Nos passados dias 12 e 13 de Abril de 2012, realizou-se no IESM um seminário subordinado ao tema “Guerra de África – Portugal Militar em África 1961-1974 – Atividade Militar”.
Carlos de Matos Gomes e Aniceto Afonso publicaram um texto que se pode ler AQUI contestando as conclusões do seminário, o qual Garcia Leandro tem ajudado a divulgar.
Eu, deixo a réplica num texto que pode ler AQUI
Abílio Lousada publicou também uma réplica que pode ler AQUI
Chefe tradicional fula, empunhando a Bandeira Nacional
(foto tirada pelo então Tenente Roxo da Cruz)
Abílio Lousada publicou também uma réplica que pode ler AQUI
Chefe tradicional fula, empunhando a Bandeira Nacional
(foto tirada pelo então Tenente Roxo da Cruz)
18 comentários:
O tema da Guerra Colonial é, de facto, um tema em aberto para discussão, estudo e meditação. De um lado os "gregos", do outro, os "troianos". É nesta simbiose que se deve estudar o tema. De um ponto de vista meramente nacional, creio que não há argumentos para contestar o quer que seja. Havia uma Constituição e um cenário de Guerra Fria.Visto da esquerda, só interessa a "autodeterminação" dos povos e os excessivos gastos do Estado Português com a Guerra. Não estávamos "orgulhosamente sós" nesta Guerra, houve apoios militares e políticos. Mas, o que faria a "esquerda" hoje, caso os nossos arquipélagos fossem alvos de massacres contra as nossas gentes, bem como de interesses político-económicos? Talvez, "rapidamente e em força" em fuga para o Brasil?
Brava gente portuguesa!
Excelente trabalho, Comandante!
Saudações d'ultramar!
Aqui no Brasil, muitas boas coisas e grandes feitos civilizatórios são de autoria portuguesa, dum tempo que lusos e brasileiros eram um mesmo povo, súditos duma mesma Coroa.
Haja sempre patriotas como Vossa Senhoria e os bravos combatentes!
Meu caro Brandão.
O maior cego é aquele que não quer ver.
Os Coroneis Matos Gomes e Aniceto Afonso, defendem a sua tese sem ataques ou ofensas pessoais, já a tua réplica não prima pela boa educação para com os dois oficiais em questão.
Comungo das teses de MG e AA.
O que vivi, o que senti e observei, e as minhas vivências como combatente em Moçambique, nas poucas operações em que tomei parte, abriram-me os olhos para a estupidez daquela guerra que todos sentia-mos, e sabia-mos nunca ganhar militarmente.
Se bem te lembras tive muitas discussões na Academia, e algumas contigo,porque sempre senti que travava-mos uma guerra inútil num beco sem saída.
Mas tu com a tua vasta cultura literária nunca saberás compreender o sentir de quem lá combateu e sofreu na pele a estupidez da guerra no Ultramar.
E por aqui me fico, não gasto mais cera em tão ruim defunto porque sou um homem educado para com aqueles que não concordam comigo.
Recebe um abraço deste teu amigo.
Manuel J.M.Talhinhas.
Mau caro,
Mais uma vez, tem carradas de razão.
Gostei imenso da sua réplica onde encontrei várias matérias que já tinha escrito no seu livro “Em Nome da Pátria”! É pena que esses tipos não o tenham lido ou, se o leram, não tenham aprendido nada. É óbvio que pretendem justificar o injustificável que é uma traição à Pátria.
Cumprimentos,
F. d’Aguiar
Caro Brandão Ferreira
Da sua Réplica, Amigo, ressalta o Sentimento Pátrio a justificar o Ditado: "quem não sente, não é filho de boa gente".
A Pátria, primeiro. Os demais interesses, se lá couberem, mas com Honra.
Abraços
Santos Oliveira
... acedendo a recente solicitação do destinatário, reproduzo – aqui, na parte que constitua eventual interesse para quem visite este blogue –, um email remetido ao início da madrugada de anteontem:
- «Do que conheço, e da leitura muito particular e tb algo minoritária, que tenho, sobre a nossa recente História, leva-me a manifestar total concordância com a sua exposição: clarinha, clarinha, p'ra militar entender... [...] Apesar de um ou outro pormenor, que da leitura imediatamente ressaltou à minha memória do conhecimento factual (p.ex, o ano do "Angoche" é 71 e não 73), constituindo "gralha" ou lapso da sua memória, em tão extenso e bem elaborado documento, de substantivas respostas àquela dupla "dirigente do revisionismo historicista do portugalinho abrileiro", quero e devo felicitá-lo – já – por mais este manifesto de acrisolado patriotismo e bem (in)formado nacionalismo. [...] Desde sempre considerei o 25A produzido, de fora para dentro, contra os interesses nacionais permanentes do Estado Português. Isto mesmo tive ocasião de lhe afirmar, em um dos primeiros email que consigo troquei, faz alguns anos a esta parte. Muito obrigado, Brandão Ferreira. Um abraço, do Abreu dos Santos».
