sexta-feira, 3 de junho de 2016

VISITA A BRUXELAS: IMPRESSÕES DE VIAGEM (E NÃO SÓ)



VISITA A BRUXELAS: IMPRESSÕES DE VIAGEM (E NÃO SÓ)

30/5/2016

“Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir.”
Séneca

Lembram-se do conceito do “ugly american”, que correu por aí há uns 20/30 anos? Pois parece que se importou tal manifestação de costumes e comportamento para a Europa.
Tinha a ver com o (mau) aspecto da generalidade das pessoas – não aquele derivado das necessidades materiais, note-se – mas com o desleixo, a falta de higiene, a obesidade, a falta de educação, o não saber alimentar-se, vestir-se, saber estar em função das circunstâncias.
Daqui passou-se para as artes e para a comunicação social (ou terá sido ao contrário?) e acabou no relativismo moral.
É o que dá quando deixamos que uma sociedade se torne “gorda” de corpo e de espírito…
Pôs tudo em causa – incluindo a sua própria existência natural – quando não enveredou pelo maligno; não acredita em nada (a não ser, parece, no dinheiro); não tem norte e, por isso, corre atrás de quimeras.
Ao menos, às baratas, mesmo tontas, resta-lhes o instinto…
Felizmente convidaram-me para palestrar numa organização que não só sai fora destes “cânones” como luta activamente para a preservação do sentido espiritual da vida e da consciência cívica e patriótica da sociedade e da matriz cultural e ética do “velho continente”.
E que se dedica, especialmente em Bruxelas, a lutar para a preservação dos valores cristãos na União Europeia.
Chama-se “Federation Pro-Europa Christiana”.
E convidaram-me para lá ir falar de um dos vários assuntos tabu, na Europa, neste caso as descolonizações europeias, o que fiz centrado naturalmente, no (mau) exemplo português.
O que impressiona em Bruxelas não é a presença de soldados nas ruas, aeroporto e num ou noutro local – o que é compreensível face aos recentes atentados – mas a descaracterização da cidade e das gentes.[1]
Está irreconhecível!
No centro da cidade – e pelo que tenho visto e sido informado é o que se passa na maioria das grandes cidades europeias ocidentais, não sendo por acaso que o actual “mayor” de londres é muçulmano de origem hindustânica – dizia, tirando os turistas, vêm-se pouquíssimos belgas (enfim, daqueles que nós conhecemos como tal).
Existe ainda uma presença significativa de humanos identificados pelas “cores do arco-íris”, a quem a existência de leis de delito de opinião, a quem os critique, deram uma força desproporcionada (sim há leis de delito de opinião, na Bélgica…).
Não deve tardar que o Parlamento Português intente enveredar pela mesma senda…
  O centro também só se conserva minimamente limpo porque existem equipas de limpeza a actuar quase permanentemente sendo o número de pedintes, bêbados e drogados, elevado.
A calma mantém-se aparente entrecortada por uma manifestação qualquer. Os europeus habituaram-se a viver em manifestação permanente…
Mas o problema maior é que existe bairros inteiros em Bruxelas (andei muitas horas a pé) em que somos transportados directamente para o norte de África, Médio Oriente (só as palmeiras, a areia e os palácios dos emires, estão ausentes) ou para um bairro africano a sul do Sahara (não lhe chamo sanzala, pois o colmo e o barro foi substituído por cimento e tijolo e não há embondeiros).
Estes bairros só aparentemente não têm fronteira.
Ora isto não tem nada a ver com integração, leis de emigração e nacionalização adequadas, sequer bom senso.
Isto representa, uma substituição da matriz cultural, um genocídio de individualidade e uma multitude de desgraças sociais e guerras civis potenciais (a haver), que o estúpido do politicamente correcto e os multiculturalistas se empenham em não querer admitir, forçando constantemente a fuga para a frente (abismo).
Para um país como a Bélgica que foi formado algo artificialmente, fruto de equilíbrios geopolíticos da época (1830) e que está profundamente dividido entre as comunidades flamenga, valão e alemã, com uma ilha chamada Bruxelas no meio, e que só se aguenta por terem no seu território as mais importantes instâncias da NATO e da UE, ver-se confrontada com um problema destes, arrisca-se a deixar de ser um país para ser apenas um barril de pólvora!
E o Primeiro-Ministro desta esfacelada terra, o senhor Charles Michel a única coisa que se lembrou de dizer num discurso recente foi “a de que está muito empenhado em encontrar “um plano contra a radicalização e que para isso a lei dos homens deve sempre prevalecer sobre a lei de Deus”; “a lei de Deus deve ser contextualizada. Temos de trabalhar com a comunidade islâmica a fim de construirmos um Islão para a Europa e a Bélgica”.
Gostaram desta pérola?
Por outras palavras a este novo “profeta” repugna-lhe que a lei de Deus interfira com a lei dos homens (como se isso fosse possível) mas quer que a lei dos homens modifique a religião (neste caso a islâmica) de modo a que se crie uma nova, que seja adaptável à Bélgica (leia-se Europa)!
Mas, pelos vistos, não está nada interessado em impedir que as comunidades alienígenas sejam islamizadas, ou outras, interfiram agressivamente na sociedade do seu país, desfigurando-o, subvertendo-o e destruindo-o.
Aliás, para sermos justos, a principal responsabilidade de toda esta catástrofe civilizacional que se abate sobre o Continente, cabe aos dirigentes políticos do mesmo. E aos difusores do lixo ideológico e às doutrinas mais disparatadas que sob a capa da “Liberdade”, da “Igualdade”, da “Fraternidade” e de marxismos encapotados ou libertários, que só encontram contraponto (ou complementaridade?) nos liberalíssimos desregramentos do Capitalismo.
Ora tudo isto tem desfeito os equilíbrios geopolíticos e da cosmovisão do mundo.
Acontece que o equilíbrio do cosmos não será, seguramente, alterado por isto e a natureza há - de procurar, ela própria, os seus equilíbrios. Quem for apanhado nos “entrechoques” é que irá passar as passas do Algarve (não de Bruxelas).
Aliás a única coisa que em Bruxelas não parece mudar é o clima que nos impõe o tal “capacete cinzento” e as flores. Há flores por todo o lado, salve-se isso.
Agora observem como tudo está virado do avesso: o episcopado belga tem as igrejas vazias e anda perdido no meio disto tudo. Vende, até, igrejas para servirem de hotéis e discotecas.
A maior comunidade cristã de Bruxelas, que tive ocasião de visitar, tem por base a Igreja “Mar Addai et Mar Mari” do rito oriental caldeu. A igreja estava cheia (mais de 400 pessoas) e disseram-me que estava sempre assim.
A missa tem um ritual cristão primitivo oriental, mais demorado e completo. É rezada por um padre iraquiano, em aramaico (a língua de Cristo), entremeado a francês. 95% da assistência era constituída por cidadãos oriundos do Médio Oriente, das igrejas perseguidas do Médio Oriente. As suas faces não desmentem.
Tudo na melhor ordem.
São estes os mais fervorosos cristãos das diferentes paróquias de Bruxelas (da Bélgica?), apesar de serem os perseguidos; do bispo de Bruxelas não lhes dar grande apoio e da sua igreja ser hoje em dia, um alvo principal para atentados (digo eu).
Há ilhas de esperança, mas são poucas. A continuarmos nesta senda a civilização europeia está condenada, pelas razões semelhantes às que levaram à queda do império romano, primeiro no ocidente e depois no oriente.
Os quatro cavaleiros do Apocalipse (a fome, a guerra, a peste e a morte), apenas aguardam pacientemente.


