sábado, 25 de fevereiro de 2017

ACORDO ORTOGRÁFICO - JOSÉ MANUEL FERNANDES - DE RIR ATÉ ÀS LÁGRIMAS

Está cinco estrelas!




   Tem-se falado muito do Acordo Ortográfico e da necessidade de a língua evoluir no sentido da simplificação, eliminando letras desnecessárias e
acompanhando a forma como as pessoas realmente falam .
Sempre combati o dito Acordo mas, pensando bem, até começo a pensar que este peca por defeito. Acho que toda a escrita deveria ser repensada, tornando-a mais moderna, mais simples, mais fácil de aprender pelos estrangeiros .
Comecemos pelas consoantes mudas: deviam ser todas eliminadas .
É um fato que não se pronunciam .
Se não se pronunciam, porque ão-de escrever-se ?
O que estão lá a fazer ?
Aliás, o qe estão lá a fazer ?
Defendo qe todas as letras qe não se pronunciam devem ser, pura e simplesmente, eliminadas da escrita já qe não existem na oralidade .
Outra complicação decorre da leitura igual qe se faz de letras diferentes e das leituras diferentes qe pode ter a mesma letra .
Porqe é qe "assunção" se escreve com "ç" "ascensão" se escreve com "s" ?
Seria muito mais fácil para as nossas crianças atribuír um som único a cada letra até porqe, quando aprendem o alfabeto, lhes atribuem um único nome.
Além disso, os teclados portugueses deixariam de ser diferentes se eliminássemos liminarmente o "ç" .
Por isso, proponho qe o próximo acordo ortográfico elimine o "ç" e o substitua por um simples "s" o qual passaria a ter um único som .
Como consequência, também os "ss" deixariam de ser nesesários já qe um "s" se pasará a ler sempre e apenas "s" .
Esta é uma enorme simplificasão com amplas consequências económicas,designadamente ao nível da redusão do número de carateres a uzar.
Claro, "uzar", é isso mesmo, se o "s" pasar a ter sempre o som de "s" o som "z" pasará a ser sempre reprezentado por um "z" .
Simples não é? se o som é "s", escreve-se sempre com s. Se o som é "z" escreve-se sempre com "z" .
Quanto ao "c" (que se diz "cê" mas qe, na maior parte dos casos, tem valor de "q") pode, com vantagem, ser substituído pelo "q". Sou patriota e defendo a língua portugueza, não qonqordo qom a introdusão de letras estrangeiras.
Nada de "k" .Ponha um q.
Não pensem qe me esqesi do som "ch" .
O som "ch" será reprezentado pela letra "x".
Alguém dix "csix" para dezinar o "x"? Ninguém, pois não ?
O "x" xama-se "xis".
Poix é iso mexmo qe fiqa .
Qomo podem ver, já eliminámox o "c", o "h", o "p" e o "u" inúteix, a tripla leitura da letra "s" e também a tripla leitura da letra "x" .
Reparem qomo, gradualmente, a exqrita se torna menox eqívoca, maix fluida, maix qursiva, maix expontânea, maix simplex .
Não, não leiam "simpléqs", leiam simplex .
O som "qs" pasa a ser exqrito "qs" u qe é muito maix qonforme à leitura natural .
No entanto, ax mudansax na ortografia podem ainda ir maix longe, melhorar qonsideravelmente .
Vejamox o qaso do som "j" .
Umax vezex excrevemox exte som qom "j" outrax vezex qom "g"- ixtu é lójiqu?
Para qê qomplicar ? ! ?
Se uzarmox sempre o "j" para o som "j" não presizamox do "u" a segir à letra "g" poix exta terá, sempre, o som "g" e nunqa o som "j" .
Serto ?
Maix uma letra mud a qe eliminamox .
É impresionante a quantidade de ambivalênsiax e de letras inuteix qe a língua portugesa tem !
Uma língua qe tem pretensõex a ser a qinta língua maix falada do planeta, qomo pode impôr-se qom tantax qompliqasõex ?
Qomo pode expalhar-se pelo mundo, qomo póde tornar-se realmente impurtante se não aqompanha a evolusão natural da oralidade ?
Outro problema é o dox asentox.
Ox asentox só qompliqam !
Se qada vogal tiver sempre o mexmo som, ox asentox tornam-se dexnesesáriox .
A qextão a qoloqar é: á alternativa ?
Se não ouver alternativa, pasiênsia.
É o qazo da letra "a" .
Umax vezex lê-se "á", aberto, outrax vezex lê-se "â", fexado .
Nada a fazer.
Max, em outrox qazos, á alternativax .
Vejamox o "o": umax vezex lê-se "ó", outrax lê-se "u" e outrax, lê-se "ô" .
Seria tão maix fásil se aqabásemox qom isso !
qe é qe temux o "u" ?
Se u som "u" pasar a ser sempre reprezentado pela letra "u" fiqa tudo tão maix fásil !
Pur seu lado, u "o" pasa a suar sempre "ó", tornandu até dexnesesáriu u asentu.
Já nu qazu da letra "e", também pudemux fazer alguma qoiza : quandu soa "é", abertu, pudemux usar u "e" .
U mexmu para u som "ê" .
Max quandu u "e" se lê "i", deverá ser subxtituídu pelu "i" .
I naqelex qazux em qe u "e" se lê "â" deve ser subxtituidu pelu "a" .
Sempre. Simplex i sem qompliqasõex .
Pudemux ainda melhurar maix alguma qoiza: eliminamux u "til"
subxtituindu, nus ditongux, "ão" pur "aum", "ães" - ou melhor "ãix" - pur
"ainx" i "õix" pur "oinx" .
Ixtu até satixfax aqeles xatux purixtax da língua qe goxtaum tantu de
arqaíxmux.
Pensu qe ainda puderiamux prupor maix algumax melhuriax max parese-me qe exte breve ezersísiu já e sufisiente para todux perseberem qomu a
simplifiqasaum i a aprosimasaum da ortografia à oralidade so pode trazer vantajainx qompetitivax para a língua purtugeza i para a sua aixpansaum nu
mundu .
Será qe algum dia xegaremux a exta perfaisaum ?...


