sábado, 15 de julho de 2017

DESCOLAGEM PARA O ÚLTIMO VOO: General Casimiro de Jesus de Abreu Proença – Presente!



 DESCOLAGEM PARA O ÚLTIMO VOO:
General Casimiro de Jesus de Abreu Proença – Presente!

14/07/17

                                                                      “O homem é o homem e a sua circunstância”
                                                                                                Ortega y Gasset

     A “minha” Força Aérea (FA) está a desaparecer.
     Isto é, a FA onde fui formado e que conheci - mas que nunca conhecemos no seu amplexo mais amplo...
     No caso vertente os homens com quem privei (já não fiquei para conhecer as mulheres…), ou seja as pessoas que fazem as Instituições.
     Sem embargo das Instituições serem muito mais do que as pessoas que as constituem em cada momento, pois transportam consigo o cadinho do trabalho e do espírito de todos os que antecederam os contemporâneos, e as projectão no futuro.
    Numa palavra estão antes delas e para além delas.
    O General Casimiro Abreu Proença, ontem falecido com a provecta idade de 86 primaveras foi um dos oficiais que deixou uma boa marca na Instituição FA, não a desmereceu e passou o testemunho positivamente aos vindouros e ao País.
    Digo isto pois tive o grato gosto de o conhecer – apesar de já num estágio avançado da sua carreira – e de o comprovar.
    Razão porque estou aqui a atestá-lo e, se me permitem, a homenageá-lo.
    O “nosso” General teve uma carreira típica e “pura” dentro do Ramo que escolheu (e foi aceite!) entrar, em 1949, tendo feito o seu tirocínio nos EUA, na prática a única saída do país para uma estadia no estrangeiro, que efectuou, numa altura em que estas “comissões” eram raras.
    Fez toda a sua carreira subindo a pulso a cadeia hierárquica dos postos, funções e das qualificações, tendo por pano de fundo a aviação de transporte (Noratlas, DC-4, C-54, DC-6 e B-707) sem embargo de ter sido “caracol” (instrutor na esquadra de instrução complementar, equipada com T-33).
    Ilustrou a sua existência com duas comissões nos teatros de operações de Angola e Moçambique, em operações reais de combate, na defesa da Pátria.
    Esteve do lado (certo) das forças sãs, na defesa da Nação e do Estado, durante a louca aventura que se seguiu ao 25 de Abril de 1974 e foi um dos “vários braços” que a nova chefia da FA – que por especial graça divina, recaiu no General Lemos Ferreira – teve a sorte e o saber de encontrar para projectar o futuro da FA, que esteve em sério risco de desaparecer.
    O General Abreu Proença era uma pessoa simples e directa e, apesar de não possuir o dom da palavra, conseguia dizer tudo o que queria e fazer-se entender sem ouropéis de frases redondas.
    Foi um operacional e nunca foi um “político”. Era leal e nunca se pôs em bicos dos pés.
    Era humano e não consta que alguma vez se tenha desonrado.
    A FA deve preservar a sua memória.
    Deixa saudades a quem o conheceu; a mim, seguramente deixa.
    Meu General estou certo que efectuará uma suave aterragem no seio da nossa Padroeira, Nossa Senhora do Ar.


                                           João José Brandão Ferreira
                                               Oficial Piloto Aviador

3 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro Brandão Ferreira, antes do mais manifesto o meu pesar pela passamento de mais um nosso compatriota.

Queira pf notar, que me parece incorrecto o nome do falecido, porquanto nos idos de 1994, quando pessoalmente o contactei por via postal (e posteriormente registei no meu arquivo), era de seu nome completo Casimiro José Pinto de Abreu Proença (nascido em 29Nov1930 e àquela data de contacto residente no Algueirão.

Um abraço, do
Abreu dos Santos

Anónimo disse...

pf ignore (anule) o meu anterior 'comment' (lapso de m/arquivo).
Obg.
Abraço
Abreu dos Santos

Anónimo disse...

Como familiar do falecido, agradeço as palavras amáveis sobre o Casimiro. Folgo em saber que ainda e lembrado pelos colegas, que tanto estimava.