sábado, 26 de setembro de 2020

EFEMÉRIDE: A BATALHA DO BUÇACO, 27 DE SETEMBRO DE 1810

 


 

 Faz amanhã 210 anos que se feriu esta batalha assaz importante na História de Portugal e que muito ajudou a derrotar o exército imperialista gaulês e napoleónico.
   Há já décadas que se tenta denegrir, subverter e reescrever a História dos nossos antepassados e as verdades fundamentais da História Pátria e das suas principais instituições.
    Há que o combater por todos os meios. E quando digo todos, é todos. Dependerá do grau de ameaça.
    Bom fim de semana
  BF

 

 

 

EFEMÉRIDE: A BATALHA DO BUÇACO, 27 DE SETEMBRO E 1810

27/9/20

          “A teus pés, fundador da monarquia vai ser a Lusa gente desarmada!

            Hoje cede à traição a forte espada

            Que jamais se rendeu à valentia!”

            (Início do soneto declamado pelo autor, Capitão de Cavalaria Luís

            Paulino d’Oliveira Pinto de França, junto ao túmulo de D. Afonso

            Henriques, em 1807, após a 1ª invasão francesa).

    Faz agora 210 anos.

    A terceira invasão francesa (assim considerada) estava a fazer o seu caminho. Foi a maior e a mais mortífera de todas.[1]

    Perdida a praça de Almeida, por uma infeliz e dramática explosão do paiol, após 14 dias de cerco que os franceses lhe puseram, internou-se o grosso do exército pela estrada da Beira, tendo encontrado o exército Anglo - Luso entrincheirado nas “alturas do Buçaco”.

     O Exército francês dividiu-se em três colunas ao entrar em Portugal: o segundo corpo, comandado pelo general Reynier, com 15.359 H e 2.709 cavalos, veio por Alfaiates, Sabugal e Guarda, onde chegou a 15 de Setembro; o sexto corpo, sob o Comando de Ney, cujo efectivo era de 23.172 H e 2.947 cavalos, transpôs o rio Coa no dia 15 e aguardou em Freixedas, Alverca e a cavalaria em Maçal do Chão; o oitavo corpo, do comando de Junot, com 16.772 H e 3.652 cavalos, transpôs o Coa em Ponte de Vide, estacionando em Pinhel e finalmente Viseu. Por este itinerário marchou o parque de artilharia (106 peças) e a cavalaria de reserva, sob o comando do general Montbrun, com um efectivo de 3.651 H e 3.822 cavalos. Depois marcharam por diferentes estradas para Coimbra, até confluírem frente ao Buçaco. Tudo isto foi observado pelo Exército anglo-luso, que se fortificou na serra do Buçaco, que tinha uma extensão de cerca de 15Km e uma altitude que variava entre os 320 e 550 metros.

    O Exército aliado contava com seis Divisões de Infantaria e três Brigadas independentes, num total de 49.228 H; a Artilharia contava com 60 peças, e 1.350 ingleses e 880 portugueses; Trem e Estado-Maior, respectivamente 422 e 43 H; a Cavalaria, colocada na Mealhada, compreendia três brigadas com 2.489 H.

     Sem reconhecer bem o terreno, Massena ordenou um ataque frontal serra acima (ao que a maioria dos seus generais se tinha oposto), com dois Corpos de Exército, que deveriam atacar em simultâneo, o que não aconteceu. O ataque saldou-se por um duro revés para as “Águias Napoleónicas” que sofreram mais de 500 mortos, 3.600 feridos e 250 prisioneiros, entre os quais um general e muitos oficiais.

    Para tal desastre muito contribuiu as violentas cargas à baioneta onde se destacaram os regimentos portugueses nº 5, 8 e 19, que se cobriram de glória.

    Todas as tropas portuguesas que tomaram parte activa na batalha, comportaram-se com grande valentia, como foi reconhecido nas ordens do dia pelos generais Beresford e Wellington.

