140.

De seguida devemos considerar o dia 5 de Outubro de 1143, em que foi assinado o Tratado de Zamora, no qual O Rei de Leão, Afonso VII, reconheceu a independência do Condado Portucalense.

Este tratado era, porém, um tratado regional, faltava o reconhecimento internacional e esse só poderia ser concedido pelo Papa.

Tal reconhecimento obrigou a negociações morosas e complexas e só veio a acontecer através da Bula “Manifestis Probatum”, de 14 de Maio de 1179.

Esta Independência veio a ser interrompida, em 1580, com a ocupação militar de Lisboa pelo Duque D’Alba e o Marquês de Santa Cruz. Tal ocupação militar, teve o seu epílogo político nas Cortes de Tomar, de 16 de Abril de 1581, onde Filipe foi aclamado rei de Portugal (sem embargo dos Açores só terem sido subjugados, em 1583).

É preciso dizer que, teoricamente, Portugal não perdia a sua individualidade, já que Filipe apenas cingia a coroa portuguesa à espanhola (a coroa dual), segundo os ditames sucessórios da época, ao passo que o consignado nas Cortes de Tomar estipulava a mais ampla autonomia e manutenção dos foros próprios dos portugueses. Só quase faltou a Filipe, ter mudado a capital para Lisboa…

Porém esta nova situação encerrava uma questão dramática e insolúvel e que era esta: Portugal, como tal, estava impossibilitado de ter política externa própria e herdou, automaticamente, todos os inimigos da Espanha. Daqui resultava o seguinte paradoxo: Filipe, como rei de Espanha, não podia estar em guerra, e como rei de Portugal gozar a paz…

Resultado: os portugueses passaram a ser atacados em todo o lado pelos inimigos da Espanha.

Com os sucessores de Filipe I, a nação portuguesa passou a ficar esmagada com impostos e requisições militares ao passo que se deixava de cumprir o estipulado em Tomar. A tirania atingiu o auge com o Conde – Duque Olivares e, aproveitando uma revolta na Catalunha, os três braços do reino (Clero, Nobreza e Povo), novamente unidos, revoltaram-se nessa luminosa manhã de 1 de Dezembro de 1640 e correram com os representantes de Madrid e com os traidores, voltando a colocar no trono português, um português.

A assumpção dos destinos portugueses por eles mesmos originou uma duríssima campanha política, diplomática e militar que durou 28 anos e se espalhou por quatro continentes e outros tantos mares e que envolveu não só a Espanha mas numerosas outras potências e potentados. No fim os portugueses saíram vitoriosos, apesar das imensas perdas em vidas e cabedais, e bem se pode considerar tal vitória um verdadeiro milagre!

A santa Sé só reconheceu a independência nacional dois anos após o tratado de paz que celebrámos com a Espanha…

Pois é esta gloriosa gesta – que não tem paralelo na História mundial – que um governo que se diz português, mas repleto de portugueses pequeninos – quer apagar da memória pátria, acabando com a dignidade do feriado concedido há muito (e sempre foi comemorado no país antes de o ser), ao dia primeiro da Restauração.

Este termo também se pode prestar a confusões, já que para uns quer dizer a restauração da independência e, para outros, refere-se à restauração de uma dinastia portuguesa. Aliás, a “Restauração” começou por ser chamada de “Aclamação” (de D. João IV). E cremos que é mais neste sentido que o termo é usado até porque nunca verdadeiramente perdemos a independência (pelo que atrás dissemos).

Independentemente destas semânticas, não há dúvidas de que o 1º de Dezembro é um grito de liberdade, de individualidade e de querer o retorno da soberania plena, que faz todo o sentido comemorar e, até, estabelecer como símbolo da nossa independência.

O 10 de Junho é diferente.

Nunca ninguém tinha ligado a morte de Camões à independência de Portugal, ou de algum modo a relacioná-lo com uma festa nacional, até que o Partido Republicano resolveu aproveitar o tricentenário da sua morte, em 1880, para retirar dividendos políticos.

Desse modo fizeram de Camões, o vate que tinha exaltado e cantado em verso as glórias do apogeu nacional, confrontando-as com a decadência da época – o que, obviamente, se devia ao regime ser monárquico…

Quando ocorreu a tragédia do 5 de Outubro de 1910 (de facto de uma tragédia se trata), o novo governo, por decreto de 12 do mesmo mês, estabeleceu os feriados nacionais, onde constava o 1º de Dezembro (já proposto, do anterior, pela Sociedade Histórica para a Independência Nacional – fundada em 1861) e, naturalmente, o 5 de Outubro, entre outros.

