Está cinco estrelas!
Tem-se
falado muito do Acordo Ortográfico e da necessidade de a língua evoluir
no sentido da simplificação, eliminando letras desnecessárias e
acompanhando a forma como as pessoas realmente falam .
Sempre combati o dito Acordo mas, pensando bem, até começo a pensar que
este peca por defeito. Acho que toda a escrita deveria ser repensada,
tornando-a mais moderna, mais simples, mais fácil de aprender pelos estrangeiros .
Comecemos pelas consoantes mudas: deviam ser todas eliminadas .
É um fato que não se pronunciam .
Se não se pronunciam, porque ão-de escrever-se ?
O que estão lá a fazer ?
Aliás, o qe estão lá a fazer ?
Defendo qe todas as letras qe não se pronunciam devem ser, pura e
simplesmente, eliminadas da escrita já qe não existem na oralidade .
Outra complicação decorre da leitura igual qe se faz de letras diferentes e das leituras diferentes qe pode ter a mesma letra .
Porqe é qe "assunção" se escreve com "ç" "ascensão" se escreve com "s" ?
Seria muito mais fácil para as nossas crianças atribuír um som único a
cada letra até porqe, quando aprendem o alfabeto, lhes atribuem um único
nome.
Além disso, os teclados portugueses deixariam de ser diferentes se eliminássemos liminarmente o "ç" .
Por isso, proponho qe o próximo acordo ortográfico elimine o "ç" e o
substitua por um simples "s" o qual passaria a ter um único som .
Como consequência, também os "ss" deixariam de ser nesesários já qe um "s" se pasará a ler sempre e apenas "s" .
Esta é uma enorme simplificasão com amplas consequências
económicas,designadamente ao nível da redusão do número de carateres a
uzar.
Claro, "uzar", é isso mesmo, se o "s" pasar a ter sempre o som de "s" o som "z" pasará a ser sempre reprezentado por um "z" .
Simples não é? se o som é "s", escreve-se sempre com s. Se o som é "z" escreve-se sempre com "z" .
Quanto ao "c" (que se diz "cê" mas qe, na maior parte dos casos, tem
valor de "q") pode, com vantagem, ser substituído pelo "q". Sou patriota
e defendo a língua portugueza, não qonqordo qom a introdusão de letras
estrangeiras.
Nada de "k" .Ponha um q.
Não pensem qe me esqesi do som "ch" .
O som "ch" será reprezentado pela letra "x".
Alguém dix "csix" para dezinar o "x"? Ninguém, pois não ?
O "x" xama-se "xis".
Poix é iso mexmo qe fiqa .
Qomo podem ver, já eliminámox o "c", o "h", o "p" e o "u" inúteix, a
tripla leitura da letra "s" e também a tripla leitura da letra "x" .
Reparem qomo, gradualmente, a exqrita se torna menox eqívoca, maix fluida, maix qursiva, maix expontânea, maix simplex .
Não, não leiam "simpléqs", leiam simplex .
O som "qs" pasa a ser exqrito "qs" u qe é muito maix qonforme à leitura natural .
No entanto, ax mudansax na ortografia podem ainda ir maix longe, melhorar qonsideravelmente .
Vejamox o qaso do som "j" .
Umax vezex excrevemox exte som qom "j" outrax vezex qom "g"- ixtu é lójiqu?
Para qê qomplicar ? ! ?
Se uzarmox sempre o "j" para o som "j" não presizamox do "u" a segir à
letra "g" poix exta terá, sempre, o som "g" e nunqa o som "j" .
Serto ?
Maix uma letra mud a qe eliminamox .
É impresionante a quantidade de ambivalênsiax e de letras inuteix qe a língua portugesa tem !
Uma língua qe tem pretensõex a ser a qinta língua maix falada do planeta, qomo pode impôr-se qom tantax qompliqasõex ?
Qomo pode expalhar-se pelo mundo, qomo póde tornar-se realmente impurtante se não aqompanha a evolusão natural da oralidade ?
Outro problema é o dox asentox.
Ox asentox só qompliqam !