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Amigo Ten-Coronel Brandão Ferreira
Pensei que as réplicas eram uns graus um pouco menores que os sismos, mas penso que a sua réplica excedeu em muito as medições sismicas e que lhes deu mesmo no "epicentro".
Grande abraço, e espero continuar a ver seus comentários em tudo que é espaço de comunicação.
Rui G dos Santos
Caro Amigo, Ainda só comecei a ler os dois documentos que me mandou. O primeiro, de MG e AA, logo me enojou, e passei à sua réplica. Bastou-me ler meia página para me pôr incondicionalmente do seu lado. Confundir o nosso Ultramar com o regime de Salazar quer dizer que os que odiavam Salazar (e eram muitos) consideravam inconscientemente Salazar e o Estado Novo como verdadeiros defensores do Portugal Ultramarino. Logo, na estupidez desses gajos, derrubar o regime era derrubar o Ultramar e vice-versa. Salazar era Portugal, logo destruir o Ultramar era destruir Salazar.
A classe militar -- e peço-lhe que me desculpe pelo que vou dizer, pois o Sr. é uma excepção que confirma a regra -- não prima em geral pela argúcia política. Conta-se que Salazar, nos primeiros tempos do seu consulado, nutria amizade e admiração pelo então capitão Henrique Galvão, a propósito de quem teria dito: "Este Galvão é tão inteligente que nem parece tropa...".Salazar enganou-se, porque Galvão haveria de revelar-se um oportunista, como mais tarde se revelou o general Delgado.
A Revolução do 25A foi um equívoco, que foi aproveitado pelos políticos manhosos que detestavam Salazar.
Eu andei pelo Ultramar, em especial por Angola. Digo com toda a sinceridade que nunca senti a "guerra colonial". O que sucedia em Angola, pelo menos, já tinha sucedido noutros tempos, em que os militares eram leais portugueses, verdadeiros construtores de Portugal. E foram muitos. A esses devemos estar gratos!
Bem haja!
Joaquim Reis
Tenho de concordar com a tua réplica. Ela é justa, ela é coerente. Apenas o tal mas...
(0,05% dos teus 100%). «NEM TUDO O QUE É LEGAL E, MESMO JUSTO E LEGÍTIMO,NA HISTÓRIA DESTA NOSSA POBRE E DÉBIL HUMANIDADE
É SUSCEPTÍVEL DE SE TORNAR REAL FACE Á PERFÍDIA E MENTIRA DOS QUE RECORREM Á TRAIÇÃO OU, EUFEMISTICAMENTE FALANDO,Á CUPIDEZ, Á PUSILANIMIDADE, DESCONHECIMENTO OU INGENUIDADE DOS "FRACOS.". .ESTE O VERDADEIRO PROBLEMA, A GRANDE E GRAVE QUESTÃO
QUE EM TODAS AS ÉPOCAS OU ACONTECIMENTOS DE EXTREMA COMPLEXIDADE SEPARA A UTOPIA JUSTA DA "Realidade" INJUSTA"..
Nada se me oferece dizer-te. mais. Sei que me compreendes.........Robd.
Roberto Durão
Haja quem nos restitua histórica e contemporâneamente,o orgulho de sermos portugueses. Obrigado Brandão Ferreira. Um abraço muito amigo
Pina Navarro
“As Forças Armadas Portuguesas controlam a situação, as baixas que sofrem são mínimas e os guerrilheiros não conseguem manter bases durante longo tempo, nem controlar número significativo de populações. É este sentimento de superioridade que leva o novo comandante da Zona Militar Leste a romper o acordo tácito com a UNITA e atacar os seus mais conhecidos refúgios. Em 1974, a situação militar em Angola estava militarmente controlada, mas a questão, contudo, não era militar.”
Carlos Matos Gomes e Aniceto Afonso, Guerra Colonial, pp. 68.
Sem mais comentários, a não ser que a falta de vergonha destes senhores (MG e AA) é incomensurável.
FE
Matos Gomes a Aniceto Afonso defendem posições insustentáveis que só a leviandade intelectual permite que distribuam dislates aos 7 ventos.
Só me parecem atitudes desesperadas de defender posições politicas e ideológicas que há muito sabem que estão erradas, mas como qualquer criança mal educada e birrenta, não possuem a capacidade de assumir que se enganaram.
é um pouco como aqueles comunistas empedernidos que ainda hoje dizem que o Muro de Berlim não caiu.
Tristes almas...
Bem haja Brandão Ferreira!
Abel Matos Santos
Muito obrigado. Excelente, excelente texto.
Dois toques para revisão: é Vila Pery (Chimoio) e não Vila Perry; talvez valesse a pena inverter a ordem sequencial entre "bisontes e índios".
Sugestão: numa próxima revisão, valeria a pena abordar a questão da iniciativa do prof. Silva Cunha, em 1968, quando mandou ressuscitar um estudo para a constituição de exércitos estaduais, para Angola e Moçambique a fim de acompanhar a revisão constitucional de 71. Ao que sei, os estudos existem mas a sua implementação foi boicotada.
