INCÊNDIOS FLORESTAIS: MAIS UMA MENTIRA DE ESTADO!
23/7/21
“A tolerância chegará a tal ponto,
que as pessoas inteligentes serão
proibidas de fazer qualquer reflexão,
para não ofender os imbecis”.
Dostoiéiski
Já tinha prometido a mim mesmo não escrever nada mais sobre incêndios florestais. Já são mais de 10 intervenções ao longo dos últimos 15/20 anos.
Tudo o que tenho dito tem caído em saco roto, naturalmente por me recusar a ver as coisas pelo lado politicamente correcto e no mais das vezes mentiroso e efabulado.
Mas as coisas não melhoram. Será prova de que estou certo?
E isto apesar de se gastar milhões e milhões de euros todos os anos nas mais diversas iniciativas, cujo único objectivo é levar as pessoas a votarem em quem está no Poder. Não em resolver qualquer problema. Mesmo assim com inacreditáveis trafulhices pelo meio como ilustrado pelos casos das “golas”, “Siresp”, ajudas às vítimas, “drones”, etc.. Um etecetera e blá, blá, extenso.
Aliás a única coisa que se sabe fazer (além do mais, é fácil) quando há um problema, é ver quem atira mais dinheiro para cima do mesmo; nunca há a mais pequena intenção de descobrir e atacar as causas dos problemas, quanto muito actuar sobre os efeitos.
Jamais, deste modo, se resolverá alguma coisa. Acresce a isto a dificuldade em atinar com uma organização adequada (idem para o recrutamento e preparação) da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), que ainda representa uma pequena “babilônia”.
Ora o fulcro de tudo o que tenho escrito relaciona-se com a insistência de que 99% dos incêndios florestais (se não for 99% é 98) tem origem humana e divide-se em acidente/negligência ou acções dolosas.
Estas são as origens, as causas dos incêndios, o resto são situações que podem agravar ou não os fogos. Mas estes têm primeiro de deflagrar.
Mas a comunicação social, com os políticos e os comentadores à cabeça, acompanhados por numerosos “técnicos” e “especialistas”, continuam a vender a ideia de que os fogos são causados pelas “alterações climáticas”; a “falta de limpeza das matas”; a “dificuldade de acessos”; a “composição arbórea”; o “reordenamento do território”; a “desertificação do interior” e mais meia dúzia de temas bondosos (tirando o das alterações climáticas) e que haverá vantagem em tratar concertadamente.
Mas a questão é que todas estas coisas, que têm sido repetidas “ad nauseum” (como as imagens televisivas dos fogos), não são as causas dos incêndios. Ou seja, não são causa da sua ignição. Será assim tão difícil de perceber isto?
As causas da ignição, nos tais 99% dos casos (ou 98) estão nas mãos que ateiam os fogos, ou por descuido ou por dolo.
A lista de um e de outro é extensa.
No primeiro âmbito podemos englobar o “campista” distraído ou negligente, que faz fogo onde/como não deve; os que deitam as beatas mal apagadas para o chão; curto-circuitos; queimadas mal feitas; fagulhas da actividade ferroviária; acidentes com viaturas ou aeronaves, ou equipamento circulante vário, que por alguma razão resulte fogo; artefactos pirotécnicos em festas e romarias, indevidamente usados, bem como fenómenos ocorridos em cabos (condutores) elétricos (aéreos), que originem descargas, conhecidas como “arcos elétricos”, etc..
Nos segundos podemos englobar um vasto campo de actividades que podem não ter escrúpulos em actuar dolosamente, como sejam, interesses imobiliários, indústria madeireira e de papel, vinganças pessoais, e da própria indústrias/empresas fabricantes/operadoras de material combate a incêndios (viaturas, aeronaves, fatos, equipamento de protecção, mangueiras, etc.), que movimentam muitos milhões. Ou seja, é um grande negócio.[1]
Para já não falar dos desequilíbrios do foro psiquiátrico que levam muitos cidadãos (incluindo do lado de quem combate os incêndios, pois não estão imunes a isto), a provocar fogos pelo “prazer” que tal lhes dá.
Por aqui se vê facilmente que as prioridades de quem diz querer combater a praga desgraçada dos incêndios florestais, que tem causado incontáveis dramas humanos e prejuízos materiais ao país, no seu todo, estão perfeitamente desfasadas da realidade.
