AS ELEIÇÕES AMERICANAS E O PANO DE FUNDO
25/9/20
“Por fim o meu imaculado coração
triunfará”
Nossa Senhora
(Aos Pastorinhos, Fátima, 13 de Julho de1917).
Falta menos de
seis semanas para as eleições nos EUA, que ocorrerão a 3 de Novembro.
Apesar de na
maioria da comunicação social americana e europeia, já nem falo na portuguesa,
serem favas contadas que o candidato democrata Joe Biden vai à frente nas
sondagens, tudo indicando (forçosamente) que ganhe, a situação está longe de
estar clara. E poucas são as sondagens que merecem crédito.
A ignorância é
grande sobre o que se passa do outro lado do Atlântico e a desinformação é
vasta. E numa sociedade complexa de 330 milhões de cidadãos, vivendo em 51
estados diferentes, num total de 10 milhões de Km2; com um sistema político que
está para o nosso como as regras do futebol americano estão para o “soccer”;
com “lobbies” e correntes políticas e sociais poderosas, não é fácil
descortinar o que se passa.
Já lá vivi mais
de dois anos em dois períodos distintos da minha vida, e voltei a visitar o
país mais duas dezenas de vezes, viajei por uns dez Estados, mas não me atrevo
a dizer que conheço bem os EUA. E provavelmente uma parte considerável dos
norte americanos também não conhece.
Por isso quanto a
europeus, sobretudo aos que nunca lá foram, nem os estudaram, estamos
conversados. Excepção deve ser feita para o Professor Salazar que sendo um
“pacóvio incorrigível” como uma parte da opinião publicada teima em defini-lo,
os topava de ginjeira e nunca os deixou (relativamente a Portugal), pôr o “pé
em ramo verde”. Enfim, outros tempos e outras gentes…
O que está em
jogo verdadeiramente nestas eleições não é a figura de Trump, retratado
sistematicamente pela maioria dos OCS como trauliteiro, teimoso, mentiroso,
bronco, ignorante, etc. (e obviamente não perdoam a truculência com que ele
lhes devolve os ataques – coisa que até agora nenhum político se tinha atrevido
a fazer) e de Biden, que apesar de ser um candidato fraquinho, doente (com
demência, segundo se tem revelado) e com um passado pouco recomendável, goza
dos mimos dessa mesma imprensa. Imprensa dominada há muito por famílias de
financeiros bem conhecidos. Lembro apenas que o empresário Jeff Bezos, dono da
“Amazon” e considerado o homem mais rico do mundo, é o actual dono do
“Washington Post” …
A piorar as
coisas os Democratas foram, tarde e a más horas, buscar para candidato a
vice-presidente uma militante da extrema - esquerda do partido, anticristã, de
seu nome Kamala Harris, com má imagem na maioria do eleitorado.
Até ao
aparecimento do vírus que se convencionou chamar “Covid19” – e do qual se sabe
ainda quase nada – e os distúrbios ditos raciais (que de racial têm pouco), o
caminho de Trump para a reeleição parecia que ia ser um passeio, dado o
falhanço de todas as tentativas para o derrubar; do pouco que o Partido
Democrata tem para oferecer (além do discurso do bota abaixo) e do sucesso
inegável que a maioria das iniciativas da Administração Trump, tiveram, quer em
termos económicos e sociais, como em termos diplomáticos e da retirada das
tropas americanas do envolvimento em eternos conflitos militares – que custavam
uma fortuna por dia.
Basta dizer que o
envolvimento actual das forças militares americanas em todo o mundo é o mais
baixo desde o fim da IIGM.
De facto, Trump
fez o seu caminho afirmando-se contra o funcionamento do sistema político
americano e contra a agenda globalista mundial, o que está na origem também das
inimizades granjeadas no campo dos notáveis republicanos.
Por exemplo (um
entre muitos) o bem-disposto do Clinton (a quem perdoaram, entre outros, “o
escândalo sexual do Salão Oval”), organizou a NAFTA, que permitiu a muitos
accionistas de grandes empresas, ganharem muitos milhões de dólares em acções,
mas que custaram aos EUA cinco milhões de empregos na indústria manufatureira,
com o encerramento de 70.000 fábricas.
Por outro lado, o
“complexo militar-industrial” americano tirou imenso proveito das guerras
internacionais em que os norte - americanos se envolveram, nos mandatos
anteriores, do Haiti à Bósnia, da Sérvia ao Iraque.