     E maior seria o desastre se Wellington tivesse tido a audácia de perseguir os franceses, explorando o sucesso, apesar das limitações que a orografia impunha.

     Verificando que não podiam ultrapassar a posição, defendida por cerca de 25.000 portugueses e outros tantos britânicos, tentaram contorná-la pelo norte, o que conseguiram, após informações obtidas de um camponês, em Mortágua.

    As tropas portuguesas posicionadas no norte do País, não chegaram a tempo de “ensanduichar” os franceses pelo que Wellington decidiu retirar o Exército para a segurança das Linhas de Torres, dando ordem para que tudo o que ficasse no caminho dos franceses, cuja logística era precária, e lhes pudesse ser útil, fosse destruído. Foi uma espécie de política de “terra queimada” que de facto muito prejudicou os defensores da “Revolução Francesa”, mas causou um sofrimento imenso na população portuguesa, que se revelou de um grande estoicismo, bravura e espírito de sacrifício.

    Estima-se que durante o período das invasões francesas Portugal (na sua parte europeia) perdeu cerca de 10% da população, ou seja entre 200 a 300.000 mortos!

    As milícias portuguesas comandadas pelo Coronel inglês Trant entraram, porém, em Coimbra, a 7 de Outubro, tendo surpreendido a pequena guarnição francesa lá deixada, a fim de guardar um improvisado hospital de campanha, que albergava cerca de 3.500 feridos e doentes franceses. Todos foram aprisionados bem como todo o pessoal de saúde, administrativos e sobreviventes da Guarda, num total de 4.000 homens, incluindo 80 oficiais.

    Foi um erro imperdoável de Massena que muito afectou o moral das suas tropas, avivou as desavenças que (felizmente para nós) o Príncipe de Essling tinha com todos os seus lugares – tenentes e desagradou muitíssimo a Napoleão.

     Talvez por tudo isso se pôs a correr, mais tarde, que os portugueses trataram mal os prisioneiros tendo exercido sobre eles um verdadeiro massacre, o que hoje está provado ser uma completa mentira. A grande maioria dos prisioneiros foi transportada, logo que possível, para o Porto e Lisboa e daí para Inglaterra. Mas esta mentira ainda hoje influencia muitos historiadores portugueses e estrangeiros nas suas análises.

    Massena chegou às Linhas de Torres depois do seu exército, agora reduzido a 43.000H, ter passado por Coimbra – que saqueou – e não passou daí. Face àquele formidável conjunto de fortificações, sem provimentos, com a fome, o frio e a doença a matarem muitos combatentes todos os dias e depois de perder a esperança de receber reforços de Espanha, que tinha pedido, lá se decidiu a retirar, sendo perseguido e fustigado até à fronteira. E ainda os perseguimos até Toulouse, quando Napoleão se rendeu.

     Só se perderam as que caíram ao lado.

     Convém lembrar estas coisas, pois a nossa memória coletiva já conheceu melhores dias. E melhores ilações.

 

                                                  João José Brandão Ferreira

                                                  Oficial Piloto Aviador (Ref.)



[1] Disse “assim considerada”, pois na minha visão da História diria que foi a quarta invasão, já que considero a “Guerra das Laranjas”, em 1801 (em que malogradamente, perdemos Olivença, que até hoje não recuperámos), como a 1ª invasão, devendo ainda considerar-se uma quinta invasão, que apenas durou 20 dias, quando o General Marmont, depois da retirada de Massena, ainda nos invadiu o território de Riba Coa, em 3 de Abril de 1812.

 

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

AS ELEIÇÕES AMERICANAS E O PANO DE FUNDO

 


AS ELEIÇÕES AMERICANAS E O PANO DE FUNDO

25/9/20

“Por fim o meu imaculado coração triunfará”

           Nossa Senhora

(Aos Pastorinhos, Fátima, 13 de Julho de1917).

                Falta menos de seis semanas para as eleições nos EUA, que ocorrerão a 3 de Novembro.