Um general faecético, bóia de cortiça da História, foi fazer queixinhas ao MC, argumentando que tal iniciativa só poderia levar à declaração unilateral de independência por parte dos visados
Estados. Como de costume, MC ponderou, ponderou e borrou-se.
Um abraço amigo e mais uma vez parabéns!
J. Luís Andrade
Meu caro amigo
Li com atenção a tua argumentação com a qual concordo na sua maioria.
Os autores do tal "relatório" são demasiado conhecidos nas suas opções politicas, para que as suas elucubrações tenham credibilidade, isto quanto a mim, claro.
De qualquer modo, ainda bem que alguém como tu se dá ao trabalho de desmontar estas "verdades" que esta gente tenta impingir aos Portugueses, provavelmente para justificarem algumas das suas atitudes.
Como antigo combatente da Guiné, agradeço-te o teu trabalho em prol da dignidade daqueles que se bateram em África e que honraram a Bandeira Portuguesa.
Falam muito em colonialismo mas nunca vejo referir as Malvinas, ou Gibraltar, por exemplo, como territórios que eentão assim também deveriam ser considerados.
Graças a Deus, Portugal e o seu Povo é bem maior do que esta gente.
Um abraço amigo do
Joaquim Mexia Alves
Ao Srº Ten.Cor. Brandão Ferreira, uma vez mais os meus parabéns. A verdadeira história de Portugal dos últimos 60/50 anos, terá, mais dia menos dia, de se começar a escrever, porque de "histórinhas por encomenda de Soares e outros tais" já vamos ficando fartos.
Obrigado, mais uma vez.
MEDINA DA SILVA
Caro Tenente Coronel Brandão Ferreira, não posso deixar de lhe agradecer e dar conta do quanto importa o seu esforço no sentido de contribuir para que a interpretação histórica não fique refém do politicamente correcto e dos interesses estabelecidos.
Nasci em 1976, de modo que faço parte de uma das primeiras gerações a crescer no pós-guerra. Sem conhecimento de causa, não fossem o Sr. e outros autores sérios, pouca hipótese teria de não me deixar vitimar pela lavagem cerebral com que os vencedores de Abril tentam justificar os seus actos.
Quero portanto deixar este firme testemunho de apreço pelo seu trabalho, coragem e verticalidade.
Peço-lhe que não desarme!
Agradecido,
Pedro Grilo
Ainda não se perspectivavam as tempestades da História, que viriam varrer e levantar uma nuvem de pó e cinza sobre o brilho das conquistas da civilização judaico-cristã, e já um sábio português vaticinava: "Às almas dilaceradas pela dúvida e o negativismo do século procurámos restituir o conforto das grandes certezas. Não discutimos Deus e a virtude; não discutimos a Pátria e a sua história; não discutimos a Autoridade e o seu prestígio; não discutimos a Família e a sua moral; não discutimos a glória do Trabalho e o seu dever.
"Não discutimos a Pátria, quer dizer, a Nação na sua integridade territorial e moral, na sua plena independência, na sua vocação histórica. Há-as mais poderosas, mais ricas, porventura mais belas; mas esta é a nossa, e nunca filho algum de coração bem formado teve o desejo de ser filho de outra mãe."
Daqui infiro eu, filho de veterano de guerra, pouco ultrapassando os 30 anos, que se entre camaradas-d'armas ainda há lugar a "debate de ideias" sobre o que foram as campanhas desenvolvidas ao longo de 15 anos em três TOs que eram parte integrante do Portugal Ultramarino, então do declínio caminhamos para a inexorável extinção enquanto Povo. Porque as gerações de actuais filhos e netos terão visto os seus pais e avós a cometer, sobre si próprios, um genocídio moral.
É de revolver as entranhas que homens como Matos Gomes e Aniceto Afonso, participantes enquanto oficiais naquele conflito, contra inimigos armados de métodos e ideologias absolutamente contrários aos valores e interesses nacionais, venham a terreiro contestar as conclusões de uma conferência sobre a acção portuguesa apelidando suposta facção de revisionista da História - e porque não fascista - considerando as
conclusões que demonstram factualmente o nosso domínio do ponto de vista militar. Se assim é, admitindo e sabendo mesmo que como estes há muitos choramingas que teriam preferido ser desertores, por já então e ainda hoje se reverem nas razões do inimigo, entreguem suas medalhas e renunciem às suas patentes pois não passam de liminares traidores.
Será de questionar, rematando, se não terão sido estes homens que afirmam ter servido, quem minou e inquinou por via de boicote junto das suas tropas, as missões que lá nos levaram. Abandonando, traindo,
conjurando contra a Bandeira sob a qual prestaram juramento solene. Pelo que se lê, continuam a guerrilha por outras vias, a política.
João Neves dos Santos [em 01Jun2012, 00:39]
O espaço que a/s instituição/ões militar/es dão a um assunto não passível de debate no âmbito das "ideias" e que os tais reputados historiadores e pretensos experts se deixam arrastar - alimentando com suas teses - para polémicas, contribuem para o derrube cada vez mais certo, de um edifício já de si devoluto que é a memória Nacional.
João Neves dos Santos [em 04Jun2012, 13:46]
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