quarta-feira, 29 de junho de 2016

O “BREXIT”: A MELHOR COISA QUE PODIA ACONTECER A PORTUGAL









O “BREXIT”: A MELHOR COISA QUE PODIA ACONTECER A PORTUGAL

28/6/16


“As Nações Europeias devem ser guiadas em direcção a um super estado sem que os seus povos percebam o que está a acontecer. Isto pode conseguir-se por passos sucessivos, cada um como se tivesse um propósito económico, mas que conduza eventual e irreversivelmente a uma federação.”

Jean Monet
(tido como arquitecto maior da unidade europeia e pai fundador da União Europeia).

Desde a criação da EFTA, em 4/1/1960 – de que Portugal é membro fundador – que não me lembro de, a nível internacional, ter havido uma notícia tão boa para o nosso país.[1] E eu, nessa altura, só tinha sete anos. As coisas de que me lembro!
Ora a EFTA foi justamente criada para concorrer/combater a Comunidade Económica Europeia (CEE), recém - fundada, em 1957, sobre a qual o primeiro-ministro britânico MacMillan (um socialista) exclamou “mas isso é o bloqueio continental!”.
A EFTA representava ainda, uma espécie de aliança dos países “marítimos” contra os continentais.
Os nossos vizinhos espanhóis ficaram de fora de uma e de outra (como também tinham ficado de fora da NATO) porque, aqui para nós que ninguém nos lê, na Europa, nas Américas e no Norte de África, poucas simpatias têm.
Já o Churchill – que queria manter o “Império” – tinha, no fim da II Guerra Mundial, defendido os Estados Unidos da Europa, mas acrescentando logo, que os súbditos de S. Majestade ficavam de fora dessa união…
Foi sempre assim que a Grã-Bretanha actuou face ao velho continente, sobretudo após ter perdido a guerra dos cem anos, apesar de ter ganho quase todas as batalhas…
Eles não têm nada a ver com o “continente” onde manobram pondo uns contra os outros, conforme a égide do momento.
Quando a amálgama de normandos, celtas e saxões deixou de andar em guerra civil quase permanente, após a chamada Revolução a que chamaram Gloriosa, de 1688, (embora a Escócia e a Irlanda tenham sido desde então, ossos duros de roer), montaram um comércio cada dez mais extenso, protegido pela Royal Navy. E é disso que vivem.
O Canal da Mancha permitiu-lhes, até hoje, não terem que dispôr de um Exército permanente formado por conscritos, sendo fundamentalmente um Exército expedicionário. Deixou de ser “real” pois resolveu embarcar na aventura republicana do Cromwell e cortou a cabeça ao Rei Carlos I. Passou a ser simplesmente o “British Army”, desde então.
Com a fórmula proporcionada pela NATO de, os americanos “in”, os soviéticos “out” e os alemães “under”, a Europa Ocidental foi-se desenvolvendo, havendo por parte dos dois principais partidos britânicos a oposição à CEE. Só que o Conservador era de opinião que era preferível estar dentro e o Trabalhista, que era melhor estar fora (agora parece que é ao contrário…).
O General De Gaulle, porém - que sempre foi defensor da Europa das Pátrias, a única, aliás, que podia ter futuro – sempre os colocou à porta, vetando-lhes a entrada (até o Napoleão quis vingar Crecy, Poitiers e Azincourt, e falhou…).
Quando De Gaulle saiu de cena e os poderes no Reino, agora desunido, alinharam na entrada, o que ocorreu em 1973. O que, naturalmente fez implodir a EFTA.
Até que, a partir de Maastricht aquilo que começou por ser uma organização política e económica transnacional, incipiente, abriu caminho para uma fórmula federalista, que a ser levada a termo, acabará com os países e respectivos povos.
Aqui a Grã-Bretanha começou a reagir, não entrando no “euro” ou aderindo ao “Acordo de Schengen”, ao passo que passou a negociar e a exigir variadíssimas cláusulas de exclusão (são todos iguais, mas há uns mais iguais que outros…).
Contudo, após a reunificação alemã (que está longe de se ter concretizado…), Berlim começou a dominar a economia e as finanças da teórica união – onde, de resto, nunca deixou de funcionar a hierarquia das potências, que a recente e despudorada declaração de Juncker, a propósito dos "deficits" dos países, de que “a França era a França…”, ilustra à saciedade – fazendo soar as campainhas de alarme na “Rule Britânia” com um barulho ensurdecedor.
As sucessivas atitudes ditatoriais da burocracia não eleita de Bruxelas e do BCE, adornados por um Parlamento cacofónico (que vivem em gaiolas douradas algo obscenas, enquanto impõem medidas de austeridade e relativismo moral, a esmo) têm irritado e revoltado toda a gente – tirando obviamente, os beneficiados com as mesmas – e naturalmente, tiveram o mesmo efeito sobre os ingleses.
