domingo, 5 de dezembro de 2021

SÃO TANTAS, TANTAS …

 


1/12/21

                                        “E quando orarem, não fiquem sempre repetindo

                                          a mesma coisa, como fazem os pagãos.

                                          Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos”.

                                          Mateus 6, 7.

 

            Dia 1 de Dezembro (de 1640) da Restauração/Aclamação, já que verdadeiramente nunca perdemos a independência, dado que o que passou a vigorar foi uma Coroa Dual em que a Coroa Portuguesa foi cingida por um rei de uma dinastia estrangeira…

            Programa cheio – poucos anos depois de um governo, numa medida estulta e desnorteada, ter acabado com o próprio dia feriado, que comemorava a data, e que foi o primeiro feriado a ter sido decretado – para à última da hora ter sido quase esvaziado, ao que consta por indicação da Presidência da República, certamente para se dar o “exemplo”.

            Mesmo assim estiveram presentes as mais altas figuras do Estado: Presidência, Assembleia da República, Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Presidente do Tribunal de Contas, Governo, Presidente da Câmara, Hierarquia Militar, etc.

            A cerimónia principal limitou-se assim à presença dos dignitários (mais órgãos sociais e sócios da Sociedade Histórica para a Independência de Portugal, que promove impulsiona e organiza o evento, meritória e patrioticamente, desde 1861; içar de bandeiras e deposição de coroas de flores, sendo o PR o único a chegar-se à frente por todas as restantes entidades, onde se inclui o Grupo dos Amigos de Olivença (Vila e seu Termo, que estão cativos de Espanha – isto é, ilegalmente ocupados política e militarmente – desde 1801, seguramente desde 1807 e, por Direito Internacional, desde 1815/17). Esperemos que não continuem distraídos e não voltem a fechar a fronteira (por causa do vírus) na ponte da Ajuda, que liga Elvas a Olivença pois, oficialmente, não existe fronteira nesse local…  

            Os discursos foram cancelados e as tribunas previstas não foram levantadas.

            A desculpa para tudo isto é aquilo a que, impropriamente, se chama de pandemia do “SarsCov2”, na sua vertente actual “ómicron” e enésima estirpe, e que melhor se chamaria “guerra biológica sem fim à vista”. E de consequências (não falarei de propósitos) inconfessáveis e não espectáveis.

            Ora a Presidência da República falar de exemplo quando o titular do cargo acaba de regressar de Angola, onde foi “sassaricar”, depois de se terem fechado as fronteiras aéreas para a África Austral é andar a brincar com a inteligência das pessoas.

            E que se pode dizer da não existência de tribunas? Aglomerarem-se à volta é muito diferente? E no teatro Capitólio, onde decorreu às 19h00, um concerto pela Banda da Armada, já nos podemos sentar ao lado uns dos outros e sem ter que apresentar o certificado de vacinação (apesar de pedido), por não ser requisito da sala de espectáculos? E não há discursos porquê? É por medo de algum perdigoto voador exalado por um dos dignitários, poder atingir o “fácies” de um qualquer incauto?

            Então faz-se uma cerimónia destas e priva-se o momento da sua maior solenidade e substância? E se assim é, porque é que o Dr. Costa não se coibiu de, à margem da cerimónia, arengar para os microfones, diria que a despropósito, sobre o tema da pandemia, que já enjoa?

            Tudo isto está cheio de incongruências, e desde o início da coisa!

            Melhor seria que não estivesse lá dignitário algum, já que se portam como emplastros e ao menos poderia o Presidente da SHIP dizer de sua justiça como é norma e tradição.

            Mas olhando melhor para a maioria das personalidades presentes, pode facilmente vislumbrar-se a falta que fazem (que é nenhuma), se atentarmos no seu percurso de vida política que tenha a ver com o combate ao Iberismo, a preservação da identidade portuguesa e a vontade em querer preservar a independência e soberania nacionais. Podem limpar as mãos à parede e a sua presença nem sequer arrastou qualquer notícia, debate, evocação (por exemplo em todas as escolas do país), na comunicação social, dignos de qualquer nota! Data e dia, sem o qual nós não existiríamos hoje e aqui, como somos. E nem seriamos portugueses, nem Portugal existiria, numa antecipação ao que o novel assumido “gay” (em português, homossexual, sem ser no vernáculo) candidato perdedor à liderança do Partido Social Democrata, que numa intervenção recente e que não fixei, augurava que Portugal irá desaparecer um dia, subentendendo-se a “naturalidade” de tal acontecer. Sem sequer adiantar um “infelizmente…

            No âmbito das incongruências já apontadas, deve-se ainda perguntar, se o evento em vez de ter sido organizado pela SHIP o fosse, por exemplo, pela Intersindical, se teria passado a mesma coisa? Ou se o Governo tivesse em perspectiva que desembarcassem em Lisboa, uma trupe de “hooligans”, bêbados e drogados, ingleses para assistir a uma final qualquer, que se passasse num campo de futebol, mandavam fechar a Baixa, para que aqueles não andassem a causar desacatos no Rossio? (sim porque mandar lá a polícia, dar-lhes uma carga de pancada e enfiá-los numa masmorra qualquer, está fora de questão para estas alquebradas mentes!).

            A resposta é, sem dúvida, “não”, e o historial dos últimos dois anos prova isso mesmo, sem sombra de dúvida. E prova mais, que os únicos eventos que têm sido prejudicados “para dar o exemplo”, são os de carácter religioso – desde que de âmbito católico – e do domínio patriótico e de comemoração dos feitos heróicos, ou da individualidade da Nação dos Portugueses.

            O “Covid”, de facto, tem as costas largas (para o que interessa).

            De facto são tantas, tantas (e quase diárias), que não há estômago que as consiga digerir.

 

 

 

 

                                                 João José Brandão Ferreira

                                                 Oficial Piloto Aviador (Ref.)