Mas não proclamou o 10 de Junho feriado nacional, ficando apenas como feriado municipal de Lisboa (na esperança que o mesmo destronasse o 13 /10, dia de Santo António…).

Foi verdadeiramente o Estado Novo que, a partir de 1933, tornou o 10 de Junho feriado nacional, promovendo comemorações em todo o País, chamando-lhe “Dia de Portugal e da Raça, ou dos portugueses”.

Desde 1963 e por via das últimas campanhas ultramarinas, passou-se a homenagear os combatentes e as Forças Armadas, nessa data.

Depois do 25 de Abril de 1974, o feriado do 10 de Junho só voltou a ser comemorado, em 1978, sendo rebaptizado como “Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas”. Porém, os novos poderes retiraram, inexplicavelmente, as FAs de todas as comemorações, o que só veio a ser emendado(!) no primeiro ano de Cavaco Silva como PR.

Uma humilhação funesta para com a FAs e todos os combatentes de todos os tempos, à qual a Instituição Militar não reagiu e a população – de cérebro lavado – nem deu conta…

Assim se passam as coisas no nosso País: ora quando somos Portugal, ora quando somos… portugalinho.

quarta-feira, 21 de março de 2012

SAUDAÇÃO AO 1º DE DEZEMBRO

Arenga que proferi em Santo Aleixo da Restauração em 1/12/2006

Sobre o evento maior que originou o feriado do dia 1º de Dezembro, não deu a comunicação social qualquer notícia, limitou-se, porém, a fazer eco do silêncio que todos os órgãos de soberania decidiram dedicar ao assunto.

Sem embargo, na pequena povoação de Santo Aleixo da Restauração, no interior do Portugal profundo, a data não passou despercebida aos habitantes locais, que a comemoraram com dignidade, por iniciativa da autarquia local.

Aqui ficam algumas das palavras então proferidas.

“Não temos soldados destros, nem tantos capitães experimentados, faltam armas, munições e petrechos de guerra; que de nenhuma cousa destas ha o número que convinha; não obstante tudo isso, afirmo com o Senhor, que basta a união das pessoas para suprir todas essas faltas”.
Fr.Cristóvão de Lisboa, 16/12/1644

Caros concidadãos de Santo Aleixo:

Passaram 366 anos desde a data em que voltámos a querer escolher ter governantes portugueses a dirigir os destinos da velha casa Lusitana, e a afirmarmo-nos como Nação politicamente individualizada na comunidade internacional. Tudo na senda iniciada no Campo de São Mamede, no longínquo dia 24 de Julho de 1128.

Essa decisão, eminentemente patriótica, preparada pelos 40 Conjurados, foi difícil e arriscada e custou-nos uma longa guerra de 28 anos, de muitas batalhas políticas, diplomáticas e militares, penosas e árduas, que empobreceram o país, causaram grandes danos materiais e custaram a vida a muitos milhares de antepassados nossos. Alguns deles pisaram o chão onde agora estamos.

Devemos curvar-nos perante a sua memória.

E tudo isto porque o ideal nacional calou mais forte; a ideia da independência superou os desânimos e amarguras e o desígnio da libertação da opressão e da ignomínia, multiplicou as forças e o ânimo.

É isso que, singelamente, hoje aqui comemoramos.

Sendo as comemorações nacionais, elas repartem-se por vários locais e também neste portuguesíssimo torrão que tem o significativo nome de Santo Aleixo da Restauração!

Pretendo, por isso, começar por saudar a Sr. Presidente da Junta de Freguesia e toda a sua equipa, por levar a cabo esta iniciativa.

Não deve a mesma ser interpretada como manifestação deslocada de passadismo histórico; antes vista, como lembrança saudável de eventos que moldaram a nossa identidade como povo e apuraram a nossa cultura.

Evocar aqueles que de entre nós se destacaram pelo seu valor, é uma prova de sensatez, pois cimenta a nossa coesão, que o seu exemplo escorasse nos aponta referências para o futuro. Evocar, ainda, aqueles que sacrificaram a vida, fazenda e saúde na defesa da nossa terra, não precisa de justificação. É, simplesmente, nosso dever fazê-lo. Este dever tem que ser passado de avós para netos.

