Português, transmontano, militar
e amante das coisas da vida.
Conheci o Major General Jaime
Neves, mas não privei com ele. Por isso não tenho um conhecimento sequer
razoável do seu carácter e personalidade, não podendo, assim, escrever sobre
ele com profundidade. Estimáva - o como camarada mais antigo.
Mas sei que foi um combatente de eleição e um bom condutor de homens.
Era um homem franco, rijo e amigo
do seu amigo.
Como militar as suas qualidades
operacionais destacavam-se relativamente aos atributos relacionados com a
actividade de Estado-Maior. Não era um teórico nem um estudioso, mas sim um
prático e um intuitivo.
Participou no golpe de estado do
25 de Abril, como a maioria que o fez, por queixas várias contra governos e hierarquias,
algum idealismo e muita ingenuidade à mistura. Situação que virou pouco refletida
e ponderada a que não é estranha a falta de preparação política e intelectual
da maioria.
Sem embargo, e "a
posteriori", de muitos terem manchado a sua “folha de serviços” por
oportunismo e acções contrárias ao dever, brio e decoro militares.
Neste último lote não está
incluído o “Comando” – especialidade que sempre honrou – Jaime Neves que,
vendo-se envolvido na espiral de loucura que assolou o país, no Verão de 1975,
se situou no lado são, da Instituição Militar.
E, nesse âmbito, se destacou na
acção preponderante que teve como comandante do Regimento de Comandos na
contenção (mas não na derrota) das forças político – partidárias de carácter
internacionalista e totalitário, que tinham colocado o país à beira da guerra
civil. O que restou do país deve-lhe isso.
O que, infelizmente, não foi
possível fazer nas parcelas ultramarinas.
Só depois daquela acção - onde se
destacaram, também, algumas unidades aéreas da Força Aérea- se conseguiu
prosseguir com a retoma da “Democracia” (a ser tentada desde 1820…), previsto
no Programa do MFA e único desiderato dos “3 Ds” nele constante, a ter algum
sucesso até hoje.
Pelo que fez o Major General
Jaime Neves ganhou jus a ter o seu nome, para sempre, gravado na História de
Portugal.
Jaime Neves foi, sobretudo, um
bravo.
Um bravo militar do Exército
Português.
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