                Apesar de na maioria da comunicação social americana e europeia, já nem falo na portuguesa, serem favas contadas que o candidato democrata Joe Biden vai à frente nas sondagens, tudo indicando (forçosamente) que ganhe, a situação está longe de estar clara. E poucas são as sondagens que merecem crédito.

                A ignorância é grande sobre o que se passa do outro lado do Atlântico e a desinformação é vasta. E numa sociedade complexa de 330 milhões de cidadãos, vivendo em 51 estados diferentes, num total de 10 milhões de Km2; com um sistema político que está para o nosso como as regras do futebol americano estão para o “soccer”; com “lobbies” e correntes políticas e sociais poderosas, não é fácil descortinar o que se passa.

                Já lá vivi mais de dois anos em dois períodos distintos da minha vida, e voltei a visitar o país mais duas dezenas de vezes, viajei por uns dez Estados, mas não me atrevo a dizer que conheço bem os EUA. E provavelmente uma parte considerável dos norte americanos também não conhece.

                Por isso quanto a europeus, sobretudo aos que nunca lá foram, nem os estudaram, estamos conversados. Excepção deve ser feita para o Professor Salazar que sendo um “pacóvio incorrigível” como uma parte da opinião publicada teima em defini-lo, os topava de ginjeira e nunca os deixou (relativamente a Portugal), pôr o “pé em ramo verde”. Enfim, outros tempos e outras gentes…

                O que está em jogo verdadeiramente nestas eleições não é a figura de Trump, retratado sistematicamente pela maioria dos OCS como trauliteiro, teimoso, mentiroso, bronco, ignorante, etc. (e obviamente não perdoam a truculência com que ele lhes devolve os ataques – coisa que até agora nenhum político se tinha atrevido a fazer) e de Biden, que apesar de ser um candidato fraquinho, doente (com demência, segundo se tem revelado) e com um passado pouco recomendável, goza dos mimos dessa mesma imprensa. Imprensa dominada há muito por famílias de financeiros bem conhecidos. Lembro apenas que o empresário Jeff Bezos, dono da “Amazon” e considerado o homem mais rico do mundo, é o actual dono do “Washington Post” …

                A piorar as coisas os Democratas foram, tarde e a más horas, buscar para candidato a vice-presidente uma militante da extrema - esquerda do partido, anticristã, de seu nome Kamala Harris, com má imagem na maioria do eleitorado.[1]

                Até ao aparecimento do vírus que se convencionou chamar “Covid19” – e do qual se sabe ainda quase nada – e os distúrbios ditos raciais (que de racial têm pouco), o caminho de Trump para a reeleição parecia que ia ser um passeio, dado o falhanço de todas as tentativas para o derrubar; do pouco que o Partido Democrata tem para oferecer (além do discurso do bota abaixo) e do sucesso inegável que a maioria das iniciativas da Administração Trump, tiveram, quer em termos económicos e sociais, como em termos diplomáticos e da retirada das tropas americanas do envolvimento em eternos conflitos militares – que custavam uma fortuna por dia.

              Basta dizer que o envolvimento actual das forças militares americanas em todo o mundo é o mais baixo desde o fim da IIGM.

                De facto, Trump fez o seu caminho afirmando-se contra o funcionamento do sistema político americano e contra a agenda globalista mundial, o que está na origem também das inimizades granjeadas no campo dos notáveis republicanos.

                Por exemplo (um entre muitos) o bem-disposto do Clinton (a quem perdoaram, entre outros, “o escândalo sexual do Salão Oval”), organizou a NAFTA, que permitiu a muitos accionistas de grandes empresas, ganharem muitos milhões de dólares em acções, mas que custaram aos EUA cinco milhões de empregos na indústria manufatureira, com o encerramento de 70.000 fábricas.[2]

                Por outro lado, o “complexo militar-industrial” americano tirou imenso proveito das guerras internacionais em que os norte - americanos se envolveram, nos mandatos anteriores, do Haiti à Bósnia, da Sérvia ao Iraque.

