sexta-feira, 12 de agosto de 2016

AS VAGAS DE INCÊNDIOS

Sucedem-se, sucessivamente sem cessar…
 
A “crónica” de hoje vai ser curta e grossa.
Portugal nos últimos 40 anos, depois de ter resolvido mal os problemas que vinham do anterior (alguns, até tragicamente), ficou afectado por outros, que não consegue resolver minimamente, para não dizer que não consegue resolver. Ponto.
 
Entre muitos destacamos o equilíbrio financeiro; ter um plano sustentável para a economia; um sistema de ensino que sirva para alguma coisa (que não seja alimentar sindicatos); um sistema de Justiça, equilibrado, célere e adaptado à população sobre que vai incidir; a corrupção desenfreada; a bancarrota da segurança social; uma Diplomacia que não se limite a ser um mero exercício de relações públicas; as Forças Armadas a desaparecerem; o relativismo moral, militante, etc., etc..
Enfim ter uma Ideia para o país que queremos ser e uma estratégia que a concretize.
 
O país, entretanto, arde. E arde violenta e ciclicamente. 
Ora pergunta-se: se não conseguimos resolver um único problema e as notícias de portugueses a destacarem-se, vem sobretudo dos que estão emigrados, porque é que se haveria de resolver o problema dos fogos?
Apesar de todos poderem exprimir democraticamente, é claro, a sua democratíssima opinião!
Horas e horas de imagens de incêndios nas pantalhas – outro “negócio” que não ajuda nada; lamentos q.b.; prejuízos dantescos; mortes; debates aos pontapés; promessas de meios (quantas mais fizerem mais fogos haverá); jogos de estatísticas; declarações solenes do género “para o ano é que vai ser”, etc..
Resultado, chega-se ao ano seguinte, arde tudo outra vez. O ciclo repete-se.
É certo que a soma de acções a realizar, tanto na prevenção, como no combate, como no campo legislativo, é complexo e multifacetado. Mas há muito que se sabe tudo isto e também o que há a fazer.
A pergunta óbvia surge naturalmente: porque é que então não se faz praticamente nada de eficaz?
Por interesses instalados que ninguém tem ousado tocar (sim isto dos incêndios gera grandes negócios)? Por inépcia? Por incompetência? Por corrupção? Por cobardia? Porquê santo Deus?
O que levará tantos governos e tantos organismos envolvidos a terem um desempenho tão nefasto e medíocre, em todo este âmbito?
Parece óbvio que é por um conjunto de todas as razões apontadas e por não haver vontade política para fazer seja o que for. Não dá jeito, não dá votos, não dá comissões, não gera “amigos”…
O Presidente da República no meio do seu afã saltitão, de nenúfar em nenúfar e de sorrir para as “selfies”, à procura de afectos, não poderia tentar arranjar maneira (já que governos e partidos só se preocupam com votos e negócios), de fazer face a esta tragédia, que é uma espécie de peste dos tempos modernos e configura uma das piores formas de terrorismo?[1]
Enquanto não se decidem a fazer algo de útil pensem: Nada arde por si, muito menos à noite, a não ser por razões naturais raras.
Sabe-se que a maioria dos fogos tem origem criminosa; outros são por descuido ou negligência.
Os autores destes últimos têm que passar a ser responsabilizados e sofrer castigos sérios, e a ressarcir a comunidade com serviço cívico gratuito, durante um período alargado da sua vida.
Relativamente aos primeiros existem três tipos de casos: os tarados, os vingativos e os que são pagos para atear os fogos.
Os tarados têm que ser supervisados socialmente e quando detectados têm que recolher a uma instituição qualquer que lhes dê “uns banhos frios”; quando apanhados no vício tem que se responsabilizar também, as famílias para o caso de ter havido algum caso de incúria, ou encobrimento.

No entretanto, deve ser-lhes feito uma análise às cuecas a fim de se detectar esperma, o mesmo se fazendo aleatoriamente (como se faz para a droga) testes destes ao pessoal envolvido no combate a incêndios – parece que aos “apanhados do clima”, lhes dá para ter orgasmos…
Os vingativos são os que andam zangados com a vida, com o vizinho, com a falta de zonas de caça, por motivos de partilhas, etc.. Caiem simplesmente no âmbito do crime.
Os que são pagos, são-por via das causas acima apontadas e por isso são apenas criminosos.
Em síntese, tudo isto representa um caso contumaz de polícia.
Solução: dar ordem a todas as forças militares, militarizadas e de polícia para, no exercício das suas missões de segurança, ao verem um animal destes com a boca na botija, o abatam “in situ”; aos que escaparem vai ter que se lhes “apertar o pescoço” até vomitarem quem lhes pagou o acto, ou as razões porque o fizeram; e a seguir serão arrecadados com a pena máxima e passem o resto dos seus dias a limpar a floresta, fazer aceiros e a plantar árvores.
Tais medidas têm duas grandes vantagens (e estas sim, deviam passar nas televisões): evitava-se que os pirómanos depois de apanhados fossem soltos por “distúrbios mentais” ou serem “vítimas da Sociedade” e ataca-se o fogo no seu início que é a melhor maneira de ele terminar.
Entretanto talvez os putativos candidatos pensassem duas vezes, antes de virarem pirómanos.
Para grandes males, grandes remédios.

