terça-feira, 29 de janeiro de 2013

MORREU JAIME NEVES

Português, transmontano, militar e amante das coisas da vida.
 
Conheci o Major General Jaime Neves, mas não privei com ele. Por isso não tenho um conhecimento sequer razoável do seu carácter e personalidade, não podendo, assim, escrever sobre ele com profundidade. Estimáva - o como camarada mais antigo.

Mas sei que foi um combatente de eleição e um bom condutor de homens.
Era um homem franco, rijo e amigo do seu amigo.
Como militar as suas qualidades operacionais destacavam-se relativamente aos atributos relacionados com a actividade de Estado-Maior. Não era um teórico nem um estudioso, mas sim um prático e um intuitivo.
Participou no golpe de estado do 25 de Abril, como a maioria que o fez, por queixas várias contra governos e hierarquias, algum idealismo e muita ingenuidade à mistura. Situação que virou pouco refletida e ponderada a que não é estranha a falta de preparação política e intelectual da maioria.
Sem embargo, e "a posteriori", de muitos terem manchado a sua “folha de serviços” por oportunismo e acções contrárias ao dever, brio e decoro militares.
Neste último lote não está incluído o “Comando” – especialidade que sempre honrou – Jaime Neves que, vendo-se envolvido na espiral de loucura que assolou o país, no Verão de 1975, se situou no lado são, da Instituição Militar.
E, nesse âmbito, se destacou na acção preponderante que teve como comandante do Regimento de Comandos na contenção (mas não na derrota) das forças político – partidárias de carácter internacionalista e totalitário, que tinham colocado o país à beira da guerra civil. O que restou do país deve-lhe isso.
O que, infelizmente, não foi possível fazer nas parcelas ultramarinas.
Só depois daquela acção - onde se destacaram, também, algumas unidades aéreas da Força Aérea- se conseguiu prosseguir com a retoma da “Democracia” (a ser tentada desde 1820…), previsto no Programa do MFA e único desiderato dos “3 Ds” nele constante, a ter algum sucesso até hoje.
Pelo que fez o Major General Jaime Neves ganhou jus a ter o seu nome, para sempre, gravado na História de Portugal.
Jaime Neves foi, sobretudo, um bravo.
Um bravo militar do Exército Português.

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