ALJUBARROTA VIVE?
14/08/16
“Aljubarrota, Exmº Senhor não é
um acto isolado na história de Portugal e pode repetir-se sempre
que haja um governo consciente da sua missão e saiba
pôr acima dos interesses particulares o interesse nacional e não faça
da cobardia uma virtude cívica.”
Passam hoje 631 anos, que o
Exército Português, pequeno em meios, mas grande na alma, esmagou o poderoso
exército castelhano e gascão, na luminosa tarde desse longínquo 14 de Agosto.
Conseguiu-o com a graça de Deus e
o valor dos seus soldados e chefes.
Comandava a hoste aquele que viria
a ficar na História como o Rei de “Boa Memória”, e o seu talentoso Condestável,
o “grande” D. Nuno Álvares Pereira, canonizado em 2009, com o nome de São Nuno
de Santa Maria.
A escolha do ponto de expectativa
estratégica, onde se concentraram as tropas, Abrantes – um verdadeiro ”umbigo”
do País – permitiu a melhor vigilância do teatro de operações e dos objectivos
possíveis e, por isso, constituiu a melhor opção para a tomada de decisões.
Mas foi a audácia e determinação
do jovem Nuno, que decidiu a contenda ao forçar a dar combate e cortar o passo
ao Rei de Castela que, naturalmente, se dirigia a Lisboa, e à sua competência
técnica e táctica, na escolha e organização do local onde se travaria a batalha
e, com isso, ter anulado a vantagem numérica do inimigo.
Em cerca de 30 minutos tudo
estava resolvido e os castelhanos e gascões estavam em debandada, tendo muitos
deixado lá os ossos e muitos mais provado o sangue, o suor e o pó do combate!
Foram-se em luto e em vergonha,
mas depois disso e até hoje, tentaram voltar muitas mais vezes.
E não só pela força das armas,
como é demonstrado pelas acções capciosas da economia, cultura e, sobretudo,
financeiras, contemporâneas.
Aljubarrota foi importante?
Não, foi decisiva.
Não fora a vitória nessa, para
sempre gloriosa, jornada, e hoje seriamos completamente diferentes do que
somos. E não seriamos melhores.
Como afirmou Fernando Pessoa, “os
espanhóis, nossos absolutos contrários”…
O magnífico mosteiro de Santa
Maria da Vitória – vulgo Batalha – aí está para eternizar o evento, já que a
juventude portuguesa deixou de saber o que se passou e seu significado.
Os pais e professores (já nem
falo na cáfila política) deixaram de lhes ensinar seja o que for sobre a
História de seus avós. É uma coisa terrível.
Até o Exército deixou de
comemorar condignamente a data, apesar da mesma representar o “Dia da
Infantaria Portuguesa” e o seu imorredoiro Patrono, que sendo um nobre
cavaleiro, apeou para combater, pois tal melhor se coadunava com as
características do terreno e da ordem de batalha.
Estimo que a infantaria
portuguesa (enfim, o que resta dela) nunca perca de vista os exemplos daqueles
que lhes servem de modelo, para que se possa sempre cobrir da glória de bem -
fazer, e nunca de opróbrio.
Aos heróis de Aljubarrota:
APRESENTAR ARMAS!
João José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador
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