Um argumento que vejo esgrimir por políticos e comentadores vários, contra este tipo de cerimónias (não faz sentido, então, manter os dias feriados se não comemoramos o que lhes deu origem), tem a ver com as eventuais ofensas que terceiros possam sentir.

Tal pensamento é uma verdadeira falácia que não tem razão de ser.

O que estamos aqui a realizar é um assunto nosso, é um assunto de família, de uma família antiga, com grandes tradições. Não é contra ninguém é, simplesmente, a nosso favor. E, caros concidadãos, acreditem que os estrangeiros não têm pejo algum em comemorarem o que muito bem entendem sem se preocuparem minimamente connosco. E se, por acaso, alguém não gostar, paciência, é o preço – se algum -, que temos de pagar por sermos livres e independentes.

Amigos de Santo Aleixo:

Estive a ler a vossa História que remonta ao ano de 1542. Quero, como português, neste inicio do século XXI, saudar-vos e aos vossos antepassados, sobretudo aqueles que se cobriram de glória para manterem a vossa e nossa terra, em mãos portuguesas, em 1641, 1644 e 1704. Caso assim não tivesse ocorrido, ainda hoje estariam, porventura, cativos como está, para nossa vergonha e opróbrio, a vila de Olivença e o seu termo.

Sempre o nosso país passou por vicissitudes e tivemos sempre que viver com a espada numa mão, o arado na outra e um crucifixo ao pescoço.

Poderão pensar que os dias de hoje são diferentes, mas a essência das coisas mantêm-se-mo muda. Gostaria que meditassem nisto.

A Independência de Portugal passa pela independência de cada um de nós: independência económica, financeira, cultural, psicológica, etc., conhecimento das coisas e da vidasse carácter para nos afirmarmos e mantermos. Em simultâneo teremos que reter e desenvolver a capacidade para nos organizarmos e trabalhar, tanto em família como em sociedade, mantendo os laços e objectivos comuns, que nos unem como Nação. Só assim não nos diluiremos um dia, numa qualquer organização internacional onde nos queiram enredar.

Por isso, se quisermos compreender a catástrofe iniciada com a entrada do Duque de Alba em Lisboa e finalizada nas Cortes de Tomar de 1581 (embora a Ilha Terceira só se tenha rendido em 1583), teremos que responsabilizar, em primeiro lugar a nós próprios, pois foi a nossa incúria, ignorância e cupidez, os principais factores que nos agrilhoaram 60 longos anos. Não foram 60 dias.

Portugueses de Santo Aleixo:

Não é hoje Filipe I que está sentado no trono em Madrid. Mas atentemos que se ao longo das sucessivas gerações de portugueses foi passando o ideal da independência (embora os iberistas se continuem a manifestar e até já chegaram, aparentemente, ao Governo!), é natural esperar-se que na descendência Castelhana não tenha esmorecido o desejo de acrescentar mais uma província, ou autonomia à Espanha.

Lembro-vos a célebre frase de José de Carvajal y Lencastre, ministro de Estado ao tempo do Rei Fernando IV, de Espanha: "A perda de Portugal foi de puro sangue expor isso, o ministro espanhol que não pense constantemente na reunião, ou não obedece à lei ou não sabe do seu ofício"

Elucidativo é, também, o que o ministro dos negócios estrangeiros espanhol Fernando Moran, afirmou logo na primeira cimeira Luso-Espanhola – a que, inexplicavelmente, os governantes portugueses permitem que se chame “Ibérica” -, ocorrida a seguir ao 25 de Abril de 1974,e cito: "A reconversão histórica de Portugal passa pela continentalidade e, sem dúvida, pela Europa, salvo se, como fez desde Aljubarrota aos Tratados de Windsor, procurar converter-se na base de desembarque de uma potência ultramarina e salvo se enfeude aos EUA e à NATO”.

Caros concidadãos:

Até aos nossos dias pesou, sobretudo, sobre nós a ameaça militar e diplomática. Os tempos mudaram e essa ameaça passou para terceiro plano. A ameaça agora é global e vai do futebol às finanças; da agricultura ao turismo e às pescas; da cultura ao comércio. E as defesas com que contávamos, a fronteira, acessos, leis nacionais, apoios externos, etc. estão hoje diluídos ou, simplesmente, desapareceram.

