terça-feira, 27 de julho de 2021

Lista dos Crimes do herói Otelo

 

   A Capela da Academia Militar está hoje conspurcada, bem como a memória de todos aqueles que, desde 1837, foram formados naquela casa.
    O Estado e a Nação deviam pintar a cara de preto.

    BF

 

 

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sábado, 24 de julho de 2021

INCÊNDIOS FLORESTAIS: MAIS UMA MENTIRA DE ESTADO!

 


INCÊNDIOS FLORESTAIS: MAIS UMA MENTIRA DE ESTADO!

 

23/7/21

                                                         “A tolerância chegará a tal ponto,

                                                           que as pessoas inteligentes serão

                                                          proibidas de fazer qualquer reflexão,

                                                          para não ofender os imbecis”.

                                                                         Dostoiéiski

 

            Já tinha prometido a mim mesmo não escrever nada mais sobre incêndios florestais. Já são mais de 10 intervenções ao longo dos últimos 15/20 anos.

            Tudo o que tenho dito tem caído em saco roto, naturalmente por me recusar a ver as coisas pelo lado politicamente correcto e no mais das vezes mentiroso e efabulado.

            Mas as coisas não melhoram. Será prova de que estou certo?

            E isto apesar de se gastar milhões e milhões de euros todos os anos nas mais diversas iniciativas, cujo único objectivo é levar as pessoas a votarem em quem está no Poder. Não em resolver qualquer problema. Mesmo assim com inacreditáveis trafulhices pelo meio como ilustrado pelos casos das “golas”, “Siresp”, ajudas às vítimas, “drones”, etc.. Um etecetera e blá, blá, extenso.

            Aliás a única coisa que se sabe fazer (além do mais, é fácil) quando há um problema, é ver quem atira mais dinheiro para cima do mesmo; nunca há a mais pequena intenção de descobrir e atacar as causas dos problemas, quanto muito actuar sobre os efeitos.

            Jamais, deste modo, se resolverá alguma coisa. Acresce a isto a dificuldade em atinar com uma organização adequada (idem para o recrutamento e preparação) da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), que ainda representa uma pequena “babilônia”.

            Ora o fulcro de tudo o que tenho escrito relaciona-se com a insistência de que 99% dos incêndios florestais (se não for 99% é 98) tem origem humana e divide-se em acidente/negligência ou acções dolosas.

            Estas são as origens, as causas dos incêndios, o resto são situações que podem agravar ou não os fogos. Mas estes têm primeiro de deflagrar.

            Mas a comunicação social, com os políticos e os comentadores à cabeça, acompanhados por numerosos “técnicos” e “especialistas”, continuam a vender a ideia de que os fogos são causados pelas “alterações climáticas”; a “falta de limpeza das matas”; a “dificuldade de acessos”; a “composição arbórea”; o “reordenamento do território”; a “desertificação do interior” e mais meia dúzia de temas bondosos (tirando o das alterações climáticas) e que haverá vantagem em tratar concertadamente.

            Mas a questão é que todas estas coisas, que têm sido repetidas “ad nauseum” (como as imagens televisivas dos fogos), não são as causas dos incêndios. Ou seja, não são causa da sua ignição. Será assim tão difícil de perceber isto?

            As causas da ignição, nos tais 99% dos casos (ou 98) estão nas mãos que ateiam os fogos, ou por descuido ou por dolo.

            A lista de um e de outro é extensa.

            No primeiro âmbito podemos englobar o “campista” distraído ou negligente, que faz fogo onde/como não deve; os que deitam as beatas mal apagadas para o chão; curto-circuitos; queimadas mal feitas; fagulhas da actividade ferroviária; acidentes com viaturas ou aeronaves, ou equipamento circulante vário, que por alguma razão resulte fogo; artefactos pirotécnicos em festas e romarias, indevidamente usados, bem como fenómenos ocorridos em cabos (condutores) elétricos (aéreos), que originem descargas, conhecidas como “arcos elétricos”, etc..

            Nos segundos podemos englobar um vasto campo de actividades que podem não ter escrúpulos em actuar dolosamente, como sejam, interesses imobiliários, indústria madeireira e de papel, vinganças pessoais, e da própria indústrias/empresas fabricantes/operadoras de material combate a incêndios (viaturas, aeronaves, fatos, equipamento de protecção, mangueiras, etc.), que movimentam muitos milhões. Ou seja, é um grande negócio.[1]

            Para já não falar dos desequilíbrios do foro psiquiátrico que levam muitos cidadãos (incluindo do lado de quem combate os incêndios, pois não estão imunes a isto), a provocar fogos pelo “prazer” que tal lhes dá.

            Por aqui se vê facilmente que as prioridades de quem diz querer combater a praga desgraçada dos incêndios florestais, que tem causado incontáveis dramas humanos e prejuízos materiais ao país, no seu todo, estão perfeitamente desfasadas da realidade.

