O BEN ESTÁ DE
VOLTA …
06JAN19
“Os lugares mais obscuros do
inferno estão reservados para aqueles que se mantêm neutrais em tempos de crise
moral!”
Dante Alighieri
(“A Incógnita do Homem”)
Este
é o título do último filme cuja protagonista é a Júlia Robert, que nos
presenteia com uma belíssima performance. Restantes actores acompanham com
merecimento; argumento bom com uma história bem contada de uma intensidade
dramática e suspense, sempre em crescendo, até ao minuto final.
Saí
chateado.
O
fulcro do argumento tem a ver com o tráfico de droga e os efeitos devastadores
quer tem na sociedade e nas famílias. Retrata a realidade americana, mas ela é
idêntica em qualquer parte do mundo.
Fiquei
chateado.
No
filme espelha-se com nitidez o “Bem e o Mal”, que coexistem entre nós e, apesar
do filme ter um final (pontual) feliz, o “Mal” e os seus executantes e
interpretes, não saem castigados.
Saem
molestados, é certo, pela crueza e realismo da narrativa, mas apenas indirectamente
através da subjectividade de quem vê, e interpreta.
É
curto.
Continuo
chateado.
Não
deixa ainda de ser caricato que Hollywood, que nos presenteia com esta prenda
de Natal e ano Novo (o argumento desenvolve-se á volta da quadra) seja,
possivelmente, dos maiores antros de consumo de estupefacientes de todo o
género, no mundo inteiro. [1]
E
que, ao longo do tempo e acompanhado pelas televisões, tenha contribuído pela
acção deletéria como, por norma, tratam o tema, feito com que o tráfico e
consumo da maldita droga tenha passado a ser encarada como fazendo parte da
“normalidade” do quotidiano!
Excepção
para Singapura e agora, para as Filipinas. Abençoados!
A
chateação começa a passar a indignação.
O
Relativismo Moral e o estúpido do politicamente correcto tem amolecido
políticos e população para tratarem os traficantes com panos quentes e os
consumidores como doentinhos que precisam de ajuda, ou maltratados ou excluídos
da sociedade. Daí à despenalização criminal, logo moral, do consumo, foi um passo.
Mas o que se poderia esperar de
uma classe de políticos eleitos que também, muitos deles, tinham sido
consumidores?
A
seguir assiste-se com dinheiro do Estado (isto é dos nossos impostos), à
manutenção do vício e fecha-se os olhos à entrada da “mercadoria” nas prisões…
O
ridículo (se não fosse trágico) atingiu paroxismos quando se compara o que se
passa no mundo da droga, com as campanhas antitabágicas!
Campanhas
esdrúxulas para se passar a vender “drogas leves” no supermercado acentuam-se.
É uma festa!
Agora é a liberalização da cultura
da cannabis, com a desculpa que tem efeitos medicinais. Mas então porque não se
faz o mesmo com os opiáceos, usados para retirar a dor em doentes terminais?
A
revolta começa a instalar-se.
Paralelamente,
e como pano de fundo, movimentam-se somas enormes de dinheiro ilícito, com as
suas lavandarias e “offshores”; “isolam-se” ou protegem-se “santuários” de
produção - dos quais os mais conhecidos são o Afeganistão e a Colômbia – bem
como negócios derivados do drama dos viciados, como são as clínicas de
desintoxicação, etc.. É claro que esta última actividade é lícita e,
porventura, necessária, mas só existe porque o problema passou a existir…
Enfim,
todo um negócio próspero, que aparentemente, não preocupa a UE, a ONU, as
diferentes igrejas e religiões, a imprensa, os grandes paladinos dos Direitos
Humanos, etc.
Ou
seja uma prova escabrosa da cobardia, hipocrisia e deserção, colectiva, que
envergonha o género humano!
E
muitos “bem pensantes” ainda têm a lata, por vezes, de criticar quem usa
métodos mais duros contra esta verdadeira peste negra dos tempos modernos.
Pronto,
agora estou mesmo danado.
Quem
é que me mandou ir ao cinema!
João
José Brandão Ferreira
Oficial
Piloto Aviador
[1] Excepção feita para a
“Cracolândia” (de crack…) uma zona do centro da cidade de S. Paulo! Um autêntico
“faroeste” da droga... Agora em tentativa de recuperação.
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