sábado, 2 de abril de 2016

JÁ ASSISTIU AO SEU REBENTAMENTO DE HOJE?



JÁ ASSISTIU AO SEU REBENTAMENTO DE HOJE?

“Na morte o homem acaba e a alma começa”.
Victor Hugo

            Pum! Pum! Lá rebentaram mais umas bombas.
            Agora na Bélgica (noutros países é quase todos os dias…).
            Segue-se o costume:
·         Condenação geral – ou seja o que aparece nos “media” (a questão é: quem está disposto a fazer algo?);
·         Acusações cruzadas (ou seja, confusão e cortinas de fumo);
·         Reuniões de emergência de órgãos do Estado, vários;
·         Erupção, um pouco por todo o lado, de deposição de flores; minutos de silêncio; declarações piedosas; “cartoons” alusivos e concertos de solidariedade; lágrimas sejam elas sentidas ou de crocodilo (razoável para amenizar a coisa, prestar “tributo” e fingir que se lava a alma; no mais, perfeitamente ineficaz);
·         Ressurgimento da célebre frase de Kennedy, aquando do cerco de Berlim pelos soviéticos, em 1961, “I am a berliner” – agora junta-se “Eu sou (na língua dos indígenas), seguido do local onde se deu o atentado – isto, claro, se ocorrer no mundo dito “Ocidental”.
            Etc., o que inclui agora a moda de iluminar edifícios públicos com as cores da bandeira do país atingido e até cantar a Marselhesa - coisa que não aconteceu com o hino belga que ninguém conhece, supondo-se apenas que existe.
            No entretanto, governantes, políticos, jornalistas e comentadores, numa percentagem que roça os 95% - no mundo ocidental, insiste-se – ficam-se pelas “generalidades e culatras” e pelo politicamente correcto, mas batem com inusitada insistência, na necessidade de melhorar a cooperação internacional a nível das polícias e dos serviços de “inteligência”, pois já chegaram ao ponto de recear falar em Serviços de Informação! Ou seja haver uma melhor coordenação na partilha da informação.
            Esta gente não sabe do que fala ou finge que não sabe do que atira para o ar!
            A partilha da informação não existe ou existe apenas pontualmente, quando há interesses comuns, o que é volúvel, e um mínimo de confiança o que é raro.
            Mesmo na organização de defesa e segurança mais avançada que se criou até hoje no mundo inteiro, a OTAN, isto está longe de se passar na sua plenitude, quanto mais numa organização intitulada União Europeia, que ninguém sabe o que é nem para onde caminha.
            A razão é simples: informação é Poder e ninguém a passa a poderes concorrentes, adversários e muito menos inimigos. E para que tal suceda é necessário reciprocidade.
            A actuação das polícias e sobretudo dos serviços de informação, representa uma realidade que tem um grau de confidencialidade que varia entre o “grande e o extremo”, além de serem actividades - juntamente com as operações militares, a diplomacia, a circulação fiduciária, a investigação científica de ponta e o exercício da Justiça - que representam o “core business” da soberania de cada país e o fulcro onde se concentra o segredo dos povos e dos Estados.
            Por isso ninguém vai partilhar nada a não ser que tenha interesse nisso e exista uma base de confiança para o fazer.
            O que, manifestamente, não existe na desunião europeia.
            Para além disso, que países na Europa é que dispõem de Serviços de Informação, dignos desse nome, com capacidade para actuar fora do seu território? Presumo que apenas a Inglaterra e a França (esta já muito depauperada). A Espanha e a Itália, terão alguma coisinha mas muito limitada e voltados para os seus interesses mais próximos.
            O resto é a quase pobreza franciscana, retendo a maioria dos estados apenas uma capacidade de actuação interna que funciona melhor ou pior, segundo a tradição própria e os (poucos) meios disponíveis.
            Vejamos o caso de Portugal, que deve ser de todos o exemplo mais caricato. Desde o 25 de Abril de Abril de 1974 que não temos qualquer serviço de informações. Ponto.
            Ficaram com o “síndroma” da PIDE/DGS, confundindo pessoas e regimes, com funções necessárias a qualquer Estado e arrastando-nos numa agonia dramática.
            O resultado é o país como tal, estar indefeso, coisa que não importa a nenhum Partido, entretidos numa luta demagógica pelo poder – leia-se arranjar lugares no Parlamento Europeu, nas Câmaras, AR, Governo e outras entidades, e cujo horizonte não ultrapassa os negócios e “lobbies” de influência, a que só os ciclos eleitorais causam algum frenesim.
