SEM TÍTULO
6/2/21
“Será que para a injecção da Eutanásia também
vai haver chico - espertos
a passar à frente?”
(Pergunta que corre na Net).
Há muito tempo
que digo a quem me quer ouvir que somos diariamente agredidos com uma qualquer
barbaridade. E que ouvir os noticiários é um exercício de sadomasoquismo que
dispensa quaisquer penitências prescritas pelas diferentes religiões – são
verdadeiros filmes de terror!
Pois é, só que
agora essa agressão passou de diária a horária (de hora a hora, e “Deus não
melhora”)!
Sobre a
“pandemia” do “Covid 19” tem sido um fartote e não se fala de outra coisa.
Parece que não há vida para além do vírus…
A cacafonia tem
sido tal e tanta que ninguém sabe a quantas anda, nem em quem acreditar. Daí
também, que a generalidade da população – que se tinha comportado de maneira
pacífica e colaborante aquando do primeiro confinamento – começou a deixar de o
ser. As coisas arriscam-se a, inevitavelmente, piorar. Já ninguém acredita em
ninguém, não só por causa da referida cacofonia e de todo o bicho - careta
opinar sobre tudo e todos, como por aquilo que melhor define a actuação dos
órgãos do Estado, que mais responsabilidades têm tido sobre o assunto ser a
volatilidade, o desacerto e as contradições constantes sobre as medidas que se
foram tomando. Não vamos lembrá-las pois estão na memória de todos e as
afirmações já colecionadas irão fazer parte do anedotário nacional por muito
tempo…
Sem embargo de
sermos um povo perfeitamente displicente em termos de elaborar planos de
contingência seja para o que fôr (é o “logo se vê”) – ao ponto do Governo e a Assembleia
da República nunca terem regulamentado as leis do “Estado de Sítio” e “Estado
de Emergência”), ao fim de mais de 40 anos – dificilmente poderia haver um
plano que pudesse dar conta de um fenómeno destes. Mas, que diabo, já passou
tempo suficiente para se organizar um” centro de crise” que passasse a comandar
as operações a realizar, com uma hierarquia (palavra banida do dicionário
político e até social) bem definida e uma disciplina estrita, que se estendesse
à comunicação oficial sobre o que se passa e se pretende fazer; que tenha
comando e controlo centralizado e execução descentralizada; níveis
diferenciados de decisão e órgãos de conselho técnico adequado, perfeitamente
saneados da “tralha dos Partidos”.
Por mais que este
tipo de linguagem e estrutura possa parecer estranho a organizações civis,
muito menos a políticos de opereta partidária.
A coisa ameaça
desconjuntar-se e disso é bem revelador a demissão do Dr. Francisco Ramos de
coordenador nacional do plano de vacinação (este cidadão já foi cinco vezes
Secretário de Estado da Saúde e a razão pela qual se demitiu – certamente para
não ser demitido – não se estendeu ao cargo que ocupa de Presidente de
Administração e Presidente da Comissão Executiva do Hospital da Cruz Vermelha,
onde aufere um chorudo vencimento). Boa sorte ao Almirante Gouveia e Melo que
sempre foi um bom militar e marinheiro e para lá devia ter sido nomeado em
primeiro lugar. Vai ter muitos escolhos pelo caminho…
Eis senão quando,
no meio do descalabro moral, ético e organizacional, que resultaram nas
numerosas aldrabices ocorridas a nível da vacinação – uma mancha de óleo que
nos envergonha a todos – desembarcou em Lisboa uma equipa de militares alemães
a fim de ajudar no combate à pandemia (mais propriamente 26 elementos com
diferentes especializações no campo da saúde).
Quero desde já dizer
que nada tenho contra a ajuda mútua entre Povos ou Estados amigos ou até,
apenas em termos de conveniência mútua e pontual.
Mas este caso
levanta algumas questões que não parecem despiciendas.
Aparentemente o
Governo Português lançou um pedido para o ar, em termos que não são claros,
para quem nos quisesse ajudar. A Alemanha disponibilizou-se pouco tempo depois,
havendo indícios de que a Áustria e até a Espanha (que está mirrada de recursos
e com problemas de todo o género ainda mais graves do que nós), também
mostraram disponibilidade em nos ajudar.
E após um
reconhecimento prévio (como é apanágio dos militares) lá apareceu um avião da “Luftwaffe”e
largou a equipa que ficou a trabalhar no hospital da Luz, em Lisboa. Uma ajuda
que não deixa de ser simbólica, pois pela dimensão e tempo de estadia, não pode
ser considerada de outro modo.
A primeira
questão que se levanta é a de saber se de facto havia necessidade de pedir
ajuda pois a capacidade nacional não parece estar esgotada. De facto existe
muita disponibilidade a nível privado; há muito pessoal de saúde que continua a
sua vida normal (alguns até estão de baixa) e tirando a nível militar não se
pediu voluntários para trabalhar neste âmbito a pessoal já reformado.