 
I porqe naum?...

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Os Muçulmanos perante o Mundo...

Para refletir com olhos de ver!


"Sessão de Homenagem a Isabel Bandeira de Mello (Rilvas)" - 23 de Fevereiro - 18h00 - Sala Algarve



 
                                                 


                   
Os Presidentes da Sociedade de Geografia de Lisboa e da Sociedade Histórica da Independência de Portugal convidam V. Ex.ª e Família para a Sessão de Homenagem a Isabel Bandeira de Mello (Rilvas), promovida pelo Instituto Bartolomeu de Gusmão, a realizar na Sala Algarve da Sociedade de Geografia, no dia 23 de Fevereiro de 2017 (quinta-feira), às 18h00.
               Na sessão serão, ainda, evocadas as Enfermeiras Paraquedistas.
Seguir-se-á um Jantar de Homenagem, no Salão Nobre do Palácio da Independência, às 20h00, cujas inscrições se solicita sejam apresentadas telefonicamente até terça-feira 21 de Fevereiro para o número 213241470 (€ 20,00).
--
Sociedade de Geografia de Lisboa
Rua das Portas de Santo Antão, 100
1150-269 Lisboa - Portugal
213425401 - 213464552

domingo, 5 de fevereiro de 2017

AS FORÇAS ARMADAS VÃO FICAR REDUZIDAS A MESTRES E DOUTORES?



AS FORÇAS ARMADAS VÃO FICAR REDUZIDAS A MESTRES E DOUTORES?


4/2/2017

            A coisa vem de trás.
            Começa aí por meados dos anos 80 do século passado.
            Os fumos de “glória” do 25 de Abril já se tinham ido há muito, tendo a Instituição Militar saído completamente ferida e rebaixada da Descolonização e do “PREC”.
            O 25 de Novembro ficou a meio (ou nem isso) e as feridas levam tempo a sarar.
            Algumas nunca saram.
            As Forças Armadas ficaram de mal consigo próprias e com a Nação. E esta com aquelas.
            Nunca ninguém quis admitir isto.