E se, em 1640, interessava mais internacionalmente, a existência de dois ou mais estados na Península Ibérica, esse interesse diminuiu substancialmente ou desapareceu nos dias que correm. Aliás, tudo se faz para confundir a opinião pública no sentido de considerar a Península ou a “Ibéria”, como um todo político, quando ela apenas representa uma realidade geográfica!

A ameaça que paira sobre nós não é fictícia, e é hoje muito mais perigosa porque é mais dissimulada, embora não prescinda igualmente de quintas colunas e ingénuos úteis.

Por isso, a muitos, é difícil aperceberem-se do que se passa e acreditarem nos perigos que o futuro nos possa reservar.

Lamentavelmente a comunicação social de que somos servidos e onde, aliás, as empresas espanholas não param de investir, liga muito pouco a eventos como este. Prefere os “fait divers”, os assuntos menores, as tricas dos senhores do futebol, os amores e desamores dos personagens das novelas, etc. O “negócio” em que tudo isto isto se transformou, não parece compatível com o conhecimento e a cultura...

Meus caros concidadãos deste cantinho grande de Portugal:

Nós não podemos ter dúvidas ou ser ingénuos: a independência e a soberania, são os bens mais preciosos que temos a seguir à vida. Elas conquistam-se e defendem-se. Não se discutem nem referendam! Nem, tão pouco, carecem de ser aferidas em sondagens tolas, que escondem desígnios ínvios ou apenas expectativas de maiores tiragens...

A existência de Portugal como individualidade politica e identidade cultural própria – e não poderá haver uma sem a outra -, sempre exigiu um preço muito elevado em vidas, em haveres, em sacrifícios, em trabalhos e, até, em sujeições e afrontas.

Este preço vai continuar a ser cobrado.

A questão que se põe é esta: teremos nós a estamina e o querer para nos mantermos neste desiderato? Teremos nós a sageza e a coragem de adequarmos a organização política do Estado às necessidades de cada momento e sabermos escolher a liderança mais capaz de nos guiar no nosso destino de portugueses? É este o desafio que deixo ao vosso pensamento.

É mister concluir.

Na certeza de que, em Madrid, os ministros obedecem à lei e sabem do seu ofício, torna-se necessário lembrarmo-nos e lembrar-lhes o exemplo de Frei Heitor Pinto, patriota sem mácula e que, por isso, morreu miseravelmente numa masmorra, em Madrid, e que afirmou: "El Rei Filipe bem poderá meter-me em Castela, mas Castela em mim, é impossível".

Comemorar o 1º de Dezembro é uma reafirmação do nosso querer colectivo. Deve fazer parte da cultura nacional até se tornar um acto reflexo.

Hoje é, pois, dia de recordar varões insignes desta terra, como Martim Carrasco Pimenta, Aleixo Carrasco. Lopo Mendes Sancas, João Mendes Sancas, Lopo Caeiro Sancas, Pedro Bacias, Frei Pedro, o Prior Pedro Carrasco e muitos outros e outras, que se destacaram nas guerras da Aclamação e que fizeram jus às palavras do cronista António Alvares:

E os de Santo Aleixo responderam que não desamparariam o lugar, porque lhes não parecia honra do Reino, antes se ficavam aparelhando para o defender e ficar, se fosse necessário por serviço do seu Rei, sepultados entre as ruínas de suas casas, porque, com isto, quando perdessem as vidas salvariam as honras, que mais estimavam”;

e só em não perder a honra reparavam”;

E como Lopo Mendes quisesse levantar bandeira branca e pedir quartel, as mulheres que estavam dentro no reduto, que em outras partes costumam ser ocasião de se entregarem praças, lho não quiseram consentir e, pegando na bandeira, lha fizeram abaixar”;

E quiseram mais morrer livres e honrados que viver cativos e abatidos”.

O meu bem-haja à população de Santo Aleixo da Restauração, o qual só pode ser ultrapassado por um grande VIVA PORTUGAL!

terça-feira, 20 de março de 2012

PRÓS E CONTRAS DESTA SEMANA

Ao minuto 12 e 40 segundos a minha intervenção no Prós e Contras sobre os Feriados.

CLICAR AQUI!

Fica aqui também o Hino da Restauração

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domingo, 18 de março de 2012

“É PRECISO QUE O PODER POLÍTICO DIGA O QUE QUER DAS FAs”!...

“Uma Força Aérea sem munições é apenas um aeroclube muito dispendioso”.
Da gíria aeronáutica

“É preciso decidir se queremos ter FAs ou não”!