Ora Trump foi
eleito justamente por se opor à agenda globalista, de que a própria ONU (e o
nosso “bem comportadinho” Guterres) se tornou ponta de lança. É o célebre
“American first” e a defesa dos trabalhadores americanos, dos empregos
americanos, da soberania nacional.
Daí ter tirado os
EUA dos considerados nefastos Tratados TTIP; TPP e do Acordo de Paris sobre o
clima foi um passo. Seguiu-se a imposição de barreiras alfandegárias à China,
que tinha tomado conta de grande parte da indústria e da dívida americana. Com
isto prevê-se ter poupado 500 biliões de dólares.
Renegociou em
seguida o acordo NAFTA e passou a controlar as fronteiras, fazendo diminuir a
imigração ilegal e com isto asfixiou o recurso a mão – de - obra barata e
ilegal, de muitas grandes empresas.
A actual
Administração começou também a baixar o nível de conflito e crise com numerosos
países e a retirar as tropas americanas das guerras que não acabam, no Médio
Oriente, e a evitar guerras com o Irão e a Coreia do Norte, embora continuando
a exercer pressão sobre o primeiro.
No campo dos
costumes opõe-se a todo o descalabro causado pelo Relativismo Moral; a
escabrosa agenda LGBT e derivados; a desgraça da droga e da pedofilia, a
cultura da morte (eugenia, aborto, manipulação genética, eutanásia, etc.); o
ateísmo, o feminismo estúpido e toda a agenda verdadeiramente luciferiana que
por aí medra.
Já dá para
perceber a raiva e o ódio que provocaram a mais encarniçada, diabólica e
histérica campanha, lançada nos “media” e meios políticos contra Trump, que não
tem paralelo na História? O que levou até, estrelas de Hollywood a defenderem a
destruição da Casa Branca; desejarem que o presidente fosse moído com pancada,
aprisionado e até assassinado e os seus filhos torturados e sexualmente
abusados? Só para ficar por aqui.
Até o Vaticano
não mostra pudor em criticar a Administração Trump…
Ora não há
palermices – e infelizmente Trump tem o coração muito perto da boca e saem-lhe
disparates amiúde – que possam justificar semelhantes atitudes.
Mas se lermos
textos e intervenções de fundo, - mesmo que não sejam por ele escritas na sua
totalidade – veremos que os disparates não são assim tantos – independentemente
de se concordar mais ou menos com o que ele diz. Mas não é a isso que chamam de
Democracia?
E que é que os
próceres democratas têm para oferecer, além destes ataques despudorados? Nada,
a não ser mais do mesmo, que tem desgraçado o mundo e a América.
Esta campanha tem
personalidades e organizações muito poderosas a financiá-la, como esse mau
carácter (que alguém já apelidou de “canalha psicopata”), conhecido como George
Soros – que, a talhe de foice, foi a primeira visita que o actual PM espanhol
Pedro Sanchez recebeu, após ter ganho as primeiras eleições em Espanha –
Espanha que aparenta estar num estado de miséria moral e política e a caminho
da material, como estava antes da guerra civil, em 1936. Pois é este Soros, e é
apenas um exemplo, que numa pouco clara organização ligada a Clinton, chamada
“Arabella Advisors”, tem financiado com cerca de 500 milhões de dólares,
dezenas de grupos anti Trump.
De quando em vez
os Democratas tiram um coelho da cartola, como foi o caso recentemente do
“green new deal”, que propõe a eliminação dos combustíveis fósseis. Esta ideia
foi liderada pela Califórnia (convém dizer que este estado é o mais importante
em ter mos de Colégio Eleitoral – que é quem em última instância elege o
Presidente da União – pois tem direito a 55 votos) que decidiu encerrar todos
os centros de produção eólica e solar. O Estado da Califórnia contava comprar
energia aos estados vizinhos para colmatar a redução drástica de produção de
energia que ocorre à noite, mas bastou haver uma vaga de calor que esgotou a
energia dos estados vizinhos para a Califórnia ficar às escuras…
Pode imaginar-se
como estará a reagir os milhares de trabalhadores (bem pagos) da indústria
petrolífera, incluindo a da nova tecnologia do “fracking” que ia permitir a
auto -suficiência dos EUA em energia…
Noticia de última
hora dá conta que os Democratas decidiram chamar à comunidade hispânica “people
of colour” o que fez disparar a indignação entre eles. Como resultado Trump
passou logo para a frente nas intenções de voto na Flórida, apesar dos 100
milhões de dólares que Bloomberg injectou naquele Estado para apoiar Joe Biden!