                Ora Trump foi eleito justamente por se opor à agenda globalista, de que a própria ONU (e o nosso “bem comportadinho” Guterres) se tornou ponta de lança. É o célebre “American first” e a defesa dos trabalhadores americanos, dos empregos americanos, da soberania nacional.

                Daí ter tirado os EUA dos considerados nefastos Tratados TTIP; TPP e do Acordo de Paris sobre o clima foi um passo. Seguiu-se a imposição de barreiras alfandegárias à China, que tinha tomado conta de grande parte da indústria e da dívida americana. Com isto prevê-se ter poupado 500 biliões de dólares.[3]

                Renegociou em seguida o acordo NAFTA e passou a controlar as fronteiras, fazendo diminuir a imigração ilegal e com isto asfixiou o recurso a mão – de - obra barata e ilegal, de muitas grandes empresas.

                A actual Administração começou também a baixar o nível de conflito e crise com numerosos países e a retirar as tropas americanas das guerras que não acabam, no Médio Oriente, e a evitar guerras com o Irão e a Coreia do Norte, embora continuando a exercer pressão sobre o primeiro.

                No campo dos costumes opõe-se a todo o descalabro causado pelo Relativismo Moral; a escabrosa agenda LGBT e derivados; a desgraça da droga e da pedofilia, a cultura da morte (eugenia, aborto, manipulação genética, eutanásia, etc.); o ateísmo, o feminismo estúpido e toda a agenda verdadeiramente luciferiana que por aí medra.

                Já dá para perceber a raiva e o ódio que provocaram a mais encarniçada, diabólica e histérica campanha, lançada nos “media” e meios políticos contra Trump, que não tem paralelo na História? O que levou até, estrelas de Hollywood a defenderem a destruição da Casa Branca; desejarem que o presidente fosse moído com pancada, aprisionado e até assassinado e os seus filhos torturados e sexualmente abusados? Só para ficar por aqui.

               Até o Vaticano não mostra pudor em criticar a Administração Trump…

                Ora não há palermices – e infelizmente Trump tem o coração muito perto da boca e saem-lhe disparates amiúde – que possam justificar semelhantes atitudes.

                Mas se lermos textos e intervenções de fundo, - mesmo que não sejam por ele escritas na sua totalidade – veremos que os disparates não são assim tantos – independentemente de se concordar mais ou menos com o que ele diz. Mas não é a isso que chamam de Democracia?

                E que é que os próceres democratas têm para oferecer, além destes ataques despudorados? Nada, a não ser mais do mesmo, que tem desgraçado o mundo e a América.

                Esta campanha tem personalidades e organizações muito poderosas a financiá-la, como esse mau carácter (que alguém já apelidou de “canalha psicopata”), conhecido como George Soros – que, a talhe de foice, foi a primeira visita que o actual PM espanhol Pedro Sanchez recebeu, após ter ganho as primeiras eleições em Espanha – Espanha que aparenta estar num estado de miséria moral e política e a caminho da material, como estava antes da guerra civil, em 1936. Pois é este Soros, e é apenas um exemplo, que numa pouco clara organização ligada a Clinton, chamada “Arabella Advisors”, tem financiado com cerca de 500 milhões de dólares, dezenas de grupos anti Trump.

                De quando em vez os Democratas tiram um coelho da cartola, como foi o caso recentemente do “green new deal”, que propõe a eliminação dos combustíveis fósseis. Esta ideia foi liderada pela Califórnia (convém dizer que este estado é o mais importante em ter mos de Colégio Eleitoral – que é quem em última instância elege o Presidente da União – pois tem direito a 55 votos) que decidiu encerrar todos os centros de produção eólica e solar. O Estado da Califórnia contava comprar energia aos estados vizinhos para colmatar a redução drástica de produção de energia que ocorre à noite, mas bastou haver uma vaga de calor que esgotou a energia dos estados vizinhos para a Califórnia ficar às escuras…