Estas são duas frases recorrentes, que se ouvem nos últimos 35 anos! Já não há pachorra.

Ultimamente houve mais umas quantas personalidades gradas, que voltaram a por a questão.

Não há pachorra, pois as frases – passe a irresponsabilidade que encerram – querem dizer tudo e não querem dizer nada e não significam grande coisa a não ser um quase encolher de ombros resignado ou um “passar de bola”, que não lhe pertence.

São frases perigosas e não surtem efeito algum.

São ainda, em rigor, uma mentira.

E são uma mentira pois o poder político, com a Nação supostamente representada na AR, aprovou uma Constituição onde está definida a missão – em senso lato – das FAs e o seu posicionamento na esfera do Estado.

Depois, por haver uma Lei de Defesa Nacional e demais Leis que regulamentam o seu funcionamento, dependências e estrutura; o Conceito Estratégico de Defesa Nacional que enquadra a sua actuação e o Conceito Estratégico Militar, que define as missões, a ameaça e o conceito militar de acção, donde decorre o dispositivo e o sistema de forças.

Finalmente existem as Leis de Programação Militar que devem providenciar o armamento, equipamento e munições.

Não falta, pois, definição e enquadramento legal q. b.; isto é claro como água apesar de estar sempre a mudar – o que já de si é mau.

O problema não está aqui, o problema é que tudo isto é uma grande mentira, pois ninguém está interessado em que alguma coisa funcione, mas sim em reduzir tudo à ínfima espécie…

Por isso o diagnóstico está errado: não é necessário definir o que se quer, o que é urgente é consubstanciar e tornar operacional o que se define…Ora é exactamente isto que é escamoteado, constantemente, quer seja por políticos, comentadores, chefes militares, etc.

Estamos, apenas, perante mais uma variante da história do rei que se passeava nú… 

Conhecem algum Ministro da Defesa ou PM, que não tenha repetido qualquer coisa deste género: Que têm muito apreço pelas FAs, que o País precisa de FAs, mas estas precisam ser pequenas (?),bem equipadas (?), modernas (?), bem armadas (?),projetáveis (?), blá, blá, blá. Alguns até acrescentam outros adjectivos de que nem devem saber o significado.

E o que fizeram até hoje? Isso mesmo, tornaram-nas mais pequenas, até já terem um tamanho que deixe de fazer qualquer nexo (mudam os governos mas ficam os 3”R”:reduzir, reduzir, reduzir). Perceberam?

O que é necessário entender a seguir são as razões porque tudo se tem passado assim (porque tudo se tem passado assim!).

As razões são fundas e não posso explicitá-las todas, mas deixo algumas evidências: o embuste e má vontade política; o não querer encarar as coisas importantes para o País em detrimento das trivialidades da luta político-partidária e o império dos negócios; a ignorância e os preconceitos da maioria da “intelectualidade”, sobre estes temas; a espantosa despreocupação da opinião pública, sobre os mesmos e a total incapacidade da elite militar em lidar com todas estas situações.

Cada uma destas razões dava resmas de escrita.

Em conclusão, enquanto não houver uma desgraça qualquer, ou uma qualquer ruptura com o “statuos quo”, não passaremos disto. Porque, em boa verdade ninguém quer passar disto…

Existe, porventura, uma maneira económica, correcta, legal, educada, sensata, de se minorar o estado a que chegámos e, até, simples:

Os chefes militares (não um, mas todos – e com os restantes generais e almirantes com eles), vão ao “Comandante Supremo” e entregam-lhe um estudo de estado-maior, com várias opções, do que é possível fazer (missões a cumprir), com os meios disponíveis (informações, financeiros, pessoal, infraestruturas, armamento, equipamento, munições, etc.), com as respectivas vantagens, inconvenientes e consequências.

De seguida o Governo teria que assumir o que deseja manter e cortar e ir ao Parlamento assumir as decisões perante a população. Aliás, já há muito tempo que isto se devia ter feito.

Só os chefes militares podem provocar isto, pois não parece haver coragem nem interesse, em nenhuma força política - ou outra – em tocar no assunto.

Mais ainda, se o não fizerem, além de irem assistir ao asfixiamento da Instituição Militar (que deviam representar), e à sua desmontagem peça a peça, ainda irão ser acusados de negligência quando algo falhar no futuro, nem que seja por inanidade.