                                                               *****
            Extintas as escolas industriais e comerciais – erro imperdoável que ainda não foi reparado – quis fazer-se de toda a gente um licenciado numa área qualquer. Pois não temos todos nós direito a tudo e não somos todos iguais?
            Está até, na Constituição…
            Como entretanto o Ministério da Educação implodiu e foi sendo ocupado por sucessivas vagas de gente dificilmente adjectivável, a qualidade do ensino e dos professores; a disciplina nas escolas; a avaliação; a estabilidade dos programas e dos compêndios, da pedagogia, e as próprias infraestruturas, caíram a pique.
            Deixou de haver escola para haver choldra.
            Daí para cá poucas melhorias houve, apesar dos sucessivos orçamentos de novos - ricos atribuídos ao sistema – um poço sem fundo![1]
            Parece que rendia votos e apaziguava consciências.
            Por isso é risível (se não fosse trágico) a tão apregoada qualidade das actuais gerações que brotam do sistema, baptizadas, sem água benta, das “mais bem preparadas de sempre”!
            Apregoam isto com ar sério e não dei conta, até agora, de nenhum filho d’algo que o rebata.
            Entretanto o “negócio” do ensino disparou, sobretudo nas áreas das ciências sociais (que só exige “papel e lápis”), sem que os poderes do Estado o tentassem regular, assistindo-se apenas a uma inquinada discussão ideológica sobre o ensino privado e o público…