A prevenção deve começar na escola, mas não chega, tem que haver uma maior vigilância das áreas florestais, bem como dos sectores que podem ser acidentes potenciais; a malha policial, da Segurança Social, da ANEPC e das Autarquias tem que ser apertada para serem detectados possíveis casos de marados mentais e possíveis acções de vingança por desavenças várias, etc. A legislação deve ser mudada para dissuadir os actos dolosos, limitar os estragos ou negócios ilícitos.
Finalmente quem for condenado por acto criminoso tem que ser reprimido e castigado à bruta, pois só assim se poderão dissuadir novos casos.
O que acabo de dizer teve recentemente dois exemplos evidentes, falo do fogo nas martirizadas Serras de Monchique e da Sertã.
O primeiro, tudo leva a crer, que tenha origem em acidente por ligação elétrica improvisada, em local de acampamento ilegal. O país começa a estar cheio de párias; ex-hippies” europeus; gente que pretende viver isolada do mundo e migrantes desgarrados que por aí andam, para já não falar nas famílias de etnia cigana que acampam por todo o país, sobretudo no Alentejo e que provocam lixeiras a céu aberto em todos os locais por onde passam (as Forças de Segurança olham para o lado - pudera, tiraram-lhes a autoridade, e são enxovalhadas frequentemente pela tutela e na Comunicação Social - ou fecham os olhos – pois aparentemente, são as ordens que têm). E lá se foram mais 600 hectares de verde, fora a destruição material nas poucas casas que restam e no sector primário. A gente paga e atura.[2]
O caso pior ocorreu na Sertã, desta vez a PJ (há décadas que os fogos ocorrem, porque será que só há poucos anos a Polícia Judiciária passou a dar mais atenção ao fenómeno doloso?) prendeu um incendiário recorrente (pelos vistos já tinha activado 16 grandes fogos em anos anteriores), um engenheiro eletrotécnico que construía artefactos para ignição remota de incêndios. Um espanto.
Diria que o meu excelso concidadão, só pode ser tarado ou criminoso; sendo criminoso (e sendo tarado, não o exclui deste epíteto) convinha apurar se alguém lhe pagava e porquê!
Enquanto isto, o Senhor Primeiro Ministro, discursava, na Pampilhosa da Serra, no passado dia 19/7, na apresentação dos 615 milhões de euros, do “Plano de Recuperação e Resiliência” (os nomes que inventam…) para a floresta, dizendo que o que era preciso era “mudar a paisagem”. E mais algumas baboseiras.
Como se pode respeitar um personagem (político) deste jaez?
A negação das evidências instaurou mais uma mentira de Estado.
João José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador (Ref.)
[1] A propósito, o que se sabe de eventuais consequências, de uma reportagem (creio que da TVI), que passou nas pantalhas na sequência do pavoroso incêndio ocorrido no Pinhal de Leiria, em 15 de Outubro de 2017, onde apareciam pessoas aparentemente a combinar a acção dolosa? Foi tudo arquivado pelo Ministério Público? Se as imagens eram falsas, a estação televisiva foi “incomodada” pelo facto? Recorda-se que arderam 86% daquela centenária mata nacional, mandada plantar pelo preclaro Rei, Senhor D. Dinis.
[2] Um fenómeno semelhante ocorreu há poucas semanas, num prédio da rua Morais Soares, em Lisboa – conhecida pela rua onde vive mais gente de diferentes nacionalidades, em todo o país – cheia de “imigras”, “ocupas”, drogados (que vai por ali abaixo até à Mouraria) e fauna vária. É claro que ficaram sem casa, foram albergados na Misericórdia, e sobre o caso recaíu de imediato, um já pouco estranho silêncio.
1 comentário:
Na Minha modesta opinião qualquer incendiário condenado deveria ganhar uma profissão para a vida, obrigatória e inapelável. Assentariam obrigatóriamente arraial num quartel de bombeiros, quando a época de incêndios começasse, a pelo menos 100 quilómetros da sua área de residência e , caso houvesse fogo obrigatóriamente na linha da frente, se possível atado á mangueira de mais alta pressão. nos tempos mortos enrolava mangueiras, varria o quartel e lavava viaturas, recebia as vitualhas e uma manta para tratar de si e nem mais um chavo até lhe arrefecer o palato mole
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