                                                            João José Brandão Ferreira
                                                               


[1] Em Portugal ter soldados em missões de segurança interna é proibido pela Constituição, a não ser em caso de Estado de Emergência ou de Sitio, declarado pela AR. E, um dia que tal decidam, nada se poderá fazer pela simples razão de que não há … soldados.

3 comentários:

Manuel Álvares disse...

Bem haja Exmo. João José Brandão Ferreira

A verdade está aí. Os cristãos do Oriente bem avisam o Ocidente que não sabem com o que estão a lidar e que têm muito que sofrer.

Tenho um colega de trabalho belga, que acha a sua vila natal irreconhecível, as tradicionais lojas de doces deram lugar a uma infinidade de kebabs.

Estou convencido que tudo isto faz parte de um plano.
Nesse plano devem estar previstas reacções nacionalistas. Até os socialistas já o previam após o 25A. Têm feito de tudo para inebriar a sociedade na "libertinagem" como pináculo da liberdade, mas haverá sempre um núcleo duro, que não se renderá e reagirá... o que irá despoletar tudo o resto.

"Falhar a preparação é preparar falhar" Benjamin Franklin (bem dito, mas já há muito tempo que estes maçons andam a engendrar tudo isto, por isso o melhor é não publicar este comentário)

Sinceramente gostava de saber o que posso fazer para não ficar de braços cruzados. De dia para dia eles vão chegando e os nossos partindo (emigrando ou partindo para o outro mundo de velhice).

Vamos unir-nos em desespero de causa ou em desespero de causa já nos encontramos nós? O que custa é que tantos séculos de sacrifícios dos nossos antepassados não têm qualquer valor para os traidores da Pátria, que ainda por cima, por ironia, controlam e vivem à custa Desta.

É tão mais confortável enfiar a cabeça na areia. Mas o barco vai chegar mais tarde ou mais cedo.

Bem haja!

Anónimo disse...

Por incrível que pareça essa é a realidade,e já há 10 anos atrás era muito assim(também tive ocasião de percorrer Bruxelas numa estadia de 3 dias).------------------------------------Afonso Manuel

Anónimo disse...

Se o sr Alvares colocar esse texto(por exemplo,já que falamos de vendidos e de vendedores da Pátria)na Aofa no facebook poderá receber uma resposta "diplomática"(tipo os sr exagera e o que interessa é CRP "socialista" ser cumprida)ou então na pior previsão ser apelidado de "fassista" pelos vários seguidores dos "vendilhões da nação".--------------------Afonso Manuel