            A prevenção deve começar na escola, mas não chega, tem que haver uma maior vigilância das áreas florestais, bem como dos sectores que podem ser acidentes potenciais; a malha policial, da Segurança Social, da ANEPC e das Autarquias tem que ser apertada para serem detectados possíveis casos de marados mentais e possíveis acções de vingança por desavenças várias, etc. A legislação deve ser mudada para dissuadir os actos dolosos, limitar os estragos ou negócios ilícitos.

            Finalmente quem for condenado por acto criminoso tem que ser reprimido e castigado à bruta, pois só assim se poderão dissuadir novos casos.

            O que acabo de dizer teve recentemente dois exemplos evidentes, falo do fogo nas martirizadas Serras de Monchique e da Sertã.

            O primeiro, tudo leva a crer, que tenha origem em acidente por ligação elétrica improvisada, em local de acampamento ilegal. O país começa a estar cheio de párias; ex-hippies” europeus; gente que pretende viver isolada do mundo e migrantes desgarrados que por aí andam, para já não falar nas famílias de etnia cigana que acampam por todo o país, sobretudo no Alentejo e que provocam lixeiras a céu aberto em todos os locais por onde passam (as Forças de Segurança olham para o lado - pudera, tiraram-lhes a autoridade, e são enxovalhadas frequentemente pela tutela e na Comunicação Social - ou fecham os olhos – pois aparentemente, são as ordens que têm). E lá se foram mais 600 hectares de verde, fora a destruição material nas poucas casas que restam e no sector primário. A gente paga e atura.[2]

            O caso pior ocorreu na Sertã, desta vez a PJ (há décadas que os fogos ocorrem, porque será que só há poucos anos a Polícia Judiciária passou a dar mais atenção ao fenómeno doloso?) prendeu um incendiário recorrente (pelos vistos já tinha activado 16 grandes fogos em anos anteriores), um engenheiro eletrotécnico que construía artefactos para ignição remota de incêndios. Um espanto.

            Diria que o meu excelso concidadão, só pode ser tarado ou criminoso; sendo criminoso (e sendo tarado, não o exclui deste epíteto) convinha apurar se alguém lhe pagava e porquê!

            Enquanto isto, o Senhor Primeiro Ministro, discursava, na Pampilhosa da Serra, no passado dia 19/7, na apresentação dos 615 milhões de euros, do “Plano de Recuperação e Resiliência” (os nomes que inventam…) para a floresta, dizendo que o que era preciso era “mudar a paisagem”. E mais algumas baboseiras.

            Como se pode respeitar um personagem (político) deste jaez?

            A negação das evidências instaurou mais uma mentira de Estado.

 

 

 

                                                           João José Brandão Ferreira

                                                           Oficial Piloto Aviador (Ref.)



[1] A propósito, o que se sabe de eventuais consequências, de uma reportagem (creio que da TVI), que passou nas pantalhas na sequência do pavoroso incêndio ocorrido no Pinhal de Leiria, em 15 de Outubro de 2017, onde apareciam pessoas aparentemente a combinar a acção dolosa? Foi tudo arquivado pelo Ministério Público? Se as imagens eram falsas, a estação televisiva foi “incomodada” pelo facto? Recorda-se que arderam 86% daquela centenária mata nacional, mandada plantar pelo preclaro Rei, Senhor D. Dinis.

[2] Um fenómeno semelhante ocorreu há poucas semanas, num prédio da rua Morais Soares, em Lisboa – conhecida pela rua onde vive mais gente de diferentes nacionalidades, em todo o país – cheia de “imigras”, “ocupas”, drogados (que vai por ali abaixo até à Mouraria) e fauna vária. É claro que ficaram sem casa, foram albergados na Misericórdia, e sobre o caso recaíu de imediato, um já pouco estranho silêncio.

segunda-feira, 19 de julho de 2021

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Por ti, Portugal, eu juro!

 https://youtu.be/_OH1tomSFKA

 

 


   Quando é que vamos admitir a vergonha que fizemos e onde estamos? O erro em que caímos?
   Assumir a maior e mais vergonhosa derrota de toda a nossa História?
   Quando se passará a falar verdade sobre a nossa História recente?
   Quando mudará o discurso político e os livros de História para a verdade dos factos e das intenções?
   Quando se deixará de louvar traidores, desertores, ignorantes e tresloucados? E, sobretudo, adesivos oportunistas?
    Sem isso não haverá redenção e jamais seremos novamente um país.
     Lamento muito.
    Brandão F.

 

sábado, 10 de julho de 2021

A CARTA DE MONIZ BARRETO E A ACTUAL REFORMA DAS FORÇAS ARMADAS

 


A CARTA DE MONIZ BARRETO E A ACTUAL REFORMA DAS FORÇAS ARMADAS

9/7/21

    Um extracto de carta que é muito mais que uma carta…[1]

    Ei-lo:

    Durante os três anos em que fui instrutor na Academia da Força Aérea, distribui-a aos cadetes, tentando explicar-lhes o fundamento, no âmbito das minhas atribuições. Não parece que tenha tido grande sucesso.