Ora nada disto se
ouve falar na nossa imprensa e televisões que diariamente têm uma hora marcada
para dizer mal de Trump e Bolsonaro…
Tudo o que os
Democratas - também conhecidos por liberais" - tentaram contra Trump
falhou. Estamos a recordar-nos da tentativa de impedir o colégio eleitoral de
votar em Trump, as confusões de "fake news" e de espionagem que
envolvem a CIA e o FBI; o caso da "Russiangate", ligado a Robert
Mueller; as infiltrações na Casa Branca e noutros lugares da Administração; o
caso Kavanaugh; o processo de “impeachment” e mais mil e uma coisas. Nada disto
fez cair Trump.
E têm-se voltado
contra quem as intentou.
Muito
resumidamente a actual situação parece ser a seguinte:
A Economia tinha
melhorado muito nos primeiros anos da administração Trump, até ser afectada
pela pandemia. O contraste com o Governo Obama não podia ser mais evidente,
pois tinha registado a mais baixa recuperação económica desde 1948, com 2.3%,
acompanhado do aumento do desemprego, que só baixou para 4.4%, em 2017. O
mercado de acções tem oscilado, mas prevê-se que se mantenha sólido embora sem
grandes subidas; a venda a retalho está a progredir à medida que as pessoas
saem do confinamento. O vírus aparenta estar parcialmente controlado e está a
decrescer nos principais Estados onde surgiu e com maior população, como o
Texas, a Flórida, Califórnia e Arizona.
Se assim
continuar, o desemprego irá decrescer a partir de Outubro; estabilizando
provavelmente entre 7 a 8%. A Economia está assim a recuperar sobretudo nos
Estados coloridos a vermelho (republicanos), para onde têm migrado milhares de
americanos que fogem da violência e desemprego da maioria dos Estados pintados
a azul (Democratas).
A confusão sobre
a melhor maneira de combater o vírus tem sido grande, como de resto acontece no
mundo inteiro, mas a investigação para a obtenção de uma vacina parece estar a
correr bem.
Mesmo nas sondagens
que lhe são desfavoráveis, Trump está a recuperar, e aguarda-se com expectativa
o início dos debates entre candidatos, dada a debilidade evidente de Biden. O
primeiro é já a 29 do corrente.
A violência nas
cidades aparenta ir continuar e o êxodo da população naquelas mais atingidas
vai prosseguir. Naturalmente que chegará a altura em que haverá um protesto
forte da maioria da população contra este estado de coisas o que favorecerá
Trump. Os democratas além de terem apoiado o caos, através de muitos
"mayors" e governadores de Estado; pedido a diminuição de fundos e
restrição à autoridade da polícia, ainda querem desarmar a população, o que
origina tremendos anticorpos num país como os EUA. O crime disparou.
Há cidades mais
ou menos fora de controlo como Nova Iorque, S. Francisco, Chicago, Seattle e,
sobretudo, Portland. Nestes locais os juízes tendem a libertar os fora da lei,
depois de presos...
Para se ter uma
noção do desastre, basta dizer que o número de mortos americanos em 19 anos de
guerra no Afeganistão foi de 2401. Apenas este ano, em Chicago, NY, Baltimore,
St. Louis e S. Francisco, os mortos por tiroteio, serão mais de metade daquele
número. A maioria são jovens negros. E estão longe de morrerem,
maioritariamente, às mãos dos brancos...
Em termos
diplomáticos fizeram-se grandes avanços para a resolução de conflitos em várias
partes do mundo, sobretudo no Médio Oriente. A Administração Obama teve oito
anos para tentar resolver os conflitos mas a única coisa que conseguiu foi
guerra e instabilidade. E o aparecimento do DAESH... A análise circunstanciada
desta tentativa não cabe neste papiro, mas reconheça-se que os dois acordos
alcançados com os Emiratos Árabes e o Bahrein são de grande valia para o
apaziguamento da região.
