“Se acham que a educação é cara Experimentem a
ignorância”
(Lema do Ministério da Educação de Singapura)
Quando
ainda jovem, jovem, aprendia português (de Portugal), lembro-me de um conhecido
texto da saudosa “Selecta Literária” em que um velho pai, já no seu leito de
morte, chamou à sua presença os sete filhos para lhes dar um último conselho
para a vida: que fossem unidos para melhor se defenderem e prosperarem.
Para o
ilustrar pediu a cada um que partisse uma vara que lhes dava, o que todos
fizeram facilmente. A seguir juntou sete outras varas e fez o mesmo pedido.
Desta feita nenhum dos filhos conseguiu partir o molho de varas…
Vem isto
a propósito da última manifestação promovida pelas alunas e ex-alunas do
Instituto de Odivelas (IO), no pretérito dia 14 de Junho, contra o encerramento
deste colégio centenário. A concentração foi junto aos Jerónimos com subida até
ao Ministério da Defesa, acabando com oferta de rosas ao ministro.
A ideia
foi boa, já quase em desespero de causa, mas não parece – infelizmente - ter
força para resultar. Justamente porque em vez de aparecerem as “sete varas” só
apareceu uma…
Quer isto
dizer que a luta pela defesa dos estabelecimentos militares de ensino tem que
ser feita pelos três - IO, Colégio Militar (CM) e Instituto Militar dos Pupilos
do Exército (IMPE) – com os respectivos corpos docentes, discentes, associações
de ex-alunos, associações de pais e todos aqueles (entidades e pessoas
individuais), que consigam mobilizar para a causa. Tudo em coordenação e
complementaridade.
E tal,
tragicamente, não tem sido feito ou conseguido.
Não vamos
agora analisar quem tem mais ou menos responsabilidades neste âmbito – cada
qual que meta a mão na consciência – o que interessa, é ter a noção de que o
que se conseguiu até agora vai permitir, faseadamente, que o MDN (isto é, o
governo) destrua três singularíssimas instituições que pela sua antiguidade e valor,
já fazem parte dos esteios identitários da Nação! E ver o que se consegue fazer
daqui para a frente.
E se não
se conseguem organizar, ponderem a criação de uma estrutura que o faça, numa
espécie de “confederação”.
A
ofensiva, agora, é poderosa e conta com o alheamento do Conselho de Chefes
Militares – que nunca se entenderam sobre o assunto – e com a demissão do
Comando do Exército, instituição que tutela directamente os colégios.
Conta,
ainda, com a “cobertura” da desculpa da “Troika” e da “crise”, e da máquina de
calcular dos tecnocratas de serviço – que apenas vêm números (os que lhe
interessam) – e que nem lhes passa pela cabeça que fechar 50 escolas
secundárias, por ex., tem um significado e impacto perfeitamente distintos, do
que fechar qualquer um destes peculiares estabelecimentos de ensino de
excelência.
E creio
que jamais perceberão, a não ser à “martelada”…
A piorar
as coisas uma mão cheia de jornalistas contaminados pela demagogia corrente, ou
arregimentados, alinham na campanha escrevendo e dizendo coisas parecidas a
dislates, como foi o caso da jornalista, da RTP1, que cobriu a cerimónia
militar do Dia de Portugal, em Elvas. Foi pena que nenhum dos três oficiais
presentes a tivesse posto na ordem.
E os
abutres que há muito aguardam pelos despojos, para passar a patacos o
património pátrio, continuam à espreita…
Passo a
relatar um exemplo do muito que se deveria fazer se todos quisessem e
conseguissem dar as mãos.
Todos os
mobilizáveis deveriam concentrar-se, à vez, em frente a cada um dos Colégios, e
fazer-se um cordão humano à volta dos mesmos. No final e frente à “Porta de
Armas”, seria cravada no chão uma espada ou uma espingarda com baioneta,
significando que “dali não passarão”!
Acompanhado de discurso e encenação a condizer.
A
situação é grave e requer resistência passiva e, se necessário, desobediência
civil.
Não se
devem oferecer mais rosas ao senhor ministro (e como todos devem estar
arrependidos, no CM, de o terem obsequiado com um “zacatraz” – desde quando se
saúdam os algozes?). A não ser os espinhos das mesmas.
Ele não
as merece, em primeiro lugar porque não as vê, pois é vesgo; não as cheira,
pois usa perfumes caros; não as tacteia, pois é insensível; não as entende,
pois está vidrado no erro e não vos agradece, pois está do lado do inimigo.
Ofereçam-nas antes, á Rainha Santa Isabel que ela, sim, as merece.
E talvez
interceda para que entre luz neste governo de trevas.
2 comentários:
Um grande ZACATRAZ para ti Brandão, de alguém que te admira e que está, e estará sempre, 100% contigo. O meu muito obrigado por defenderes esta causa, que eu sei que também é a tua.
Rui Caseiro Viana, ex-204/66/67, Coronel AM na Reforma.
Li hoje no Jornal Público.
Obrigada. Como agir para os fazer desistir?
Clotilde
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