O Gen David Richards, do Exército
Britânico, que foi chefe supremo das Forças Armadas do Reino Unido e que, em
2006 e 2007, comandou as forças da NATO no Afeganistão acaba de publicar uma
autobiografia na qual, entre outros assuntos, dá a conhecer o seu pensamento
sobre as diferentes forças que sob o seu comando prestaram serviço naquele
país.
Assim se expressa a determinada
altura:
«Durante o meu tempo à frente da
International Security Assistence Force (ISAF) estive dependente – por vezes de
forma exagerada – das tropas portuguesas. Desenvolvi uma ligação emocional
muito estreita com os portugueses, porque muitas vezes tive de os mandar para
zonas e operações muito complicadas. Não tinha alternativa. Eram eles ou mais
ninguém. Mas os portugueses saíram-se sempre de forma brilhante.»[1]
Não tive ainda oportunidade de
ler o livro, mas tenho conhecimento que outras afirmações do Gen Richards no
mesmo sentido são ali produzidas.
O Gen Richards não é um general
qualquer, não só pelas funções desempenhadas mas também pela sua nacionalidade;
os britânicos não são dados, como se sabe, a tecer loas a não britânicos e os
portugueses, velhos aliados, não são habitualmente, antes pelo contrário,
excepção à regra.
Qual a difusão que tal opinião
mereceu aos Órgãos de Comunicação portugueses, exceptuando o Diário de Notícias
e o Jornal do Exército? O Governo, nomeadamente o Ministério da Defesa
português, não devia publicitar estas notícias ou até mesmo promover a tradução
e difusão da obra em Portugal? Ninguém é profeta na própria casa mas é triste
serem os estrangeiros a reconhecer a qualidade do trabalho dos militares
portugueses enquanto internamente eles são permanentemente desrespeitados e
vilipendiados.
[1] Tradução in Jornal do Exército nº 649 – Jun/Jul2015, a partir do artigo de Paulo Assunção no Diário de Notícias de 29Jun2015.
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