              Pode imaginar-se como estará a reagir os milhares de trabalhadores (bem pagos) da indústria petrolífera, incluindo a da nova tecnologia do “fracking” que ia permitir a auto -suficiência dos EUA em energia…

              Noticia de última hora dá conta que os Democratas decidiram chamar à comunidade hispânica “people of colour” o que fez disparar a indignação entre eles. Como resultado Trump passou logo para a frente nas intenções de voto na Flórida, apesar dos 100 milhões de dólares que Bloomberg injectou naquele Estado para apoiar Joe Biden!

              Ora nada disto se ouve falar na nossa imprensa e televisões que diariamente têm uma hora marcada para dizer mal de Trump e Bolsonaro…

                Tudo o que os Democratas - também conhecidos por liberais" - tentaram contra Trump falhou. Estamos a recordar-nos da tentativa de impedir o colégio eleitoral de votar em Trump, as confusões de "fake news" e de espionagem que envolvem a CIA e o FBI; o caso da "Russiangate", ligado a Robert Mueller; as infiltrações na Casa Branca e noutros lugares da Administração; o caso Kavanaugh; o processo de “impeachment” e mais mil e uma coisas. Nada disto fez cair Trump.

                E têm-se voltado contra quem as intentou.

                Muito resumidamente a actual situação parece ser a seguinte:

                A Economia tinha melhorado muito nos primeiros anos da administração Trump, até ser afectada pela pandemia. O contraste com o Governo Obama não podia ser mais evidente, pois tinha registado a mais baixa recuperação económica desde 1948, com 2.3%, acompanhado do aumento do desemprego, que só baixou para 4.4%, em 2017. O mercado de acções tem oscilado, mas prevê-se que se mantenha sólido embora sem grandes subidas; a venda a retalho está a progredir à medida que as pessoas saem do confinamento. O vírus aparenta estar parcialmente controlado e está a decrescer nos principais Estados onde surgiu e com maior população, como o Texas, a Flórida, Califórnia e Arizona.

                Se assim continuar, o desemprego irá decrescer a partir de Outubro; estabilizando provavelmente entre 7 a 8%. A Economia está assim a recuperar sobretudo nos Estados coloridos a vermelho (republicanos), para onde têm migrado milhares de americanos que fogem da violência e desemprego da maioria dos Estados pintados a azul (Democratas).

               A confusão sobre a melhor maneira de combater o vírus tem sido grande, como de resto acontece no mundo inteiro, mas a investigação para a obtenção de uma vacina parece estar a correr bem.[4]

                Mesmo nas sondagens que lhe são desfavoráveis, Trump está a recuperar, e aguarda-se com expectativa o início dos debates entre candidatos, dada a debilidade evidente de Biden. O primeiro é já a 29 do corrente.

                A violência nas cidades aparenta ir continuar e o êxodo da população naquelas mais atingidas vai prosseguir. Naturalmente que chegará a altura em que haverá um protesto forte da maioria da população contra este estado de coisas o que favorecerá Trump. Os democratas além de terem apoiado o caos, através de muitos "mayors" e governadores de Estado; pedido a diminuição de fundos e restrição à autoridade da polícia, ainda querem desarmar a população, o que origina tremendos anticorpos num país como os EUA. O crime disparou.

                Há cidades mais ou menos fora de controlo como Nova Iorque, S. Francisco, Chicago, Seattle e, sobretudo, Portland. Nestes locais os juízes tendem a libertar os fora da lei, depois de presos...

                Para se ter uma noção do desastre, basta dizer que o número de mortos americanos em 19 anos de guerra no Afeganistão foi de 2401. Apenas este ano, em Chicago, NY, Baltimore, St. Louis e S. Francisco, os mortos por tiroteio, serão mais de metade daquele número. A maioria são jovens negros. E estão longe de morrerem, maioritariamente, às mãos dos brancos...