Estas atitudes podem sintetizar-se, numa outra frase do Sr. Jean Claude - Juncker Presidente da Comissão Europeia e cito, “ Não pode haver qualquer escolha democrática contra os tratados europeus”…
Comentários para quê, é um artista luxemburguês!
Finalmente, estamos em crer, que a gota – de - água que fez os britânicos votarem favoravelmente o “Brexit”, foi a imigração desregulada, que a irresponsabilidade da Srª Merkel piorou catastroficamente, ao incentivar as vagas de “migrantes” (a que se tem que juntar a inacreditável postura da Santa Sé, sobre o assunto).
O Senhor Juncker também apoiou tal irresponsabilidade e não é, certamente, por acaso que já foi agraciado com o “prémio Coundenhove – Kallergi”, em 2014 (A Senhora Merkel recebeu-o em 2010).
Eu falei em Kallergi? Agora me lembro, este senhor e não o acima citado Jean Monet, é que é verdadeiramente o “pai” (diria mais “padrasto”) da União Europeia, e já agora, o primeiro defensor destas vagas de migrantes, no já recuado ano de 1925.
A razão é simples: foi ele o fundador do Movimento Pan-Europeu em 1922, que ficou em suspenso com o início do segundo conflito mundial e foi ressuscitado após o seu termo.
Este movimento foi inicialmente financiado pelos magnatas judaicos, de origem Ashzekenazi (leia-se sionista), protagonizada no início, pela banca Warburg de Hamburgo. Aconselha-se leitura sobre isto.
Por tudo o que foi dito e mais mil coisas que ficam por dizer, o povo britânico fez bem em votar pela saída. Votaram pela Liberdade e pela sua Soberania e disseram não, a serem escravos (mesmo que pudessem viver melhor) e a assistirem ao “genocídio” da sua população, matriz cultural e independência (embora desde 1815, que estejam na mão de meia dúzia de famílias, mas isso já extravasa o escrito).
Pois esse seria o seu destino caso o projecto europeu como está a ser concretizado, continuar na sua senda.
E esta senda configura uma ditadura ainda pior que a levada a efeito pelo politburo soviético, regime que só se aguentou enquanto foi financiado pela banca judaica maioritariamente Ashzekenezi (leia-se sionista), a qual, já agora, também financiou os próceres marxistas e comunistas - cujas figuras mais importantes eram também judeus- desde o início e ajudou a deflagrar e a implementar a Revolução Bolchevique.
Nem sempre o que parece é. Menos em política, como é bom de ver...
Por tudo isto os britânicos fizeram bem em terem votado maioritariamente na saída da UE frisa-se – apesar da lamentável campanha feita contra tal, que passou pela incrível ida de Obama a Londres apelar (e fazer ameaças veladas) à não saída; pela exploração miserável do estranho assassinato da deputada Joe Cox, passando por acções ilegais junto às assembleias de voto, que chegaram ao ponto de tentar obrigar os votantes a fazê-lo apenas com lápis…
E tal é, por arrastamento, bom para Portugal para ver se os portugueses acordam do embuste onde foram postos por políticos que têm demonstrado uma grande dose de ignorância histórica e geopolítica; gente vidrada nos cifrões; com parte do cérebro torrado por ingenuidades idiotas e, ou, ideologias cretinas e malsãs, que têm atirado o país para o desfiladeiro da morte.
Sempre invocando os sacrossantos princípios (que não cumprem), de uma falsa Democracia, que alcandoraram ao alfa e ao ómega.
Está pois mais do que na altura de salvarmos a nossa Nação quase nove vezes secular e preparar rapidamente a saída do euro, primeiro, e depois da UE, caso esta não seja a do respeito pela identidade e individualidade dos países que dela fazem parte e, simultaneamente, criar mecanismos de poder que nos possam fazer perseverar no meio de organizações poderosas e tenebrosas que querem à força instaurar uma “Nova Ordem Mundial”. A deles, mas não a nossa.
Convinha, pois, pôr à frente dos destinos do que resta do nosso país, profundamente endividado e descrente de si mesmo, portugueses a sério e que, já agora, percebessem alguma coisa do que se passa no mundo.
Pois a pergunta crucial que se tem de colocar acima de qualquer outra é a seguinte: Nós queremos continuar a ter país, ou não?
E temos que saber, em consciência, dar-lhe resposta, assumindo e arcando com as consequências da mesma.