Se qada vogal tiver sempre o mexmo som, ox asentox tornam-se dexnesesáriox .
A qextão a qoloqar é: á alternativa ?
Se não ouver alternativa, pasiênsia.
É o qazo da letra "a" .
Umax vezex lê-se "á", aberto, outrax vezex lê-se "â", fexado .
Nada a fazer.
Max, em outrox qazos, á alternativax .
Vejamox o "o": umax vezex lê-se "ó", outrax lê-se "u" e outrax, lê-se "ô" .
Seria tão maix fásil se aqabásemox qom isso !
qe é qe temux o "u" ?
Se u som "u" pasar a ser sempre reprezentado pela letra "u" fiqa tudo tão maix fásil !
Pur seu lado, u "o" pasa a suar sempre "ó", tornandu até dexnesesáriu u asentu.
Já nu qazu da letra "e", também pudemux fazer alguma qoiza : quandu soa "é", abertu, pudemux usar u "e" .
U mexmu para u som "ê" .
Max quandu u "e" se lê "i", deverá ser subxtituídu pelu "i" .
I naqelex qazux em qe u "e" se lê "â" deve ser subxtituidu pelu "a" .
Sempre. Simplex i sem qompliqasõex .
Pudemux ainda melhurar maix alguma qoiza: eliminamux u "til"
subxtituindu, nus ditongux, "ão" pur "aum", "ães" - ou melhor "ãix" - pur
"ainx" i "õix" pur "oinx" .
Ixtu até satixfax aqeles xatux purixtax da língua qe goxtaum tantu de
arqaíxmux.
Pensu qe ainda puderiamux prupor maix algumax melhuriax max parese-me qe
exte breve ezersísiu já e sufisiente para todux perseberem qomu a
simplifiqasaum i a aprosimasaum da ortografia à oralidade so pode trazer
vantajainx qompetitivax para a língua purtugeza i para a sua aixpansaum
nu
mundu .
Será qe algum dia xegaremux a exta perfaisaum ?...
I porqe naum?...
Este blogue apresenta os pensamentos, opiniões e contributos de um homem livre que ama a sua Pátria.
sábado, 25 de fevereiro de 2017
sábado, 11 de fevereiro de 2017
"Sessão de Homenagem a Isabel Bandeira de Mello (Rilvas)" - 23 de Fevereiro - 18h00 - Sala Algarve
Os
Presidentes da Sociedade de Geografia de Lisboa e da Sociedade
Histórica da Independência de Portugal convidam V. Ex.ª e Família para a
Sessão de Homenagem a Isabel Bandeira de Mello (Rilvas), promovida pelo Instituto Bartolomeu de Gusmão, a realizar na Sala Algarve da Sociedade de Geografia, no dia 23 de Fevereiro de 2017 (quinta-feira), às 18h00.
Na sessão serão, ainda, evocadas as Enfermeiras Paraquedistas.
Seguir-se-á
um Jantar de Homenagem, no Salão Nobre do Palácio da Independência, às
20h00, cujas inscrições se solicita sejam apresentadas telefonicamente
até terça-feira 21 de Fevereiro para o número 213241470 (€ 20,00).
Sociedade de Geografia de Lisboa
Rua das Portas de Santo Antão, 100
1150-269 Lisboa - Portugal
213425401 - 213464552
domingo, 5 de fevereiro de 2017
AS FORÇAS ARMADAS VÃO FICAR REDUZIDAS A MESTRES E DOUTORES?
AS FORÇAS ARMADAS VÃO FICAR REDUZIDAS A MESTRES
E DOUTORES?
4/2/2017
A coisa vem de trás.
Começa aí por meados dos anos 80 do
século passado.
Os fumos de “glória” do 25 de Abril
já se tinham ido há muito, tendo a Instituição Militar saído completamente
ferida e rebaixada da Descolonização e do “PREC”.
O 25 de Novembro ficou a meio (ou
nem isso) e as feridas levam tempo a sarar.
Algumas nunca saram.
