“Quem está no convento é que sabe
o que lhe vai dentro”
“Quem não tem vergonha, todo o
mundo é seu”
Provérbios portugueses
Nas “centenas “ de análises já
efectuadas sobre a crise, vindas de todos os quadrantes de pensamento, já se
chegou a um entendimento genérico – embora não se tenham feito sínteses de
conhecimento e apreciações globais da situação – das causas porque estamos na
actual fossa económico- financeira, que tem a sua origem mais funda, no
desregulamento moral generalizado.
Apesar das torrentes de lucubrações
vertidas em papel, imagem e som – e vamos ater-nos ao que se passa nesta zona
mais ocidental da Europa, aliás distinta da “Europa do Sul”, onde à viva força
nos querem incluir…), dois aspectos existem que não foram devidamente
individualizados e explicitados.
São eles os negócios e os ciclos
eleitorais.
A noção de que as pessoas que
ocupam, sempre transitoriamente, os cargos do poder político, nomeadamente o
PR, o Governo, o Parlamento e as Autarquias, estão lá para cuidar da
“Respública” e para servir a causa pública, é uma noção que deixou de
existir, de se ensinar, muito menos de se levar a sério.
Nalguns casos até nem suscita
mais do que um sorriso irónico-sarcástico…
O que norteia a maioria da classe
política aparenta ser os negócios. Ora nada melhor para os negócios, do que se
poderem sentar à mesa do orçamento e ter as “chaves” na mão para poder decidir
segundo as conveniências.
Face aos negócios (e negociatas)
tudo o resto passa a segundo plano – até porque a ignorância da generalidade
dos candidatos a políticos sobre uma quantidade de saberes que lhes são
fundamentais, é notória.
Ora estando a prioridade voltada
para os negócios, melhor dizendo, as negociatas, que tempo resta para governar,
isto é, definir as grandes linhas de orientação política e estratégias para as
implementar, harmonizando-as?
Em síntese fazer um pouco pela
Segurança, Justiça e Bem-Estar (por esta ordem) que representam as funções
“clássicas” do Estado, sendo para isso que são eleitos e se lhes paga!
Sem embargo, nada melhor do que
um negociozinho para amenizar a maçada da governação!...
Se alguma coisa a população ainda
beneficia com este regime advém das promessas eleitorais, embora pouco, como
iremos ver.
E assim entramos na questão dos
ciclos eleitorais que fazem parte das despesas da Democracia (há quem lhes
chame custos).
As eleições passaram a ser o
cerne do sistema, pois é onde se consegue a tão almejada “autoridade
democrática”, que justifica a outorga do Poder, em vez de serem apenas o elo
final em que a governação é aferida e as elites políticas se renovam.
Para se fazerem negócios
(chorudos), todavia, é necessário estar no Poder e para estar no Poder é
preciso ganhar eleições.
Acresce que estas são, nada mais,
nada menos, do que cinco, e com prazos intercalares curtos (e que as crises
políticas ainda fazem proliferar), a saber:
Para a PR (cujo inquilino passa a
dizer que é de todos os portugueses, o que quase ninguém leva a sério); AR, (de
onde se forma o Governo, e nas quais os eleitores conhecem o chefe do partido e
pouco mais); Autarquias (principal viveiro de “boys e girls”) e, ainda, para um
edifício algo indefinido, em Estrasburgo, que toma o nome de Parlamento Europeu
(uma espécie de armazém de “boys e girls”, onde estes “estagiam”, ganham
dinheiro, servindo fundamentalmente para enviar gente a quem se quer dar um
rebuçado, ou ver longe).
E que custa aos europeus, os
olhos da cara.
Para o “sempre em festa” ficar
completo, não podemos deixar de lembrar as eleições dentro de cada Partido e
respectivas campanhas eleitorais.
Este verdadeiro “filme de terror”
é suficiente, por si só, para nos fazer querer emigrar para a Polinésia!
Concluindo, o tempo que resta
fora do tratamento dos negócios – que se espraia ainda na blindagem do sistema
(sobretudo a independentes); fazer leis a corte e costura e estabelecer redes
de tráfico de influências, que passam geralmente por instituições financeiras,
escritórios de advogados e empresas públicas – é gasto em campanha eleitoral.
Esta espécie de circo está quase
montado em permanência, o que origina uma cacofonia indigesta à qual já ninguém
liga, acredita e suporta.
Eis pois, em toda a sua
verdadeira grandeza, os dois grandes assuntos em que a classe política se
esgota e, por isso, simplesmente não governa.