                                                            João José Brandão Ferreira
                                                                Oficial Piloto Aviador
           


[1] A EFTA – Associação Europeia para o Comércio Livre – foi estabelecida pelo Tratado de Estocolmo, era liderada pela Grã-Bretanha e compreendia a Suécia, Dinamarca, Áustria, Noruega, e Suíça. Em 1970 entrou a Islândia e, em 1991, aderiu o Liechtenstein. Hoje a EFTA ainda existe formada pelos quatro últimos países.

6 comentários:

Anónimo disse...

"Nós queremos continuar a ter país, ou não?"

Sr. Tenente Coronel Brandão Ferreira

Esta pergunta é um grito.
Um grito que parece que ninguém, em Portugal, ouve ou quer ouvir em suas consciências.

Os mais velhos, ninguém os ouve, estão temerosos que lhes falte a "pensãozinha" e caiam na indigência; por isso deixam que tudo aconteça, sem um brado, mesmo que sejam maltratados e ... "quem vier atrás que feche a porta!".

Os de meia idade, subdividem-se em dois grupos:
1) Os que, amarrados a uma casa e a um carro para pagar por dezenas de anos, contam com os pais para lhes cuidar dos filhos pequeninos, e todas as outras ajudas necessárias para levar uma vida aparentemente decente mas muitíssimo precária porque os mil ou mil e duzentos euros que conseguem angariar por casal, quando conseguem,voam num instante.
Uns escravozitos do séc. XXI!

2) Os que dispondo de melhores condições de vida estão prisioneiros do hedonismo, vivem numa bolha, consideram-se a si mesmos "cidadãos do mundo"... e borrifam-se para quem os cerca porque o seu egoísmo é rei e senhor dos seus pensamentos.

Os mais novos vivem noutra dimensão. Muitos deles já presos a diversos vícios, tudo ignoram a não ser as mais parvas futilidades; filhos de pais ausentes, separados ou em vias disso, criados em infantários que os desenraizam da família, não têm sequer a noção do presente e muito menos do futuro que os espera. É uma geração que não está preparada para enfrentar as constantes frustrações que as mais das vezes a vida nos traz; vão de certeza encaminhar-se para situações muito graves.
A Escola é nada hoje em dia, a Igreja está relegada para um canto e o Serviço Militar não é obrigatório, logo é uma actividade marginal.
Tudo isto, ainda por cima, é agravado pelos inúmeros exemplos escandalosos de muitos dos que nos governam.
Daqui se conclui que o nosso País está e estará em muito mau caminho pela falta das noções básicas da coesão e perenidade dum Povo: a Honra de ser neto de heróis, santos e mártires que cimentaram e talharam Portugal, por mais de oito séculos.

A minha resposta à pergunta que a todos dirigiu, é simples e clara: Sim quero continuar Portugal até onde as minhas forças o permitirem, mas para isso precisávamos de ter muita gente com o Brio, a Honra, a Clarividência e o Saber que este Blogue tão amplamente espelha.

Com os meus cumprimentos

Manuel Alves

Manuel Álvares disse...

Excelente texto e bela análise social como resposta.

A União Callergiana prepara-se para trocar o Reino Unido pela Turquia. O Reich sempre de mão dada aos otomanos. Isto já era previsível, mas vamos de mal a pior.

Bem haja!

Ricardo A disse...

Para que se tenha bem noção do tipo de "lideres"(ou assim chamados)que temos basta tomar nota do que disse o actual inquilino de Belem a propósito daquela cena na Madeira(refiro-me à bandeira do sr Coelho),a Constituição permite a "criatividade" disse ele (vão ler que há mais).Cada tiro cada melro,ontem este mesmo senhor disse a propósito daquela cena do Aleijado alemão que afinal é tudo normal(tendo em conta o quadro politico e económico e blá blá e mais não sei quê).-----------Afonso Manuel

Helena disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cabral disse...

Parabéns pela sua apreciação.Continue.

José Farinha disse...

"Tropecei" hoje no seu blogue e este texto satisfez-me de tal maneira que não resisti a manifestar-me e simultâneamente fiquei sabendo que não estou sozinho .
Saudações cordiais.