As Forças Armadas ficaram de mal
consigo próprias e com a Nação. E esta com aquelas.
Nunca ninguém quis admitir isto.
*****
Extintas as escolas industriais e
comerciais – erro imperdoável que ainda não foi reparado – quis fazer-se de
toda a gente um licenciado numa área qualquer. Pois não temos todos nós direito
a tudo e não somos todos iguais?
Está até, na Constituição…
Como entretanto o Ministério da
Educação implodiu e foi sendo ocupado por sucessivas vagas de gente
dificilmente adjectivável, a qualidade do ensino e dos professores; a
disciplina nas escolas; a avaliação; a estabilidade dos programas e dos
compêndios, da pedagogia, e as próprias infraestruturas, caíram a pique.
Deixou de haver escola para haver
choldra.
Daí para cá poucas melhorias houve,
apesar dos sucessivos orçamentos de novos - ricos atribuídos ao sistema – um
poço sem fundo![1]
Parece que rendia votos e apaziguava
consciências.
Por isso é risível (se não fosse
trágico) a tão apregoada qualidade das actuais gerações que brotam do sistema,
baptizadas, sem água benta, das “mais bem preparadas de sempre”!
Apregoam isto com ar sério e não dei
conta, até agora, de nenhum filho d’algo que o rebata.
Entretanto o “negócio” do ensino
disparou, sobretudo nas áreas das ciências sociais (que só exige “papel e lápis”),
sem que os poderes do Estado o tentassem regular, assistindo-se apenas a uma
inquinada discussão ideológica sobre o ensino privado e o público…
*****
O ensino militar, apesar de tudo, resistiu
muito melhor (pondo de lado o que se passou nas escolas militares em 1974/75…).
Afastados das lides culturais e até
dos avanços na guerra convencional, por via das longas campanhas contra
subversivas no Ultramar Português entre 1961 e 1974, foi preciso um esforço de
reconversão enorme logo que a estabilidade institucional se foi ganhando a
seguir aos eventos ocorridos em 25 de Novembro de 75.
Esse esforço fez-se e foi notável.
A Força Aérea (FA) e a Marinha
recuperaram mais facilmente do que o Exército.
A FA porque teve um notável Chefe de
Estado-Maior (o General Lemos Ferreira) que impôs uma dinâmica difícil de
imitar; a Armada porque foi o Ramo menos afectado pela guerra e porque manteve
sempre uma presença e ligação à NATO.
O Exército por ser o Ramo mais causticado
pelo conflito e pelo PREC; por ter um número de efectivos superior; ser tecnologicamente
mais atrasado e, até, por dominar menos a língua inglesa, teve mais dificuldade
em “dar o salto”.
Mas a Instituição Militar – não por
acaso, por causa das suas características – no seu todo andou à frente do
ensino civil, coisa que a generalidade dos próprios militares, incluindo as
suas chefias, nunca deu conta (os militares acabam sempre por ser vitimas deles
próprios…).
Deu-se, “naturalmente”, sobretudo a
partir da publicação da Lei de Defesa Nacional e das FA, em 1982, um auto
rebaixamento dos militares e uma sobranceria por parte da chamada
intelectualidade civil no âmbito das mais - valias académicas, facto que era
exacerbado pelas forças políticas do “centrão” que nunca perdoaram a existência
do Conselho da Revolução e os dois Pactos MFA/Partidos.
O PCP, apesar da sua prudência
(enquanto minoritários), nunca reconheceu nada que não se paute pela sua
cartilha, e da extrema - esquerda nem vale a pena falar por via dos seus
preconceitos, estereótipos e militância contra tudo o que cheire a fardas ou
tenha a palavra “militar”.
Daqui à questão das “equivalências
universitárias” foi um passo (questão que nunca se tinha colocado até 1974).