                Em termos diplomáticos fizeram-se grandes avanços para a resolução de conflitos em várias partes do mundo, sobretudo no Médio Oriente. A Administração Obama teve oito anos para tentar resolver os conflitos mas a única coisa que conseguiu foi guerra e instabilidade. E o aparecimento do DAESH... A análise circunstanciada desta tentativa não cabe neste papiro, mas reconheça-se que os dois acordos alcançados com os Emiratos Árabes e o Bahrein são de grande valia para o apaziguamento da região.

                Obama que não gosta de Israel chegou a dar 150 biliões de dólares ao Irão - que permitiram a compra de armas e o desenvolvimento nuclear - e depois quis apaziguá-los com um acordo…

                É possível que outros acordos tenham lugar brevemente.

                O desespero dos Democratas é evidente e o aparente plano de Obama para descartar Biden e tornar Kamala Harris presidente e fazê-la rodear depois por gente de confiança, tutelada por ele, Obama, irá cair por terra.

                Uma palavra mais sobre Kamala: frequentou um colégio e uma faculdade de Direito medíocres; falhou o seu primeiro exame na barra; passando numa segunda tentativa, obteve um trabalho como procuradora júnior em Alameda. Depois encontrou Willie Brown, um político poderoso da Califórnia, 30 anos mais velho, e passou a dormir com ele. De repente conseguiu uma série de trabalhos e funções cada vez mais importantes, até chegar a Senadora, ficando a partir daí passível de concorrer à Casa Branca. Abandonou o seu "marido" Willie e passado algum tempo casou com um advogado branco judeu. Diz-se que pelo menos tem inteligência para escolher a cama certa para progredir em frente. Daí a alcunha que ganhou de "Heels-up Harris".

                Os Democratas perderam a "guerra" pelo voto por correspondência (passível de ser manipulado) e ao condicionamento do voto presencial; até o Dr. Fauci afirmou não haver razão para que as pessoas não possam ir votar nas assembleias de voto.

                Acresce a isto os cheques que a Administração Trump vai fazendo chegar aos contribuintes (a que a nacionalização parcial e, para já, temporária do FED, tem permitido); a degradação dos números da criminalidade e violência gratuita - que inclusivamente pode fazer a tendência da votação maioritária da população negra em votar democrata, para o campo republicano (uma questão sempre essencial em qualquer eleição); a realização dos debates e as esperadas revelações em Setembro, do Procurador Durham, que está a investigar a alegada espionagem na campanha de Trump, em 2016, em que é possível que altos funcionários da Administração Obama possam ser criminalizados (num escândalo eventualmente maior do que o de "Watergate") e os resultados das eleições podem trazer grandes surpresas.

                Nem toda a gente é burra ou ignorante e sabe resistir à tentativa de lavagem ao cérebro da maioria dos OCS e da demagogia e mentiras políticas.

                Em conclusão, pondo de parte as características pessoais dos candidatos o que está em jogo nestas eleições são fins (por isso tem algo de teleológico) políticos e sociais antagónicos – diria inimigos e incompatíveis - e a subversão ou não, do actual "status quo" - note-se que não falo em evolução sociológica.

                Ou seja, o nacionalismo, o patriotismo e a soberania versus o mundialismo (antigamente conhecido por internacionalismo); o governo do Estado-Nação, ou o governo da "Nova Ordem Mundial".

               O controlo da emigração/migração ou a geopolítica destruidora do regime de “porta aberta”; a defesa da família tradicional ou a agenda LGBT e a obscena teoria do género; a defesa dos valores cristãos ou o marxismo cultural.

                A cultura da vida em contraste com a cultura da morte; a "escravatura" em oposição à liberdade económica; os valores morais e éticos, face à sua destruição ou relativização; a defesa da virtude em contraponto ao elogio do vício e a corrupção como coisa "normal"; a religião versus o ateísmo; a ordem como fundamento da sociedade, em contraponto do caos definidor de uma nova ordem; os patriotas face aos "cidadãos do mundo" e aos "indiferentes". A aceitação crítica da História como ela foi, em contrapartida com a transformação da mesma à medida das conveniências ideológicas, etc.. Enfim, o Bem versus o Mal…

                Não é de somenos. Este é o pano de fundo.