                                                                    *****
            O ensino militar, apesar de tudo, resistiu muito melhor (pondo de lado o que se passou nas escolas militares em 1974/75…).
            Afastados das lides culturais e até dos avanços na guerra convencional, por via das longas campanhas contra subversivas no Ultramar Português entre 1961 e 1974, foi preciso um esforço de reconversão enorme logo que a estabilidade institucional se foi ganhando a seguir aos eventos ocorridos em 25 de Novembro de 75.
            Esse esforço fez-se e foi notável.
            A Força Aérea (FA) e a Marinha recuperaram mais facilmente do que o Exército.
            A FA porque teve um notável Chefe de Estado-Maior (o General Lemos Ferreira) que impôs uma dinâmica difícil de imitar; a Armada porque foi o Ramo menos afectado pela guerra e porque manteve sempre uma presença e ligação à NATO.
            O Exército por ser o Ramo mais causticado pelo conflito e pelo PREC; por ter um número de efectivos superior; ser tecnologicamente mais atrasado e, até, por dominar menos a língua inglesa, teve mais dificuldade em “dar o salto”.
            Mas a Instituição Militar – não por acaso, por causa das suas características – no seu todo andou à frente do ensino civil, coisa que a generalidade dos próprios militares, incluindo as suas chefias, nunca deu conta (os militares acabam sempre por ser vitimas deles próprios…).
            Deu-se, “naturalmente”, sobretudo a partir da publicação da Lei de Defesa Nacional e das FA, em 1982, um auto rebaixamento dos militares e uma sobranceria por parte da chamada intelectualidade civil no âmbito das mais - valias académicas, facto que era exacerbado pelas forças políticas do “centrão” que nunca perdoaram a existência do Conselho da Revolução e os dois Pactos MFA/Partidos.
            O PCP, apesar da sua prudência (enquanto minoritários), nunca reconheceu nada que não se paute pela sua cartilha, e da extrema - esquerda nem vale a pena falar por via dos seus preconceitos, estereótipos e militância contra tudo o que cheire a fardas ou tenha a palavra “militar”.
            Daqui à questão das “equivalências universitárias” foi um passo (questão que nunca se tinha colocado até 1974).
            Convenhamos que até poderia haver vantagens em ter este assunto harmonizados entre militares e civis, mas o que se veio a verificar foi a tentativa de invasão do ensino militar pelo ensino civil, chegando-se ao ponto de ter havido uma tentativa de colocar um catedrático civil como uma espécie de Reitor do Instituto sito em Pedrouços, onde entretanto se agruparam os cursos de formação e promoção comuns aos três Ramos das Forças Armadas (e, nalguns casos, a GNR)! [2]
            A adopção dos cursos de Bolonha veio dar mais um sério abalo em todo o conjunto.
            Pelo meio passaram-se as mais desvairadas coisas: pensar que um oficial das áreas de engenharia ficaria melhor á frente de uma Academia Militar; privilegiar áreas de ensino civil em detrimento das disciplinas militares; querer que um cadete passasse a ser um super-homem académico; fazer cortes a esmo na preparação física e no desporto militar; querer impor limites aos tempos lectivos dos militares e “adequá-los” aos mesmos das universidades civis - como se pudesse haver alguma comparação possível; haver preocupações em dar equivalências civis, para que os futuros oficiais, pudessem encontrar emprego noutras áreas quando abandonassem o serviço activo - como se alguma vez tenha passado pela cabeça de alguém ter essa preocupação relativamente a um outro curso/profissão qualquer, etc.
            Um etecetera penoso.
            E foi assim que, pouco a pouco, se chegou ao ponto de ser “bem”, que um militar, numa altura qualquer da sua carreira, conseguisse um grau académico civil. Os regulamentos de avaliação de mérito dos militares passarem até, a ter isso em conta.
            A exigência de nas escolas superiores militares, passar a haver uma percentagem de professores “doutorados”, também contribuiu para esta “febre”.
            E, claro, com mais um canudo na mão, sempre se pode iludir a ideia feita em áreas de pensamento da sociedade, em que um militar é assim uma espécie de bípede quadrado, aparentado à família dos asnos…
            Ora tudo isto não é mais do que um sintoma profundo do descalabro em que o conceito da “profissão” militar caiu na generalidade da população, o que foi exponenciado pelo desprezo dos políticos, a falta de isenção, silêncio, incompetência e acinte da comunicação social; o fim do serviço militar obrigatório, a ignorância cívica e a falta de consciência colectiva de qualquer tipo de ameaça externa.
            Não quero, porém, ser mal interpretado: obter um grau académico é, à partida, uma mais - valia quer em termos individuais, quer coletivos.
             Mas as coisas têm que estar em perspectiva e não se deve perder de vista os objectivos fundamentais dos oficiais e sargentos das FA, que é o de serem capazes de comandar unidades militares num teatro de operações, onde e quando necessário e em quaisquer circunstâncias.
            Ora isto não se coaduna com diletantismos académicos e logo numa instituição onde os seus quadros já passam, desde há décadas, cerca de um quarto do seu tempo de serviço ocupados em cursos – o que não tem paralelo em qualquer outra profissão…
            Ou seja os graus académicos civis devem ser vistos como complemento das exigências e necessidades militares, ou para cumprir um objectivo específico e sempre devidamente orientados.

                                                                  *****
            A Instituição Militar, como tal, tem-se mostrado perfeitamente incapaz de reagir a toda a degradação que a afecta (e à Nação) e os militares confundem amiúde, causas e efeitos mantendo a “ordem de batalha” constantemente desactualizada.
            Finalmente, a constante redução de efectivos, perspectivas de carreira, fecho de unidades; falta de sistemas de armas; redução de capacidades, competências, retribuições, etc., têm tido efeitos devastadores sobre o moral de todos passando-se, a nível das chefias, ao modo de sobrevivência e ao nível do quadro permanente, ao modo do “salve-se quem puder”.
            E que outras alternativas existem para quem não tenha quem os defenda; não haver navios para navegar, aviões para voar e homens para comandar? Dinheiro para exercícios, para a assistência social, para … nada?
            Por isso, caros leitores e compatriotas, um dia destes verão o que resta da tropa, quase todos transformados em doutores, mas ninguém que saiba dar um tiro.
            Também, que diabo, como é que se pode ter alguém que saiba dar um tiro, se nem sequer há munições?





                                                  João José Brandão Ferreira
                                                      Oficial Piloto Aviador


[1] Muito à custa do orçamento da Defesa e Segurança…
[2] Chamemos-lhe apenas Instituto, pois já não há paciência para referir o nome completo, tal tem sido a profusão de mudanças!