Deixem-se de frases ocas e banais e actuem. Cortar repetidamente na qualidade de vida das tropas é injusto – sobretudo perante os ganhos pornográficos dos “Mexias” cá do burgo – não resolve nada e só chateia “branco”.

Fazer nada, deixou de ser opção.

quarta-feira, 14 de março de 2012

EM DEFESA DO 1.º DE DEZEMBRO, NA SHIP

ASSEMBLEIA GERAL, EXTRAORDINÁRIA,
DA SOCIEDADE HISTÓRICA PARA A INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL
05/03/12
Começo por cumprimentar os membros dos corpos sociais e todos os consócios, agradecendo a todos a presença e, especialmente aqueles que entenderam assinar a petição para a realização desta AG extraordinária, que propus.
Devo, por isso, uma explicação a esta Assembleia.
A motivação e razão para tal iniciativa tiveram a ver com a proposta governamental para se acabar com o feriado do 1º de Dezembro (de 1640).
E não quero deixar de dizer, desde já, que considero tal proposta - infeliz e a todos os títulos lamentável – como mais um golpe desferido na independência Nacional.
Quer esta proposta se deva à ignorância, estupidez, ou obedeça a uma estratégia premeditada, o resultado é o mesmo e pesa, miseravelmente, sobre a nossa identidade e individualidade.
Não esperem de mim palavras “doces”, pois a negligência da acção política já ultrapassou, há muito, tudo aquilo que a mais ampla tolerância ou ingenuidade pode admitir!
Ora a SHIP existe – e não houve nem há outra razão para a sua existência – para defender a Soberania e independência Nacionais, lato senso e, em termos mais específicos, para combater o recorrente, insidioso e maldito, fenómeno do Iberismo, quer na sua forma externa – o que se tem que tomar como agressão imperialista – quer na sua vertente interna, cuja existência apenas pode ser tida como uma atitude de traição à Pátria.
Ora o feriado do 1º de Dezembro é o maior símbolo vivo e marcante, da mais extraordinária vitória que a Nação Portuguesa obteve perante o centripetismo hegemónico de Castela e, até, do próprio mundo inteiro.
Assume ainda foros de superior importância quanto a História de Portugal não definiu, até hoje, uma data inquestionável para a comemoração da sua independência, assumindo-se o 1º de Dezembro de 1640, senão como a data dessa efeméride, no mínimo, como a sua renovação, afirmação ou restauração, sendo este último termo que veio a designar a campanha política/diplomática /militar que durou 28 longos anos – e que se estendeu por quatro continentes e outros tantos oceanos.
Tudo isto para vir agora um governo legitimado por menos de 30% do eleitorado, propor uma barbaridade destas, que nem sequer fazia parte do seu programa de governo.
Isto é inadmissível e inaceitável e a SHIP, que se ergue altiva, desde 1861 – e que está na origem deste feriado, que é também o mais antigo de todos os existentes - e de que nós somos hoje os continuadores, esta nossa casa deve levantar-se a uma voz e em uníssono contra este disparate inominável. E deve ainda oferecer- se para liderar toda a oposição que os bons portugueses queiram, justamente, intentar.
Sem querer entrar na discussão, que parece inútil, sobre quais os feriados que se deviam acabar ou não, ou sequer se algum, direi que se poderá, no limite, acabar com todos eles, menos com dois: o 10 de Junho e o 1º de Dezembro, por razões que me parece ocioso explicitar, muito menos a esta assembleia.
Devemos estar gratos à Direcção por todos os esforços já feitos relativamente ao assunto em questão. Mas as iniciativas já realizadas não surtiram o efeito desejado, pelo que se torna necessário ir mais longe. Deveras mais longe.
E se os Corpos Sociais da SHIP saírem desta concorrida AG com um amplo apoio para darem outros passos, passam a ter uma legitimação e apoio reforçados. Daí a importância da sua realização.
Por tudo isto e porque necessitamos sair daqui com deliberações tomadas, passo a propor algumas acções a desenvolver pela SHIP, que solicito e insisto a AG a votar em bloco (por ser mais rápido), ou uma a uma.
A Assembleia Geral da SHIP mandata a Direcção:

-- Para mobilizar o maior número de sócios da SHIP a fim de contrariarem, por todas as formas possíveis, tal desígnio;