            E que confiança pode algum país ter em nós, para nos passar informação quando a lista dos agentes do SIEDM foi entregue ao Parlamento e caiu nos jornais, ao tempo do Professor Veiga Simão como Ministro da Defesa? Ou quando, como agora, chegou a vir às escâncaras, referido no Jornal “Expresso”, que as diferentes facções da Maçonaria se esgatanham entre si para colocarem um “irmão” (agora também há “irmãs”) seu, à frente do SIS, do SIEDM e do SEF, como já acontece há muitos anos, só para citar estes casos?
            Pois é, quem semeia ventos, não pode colher calmarias…
            A outra frase mais ouvida no éter é a de que é necessário preservar “os valores em que todos (?) acreditamos”, tais como a Democracia e a Liberdade”.
            Confesso que não vislumbro o que é que a Democracia tem a ver com toda esta malfadada situação.
            A Democracia é apenas um sistema político – aliás com muitas “nuances” – que se destina a tentar atingir as aspirações “utópicas” de Segurança, Justiça e Bem-Estar (por esta ordem) – queremos (os que querem) é lá chegar por via de métodos tidos como democráticos.
            Ora neste momento estamos em face de um problema grave de Segurança, que não só põe em causa o sistema democrático, como tudo o resto…
            O mesmo se passa com a Liberdade, que é sempre relativa à situação que temos. Ora sem segurança que liberdade é que há?
            Parece que querem inverter o sentido às coisas…
            O problema não está na Liberdade e na Democracia (e mais uns apêndices tolos que por aí propagam) mas, na Moral e no Moral.
            Ou seja, porfiarmos no sentido do Bem e no ânimo que temos em fazê-lo.
            Ora neste âmbito a chamada Europa assemelha-se ao fim do Império Romano no Ocidente e no do Oriente!
            E quase só se emitem sinais errados.
                                                               *****
            O que há então a fazer para parar esta vaga de terrorismo – esta não é a primeira, já houve várias - que é apenas um dos muitos problemas que afectam esta putativa União Europeia (e já é tarde)?
            * Em primeiro lugar suspender o acordo de Schengen e controlar efectivamente as fronteiras;
            * Pôr ordem na emigração e reprimir sem contemplações todos os negócios ilegais a ela associados;
            * Mudar drasticamente a lei da nacionalidade tornando-a muito mais apertada (obrigando por exemplo a dois anos de Serviço Militar Obrigatório, que é a melhor forma de integração) e favorecendo o “Jus Sanguini”;
            * Expulsar os ilegais;
            * Acolher os refugiados de guerra e tratá-los em zonas controladas, para o efeito criadas e repatriá-los logo que a situação o permita ou deixá-los seguir caminho para um outro qualquer destino possível, ao abrigo de um estatuto legal;
            * Desmantelar os “bairros problemáticos” (que nunca deviam ter sido permitidos, em 1º lugar) – fala-se que só em França existam cerca de 300, onde a polícia só entra com medidas de segurança extrema;
            * Obrigar os emigrantes a integrarem-se e a cumprirem as leis do país que os alberga e a respeitarem os costumes e tradições locais;
            * Actuar criminalmente contra quem professe publicamente a violência ou instigue ao ódio e fechar e demolir todos os locais onde tal seja efectuado;
            * Colocar os presos a trabalhar no duro e com condições espartanas de vida (não em hotéis de 3 estrelas!);
            * Exigir respeito e reciprocidade entre Estados/organizações: não faz sentido nenhum, por exemplo, que a Arábia Saudita financie a construção de mesquitas por todo o lado e nem uma Igreja exista no seu território! (ser “democrata” não pode ser sinónimo de ser estúpido…);
            * Investir nos Serviços de Informação, na Polícia e nas Forças Militares e na tecnologia, mas nunca descurando a Hierarquia, a Disciplina, a Organização e a Ética, sem o que nada funciona, e acabando com a “paisanice”, as associações sindicais (neste âmbito), o excremento ideológico e as infiltrações subversivas, que tudo têm minado;
            * Mudar as normas do Código Penal e do Código do Processo Penal, que dificultam a investigação e favorecem o prevaricador em vez de quem se porta bem -numa palavra, restaurar a autoridade;
            * Finalmente, para grandes males, grandes remédios – avisar seriamente a rapaziada do “Estado Islâmico” (ou outros), que se continuarem a fazer execuções públicas e a cortar cabeças, que lhes vai acontecer o mesmo; parece que é a única linguagem que entendem…
            O que me leva à reflexão final que é esta:
            A questão maior do terrorismo é a de que, quem o pratica não se importa de morrer em nome da defesa de uma ideia ou “causa” em que acredita.
            Quantos de nós serão capazes de fazer o mesmo?
            É esta a grande diferença.
            É este o maior perigo.



