DESCOLAGEM PARA O ÚLTIMO VOO:
General Casimiro de Jesus de Abreu Proença – Presente!
14/07/17
“O homem é o homem e a sua circunstância”
Ortega
y Gasset
A “minha” Força Aérea (FA) está a
desaparecer.
Isto é, a FA onde fui formado e que
conheci - mas que nunca conhecemos no seu amplexo mais amplo...
No caso vertente os homens com quem privei
(já não fiquei para conhecer as mulheres…), ou seja as pessoas que fazem as
Instituições.
Sem embargo das Instituições serem muito
mais do que as pessoas que as constituem em cada momento, pois transportam
consigo o cadinho do trabalho e do espírito de todos os que antecederam os
contemporâneos, e as projectão no futuro.
Numa palavra estão antes delas e para além
delas.
O General Casimiro Abreu Proença, ontem
falecido com a provecta idade de 86 primaveras foi um dos oficiais que deixou
uma boa marca na Instituição FA, não a desmereceu e passou o testemunho
positivamente aos vindouros e ao País.
Digo isto pois tive o grato gosto de o
conhecer – apesar de já num estágio avançado da sua carreira – e de o
comprovar.
Razão porque estou aqui a atestá-lo e, se
me permitem, a homenageá-lo.
O “nosso” General teve uma carreira típica
e “pura” dentro do Ramo que escolheu (e foi aceite!) entrar, em 1949, tendo
feito o seu tirocínio nos EUA, na prática a única saída do país para uma estadia
no estrangeiro, que efectuou, numa altura em que estas “comissões” eram raras.
Fez toda a sua carreira subindo a pulso a
cadeia hierárquica dos postos, funções e das qualificações, tendo por pano de
fundo a aviação de transporte (Noratlas, DC-4, C-54, DC-6 e B-707) sem embargo
de ter sido “caracol” (instrutor na esquadra de instrução complementar,
equipada com T-33).
Ilustrou a sua existência com duas
comissões nos teatros de operações de Angola e Moçambique, em operações reais
de combate, na defesa da Pátria.
Esteve do lado (certo) das forças sãs, na
defesa da Nação e do Estado, durante a louca aventura que se seguiu ao 25 de
Abril de 1974 e foi um dos “vários braços” que a nova chefia da FA – que por
especial graça divina, recaiu no General Lemos Ferreira – teve a sorte e o
saber de encontrar para projectar o futuro da FA, que esteve em sério risco de
desaparecer.
O General Abreu Proença era uma pessoa
simples e directa e, apesar de não possuir o dom da palavra, conseguia dizer
tudo o que queria e fazer-se entender sem ouropéis de frases redondas.
Foi um operacional e nunca foi um
“político”. Era leal e nunca se pôs em bicos dos pés.
Era humano e não consta que alguma vez se
tenha desonrado.
A FA deve preservar a sua memória.
Deixa saudades a quem o conheceu; a mim,
seguramente deixa.
Meu General estou certo que efectuará uma
suave aterragem no seio da nossa Padroeira, Nossa Senhora do Ar.
João
José Brandão Ferreira
Oficial
Piloto Aviador
Meu caro Brandão Ferreira, antes do mais manifesto o meu pesar pela passamento de mais um nosso compatriota.
ResponderEliminarQueira pf notar, que me parece incorrecto o nome do falecido, porquanto nos idos de 1994, quando pessoalmente o contactei por via postal (e posteriormente registei no meu arquivo), era de seu nome completo Casimiro José Pinto de Abreu Proença (nascido em 29Nov1930 e àquela data de contacto residente no Algueirão.
Um abraço, do
Abreu dos Santos
pf ignore (anule) o meu anterior 'comment' (lapso de m/arquivo).
ResponderEliminarObg.
Abraço
Abreu dos Santos
Como familiar do falecido, agradeço as palavras amáveis sobre o Casimiro. Folgo em saber que ainda e lembrado pelos colegas, que tanto estimava.
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