-- Para solicitar, de imediato, audiências aos PR, PM, Presidente da AR, Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Grupos Parlamentares, CEMGFA (e outras entidades que entender necessárias), a fim de lhes expor o mais vivo repúdio por esta iniciativa governamental;

-- Para formular, desde já, um comunicado público, em que se repudia – nos termos mais firmes – a abolição do feriado do 1º de Dezembro (de 1640), aduzindo as respectivas razões, a fim de ser distribuído a todos os órgãos de comunicação nacional e regional;

-- Para aproveitar o comunicado para o transformar num pequeno desdobrável, muito simples e barato, que possa ser distribuído, aos milhares, em todo o País;

-- Para distribuir autocolantes com a frase “Não ao fim do Feriado do 1º de Dezembro”;

-- Para contactar o maior número possível de Instituições/Organizações Nacionais, cujos estatutos prossigam objectivos patrióticos, no sentido de acompanharem a SHIP, no repúdio por esta ideia de Lesa Pátria;

-- Para prosseguir com a petição nacional contra a medida;

-- Para preparar (havendo viabilidade) uma marcha de protesto entre o Palácio da Independência e o Terreiro do Paço que finalizaria com um simulacro de Defenestração, um discurso patriótico e cantar-se o Hino da Restauração e o Hino Nacional;

-- Para organizar uma presença, de protesto, nas galerias da AR, aquando da discussão desta malfadada proposta;

-- Para organizar uma outra petição em que os subescritores se comprometem a não votar nos Partidos que votarem favoravelmente semelhante aberração antinacional;

-- Para incentivar os membros dos corpos sociais em particular e os restantes sócios, em geral a intervirem nos “média”, relativamente a esta questão;

-- Para contactar a RTP1 propondo a realização de um prog rama “Prós e Contras” sobre este assunto e, ainda a RTP2 programa “Sociedade Civil”;

-- Para fazer uma declaração solene de que a SHIP jamais baixará os braços qualquer que seja a decisão final, jamais deixará de lutar para a reposição do feriado caso seja abolido – o que Deus não permita – e jamais deixará de promover a celebração de tão gloriosa data, enquanto houver um dos seus sócios que seja sobrevivo (esta declaração deverá acompanhada de um abaixo assinado dos sócios da SHIP comprometendo-se nesta declaração);

-- Para tomar as medidas de emergência adequadas em termos de organização temporária para fazer face a esta situação inusitada (que não devia passar pela cabeça de nenhum verdadeiro português, muito menos por responsáveis do Estado), e de recolha de fundos necessários à execução da estratégia delineada.

Caros consócios o tempo urge!
Viva o 1º de Dezembro!
Viva Portugal!
O Sócio Proponente (2581)
João José Brandão Ferreira
(Membro do Conselho Supremo)

Vá a www.ship.pt ou a http://catia.batista.biz
e assine o manifesto pelo 1.º de Dezembro