                O resto é o pão e circo costumeiro de qualquer eleição o que na América é sempre exponenciado, o que só tem limite nas somas astronómicas disponíveis e gastas. Chamam a isso Democracia Representativa.

                O Congresso Republicano terminou, significativamente, com uma Avé Maria.

                Será isso um indício do comprimento da mensagem de Fátima?

                Temos as maiores dúvidas.

                E no que a nós, portugueses diz respeito, então, estamos mesmo muito longe.

 

 

                                 João José Brandão Ferreira

                                Oficial Piloto Aviador (Ref.)



[1] Note-se que esta dama não conseguiu sequer 1% dos votos para se qualificar para a derradeira etapa no Iowa e teve de desistir. Já Biden só conseguiu ganhar as primárias dos Democratas depois da desistência de três outros candidatos, que foram “convencidos” a sair e a dar-lhe os seus votos. E dificilmente responderá a perguntas do género “como explica que o seu filho (entretanto corrido do Exército por consumo de drogas) tenha viajado com ele, no “Air Force 2”, até à Ucrânia e quando regressou tem um lugar no conselho de administração da “Burisma Ucraniana (empresa de energia), a ganhar 85.000 dólares por mês, mesmo sem nunca ter trabalhado no ramo ou sequer saber ucraniano. Por exemplo.

[2] NAFTA – North American Free Agreement (tratado norte-americano de livre comércio), que entrou em vigor, em 1 de Janeiro de 1994. Engloba os EUA, o Canadá e o México. O acordo expirou em 2018 e foi substituído pelo Acordo Estados Unidos-México-Canadá. A 27 de Agosto desse ano o Presidente Americano anunciou um novo acordo com o México, conforme tinha prometido na campanha eleitoral de 2016. O novo acordo foi aprovado em 2019, na Camara dos Representantes.

[3] TTIP, sigla em inglês de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento, estava a ser negociado entre a União Europeia (UE) e os EUA. As negociações começaram em Julho de 2013, tendo sido interrompidas por Donald Trump, que iniciou um conflito comercial com a UE. As conversações foram retomadas em Julho de 2018, mas debaixo de sigilo. Fugas de informação causaram mal-estar e nenhum acordo se registou até hoje. Este tratado tem suscitado também muitas críticas deste lado do Atlântico. A opinião pública portuguesa está por norma, a leste de todas estas questões.

TPP, “Trans- Pacific Partnership”, é um acordo de livre comércio alargado a 12 países que bordejam as margens do Pacífico (Austrália, Canadá, Japão, Malásia, México, Perú, EUA, Vietnam, Brunei, Chile, Nova Zelândia e Singapura). O tratado foi acordado em 5 de Outubro de 2015. Em 23 de Janeiro de 2017, Trump assinou um decreto que determinou a retirada dos EUA, do acordo.

Acordo sobre o Clima de Paris – Foi assinado a 22 de Abril de 2016 e é um acordo no âmbito da Convenção-Quadro da ONU sobre a Mudança do Clima, assinado inicialmente por 195 países, sendo um dos objectivos principais o de reduzir a emissão de gases estufa de modo a conter o aquecimento global abaixo dos 2ºC. No dia um de Junho de 2017 o presidente Trump anunciou que os EUA iam deixar o acordo. De salientar que o acordo tem tido uma implementação assaz errática.

[4] Neste âmbito Trump já tinha iniciado um Grupo de Trabalho, em Julho de 2019, para estudar a implementação de uma pesquiza de uma vacina numa situação de emergência de uma pandemia. Será que desconfiou das iniciativas e afirmações de Bill Gates, neste âmbito?