A actriz Amy Winehouse morreu.
Numa sociedade “equilibrada” ler-se-ia no seu epitáfio o cristianíssimo “paz à sua alma”. Epitáfio cristão, simples e… pudico.
Em vez disto a morte da jovem cantora – que alguém agora descobriu pertencer à maldição dos artistas que morrem aos 27 anos (!!) - viu-se rodeada de uma imensa homenagem pública e mediática, nalguns casos com cenas de histerismo e choro convulsivo.
Eventos semelhantes têm sido recorrentes, o que passa a ter significado sociológico, sobretudo se tivermos em conta as multidões que arrasta, sobretudo jovens. O fenómeno merece alguma reflexão, creio, para além da sempre presente “psicologia das massas” e de algumas psicopatias avulsas.
Vejamos, em síntese, o caso vertente: segundo os versados em vozes e cantorias, o talento da moça cedo se revelou e possuía características únicas que levaram a classificar, mais tarde, a sua performance como “original”. A sua carreira foi assim tão curta quanto fulgurante.
Em simultâneo a sua vida pessoal foi pasto de muitas conturbações – o que também acontece a uma grande parte, senão à maioria das pessoas – o que a terá feito resvalar para os excessos do álcool e das drogas, o que já não sendo maioritário, sucede a muito boa gente.
São dramas pessoais que existem desde o princípio dos tempos e que se devem tentar perceber e resolver numa esfera pessoal e privada.
Ainda segundo os entendidos – porque aí não metemos prego nem estopa – Amy teria todas as condições para ter uma boa carreira e o que se convencionou apelidar de ter “o mundo a seus pés”.
Winehouse usou, também, de toda a parafernália de clichés e usanças, que encontram aconchego nos mais baixos instintos humanos e são adorados (pudera!), pela imprensa “cor-de-rosa” e não só: trajes identificadores e ousados; pinturas e adereços que desfeiteavam a sua beleza natural; entrevistas provocatórias e de “nonsense”; letras indecorosas ou subversivas; coreografias a roçar o pornográfico; poses aberrantes, etc.
Tudo isto se passou na sua curta vida, a que não é difícil imaginar um fim voluntário, misturado com escândalos vários e, a partir de certa altura, a omnipresença (até explicita) de estupefacientes – a que se foi dando a mais copiosa divulgação pública.
Ora tudo o que é explícito e publicitado, sem haver referências morais e cívicas que o enquadrem, pode passar a ser um exemplo a seguir, para o vulgo. Amy parece-nos, porém, a antítese de qualquer exemplo que deva ser passado para a sociedade. A prova disso, se a quisesse-mos tirar, seria perguntar aos leitores e, inclusive, aos seus fãs, se a gostariam de ter como filha, irmã ou mulher…
Os seus vícios privados, mesmo que não fossem intentados ser tornados públicos, viriam inevitavelmente a público, nos dias de espectáculos interrompidos ou cancelados por indecente ou má figura. O que, traduzido na prática, revela uma enorme falta de profissionalismo e respeito por quem paga o bilhete.
Mas a vedeta do palco insiste em destruir-se até que vira cadáver e é o que se vê!
A venda de discos dispara, fecha-se a quadratura do circulo…
Todos os dias, pelo mundo inteiro, existem exemplos de santidade; de pessoas que dedicam a vida à investigação em prol da Humanidade; heróis que arriscam a vida pelas suas Pátrias ou por causas nobres que abraçam, etc., ou simplesmente os muitos milhares de pessoas “normais”, que vivem sem alardes, mas trabalham com dedicação, cuidam da família, pagam os seus impostos, isto é são cidadãos de corpo inteiro e são, efectivamente, quem faz a civilização avançar e não regredir.
Todos estes comparados com a Amy, e outros como ela, à luz do ocorrido, não valem nada.
A mim, pelo menos, parece-me que há algo de errado nisto tudo.
Numa sociedade “equilibrada” ler-se-ia no seu epitáfio o cristianíssimo “paz à sua alma”. Epitáfio cristão, simples e… pudico.
Em vez disto a morte da jovem cantora – que alguém agora descobriu pertencer à maldição dos artistas que morrem aos 27 anos (!!) - viu-se rodeada de uma imensa homenagem pública e mediática, nalguns casos com cenas de histerismo e choro convulsivo.
Eventos semelhantes têm sido recorrentes, o que passa a ter significado sociológico, sobretudo se tivermos em conta as multidões que arrasta, sobretudo jovens. O fenómeno merece alguma reflexão, creio, para além da sempre presente “psicologia das massas” e de algumas psicopatias avulsas.