O GOVERNO, A TAP E AS EXCEPÇÕES À LEI

Imaginem os leitores que são pilotos numa qualquer empresa de aviação, ou mesmo na Força Aérea, e que a respectiva liderança determina que todos os pilotos têm que fazer, por ano, “X” horas de voo para poderem usufruir de um dado número de regalias/direitos.
Logo de seguida, por uma razão ou por outra, essa mesma liderança desata a abrir excepções, lançando o caos na argumentação normativa, gerando a injustiça relativa e dando um patético exemplo de incoerência e demagogia, a toda a prova. 
Mal ou bem comparado, é isto que se está a passar com a introdução de critérios diferentes no regime das empresas públicas face aos sacrifícios exigidos a toda a população, originados na desgovernação que já leva décadas.
E apetece arremessar objectos contundentes ao ministro Relvas – um aparente misto de Silva Pereira e Armando Vara, do PSD – quando, com a maior desfaçatez, vem dizer que não há “excepções” mas sim “adaptações” e que, no fim, vai tudo dar ao mesmo. Mas, se assim é, qual a necessidade das mesmas? E porque já há mais duas empresas a pedir excepções, a NAV e a ANA?
Enfim, vamos saltando de trapalhada politica em trapalhada moral e só há uma conclusão a tirar: não estamos a lidar com gente séria e não se pode confiar neles um minuto que seja!
Foi dado como argumento para a “adaptação” da TAP – ficamos a aguardar a argumentação relativa à CGD e ao Banco de Portugal – a concorrência do mercado e a futura privatização da companhia (que, aliás ninguém quer discutir se deve fazer ou não…).
A mim parece-me mais uma falácia para esconder a cobardia miserável e reiterada, com que os sucessivos governos têm encarado as ameaças recorrentes de greves…
Os dois principais óbices relativamente à privatização da TAP não têm, também, nada a ver com a argumentação aduzida: eles centram-se no elevadíssimo passivo – coisa de que ninguém fala - e na existência de sindicatos que podem fazer a vida negra aos eventuais compradores.
Ora enquanto estes problemas (havia o do desregramento financeiro, que terá frustrado a quase conseguida parceria com a Swissair, mas a que a actual administração tem vindo a pôr em ordem), não forem resolvidos, o governo só consegue vender a TAP pelo valor simbólico de um euro e ainda vai ter que oferecer muitas “caixas de robalos”, para o conseguir (vide o caso BPN).
Por outro lado se o governo pensa ganhar tempo com esta atitude, para compor o ramalhete da privatização, desengane-se. Lembro que o sindicato dos pilotos (a que se podem juntar outros), já fez as costumeiras ameaças, caso a privatização não se faça segundo os seus desígnios, baseados num misterioso acordo – que ninguém conhece – feito ao tempo do actual salva vidas Guterres, quando PM… 
O governo há muito tempo que devia ter fechado a TAP e aberto outra companhia no dia seguinte, e com regras distintas, já se vê. Algo parecido com o ocorrido com a Swissair e a Sabena.
Assim não vai lá: está prisioneiro de “chantagens” impossíveis e o País com ele. Sem embargo o caso da TAP está longe de ser o único.
Depois tem que alterar as leis do trabalho que estão desequilibradas, transportam ideologia e geram a conflitualidade.
Para mudarem isto (e muito mais), têm que fazer uma nova Constituição para o País (já que a actual é a pior, desde a de 1822), que é o principal ferrolho que impede Portugal de voltar a ser.…Portugal.
Convém, ainda, regular, rapidamente, o regime de estado de sítio e de emergência, áreas de que esta rapaziada política tem fugido como o demo da Santa Cruz.
E neste contexto existe outra lacuna grave – além de ser uma injustiça a que as chefias militares já deviam ter posto cobro – que é a falta de equivalência das qualificações dos controladores aéreos militares, aos civis. Injustiça ciosamente mantida…
Portanto, se os sindicatos da TAP quiserem fazer greve, deixem-nos fazer. A coisa resolvia-se por si; aumenta o prejuízo? Mas o que é que isso representa no oceano do passivo? Ao fim de uma semana a opinião pública estaria toda contra eles e as pessoas, hoje em dia, têm muitas outras alternativas para viajarem. Já foi tempo em que a TAP era monopólio…
Os próprios trabalhadores da TAP ficariam divididos já que estou em crer que a maioria deles são pessoas de bem e se sentiriam envergonhados com mais esta situação de “excepção”, face à miséria e desintegração do País.
Curiosamente não se ouviu, até agora, qualquer central sindical colocar-se contra esta abdicação governamental, geradora de iniquidade social e política.
Já não se consegue encontrar um único político que não troque Princípios por conveniências de momento, não ceda à mais baixa demagogia ou ao apelo da ditadura dos votos e mais uma série de coisas que nós não gostamos de ver nas pessoas que convidamos para a nossa mesa.
Há muito, muito tempo, perdi o respeito pela generalidade da classe política. Agora já entrei na fase do nojo. Isto mete nojo.

sexta-feira, 2 de março de 2012

MANIFESTO PELO 1.º DE DEZEMBRO

Caro(a)s amigo(a)s e patriotas,

Na próxima segunda-feira, dia 5 de Março, realiza-se a Assembleia Geral Extraordinária da Sociedade Histórica da Independência de Portugal (SHIP) que se ocupará do assunto. A reunião está marcada para as 15:30 horas no Palácio da Independência, em Lisboa (ao Rossio).

A Sociedade Histórica da Independência de Portugal terá o maior prazer em que, como observadores convidados, assistam a esta reunião todo(a)s aquele(a)s que, não sendo sócio(a)s da SHIP, já assinaram o Manifesto e desejem também assistir. Se puder estar presente, é muito bem-vindo(a).

Ainda quanto à subscrição do Manifesto, disponível AQUI:
podem assiná-lo, enviando a informação abaixo para o email do deputado José RIBEIRO E CASTRO jrcastro@cds.parlamento.pt

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