domingo, 12 de novembro de 2017

FECHEM O PAÍS?!



                                                                FECHEM O PAÍS?!
11/11/17 (DIA DE S. MARTINHO)

                                        “Senhor, Senhor, abre-nos a porta.
                                         Mas Ele respondeu: Em verdade vos digo:
                                         Não vos conheço. Portanto, vigiai, porque
                                         Não sabeis o dia nem a hora”.
                                         Mateus 25, 1 - 13

    Quem pense que já viu tudo desengane-se.
    Eu não sei (ainda não sei) quem foram os responsáveis por esta gigantesca e grotesca argolada, que representou a realização, no pretérito dia 9 de Novembro, do jantar (de gala?) que encerrou o Web Summit 2017 – onde até o PR discursou em inglês (no “Summit”, não no jantar) – no, calcule-se, Panteão Nacional!
    Mas nem é por isso (apurar as responsabilidades – para quê, num país onde tal constitui uma anormalidade enquistada) a razão do ao que venho.
    O que está verdadeiramente em causa é saber como uma ideia destas pode ter passado pela cabeça de um qualquer avantesma. Ou seria uma espécie de “missa negra”?
    Isto porque a culpa do que se passou, não pode ser apenas alocada aos responsáveis, mas fruto de todo um ambiente; de ideias e “princípios” em voga, isto é de toda uma matriz cultural, de uma Moral e de uma Política (doutrina e ideologia), envolventes, que enformam a actual sociedade portuguesa – e não digo “Nação”, pois esse termo desapareceu do linguajar das gentes, logo do seu pensamento.
    Ora toda esta situação é que é muito grave.
    Pode ser até uma doença terminal…
    Mas este escabroso episódio – que lhe haveremos de chamar – é apenas um de muitas (mesmo muitas) barbaridades e patifarias, com que o cidadão comum é brindado diariamente pela Comunicação Social.
    Diariamente.
    Diariamente.
    Será este mais um episódio de menoridade de Carácter, nas situações frequentes em que nos pomos de cócoras perante um qualquer palerma estrangeiro que por aí calhe, como foi, por ex., a recepção ao cantor Bono, quando este visitou o Ex- PR choramingas Sampaio, e agora parece ser o caso com a balzaquiana Madonna?
    Será que os deslumbrados provincianos – agora mais suburbanos, já que a Província está a desaparecer – estiveram nesta onda com o senhor Paddy Cosgrave e seus “compagnons de route”?
    É que não pode valer tudo mesmo para os eternos adoradores do “deus cifrão”…
    Os exemplos podiam multiplicar-se “ad nauseum”.
    Tornámo-nos pois, um país e sobretudo um Estado desqualificado!
    Para isso bastaria, aliás, o facto de termos a terceira dívida maior do mundo, ao que corre (a gente sabe lá em quem é que pode acreditar…), que é impagável e, por isso, o país estar a ser vendido em acelerado de marcha. E nós vamos ser vendidos com ele.
    Mas alegrem-se: vamos ser vendidos democraticamente!
    Esta cena (como agora se diz) do jantar, porém, ultrapassa tudo o já visto, em indignidade (Sócrates, meu jovem, podes respirar de alívio); em falta de valores, em simples bom senso!
    Será que a campa do “Grande” Albuquerque serviu de aparador para a palamenta?
    Serviram à sobremesa, leite - creme com pólvora, à moda do Aquilino?
    Ou, talvez se tenham lembrado de apor um gira - discos com canções da Amália, sobre a sua lápide, numa farsa burlesca a fingir que se ouvia a sua voz do “Além - Túmulo”, a fim de entreter ao café?
    Um jantar de fim de evento social, num local que, supostamente recolhe o que melhor existiu nesta Pátria tão desprezada pelos contemporâneos, e que devia ser local de peregrinação, veneração, exaltação e recolhimento?
    Mal andaram.
    Eu recuso-me a viver neste filme de terror projectado num cano de esgoto a céu aberto!
    E se, já agora, o nosso destino é desaparecer depois de sermos vendidos (as evidências não mentem), que tenhamos um laivo de coragem e sobriedade (de sóbrio) e terminemos com isto depressa.
    Proponho, pois, que as famílias deixem de procriar (parece até, que só os homossexuais é que o querem fazer), o que, aliás, não é difícil pelo caminho que já trilhamos; o Governo e o Parlamento passem a “Comissão Liquidatária” – no que já têm prática alargada; e o nosso querido PR apresente afectuosamente, a candidatura do País a ser leiloado (desde que alguém assuma a dívida, já que ninguém quer trabalhar para a pagar – eu pelo menos não quero!), já na próxima Assembleia – Geral das Nações (des)Unidas, conhecida nos meios diplomáticos por “ONU”.
      Está lá até a presidir (isto é a fazer de “mono”, pois aquilo não serve para nada), o seu/nosso compatriota Guterres – o católico (progressista) – que também esteve presente no dito jantar, que deverá receber a ideia de braços abertos.
    Como bónus, caso haja algum país ou organização mais avisado e prudente, que levante dúvidas, oferece-se a eutanásia para os sobrevivos – no que não haveria problema de maior dado o elevado número de voluntários, para o acto, ali para os lados de S. Bento.
    Façamos isto rápido porque viver assim é uma tortura.
    E, como sabem, segundo o que está consignado, a tortura é contra a Declaração Universal dos Direitos do Homem…
    Haveria apenas uma condição: quem arrematasse o país na tal hasta pública universal, teria que preservar a memória dos que por já cá passaram e fizeram a Nação dos Portugueses, um País grande e, em tempos, respeitado. E não tem culpa do que agora se passa.
    E garanta também, que implode o Panteão Nacional.
    É que templos profanados são má memória.

                                      João José Brandão Ferreira
                                          Oficial Piloto Aviador
(Das mui antigas, nobres, por vezes gloriosas, mas quase extintas Forças Armadas Portuguesas)

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