“Um céu carregado não se limpa sem uma tempestade”
Shakespeare
Vamos hoje ocupar-nos de um conjunto de casos mediáticos que pontuaram a sociedade portuguesa, entre altas figuras do Estado e da Hierarquia Militar.
Deixamos de fora o período entre 1976 e 1982 (data da promulgação da Lei de Defesa Nacional e das FAs), em que se verificou o lento restabelecimento das relações entre os orgãos de soberania do novo regime político e a Instituição Militar (IM) e a recuperação do “PREC” (muito mais rápida na parte militar do que no meio civil).
A lei 29/82, atrás citada, marca a “normalização” da vida política nacional após o fim do Pacto MFA – Partidos (que estes aceitaram mas nunca perdoaram), e do Conselho da Revolução que, goste-se ou não do que fez, se extinguiu conforme acordado.
E vamos escolher um caso, para começar (a lista não será exaustiva), que consideramos como uma “fronteira”: queremos referir-nos à não recondução do Almirante Andrade e Silva, como chefe do Estado Maior da Armada (CEMA) (18/1/88– 3/3/91), o que aconteceu pela 1ª vez o que, quanto a nós, marca o fim do que se pode apelidar de “temor reverencial” pela IM.
Deixamos de fora o período entre 1976 e 1982 (data da promulgação da Lei de Defesa Nacional e das FAs), em que se verificou o lento restabelecimento das relações entre os orgãos de soberania do novo regime político e a Instituição Militar (IM) e a recuperação do “PREC” (muito mais rápida na parte militar do que no meio civil).
A lei 29/82, atrás citada, marca a “normalização” da vida política nacional após o fim do Pacto MFA – Partidos (que estes aceitaram mas nunca perdoaram), e do Conselho da Revolução que, goste-se ou não do que fez, se extinguiu conforme acordado.
E vamos escolher um caso, para começar (a lista não será exaustiva), que consideramos como uma “fronteira”: queremos referir-nos à não recondução do Almirante Andrade e Silva, como chefe do Estado Maior da Armada (CEMA) (18/1/88– 3/3/91), o que aconteceu pela 1ª vez o que, quanto a nós, marca o fim do que se pode apelidar de “temor reverencial” pela IM.
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12 comentários:
Meu caro amigo
Deste-te a muito trabalho!
Realmente os politicos nunca gostaram muito dos militares e quando os militares, (ou as suas chefias), não se fazem valer, acontecem coisas destas.
E o pior é que não lhes vejo o fim!
Um agrande abraço
Joaquim M Alves
Meu caro,
Só me sai uma palavra sobre o que sinto: VERGONHA!
Será qua alguma vez se poderá endireitar este pobre país? Tenho sérias dúvidas.
Cumpts
F. d'Aguiar
Leio todos mas este em particular está muito bom e interessante
PARABÉNS
Henrique Vieira
Não sei se será merecedor de tal distinção. Mas não me importo nada. Fique com um abraço amigo e os meus parabéns pela sua luta pela dignificação da Instituição Militar. Também pode.
José Caniné
Caro Brandão
Os meus parabens por este exaustivo e excelente trabalho, em que são revelados trechos importantes entre o relacionamento? dos políticos, ditos democratas, com altas patentes militares, que, amiúde, foram achincalhadas e menorizadas por gente que nunca mereceu ocupar lugares tão importantes na vida nacional.
Muitos deles foram os iniciadores do estado desgraçado em que caiu este país, e, que, noutras circunstãncias, nem sequer desdenhariam passar de soldado raso, com o respeito que me merecem todos os que passaram por tal posto, quanto mais ocuparem cargos tão elevados .
