sábado, 25 de junho de 2011

PORTUGAL PRECISA DE FORÇAS ARMADAS?

Navio Escola Sagres, ex-libris da Marinha Portuguesa
Com este título publicou o Coronel David Martelo um extenso e bem articulado artigo, onde analisa a importância das Forças Armadas (FAs) e o modo como são vistas pela Nação, em contraste com a falta de defesa institucional por parte dos órgãos de soberania e demais forças políticas e os maus tratos que, de um modo geral, recebe de comentadores e jornalistas que pontificam nos “média”.

Escusado seria dizer que o Coronel Martelo tem toda a razão nas explanações que fez. Falta porém perceber e apontar as razões que levaram e levam, a esta inacreditável e irresponsável falta de sintonia entre responsáveis políticos – que se repercute para a opinião pública – e a Instituição Militar (IM) que, aliás, está acima dos políticos e para além dos políticos, pois é, ela própria, uma emanação da Nação. Os políticos passam, vão e vêm, a IM está e fica.

É sobre estes pontos que nos iremos debruçar, certamente com menor elegância do que o meu camarada Cor. Martelo, neste escrito. Sem embargo, com alguma acutilância.

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3 comentários:

Rui Craveiro disse...

Tenente Coronel Brandão Ferreira,

Não consigo abrir o documento referenciado. Não obstante, tenho lido o seu blog e concordando na generalidade com as suas opiniões, quero comentar que se a população portuguesa não compreende a utilidade das forças armadas, é em grande parte por culpa da IM.

Infelizmente a relação entre as nossas FAs e a população civil sofre do defeito bem português da falta de gosto pela partilha. Cada um vive nas suas "quintas" e não abdica do espaço que considera seu, apesar de financiado pelo erário público. Em Espanha, os militares partilham com os civis as suas bases aéreas. Em Portugal não só isso não acontece, como o pouco que acontecia tem visto um retrocesso. Antigamente, os civis podiam operar em Aveiro. Agora não podem. Porque a base afinal pertence ao Exército e porque o Exército desentendeu-se com a autarquia, porque as autoridades não se entendem, por mil e uma razões mesquinhas e idiotas, etc., etc. Nem o exercito lhe dá grande uso, nem os civis podem usar. Para quem está de fora, é sempre dificil compreender a existência de equipamentos subutilizados e o comportamento territorial de quem gere aquilo que não é seu, mas a quem lhe está entregue. A Força Aérea também tem os seus pecados, pois eu próprio já operei em Sintra e pelos mais diversos motivos não há hoje em dia aeronaves civis a operarem em Sintra, para além da actividade de aeromodelismo.

Quem fala em Aveiro e Sintra, fala nas outras bases aéreas todas. Porque não existe uma utilização partilhada entre militares e civis no Montijo, na Ota, Montreal, etc.? Ora, sabemos que o tráfego militar, por mais útil que seja, é suficientemente reduzido de forma a que essa partilha seja possivel. Essa partilha de um bem extremamente oneroso e que é pago pelo contribuinte facilitaria uma compreensão enorme quanto ao seu dinheiro dos impostos que é ali aplicado. Ora se os Espanhois que ainda são bem mais ricos que nós conseguem fazer essa partilha, porque não nós?

O problema é que como tudo em Portugal, quem está encarregue das coisas, de tomar conta delas e de as utilizar acaba por se considerar seu dono. Não, esse espaço é dos Portugueses e apesar de estar entregue aos militares para o usarem na defesa do território, ele é de todos nós. Fomos nós que o pagámos. Naturalmente, que se um espaço é dedicado à defesa nacional, a sua utilização não pode ser um regabofe e tem que existir áreas restritas com segurança apertada. Admito que a operação militar devesse ter sempre precedência e que hajam zonas de uso exclusivamente militar e devidamente vedadas. Mas isso não implica a impossibilidade de partilha onde ela é possivel. Haja bom senso. Até existe um exemplo em Portugal onde isso funciona, Figo Maduro. Neste caso, já existia o Aeroporto de Lisboa civil quando o mesmo também passou a ser usado pelos militares. Não conheço nenhuma base aérea em Portugal que, originalmente militar, tenha sido partilhada com os civis da mesma forma que Figo Maduro foi com os militares.

Quando as FAs abandonarem uma postura tão isolacionista e territorialista, provavelmente os cidadãos voltarão a compreender na totalidade a sua utilidade. Este é o exemplo que conheço enquanto piloto que sou, mas imagino que a restante população possa ter outros pontos de vista semelhantes embora em contextos diferentes. Não sou injusto e usufruo do excelente serviço de informação de trafego aéreo prestado por Lisboa Militar, por exemplo. Conto também um bom serviço de SAR caso um dia venha a precisar, o que espero nunca vir a acontecer. Mas, imagine só por exemplo quantos civis não iriam ficar satisfeitos com as FAs e a passariam a ver com outros olhos se houvesse aviação comercial de pequeno porte a operar a partir das bases aéreas espalhadas em redor de Lisboa.

Não basta culpar os políticos e a imprensa. Os militares deviam perceber o que eles próprios podem fazer para ter uma imagem bem melhor, e não bastam acções de divulgação e propaganda para conseguir esse objectivo.

Cumprimentos,

Rui Craveiro

MouTal disse...

Eu gostava de ler o artigo, mas não me é permitida a entrada...
Porque será?
Talhinhas.

Adamastor disse...

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