Vejamos, em síntese, o caso vertente: segundo os versados em vozes e cantorias, o talento da moça cedo se revelou e possuía características únicas que levaram a classificar, mais tarde, a sua performance como “original”. A sua carreira foi assim tão curta quanto fulgurante.
Em simultâneo a sua vida pessoal foi pasto de muitas conturbações – o que também acontece a uma grande parte, senão à maioria das pessoas – o que a terá feito resvalar para os excessos do álcool e das drogas, o que já não sendo maioritário, sucede a muito boa gente.
São dramas pessoais que existem desde o princípio dos tempos e que se devem tentar perceber e resolver numa esfera pessoal e privada.
Ainda segundo os entendidos – porque aí não metemos prego nem estopa – Amy teria todas as condições para ter uma boa carreira e o que se convencionou apelidar de ter “o mundo a seus pés”.
Winehouse usou, também, de toda a parafernália de clichés e usanças, que encontram aconchego nos mais baixos instintos humanos e são adorados (pudera!), pela imprensa “cor-de-rosa” e não só: trajes identificadores e ousados; pinturas e adereços que desfeiteavam a sua beleza natural; entrevistas provocatórias e de “nonsense”; letras indecorosas ou subversivas; coreografias a roçar o pornográfico; poses aberrantes, etc.
Tudo isto se passou na sua curta vida, a que não é difícil imaginar um fim voluntário, misturado com escândalos vários e, a partir de certa altura, a omnipresença (até explicita) de estupefacientes – a que se foi dando a mais copiosa divulgação pública.
Ora tudo o que é explícito e publicitado, sem haver referências morais e cívicas que o enquadrem, pode passar a ser um exemplo a seguir, para o vulgo. Amy parece-nos, porém, a antítese de qualquer exemplo que deva ser passado para a sociedade. A prova disso, se a quisesse-mos tirar, seria perguntar aos leitores e, inclusive, aos seus fãs, se a gostariam de ter como filha, irmã ou mulher…
Os seus vícios privados, mesmo que não fossem intentados ser tornados públicos, viriam inevitavelmente a público, nos dias de espectáculos interrompidos ou cancelados por indecente ou má figura. O que, traduzido na prática, revela uma enorme falta de profissionalismo e respeito por quem paga o bilhete.
Mas a vedeta do palco insiste em destruir-se até que vira cadáver e é o que se vê!
A venda de discos dispara, fecha-se a quadratura do circulo…
Todos os dias, pelo mundo inteiro, existem exemplos de santidade; de pessoas que dedicam a vida à investigação em prol da Humanidade; heróis que arriscam a vida pelas suas Pátrias ou por causas nobres que abraçam, etc., ou simplesmente os muitos milhares de pessoas “normais”, que vivem sem alardes, mas trabalham com dedicação, cuidam da família, pagam os seus impostos, isto é são cidadãos de corpo inteiro e são, efectivamente, quem faz a civilização avançar e não regredir.
Todos estes comparados com a Amy, e outros como ela, à luz do ocorrido, não valem nada.
A mim, pelo menos, parece-me que há algo de errado nisto tudo.
4 comentários:
Meu caro Ten.Coronel.
Confesso que hoje fiquei desiludido com o seu post.
Estava à espera de ler a sua opinião sobre Anders Breivik o autor do massacre na Noruega, um puro e duro acto de terrorismo extremista, e o meu caro amigo brindou-me com Amy Winehouse...sinceramente que esperava mais de si...
Manuel J.M.Talhinhas.
Este Sr. Talhinhas tem sempre uns comentários, que acompanho, algo provocatórios, não sei a que se deverá isso, mas espero que ler este blog lhe traga amplo conhecimento e o faça continuar a reflectir.
Quanto ao post da Amy, só me resta concordar na totalidade, lamentando que as gerações mais novas se revejam em tamanho exemplo do que não se deve ser!
Abel Matos Santos
Meu caro Sr. Abel Matos Santos.
Não vale a pena tomar as dores do Sr. Ten.Cor. Brandão Ferreira porque ele não precisa que o faça.
Conheço e sou amigo dele faz no próximo Outubro quarenta anos (40 anos).
A amizade nunca deve toldar a crítica. Faço-a de uma forma correcta e educada respeitando os pressupostos inscritos na barra lateral direita deste blogue.
Não entenda o contraditório como uma provocação mas apenas como um gesto de amizade.
Entendo que perante um terrorista que chacina a sangue frio cerca de cem pessoas, e um suicídio adivinhado de uma cantora pop,que ocorreram na mesma semana, merecia mais atenção a morte de tantos inocentes que a morte da artista...apenas isso.
Passe bem, e aproveite para se divertir lendo o meu blogue, basta clicar lá em cima à esquerda e já lá está.
Manuel J.M.Talhinhas
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