[1] “Vim dar o abraço de Portugal à Madeira”, PR “dixit”. E eu a julgar que a Madeira era Portugal! Ó Senhor Presidente…

7 comentários:

Paulo Selão disse...

Para ver:

http://sic.sapo.pt/Programas/queridasmanhas/Hernanicarvalho/2016-08-11-Hernani-Carvalho---11-de-Agosto

Manuel Álvares disse...

A Floresta... chegou o Verão e vai chegar o Inverno.

Portugal é deveras um país rico, mas por vezes pobre de espírito. Se nos tivessem calhado as areias do Sara como pátria, mas sem petróleo, mesmo assim poderíamos ser ricos se houvesse cabecinha... veja-se os israelitas por exemplo... conseguem transformar deserto em terra arável... e até já se fala em plantar batatas em Marte.

Mas Portugal abençoado pela geografia, pelo clima... país dito pobre dá-se ao luxo de deixar arder quantidades enormes de matéria prima e energia que nos poderiam ajudar a ser independentes energéticamente... promover postos de trabalho e desenvolver o país.

Já é mais que tempo de se construírem centrais para aproveitamento e tratamento de resíduos florestais. Sinceramente é tudo um grande negócio e mesmo que o país se unisse para tal, tudo ficaria nas mãos de meia-dúzia de afilhados iluminados.

Entretanto fica a questão: Se não aproveitamos a terra como podemos falar em aproveitar o mar?

Panis circensis... desistimos de ser um país e de ter cérebro. Até adivinhamos o futuro... para o ano será igual.

Ricardo A disse...

"A verdade é que após a tragédia de 2003, pouco mais foi feito do que o investimento nalguns meios (não aéreos) e recursos humanos. Mas além da passividade e da falta de coragem política dos sucessivos governos, também os cidadãos não limparam os seus quintais ou as matas circundantes às suas casas, não organizaram os seus terrenos e nem se preocuparam em alertar as autoridades para eventuais situações potencialmente perigosas. Na verdade, tudo o que possa ser dito agora funciona apenas como “cortina de fumo” perante a falência do Estado (leia-se Poder e Povo) e das suas estruturas na defesa do seu Território. Sim, porque é precisamente disso que se trata: defesa do território nacional. Não é que os espanhóis estejam a mobilizar infantaria junto da fronteira ou que os marroquinos estejam a invadir as águas territoriais portuguesas, é antes a incapacidade do Estado em proteger o seu território e recursos face a “ameaças” mais assimétricas, que muitas das vezes têm quase só a ver com comportamentos humanos. Incúria, desleixo, irresponsabilidade, crime, (des)interesses, desordenamento, são apenas algumas das palavras que podem ajudar a explicar incêndios que subsistem durante vários dias com frentes activas de quilómetros, rivalizando com alguns que, de uma forma mais compreensível, sempre vão acontecendo em realidades geograficamente gigantescas como a Austrália, a Califórnia ou a Rússia. Neste capítulo, Portugal está junto destas grandes potências."----do artigo "Incêndios" de Alexandre Guerra,dos poucos artigos certeiros no jornal "público".

Ricardo A disse...

O Presidente da República no meio do seu afã saltitão, de nenúfar em nenúfar e de sorrir para as “selfies”, à procura de afectos, não poderia tentar arranjar maneira (já que governos e partidos só se preocupam com votos e negócios), de fazer face a esta tragédia, que é uma espécie de peste dos tempos modernos e configura uma das piores formas de terrorismo?------Ora aí está!

Helena disse...

Brilhante, como sempre.
Que pena o Sr. TCor. não ser P.R. ou 1º Ministro ou melhor Rei Absolutista... teríamos, sem dúvida, um Portugal português com ordem, seguro e com os afectos no sítio certo.
Bem haja.

Nota :
Caberá a nós, seus leitores, saber formar algo que ponha à frente de Portugal pessoas como V.Exa.
Não basta batermos palmas...

Anónimo disse...

Caberá a nós, seus leitores, saber formar algo que ponha à frente de Portugal pessoas como V.Exa.
Não basta batermos palmas...

Helena BC

Já somos dois.

Manuel Alves

Helena disse...

Sr. Manuel Alves, óptimo.