A capacidade a
nível dos serviços de saúde militar não está esgotada e consta que a própria
hierarquia militar deu um parecer negativo à vinda da equipa alemã.
Existe um
hospital novo, com dezenas de camas, pronto e completamente equipado, em
Miranda do Corvo, mas fechado…
Apareceu há poucos
dias um cidadão, creio que Secretário Regional da Saúde na Madeira (não fixei
bem) que afirmou na TV que existiam 50 camas de cuidados intensivos na Região
Autónoma e só oito estavam ocupadas, tendo assim” disponibilidade de receber
mais três”; será que não somos o mesmo país?
E, já agora,
ressalvando alguma questão técnica que dite o contrário, não seria mais
económico esgotar a capacidade do C-130 que levou três pacientes em estado
grave para o Funchal?
Não quero parecer
miserabilista mas nós temos poucos recursos (sobretudo a nível militar), além
de que o custo de uma operação como a efectuada é elevado. Além de que, convém
lembrar, sobretudo a quem gosta de se armar em avestruz e mete a cabeça na
areia, que o Estado Português está falido, o mesmo se passando com a maioria
dos bancos, empresas e contribuintes. E os que não estão para lá caminham.
Só há reservas
de quase nada.
Aliás convinha
saber de onde vai sair o dinheiro para pagar aos alemães (e agora também aos
austríacos), pois seguramente que esta ajuda não será graciosa, nem faz sentido
que seja. E, qual será a “bandeirada”, portuguesa, alemã, “europeia”, ou outra?
Podem vir dizer
que a vida humana não tem preço, o que em teoria é muito bonito e politicamente
correcto, mas a realidade encarrega-se de desfazer o dito em fogo – fátuo (quem
pode, por ex. continuar a pagar às empresas farmacêuticas, milhares de euros
por um comprimido para o cancro?). E nem sequer é necessário deitar mão da
“cultura da morte”, que nos têm impingido; basta dizer que a Constituição da
República, apesar de pejada de “Direitos” e muito emagrecida de “Deveres”
(tirando o de pagar impostos), não promete (ainda) a vida eterna…
Outra coisa que
apanhou as autoridades em Lisboa, de surpresa foi o facto da equipa de alemães
ser constituída por militares e não de civis – logo “eles” que adoram fardas! Ignoravam
também que esta ajuda cabe no âmbito da Protecção civil alemã, que é tutelada
pelos militares. Porque será que não se falou disto na Comunicação Social?
Mesmo assim,
chegou o avião e logo dois ministros, dois, emprestaram a sua presença na
chegada do mesmo. Que diabo, os ministros não têm mais nada que fazer? O
episódio justificava tal deslocação, ou foi apenas mais um gesto para a
fotografia?
Os governantes
(com o PR á frente) para além da incontinência verbal que os caracteriza, ainda
não perceberam que as suas intervenções devem ser adequadas ao nível a que
supostamente, estão? Que a não ser assim tal configura atitudes demagógicas ou
popularuchas? Nivelar por baixo? Que não se dão ao respeito? Que demonstram não
saber delegar (os tais níveis diferenciados de decisão…)? Não conseguem
entender que está tudo errado e só cometem asneiras?
Finalmente pode
até ter sido uma boa ideia ter mandado os alemães para o hospital da Luz (que
já estava a colaborar com o hospital da Amadora – onde tinha havido o problema
com o oxigénio e tinha sido objecto do reconhecimento prévio da equipa alemã),
mas não deixa de ser irónico, que após tantos elogios feitos ao trabalho do SNS,
em simultâneo com o anúncio da sua ruptura iminente (para já não falar na
estúpida guerra ideológica feita á saúde privada), que vá ser justamente uma
unidade hospitalar de privados – e parece que a única (juntamente com a CUF)
que se disponibilizou - a receber a equipa alemã.
Começámos bem a
nossa presidência da UE com o lamentável e vergonhoso caso do Procurador Guerra
e continuamos agora com esta “internacionalização” dos doentes de Covide.
Só não
compreendemos como a Ministra da Saúde ainda não se lembrou de ir a Havana ou a
Caracas cantar a “Internacional” de que é tão fã e solicitar os préstimos
locais. Afinal os kamaradas e revolucionários não são para as ocasiões?
Em síntese o que
resta de Portugal, enquadrado e governado, faz décadas, por um Regime de
corruptocracia, demo - republicana, jacobino e infectado gravemente por demências
de Poder anarco - socialista sofre, sobretudo, de um grave problema Moral e
Ético, que origina um problema Político, do qual decorre um problema
Financeiro, que desagua num problema Económico e, finalmente, Social.
A ordem dos
termos não é arbitrária.
João José Brandão Ferreira
Oficial
Piloto Aviador (Ref.)
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