Abraço
Ader Cardoso
LI o teu trabalho de algum(bastante) fôlego mas difícil de publicar e de digerir. Gostei. Minha total concordância com pena de que muitos desconheçam, em pormenor, tudo o que se passou e bem descreves sobre o Tribunal
Militar e toda a vergonha que se traduziu na sua errada e infeliz extinção.Só queria acrescentar uma coisa que talvez não saibas, apesar dos teus dotes de investigador e historiador destes últimos 30 anos(e não só). Foi a resposta que enviei ao «senhor ministro» Caldas nessa altura em que proferiu a tal frase tão infeliz como despropositada. Eis o que lhe disse, sem que se dignasse ou atrevesse a responder-me. Aí vai:
«QUE INCULTO É O SR. MINISTRO!...NÃO FOI CHURCHIL MAS CLEMENCEAU QUE PRONUNCIOU A TAL
FRASE :"A GUERRA É UM ASSUNTO TÃO SÉRIO QUE NÃO DEVERIA SER CONDUZIDA POR MILITARES." E EU LHE AFIRMO QUE «A POLITICA É UM ASSUNTO AINDA MAIS SÉRIO QUE NÃO DEVIA SER CONDUZIDA POR POLITICOS EM ESPECIAL PELOS QUE DESGRAÇADAMENTE TEMOS.» Voilá.
Abraça-te
Roberto Durão
LI o teu trabalho de algum(bastante) fôlego mas difícil de publicar e de digerir. Gostei. Minha total concordância com pena de que muitos desconheçam, em pormenor, tudo o que se passou e bem descreves sobre o Tribunal
Militar e toda a vergonha que se traduziu na sua errada e infeliz extinção.Só queria acrescentar uma coisa que talvez não saibas, apesar dos teus dotes de investigador e historiador destes últimos 30 anos(e não só). Foi a resposta que enviei ao «senhor ministro» Caldas nessa altura em que proferiu a tal frase tão infeliz como despropositada. Eis o que lhe disse, sem que se dignasse ou atrevesse a responder-me. Aí vai:
«QUE INCULTO É O SR. MINISTRO!...NÃO FOI CHURCHIL MAS CLEMENCEAU QUE PRONUNCIOU A TAL
FRASE :"A GUERRA É UM ASSUNTO TÃO SÉRIO QUE NÃO DEVERIA SER CONDUZIDA POR MILITARES." E EU LHE AFIRMO QUE «A POLITICA É UM ASSUNTO AINDA MAIS SÉRIO QUE NÃO DEVIA SER CONDUZIDA POR POLITICOS EM ESPECIAL PELOS QUE DESGRAÇADAMENTE TEMOS.» Voilá.
Abraça-te
Roberto Durão
Caro amigo, estás de parabens. É um trabalho excepcional, de muito folego e infelizmente de grande verdade.
Grande abraço.
Raul Folques
Acho que está muito bem, sintético e fundamentado.
Abç
Alberto Ribeiro Soares
Caro Brandão!
Sinceros Parabéns pessoais pela bela resenha histórica de factos ou melhor fatos... a que não podemos nos alhear.
Um abraço de amizade, reconhecimento e gratidão,
Samuel Cóias
Caro Amigo e Camarada,
Li de um fôlego este seu artigo. Gostei e guardo-o (a memória às vezes prega-nos partidas...).
É um documento muito útil para quem quiser saber um pouco da nossa história político-militar recente: os alunos das Academias e os "senhores" jornalistas; os políticos deveriam tê-lo à cabeceira como leitura obrigatória...
Não será fácil publicar tal qual, a não ser numa revista (Nação e Defesa, Defesa e Relações Internacionais (?), etc), mas poderia ser publicado nos jornais (até abriria o apetite a jornalistas que quisessem "trabalhar" a sério), desde que se incluisse uma introdução e a parte que se refere às conclusões, que são "sumarentas".
Os meus parabéns e um abraço.
Manuel Figueiredo
13Abr2012 - Acabei de ler este seu mais recente "Periodical Intelligence Report" (PerIntRep, como no antigamente 'ultramar' se dizia).
Gostei.
Muito bom.
Assino por baixo.
Tudo se resume, afinal, a uma questão de boa liderança; ou ao seu camoneano inverso (fraco 'rei' faz fraca forte gente).
Por acaso (?), decorre hoje o 51º aniversário de uma célebre tomada de decisão... em força.
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