                                                                                    João José Brandão Ferreira
                                                                                       Oficial Piloto Aviador

5 comentários:

Anónimo disse...

Sr. Tenente Coronel Brandão Ferreira

Este seu texto deveria ser impresso em milhares de folhas e entregue para reflexão:

Aos Órgãos de "soberania" nacionais,
Aos Partidos políticos,
Aos Órgãos de "comunicação" social,
Às Escolas do "ensino superior".

No meio de tanta gente, sempre haveria algumas almas que acordassem ao sinal de ALARME patente no que escreve e pudessem "corrigir a rota" para tranquilidade de todos nós.

Em resumo:

Ninguém pode governar bem a sua própria casa com as portas e as janelas permanentemente abertas.

Por alguma razão se inventaram as fronteiras e os passaportes.

Com os meus cumprimentos

Manuel A.


Anónimo disse...

Palavras sábias.

Mas tal como antes de uma sua palestra, sendo o único "jovem" presente, ouvi um camarada de armas já de uma certa idade dizer: «Se nós que estamos aqui representamos os que estão dispostos a defender o país, então estamos bem f...» (não dizendo a palavra f, mas deixando subentendido galantemente).

O Império Romano, tal como o reino dos judeus relatado na bíblia sempre sofreu grandes revezes, quase sempre depois de cair na libertinagem.

O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas e não deixa que os lobos encham o redil... para depois nos darem uma lição de estratégia... lutando sem empregar armas... mas os ventres das suas mulheres (e das nossas)... tal como no Kosovo, Albânia, Bósnia, Chipre, Líbano... Síria, etc... absorvidos por imigrantes que se reproduziram como coelhos propositadamente para suplantar a população local e dominar o território... sendo o terror apenas uma parte do jogo.

«As Batalhas ganham-se antes de serem travadas» Lao Tzu.
Esquecer o passado é esquecer o presente.

A história repete-se, desta feita em grande escala... Já agora lendo a História da Hispânia do Alexandre Herculano podemos perceber um pouco melhor como se processa esta jihad... com ondas de invasores se vão amenizando, sendo substituídas por novos jorros impetuosos e extremistas directamente da fonte da intolerância, pois esta se mantém inalterada. Assim tivémos almôadas, almorávidas e outros esgróviados que tomaram a Ibéria em menos de nada e levaram séculos para serem corridos daqui para fora. Agora querem-nos ir buscar... eles que quase sempre correram connosco, a não ser que tivessem algum interesse ou receio.

O seu texto apresenta soluções concretas para minorar os perigos presentes. Oxalá (que por ironia vem do árabe in sha' allh (Se Deus quiser)) não seja preciso rebentar nada em lado nenhum para se levantar o Carmo e a Trindade... e fazerem qualquer coisa... que a ser feito... provavelmente não será nada disso.


Bem haja Excelentíssimo Senhor!

Com o maior respeito e admiração:
Manuel Prudente Álvares

Anónimo disse...

Entretanto parece que a prioridade é apoiar o "direito" ao refugiadismo(além do terrorismo há toda uma gama de problemas que trazem para a Europa de que poucos falam ou sequer pensam)e o "direito" ao gaysismo inclusive nas instituições militares(ver a questão levantada sobre o Colégio Militar).-----------------Afonso Manuel

Anónimo disse...

"Estratégicamente a Europa arrisca-se a pagar muito caro a factura da "ocidentalidade"(mais americana que europeia)e a Taxa estratégica do "Atlantismo",simples máscaras do seu enfeudamento aos Estados Unidos(e aos planos das elites de Bilderberg):dividida internamente,cortada em dois por uma nova "cortina de ferro" civilizacional e sócio-económica,e presa por tenazes entre um Sul islâmico radical e vingativo e um "Ocidente" americano hegemónico destruidor de identidades,a Europa não parece pronta para afrontar os sérios desafios do séculoXXI que podem muito simplesmente fazê-la desaparecer enquanto civilização plurissecular se não reagir muito depressa".(texto retirado de "Guerras Contra a Europa" de Del Valle,livro de 2001)-------------Afonso Manuel

Anónimo disse...

Check this http://omarxismocultural.blogspot.pt/2015/09/marxismo-e-o-capitalismo-juntos.html muitos enchem a boca contra o capitalismo mas quando chega a hora de entender a fundo o que se passa fecham os olhos e os ouvidos.Eis porque a agenda dita multicultural prossegue o seu caminho(no post linkado do marxismo cultural está bem patente)sem ser realmente posta em causa(pudera,além da promoção ideológica liberal-socialista temos o liberal-capitalismo a promover a mesma agenda).-------------Afonso Manuel