Congeminou-se a figura do PR com
poderes semelhantes a um Rei constitucional – mas sem sequer as vantagens deste
– o qual passa a vida a desculpar-se de que não pode fazer nada, apesar de,
“agora”, saber tudo como deve ser feito, sem que, no entanto, o tivesse feito
quando tinham poderes para tal…
Um espanto.
Como é tudo democrático –
imaculada palavra esta – está tudo bem, portanto. E praticamente ninguém quer
discutir seja o que for - presumo que já tenham reparado - o que representa a
negação da própria essência do conceito!
Enfim, bem se ouve a “vox populi”,
“eles não estão lá para governar mas para se governarem”.
Ainda dizem que o povo é quem
mais ordena.
2 comentários:
Obrigado pela sua lucidez.
Saiba que não está sozinho.
Um abraço!
Não se Governa, porque em Democracia é IMPOSSÍVEL fazê-lo. A democracia nunca pretendeu governar nada, nem ninguém, mas sim escravizar o povo, enquanto a classe dominante viveria confortavelmente às custas dos escravos.
Se o POVO PORTUGUÊS soubesse um pouco da história do mundo e sobretudo, do seu próprio país, só dos últimos 200 anos, talvez percebesse que, sem o Estado Novo, Corporativista (e não fascista), talvez já não existisse Portugal!?
Pois, antes do Estado Novo (1933-1974) e da Ditadura Militar e Nacional (1926-1933), Portugal VIVEU 92 anos em DEMOCRACIA (1834-1926)!!!
A democracia foi implementada pela FORÇA das ARMAS ESTRANGEIRAS da Quadrupla-Aliança, CONTRA a VONTADE do POVO português em 1834!!!
E, a partir dessa triste data, foi SEMPRE A ROUBAR E DESTRUIR O PAÍS. Retiraram ao POVO o poder que este sempre tivera de se governar a si mesmo nos Municípios. Acabaram com os últimos vestígios da Monarquia em 1910 e uma sucessão de roubos, assassinatos e destruição (pois todos queriam o PODER ABSOLUTO para roubar mais e melhor), levou a que o Presidente da República José Mendes Cabeçadas implementasse a DITADURA MILITAR (1926-1928) para PARAR A DESTRUIÇÃO e o ROUBO!!!
Seguiu-se-lhe Óscar Carmona com a Ditadura Nacional (1928-1933) que, nesse ano de 1933 dá início ao ESTADO NOVO Corporativista (1933-1974) e entrega o poder ao Professor Doutor António de Oliveira Salazar para que este TENTASSE SALVAR O QUE RESTAVA DE PORTUGAL.
E assim foi feito, Salazar recupera a economia nacional, paga as dívidas e começa a amealhar aquela que viria a ser a segunda maior reserva de ouro mundial. Em Abril de 1974, o Estado Português detinha no Banco de Portugal, 50 MILHÕES de CONTOS em dinheiro. 866 Toneladas de Ouro.
Possuía ainda, à parte de Portugal Continental os Territórios Ultramarinos de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabinda, Cabo Verde, São Tomé, Príncipe, Timor-Leste, Macau, Madeira e Açores. A economia CRESCIA 11,5% ao ANO, não devia NADA a ninguém e o desemprego era quase virtual.
43 anos de DEMOCRACIA depois, o que tem Portugal e o seu povo!??
Fomos espoliados das maiores parcelas de terreno que possuíamos, DESAPARECERAM quase 500 toneladas de Ouro, o dinheiro desapareceu TODO. Incluindo os milhões que vieram da C.E.E. durante anos a fio. E temos miséria e dívidas "para dar e vender", tanto assim que até os recém-nascidos já vêem a dever cerca de € 24.600,00 ao Estado Português absolutista-democrático. :(
- Dirão os bebés: «Então mas eu só abri os olhos e inspirei uma só vez, como posso já dever € 24.600,00!?? Responde o Ministro das Finanças: Shiuu, PAGA e CALA-TE JÁ!!!».
EM SUMA, se a democracia fosse algo de bom, NUNCA TERIA SIDO NECESSÁRIO o Estado Novo Corporativista para salvar o país dos 92 anos de democracia em que Portugal viveu desde 1834 até 1926!!!
Mas, como o POVO NÃO ESTAVA SATISFEITO, concordou em dar, pelo menos mais 92 anos à Maçonaria, para ROUBAR e ESCRAVIZAR todo um país e um povo!!! :(
Não desesperem, JÁ SÓ faltam mais 49 ANOS!!! :(
-LOUCURA, É REPETIR OS MESMOS ERROS VEZES SEM CONTA E ESPERAR RESULTADOS DIFERENTES DE CADA UMA DESSAS VEZES.
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