quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

ALERTA E BARBAS DE MOLHO




ALERTA E BARBAS DE MOLHO
28/12/16
“Mouros em terra, moradores às armas.”
Brado existente em Portugal desde os tempos do Rei D. Afonso II.

          A questão dos “migrantes”, ou que se lhe queira chamar, tem sido muito mal conduzida, mas não pelas razões maioritariamente vindas a público, na opinião publicada e nas afirmações de responsáveis políticos.
          Compreensivelmente, ou talvez não, não se quer “alarmar” (para não lhe chamar a mais despudorada censura) a opinião pública, mas convém prepará-la para o que aí pode vir! E não é nada de bom.
          Já o afirmámos e escrevemos por diversas vezes: o que temos em mãos, e perigosamente perto das nossas barbas não é apenas, nem sobretudo, um problema humano e de ajuda humanitária, mas sim um problema geopolítico homérico e extremamente perigoso.
          Até que ponto foi provocado e tem sido influenciado em determinada direcção, ou não, bem como a existência de objectivos que não aparecem à luz do dia, são questões ainda não devidamente apuradas e sujeitas a especulação.
          O Estado, porém, tem que se cuidar, prever e tomar medidas cautelares, antes que as coisas fiquem fora de controlo e mergulharmos num caos que se afigura vir a ser muito sangrento.
          Em Portugal, para variar, todo o mundo assobia para o lado, como se tudo estivesse como Deus com os anjos, e muito ufanos de que somos os “melhores” em lidar com o problema.
          O que queremos é que venham mais migrantes confiantes, porventura na esperteza saloia, de que eles preferem ir para outros locais e mesmo estando cá, se vão embora (o que tem, aliás, acontecido).
          Fórmula muito gasta de querer estar bem com Deus e com o Diabo, ou ter simultaneamente sol na eira e chuva no nabal…
          Tal fórmula irá, inevitavelmente, correr mal.
          Pondo de lado os néscios – fauna que desmente o arrazoado dos revolucionários de 89, de que somos todos iguais, a não ser no que tocava à guilhotina – queremos lembrar àqueles que defendem genuinamente as ideias da Srª Merkel quanto à questão, que tal não é um assunto que possa ser experimentado em laboratório. Ou seja, o mal não tem retorno adequado. Convinha que pensassem nisso.
          Em resumo: os órgãos do Estado e muita população (que não gosta de ser incomodada” com problemas – é preciso que se diga) continua expectante como a avestruz.
          E tirando um maior incremento na área das informações, pouco se tem feito.
          Nem sequer assumir que existem ameaças. E estas têm que ser encaradas e tratadas.
A primeira ameaça chama-se António Guterres. Devido ao seu actual cargo e conhecido o seu especial afã em prol dos refugiados, vai certamente, pressionar o Governo, AR e PR (se é que eles precisam de ser pressionados) para recebermos não mais, mas sim muitos mais refugiados. Ajuda a dar o exemplo…
          Querem apostar?
          A segunda ameaça tem a ver com a previsibilidade de abertura de novas rotas que exporão exponencialmente, o nosso país ao problema.
          Estamos a referir-nos ao desvio de refugiados para Espanha e daí para cá, ou directamente para o Território Nacional.
          A Espanha já tem problemas no Sul e na Catalunha com o excesso de imigrantes vindos no Norte de África e muitos casos de não integração.
          A situação política, económica e social em Espanha está longe de ser das melhores e o país é potencialmente um dos mais fragmentáveis de toda a Europa.
          Creio que é escusado dizer (mas mesmo assim digo) que tudo o que se passa em Espanha tem um efeito directo em Portugal.
          E a partir do momento que os migrantes desaguem em Espanha, rapidamente chegam cá.
          Por outro lado Marrocos não é propriamente um oásis.
          O Rei tem que manter mão de ferro sobre os grupos que não apoiam a sua Dinastia ou os que lhe são próximos – lembro ainda que o conceito de Democracia é praticamente desconhecido e repudiado no mundo islâmico.
          Apesar de Marrocos ser dos países muçulmanos mais estáveis, tem graves problemas económicos e sociais a que uma demografia galopante impõe um “stress” permanente.
          A pressão dos habitantes dos países do Sahel em o atravessarem para “saltar” para a Europa é também um factor desestabilizador.
         Para já não falar dos cancros de islamismo radical que pululam à sua volta e que possam mesmo a estar a ser incubados no seu território.
          O conflito não resolvido do Sahara Ocidental, também é fonte de tensões, sobretudo com a Argélia, e pode abrir novas frentes de saída de imigrantes.
          A recente fuga de argelinos no Aeroporto de Lisboa é prova de que algo já começou a mexer.
          Finalmente a Espanha não morre de amores por Marrocos e Argélia e vice-versa.
          Podem-se estabelecer, outrossim, rotas de fuga para as Canárias, para o Algarve e para o Arquipélago da Madeira.
