sábado, 29 de agosto de 2015

RECONHECIMENTO MERECIDO

RICHARDS, Gen. David, Taking Command, London, 2015
 
O Gen David Richards, do Exército Britânico, que foi chefe supremo das Forças Armadas do Reino Unido e que, em 2006 e 2007, comandou as forças da NATO no Afeganistão acaba de publicar uma autobiografia na qual, entre outros assuntos, dá a conhecer o seu pensamento sobre as diferentes forças que sob o seu comando prestaram serviço naquele país.
Assim se expressa a determinada altura:
«Durante o meu tempo à frente da International Security Assistence Force (ISAF) estive dependente – por vezes de forma exagerada – das tropas portuguesas. Desenvolvi uma ligação emocional muito estreita com os portugueses, porque muitas vezes tive de os mandar para zonas e operações muito complicadas. Não tinha alternativa. Eram eles ou mais ninguém. Mas os portugueses saíram-se sempre de forma brilhante.»[1]
 
Não tive ainda oportunidade de ler o livro, mas tenho conhecimento que outras afirmações do Gen Richards no mesmo sentido são ali produzidas.
O Gen Richards não é um general qualquer, não só pelas funções desempenhadas mas também pela sua nacionalidade; os britânicos não são dados, como se sabe, a tecer loas a não britânicos e os portugueses, velhos aliados, não são habitualmente, antes pelo contrário, excepção à regra.
 
Qual a difusão que tal opinião mereceu aos Órgãos de Comunicação portugueses, exceptuando o Diário de Notícias e o Jornal do Exército? O Governo, nomeadamente o Ministério da Defesa português, não devia publicitar estas notícias ou até mesmo promover a tradução e difusão da obra em Portugal? Ninguém é profeta na própria casa mas é triste serem os estrangeiros a reconhecer a qualidade do trabalho dos militares portugueses enquanto internamente eles são permanentemente desrespeitados e vilipendiados.

[1] Tradução in Jornal do Exército nº 649 – Jun/Jul2015, a partir do artigo de Paulo Assunção no Diário de Notícias de 29Jun2015.

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