Vista área do Aeródromo de Tires - Cascais |
São conhecidos os problemas: metereologia pouco generosa; orografia adjacente (Monte Manique e Serra de Sintra); CTR minúscula incrustada entre o controle de Sintra (Base Aérea 1) e a TMA de Lisboa; não cumprimento das zonas de servidão aeronáutica (construção anárquica em redor) e inexistência de zonas de expansão; falta de espaço para parqueamento e limitações de caminhos de rolagem, nomeadamente para a pista 17; aproximação de instrumentos baseada em apenas uma ajuda rádio (VOR), só para uma pista e com mínimos elevados; áreas de trabalho para instrução muito limitadas em termos de número, tamanho e altitude.
Sem embargo Tires já foi o 2.º aeródromo mais movimentado do País com cerca de 60 a 70 mil movimentos por ano (e possivelmente continua a ser, só que não é fácil encontrar dados estatísticos...).
Em síntese, o aeródromo está a funcionar nos seus limites já com elevados constrangimentos de tráfego com as consequentes perturbações na vida das empresas.
Torna-se pois urgente descentralizar actividades, procurar alternativas e ponderar muito bem qualquer novo licenciamento.
Um último constrangimento está a afectar grandemente a operacionalidade do aeródromo. Trata-se do abastecimento de combustível.
Não queremos historiar as vicissitudes porque passaram a adjudicação de contratos, nos últimos anos, para o fornecimento de combustível (Jet A1 e Avgas), ao aeródromo. Tal seria fastidioso e não interessa ao ponto. O ponto é que qualquer que seja a firma contratada, com carácter de monopólio ou não, ou seja em que condições for, uma coisa tem que garantir: o atempado abastecimento das aeronaves em função das necessidades existentes.
Ora não parece ser isto que está a acontecer e também parece que só muito poucos – se é que algum – conseguem perceber o que se passa e pôr-lhe cobro. Mais estranho ainda, quando só parece haver problemas com o avgás. E tal afecta o dia a dia de todos.
Finalmente, a solução de transformar a gestão de um aeródromo – ainda por cima com a complexidade deste – numa empresa municipal também não parece ter sido a melhor ideia, sobretudo por a lógica da escolha dos “administradores” seguir os trâmites partidários, o equilíbrio dos partidos e respectivas clientelas e estar refém dos resultados eleitorais. A piorar as coisas pode muito bem resultar, que se escolham cidadãos que tenham das actividades aéreas apenas uma ideia vaga.
Um modelo devidamente hierarquizado e simples, de um “Director”, de quem dependem directamente os diferentes sectores do aeródromo (operações, serviços/manutenção, prevenção de acidentes, finanças, comercial, etc.), parece-nos muito mais eficaz e profissional e ao abrigo de perturbações indesejáveis.
Não chega passarmos a vida a falar mal do governo, ou seja do que for. É necessário conseguirmos resolver os problemas ao nosso e aos diferentes níveis.
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