    “… Senhor, umas casas existem no vosso reino onde homens vivem em comum, comendo do mesmo alimento, dormindo em leitos iguais. De manhã a um toque de corneta se levantam para obedecer. De noite, a outro toque de corneta se deitam, obedecendo. Da vontade fizeram renúncia como da vida. Seu nome é sacrifício. Por ofício desprezam a Morte e o sofrimento físico. Seus pecados mesmo são generosos, facilmente esplêndidos. A beleza das suas acções é tão grande que os poetas não se cansam de a celebrar. Quando eles passam na rua juntos, fazendo barulho, os corações mais cansados sentem estremecer alguma coisa dentro de si. A gente conhece-os por militares: eu cá lhes chamo padres.

    Padres de religião augusta, a única possível nos dias de hoje: a do civismo. Por essa divina humildade que os faz semelhantes a coisas eles se levantam acima dos outros homens. Corações mesquinhos lançam-lhe em rosto o pão que comem como se o cobre do pré pudesse pagara Liberdade e a Vida. Publicistas de vista curta acham-nos caros de mais, como se alguma coisa houvesse mais cara que a servidão. Eles, porém, calados, continuam guardando a nação do estrangeiro e de si mesma. Pelo preço da sua sujeição eles compram a Liberdade para todos, e a defendem da invasão estranha e do jugo das paixões. Se a força das coisas os impede agora de fazer em rigor tudo isto, algum dia o fizeram, algum dia o farão. E desde hoje, é como se o fizessem. Porque por definição o homem de guerra é nobre. E quando ele se põe em marcha à sua esquerda vai a coragem e à sua direita a disciplina.

    E por isso vos direi: vire Vossa Majestade a sua cara para o soldado. É ainda o mais seguro e o mais barato. Quem sabe entender os políticos? Quem pode fartar os banqueiros? Mas o soldado a esse qualquer lhe fala. E com pouco se contenta. Um bocado de pão, umas fitas, quatro palavras ditas com alma e através das quais sinta que é amado. Naturalmente são leais. Não é preciso intrigar para os conduzir. A dissimulação, a mentira, a calúnia, que são a lei da concorrência activa e o suplício das almas nobres lançada ao tremedal da vida, nos quartéis tornam-se inúteis, e até danosas. O homem da guerra tem a veracidade do forte. E do forte tem também a fidelidade. Os soldados são constantes. Eles foram os únicos que não traíram Napoleão. Quem se apoiar nesse bordão, confiadamente pode fazê-lo. Nem receie que se quebre ou se converta em serpente.”

                        Extracto de uma carta escrita, em 1893, por Moniz Barreto, a El-Rei D. Carlos I.

    O Rei D. Carlos – que foi um grande monarca e estadista – enredado nos meandros da malfadada política dos Partidos Políticos do “Liberalismo” (política que tinha virado mole, desnacionalizada e corrupta), não quis, diria melhor, não conseguiu, seguir os conselhos de Moniz Barreto.

    Os resultados são conhecidos e terminaram com o infame assassinato do próprio Rei e do seu filho primogénito e, por pouco, da restante Família Real. Dois anos depois era a própria Monarquia que soçobrava pela acção deletéria, subversiva e muito pouco democrática, do Partido Republicano.

    Parte da Armada colaborou no derrube da Monarquia Portuguesa e o Exército (ambos infiltrados pela Carbonária), simplesmente deixou-a cair.

    Monarquia que o Exército e Armada (todos os seus membros) tinham jurado defender.

    Não admira, pois, que um militar como Mouzinho de Albuquerque tenha metido uma bala na cabeça, antes de a desgraça ter lugar...

    Antes tivesse metido a bala na cabeça de outrem. Talvez se tivesse salvado a si e ao país…

    Estas coisas vão acontecendo de quando em vez. Afinal, a nível do comportamento humano, raramente se aprende seja o que for.

    Parece que se vai começar a comemorar com grande antecedência e fita de tempo alongada, com escândalo vário, a perpetuidade de erros que nos são comuns nos últimos 200 anos (Refiro-me à aprovação da actual reforma da estrutura superior das Forças Armadas e à comemoração do jubileu do 25 A).

    É duro, é triste e é lamentável.

 

                                       João José Brandão Ferreira

                                       Oficial Piloto Aviador (Ref.)



[1] Guilherme Joaquim de Moniz Barreto (Goa, 1863 – Paris, 1896), foi um jornalista e crítico literário, que morreu precocemente (33 anos), tendo a sua obra dispersa, sido recolhida, mais tarde por Vitorino Nemésio (“Ensaios de Crítica Literária”) e por José Castelo-Branco Chaves (“Estudos Dispersos” – de onde o texto foi retirado). Considerado um analista arguto da realidade portuguesa de então, distinguiu-se por tentar introduzir uma via científica na crítica literária e uma abordagem positivista ao estudo da literatura portuguesa. Conviveu com algumas personalidades da chamada “geração de setenta”, cujos intentos e acções, bem conheceu e bem caracterizou em muitos dos seus escritos.