Obama que não
gosta de Israel chegou a dar 150 biliões de dólares ao Irão - que permitiram a
compra de armas e o desenvolvimento nuclear - e depois quis apaziguá-los com um
acordo…
É possível que
outros acordos tenham lugar brevemente.
O desespero dos
Democratas é evidente e o aparente plano de Obama para descartar Biden e tornar
Kamala Harris presidente e fazê-la rodear depois por gente de confiança,
tutelada por ele, Obama, irá cair por terra.
Uma palavra mais
sobre Kamala: frequentou um colégio e uma faculdade de Direito medíocres;
falhou o seu primeiro exame na barra; passando numa segunda tentativa, obteve
um trabalho como procuradora júnior em Alameda. Depois encontrou Willie Brown,
um político poderoso da Califórnia, 30 anos mais velho, e passou a dormir com
ele. De repente conseguiu uma série de trabalhos e funções cada vez mais
importantes, até chegar a Senadora, ficando a partir daí passível de concorrer
à Casa Branca. Abandonou o seu "marido" Willie e passado algum tempo
casou com um advogado branco judeu. Diz-se que pelo menos tem inteligência para
escolher a cama certa para progredir em frente. Daí a alcunha que ganhou de
"Heels-up Harris".
Os Democratas
perderam a "guerra" pelo voto por correspondência (passível de ser
manipulado) e ao condicionamento do voto presencial; até o Dr. Fauci afirmou
não haver razão para que as pessoas não possam ir votar nas assembleias de
voto.
Acresce a isto os
cheques que a Administração Trump vai fazendo chegar aos contribuintes (a que a
nacionalização parcial e, para já, temporária do FED, tem permitido); a
degradação dos números da criminalidade e violência gratuita - que
inclusivamente pode fazer a tendência da votação maioritária da população negra
em votar democrata, para o campo republicano (uma questão sempre essencial em
qualquer eleição); a realização dos debates e as esperadas revelações em
Setembro, do Procurador Durham, que está a investigar a alegada espionagem na
campanha de Trump, em 2016, em que é possível que altos funcionários da Administração
Obama possam ser criminalizados (num escândalo eventualmente maior do que o de
"Watergate") e os resultados das eleições podem trazer grandes
surpresas.
Nem toda a gente
é burra ou ignorante e sabe resistir à tentativa de lavagem ao cérebro da maioria
dos OCS e da demagogia e mentiras políticas.
Em conclusão,
pondo de parte as características pessoais dos candidatos o que está em jogo
nestas eleições são fins (por isso tem algo de teleológico) políticos e sociais
antagónicos – diria inimigos e incompatíveis - e a subversão ou não, do actual
"status quo" - note-se que não falo em evolução sociológica.
Ou seja, o
nacionalismo, o patriotismo e a soberania versus o mundialismo (antigamente
conhecido por internacionalismo); o governo do Estado-Nação, ou o governo da
"Nova Ordem Mundial".
O controlo da
emigração/migração ou a geopolítica destruidora do regime de “porta aberta”; a
defesa da família tradicional ou a agenda LGBT e a obscena teoria do género; a
defesa dos valores cristãos ou o marxismo cultural.
A cultura da vida
em contraste com a cultura da morte; a "escravatura" em oposição à
liberdade económica; os valores morais e éticos, face à sua destruição ou
relativização; a defesa da virtude em contraponto ao elogio do vício e a corrupção
como coisa "normal"; a religião versus o ateísmo; a ordem como
fundamento da sociedade, em contraponto do caos definidor de uma nova ordem; os
patriotas face aos "cidadãos do mundo" e aos
"indiferentes". A aceitação crítica da História como ela foi, em
contrapartida com a transformação da mesma à medida das conveniências
ideológicas, etc.. Enfim, o Bem versus o Mal…
Não é de somenos.
Este é o pano de fundo.
O resto é o pão e
circo costumeiro de qualquer eleição o que na América é sempre exponenciado, o
que só tem limite nas somas astronómicas disponíveis e gastas. Chamam a isso
Democracia Representativa.
O Congresso
Republicano terminou, significativamente, com uma Avé Maria.
Será isso um
indício do comprimento da mensagem de Fátima?
Temos as maiores
dúvidas.
E no que a nós,
portugueses diz respeito, então, estamos mesmo muito longe.
João
José Brandão Ferreira
Oficial
Piloto Aviador (Ref.)