          Digamos que o território português mais exposto são as Ilhas Selvagens e a Ilha de Porto Santo.
          O que farão as autoridades portuguesas se ocuparem as Selvagens, ou aparecerem meia dúzia de navios com umas centenas de migrantes na costa de Porto Santo, por exemplo?
          Chegar aos Açores é mais difícil mas não é impossível, sobretudo no Verão e neste caso a ilha mais exposta é Santa Maria.
          Aliás, nada disto é novo: o território nacional e os seus mares foram assolados pela pirataria berbere desde D. Afonso Henriques e chegou a ser prática corrente, raptarem mulheres, engravidarem-nas e depois largarem-nas novamente nas nossas costas.
          Havia atalaias por todo o lado; fortes e locais artilhados e a Armada Portuguesa manteve uma esquadra (chamada do “Estreito”), até meados do século XIX, para defender o Sul do território.
          Não há nada de novo debaixo do Sol…
          E, já agora, as ameaças de reivindicação do “Al Andaluz” são para serem levadas a sério.
          Deste modo urge ser proactivo a começar pelo Conselho de Chefes Militares, e pôr as barbas de molho.
            O PR, se é que ouve conselhos, em vez de se preocupar em ser Pai Natal o ano todo, não faria mal em reunir o Conselho Superior de Defesa Nacional – pois é disso que se trata – para debater o assunto.
          Talvez não fosse má ideia começar por organizar os Serviços de Informação de modo a que funcionem efectivamente, o que não acontece desde que extinguiram a PIDE/DGS; acabar de seguida com a “paisanisse” em que as Forças de Segurança caíram – o que também não se conseguirá com este Governo, nem com a “espirra - canivetes” da Senhora Constança, a quem “entregaram” o MAI e que julga, muito cheia si mesma, resolver todos os problemas, mesmo percebendo muito pouco do “metier” em que foi posta.
          Estar preparado para fechar as fronteiras de um momento para o outro e estabelecer vigilância aturada com equipas móveis (terrestres, aéreas e marítimas); idem para o estabelecimento de um ou mais campos de internamento, caso a necessidade a tal obrigue.
          Exercer vigilância discreta sobre os refugiados que se aceitarem, após escrutínio severo para a sua entrada; expulsar de imediato clandestinos e criminosos.
          Finalmente aumentar a vigilância aérea e marítima do território nacional; ter equipas de operações especiais prontas a intervir em qualquer local do mesmo; ter algumas unidades de escalão companhia em prontidão, para intervir em situações de ordem pública de alta violência, junto às fronteiras; ter navios de guerra e aviões de combate em estado de prontidão elevado, de modo a poderem ser usados como demonstração de força e eventual retaliação, caso um eventual conflito assim o exija.
            Não devemos esperar (nem estar à espera) de qualquer ajuda da UE e a “Guarda Costeira Europeia”, em congeminação, além de ir ser mais um atentado à soberania nacional, neste âmbito, não vai servir para manter os refugiados à distância, mas para os ajudar a entrar…
          É evidente que tudo isto é o mínimo que se pode fazer (o Arquipélago da Madeira devia ser reforçado de imediato com mais um patrulhão e uma lancha de fiscalização, por exemplo), irá obrigar ao reforço dos orçamentos das Forças de Segurança e sobretudo das Forças Armadas – que estão à míngua (e lembro que não existem reservas de guerra de espécie alguma, reservistas ou qualquer sistema de recrutamento de emergência) - o que obviamente, o Governo irá tentar resistir até à última, ou seja, até demasiado tarde.
          Parece ser a nossa sina.
         Estimo que tenham um bom ano.

                                                João José Brandão Ferreira
                                                     Oficial Piloto Aviador

2 comentários:

Anónimo disse...

http://www.cmjornal.pt/opiniao/colunistas/joao-pereira-coutinho/detalhe/lagrimas--e-insultos?ref=opiniao_destaque a culpa é das elites se os "populistas" ganharem em 2017.-----Afonso Manuel

Anónimo disse...

Sr. Brandão,

Isto não é um comentário a publicar, mas sim uma partilha de informação que lhe poderá ser útil em futuras referências.

Com os melhores cumprimentos,
Anónimo

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"A nation can survive its fools, and even the ambitious. But it cannot survive treason from within. An enemy at the gates is less formidable, for he is known and carries his banner openly. But the traitor moves amongst those within the gate freely, his sly whispers rustling through all the alleys, heard in the very halls of government itself. For the traitor appears not a traitor; he speaks in accents familiar to his victims, and he wears their face and their arguments, he appeals to the baseness that lies deep in the hearts of all men. He rots the soul of a nation, he works secretly and unknown in the night to undermine the pillars of the city, he infects the body politic so that it can no longer resist. A murderer is less to fear."

-Marcus Tullius Cicero