Convenhamos que até poderia haver
vantagens em ter este assunto harmonizados entre militares e civis, mas o que
se veio a verificar foi a tentativa de invasão do ensino militar pelo ensino
civil, chegando-se ao ponto de ter havido uma tentativa de colocar um
catedrático civil como uma espécie de Reitor do Instituto sito em Pedrouços,
onde entretanto se agruparam os cursos de formação e promoção comuns aos três
Ramos das Forças Armadas (e, nalguns casos, a GNR)! [2]
A adopção dos cursos de Bolonha veio
dar mais um sério abalo em todo o conjunto.
Pelo meio passaram-se as mais
desvairadas coisas: pensar que um oficial das áreas de engenharia ficaria
melhor á frente de uma Academia Militar; privilegiar áreas de ensino civil em
detrimento das disciplinas militares; querer que um cadete passasse a ser um super-homem
académico; fazer cortes a esmo na preparação física e no desporto militar;
querer impor limites aos tempos lectivos dos militares e “adequá-los” aos
mesmos das universidades civis - como se pudesse haver alguma comparação
possível; haver preocupações em dar equivalências civis, para que os futuros
oficiais, pudessem encontrar emprego noutras áreas quando abandonassem o
serviço activo - como se alguma vez tenha passado pela cabeça de alguém ter
essa preocupação relativamente a um outro curso/profissão qualquer, etc.
Um etecetera penoso.
E foi assim que, pouco a pouco, se
chegou ao ponto de ser “bem”, que um militar, numa altura qualquer da sua
carreira, conseguisse um grau académico civil. Os regulamentos de avaliação de
mérito dos militares passarem até, a ter isso em conta.
A exigência de nas escolas
superiores militares, passar a haver uma percentagem de professores
“doutorados”, também contribuiu para esta “febre”.
E, claro, com mais um canudo na mão,
sempre se pode iludir a ideia feita em áreas de pensamento da sociedade, em que
um militar é assim uma espécie de bípede quadrado, aparentado à família dos
asnos…
Ora tudo isto não é mais do que um
sintoma profundo do descalabro em que o conceito da “profissão” militar caiu na
generalidade da população, o que foi exponenciado pelo desprezo dos políticos,
a falta de isenção, silêncio, incompetência e acinte da comunicação social; o
fim do serviço militar obrigatório, a ignorância cívica e a falta de consciência
colectiva de qualquer tipo de ameaça externa.
Não quero, porém, ser mal
interpretado: obter um grau académico é, à partida, uma mais - valia quer em
termos individuais, quer coletivos.
Mas as coisas têm que estar em
perspectiva e não se deve perder de vista os objectivos fundamentais dos
oficiais e sargentos das FA, que é o de serem capazes de comandar unidades
militares num teatro de operações, onde e quando necessário e em quaisquer
circunstâncias.
Ora isto não se coaduna com
diletantismos académicos e logo numa instituição onde os seus quadros já
passam, desde há décadas, cerca de um quarto do seu tempo de serviço ocupados
em cursos – o que não tem paralelo em qualquer outra profissão…
Ou seja os graus académicos civis
devem ser vistos como complemento das exigências e necessidades militares, ou
para cumprir um objectivo específico e sempre devidamente orientados.
*****
A Instituição Militar, como tal,
tem-se mostrado perfeitamente incapaz de reagir a toda a degradação que a
afecta (e à Nação) e os militares confundem amiúde, causas e efeitos mantendo a
“ordem de batalha” constantemente desactualizada.
Finalmente, a constante redução de
efectivos, perspectivas de carreira, fecho de unidades; falta de sistemas de
armas; redução de capacidades, competências, retribuições, etc., têm tido efeitos
devastadores sobre o moral de todos passando-se, a nível das chefias, ao modo
de sobrevivência e ao nível do quadro permanente, ao modo do “salve-se quem
puder”.
E que outras alternativas existem
para quem não tenha quem os defenda; não haver navios para navegar, aviões para
voar e homens para comandar? Dinheiro para exercícios, para a assistência
social, para … nada?
Por isso, caros leitores e
compatriotas, um dia destes verão o que resta da tropa, quase todos
transformados em doutores, mas ninguém que saiba dar um tiro.
Também, que diabo, como é que se
pode ter alguém que saiba dar um tiro, se nem sequer há munições?
João
José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador