Este blogue apresenta os pensamentos, opiniões e contributos de um homem livre que ama a sua Pátria.
O Coronel David martelo, meu caro camarada de armas escreveu, recentemente, um texto pertinente, que junto em anexo, intitulado "Portugal Precisa de se Descolonizar?", que tem tido uma divulgação e aceitação alargada. Permito.me um breve comentário (também em anexo), que só será entendível depois da leitura do texto referido.
CumptsCorreios do Japão fazem emissão de selos comemorativos dos 450 anos da abertura do porto de Kochinotsu pelos navegadores portugueses.
A SUBVERSÃO DOS
ESPÍRITOS E AS MENTIRAS REINANTES
18/8/20
“Os ideólogos
dirão que o problema são as relações raciais, o capitalismo, a brutalidade
policial ou o aquecimento global. Mas apenas à superfície é que o será. A causa
real é mais profunda do que isso e muito mais negra. O que estamos a assistir é
ao antigo combate entre aqueles que formam a sociedade, e a querem preservar, e
aqueles que não gostam dela e a querem destruir.”
Tucker Carlson[1]
Não
passa um dia em que as televisões (e não só) não dediquem uns minutos de cada telejornal
a darem pancada insidiosa nos Presidentes Trump e Bolsonaro. E tal acontece
(coisa nunca vista) desde o dia em que tomaram posse. Minto, muito antes do dia
em que tomaram posse, pois diziam sempre que tal evento não se iria
concretizar, por inimaginável!
Outras
personagens menores (não menores sem si, mas pela importância que os seus países
representam) como o PM Viktor Orbán, da Hungria e agora o Presidente da Polónia
Andrzej Duda, etc. – o Putin tem dias – também contam com a sua quota-parte de
ataques concentrados e recorrentes.
Falo
em “ataques” pois os “média” de uma forma geral não se limitam a informar o
público do que se passa, mas a tentarem – até das maneiras mais soezes –
influenciar e “fazer a cabeça” ao mesmo.
Quero
desde já dizer, para ficar claro, que não tenho nenhuma estima pessoal por
qualquer deles, mas penso que a campanha política e a mediática que se tem
feito contra as suas pessoas, não é séria nem corresponde à verdade dos factos.
É
certo que todos – salvo Putin que se sabe portar como Homem de Estado – (o caso
do polaco conheço mal), dão muitas vezes o flanco em público sobre uma
quantidade de coisas em que deviam guardar de Conrado o prudente silêncio. Mas
esta maneira política e demagógica (às vezes trauliteira) de fazer chicana
política, na praça pública, tira a credibilidade a tudo e a todos. E não há
agora político nenhum que se coíba de estar sempre a palrar e a “twitar”
furiosamente.
Não
se enxergam.
Afunilemos
a questão em Trump e Bolsonaro. São humanos certamente, e imperfeitos com as
emoções sempre à boca da garganta para serem expelidas. Mas comparemos (há o
absoluto e o relativo) com as personagens que os antecederam, Obama e a dupla
Lula/Dilma, há qualquer comparação pela positiva? Obama um habilidoso da
retórica, que não passava disso, sem qualquer obra feita, que tentou socializar
a América montado num conjunto de famílias capitalistas, corruptas? E agora o
Biden que é a continuação do Obama na versão caucasiana, mas que não diz duas
frases com nexo e está profundamente doente, o que tem sido escamoteado do
público, e deve ter sido determinante na escolha da agora número dois, uma
cidadã que herdou várias misturas de raça (sim, as raças existem) e que há
falta de melhor, lhe chamam de afro-americana quando o pai é oriundo das
Caraíbas e a mãe da Península Indostânica!
E
o Brasil, bom no Brasil ainda é pior (nós nunca devíamos ter de lá saído…), que
dizer dos inenarráveis Lula e Dilma, um alcoólico e ignorante bronco, a outra
antiga terrorista e assaltante de bancos, cabeças do Partido dos Trabalhadores,
que destruiu e roubou o Brasil descaradamente, um país que é um vulcão de
corrupção e ainda por cima queriam transformar o Brasil numa nova Cuba? Ou
seria Venezuela?
É
urgente legislar no sentido de impedir que os órgãos de comunicação social, bem
como os sindicatos e o ensino oficial, não possam ser, ou transformar-se, em
órgãos de propaganda partidária ou ideológica…
Vejamos
o que se passa recentemente nos EUA, país onde pouco se sabe do que se passa na
Europa e menos no resto do mundo – embora o governo tenha especialistas para
tudo (e desde 1920, existe um órgão fora da Administração, que “orienta” toda a
diplomacia/crise/guerra, na América do Norte, chamado CFR, Council of Foreign
Relations); o mesmo se passando na Europa relativamente aos EUA, embora em
escala menor (e sem muitos especialistas…). Mas toda a gente deve julgar que
sabe de tudo, pois opina sobre tudo.
O
que se passa hoje em dia nos EUA (e a ser exportado para outras paragens) pouco
tem a ver com racismo, mas sim com subversão da sociedade.
O
racismo e outros ismos são apenas pretextos utilizados como uma forma diferente
de luta de classes. Ou seja, em vez de haver luta de ricos contra pobres, ou
proletários contra burgueses, passa a haver luta de brancos contra pretos. Na
realidade de brancos contra todos os outros ou vice-versa, ou de heterossexuais
contra homossexuais e restante parafernália do arco-íris; homens contra
mulheres (ou melhor, destas contra aqueles); colonizadores contra ex - colonizados,
etc..
Ou
seja, o Marxismo, o Comunismo e o Anarquismo reinventaram-se, agora que os
proletários vivem melhor ou desapareceram e os próprios regimes comunistas existentes
adoptaram os princípios capitalistas embora concentrados no Estado. A China é o
melhor exemplo disto.
Estas
ideias borbulham nos EUA há muito tempo, exportadas pela chamada “Escola de
Frankfurt” (e o fórum de S. Paulo como foco irradiador para a América Latina);
instalaram-se nas universidades mais proeminentes; criaram raízes em Hollywood;
são fomentados e subsidiados por personalidades esquerdopatas do tipo George
Soros; infiltraram-se em várias cadeias de televisão e jornais importantes e
acabaram tomando o Partido Democrata que, desvairado com a perda da Casa Branca
e do Congresso, não olha a meios para atingir o Poder.
O
sistema de governo americano inspirado nos pais fundadores, que acreditavam que
os diferentes estados tomariam melhor conta dos seus cidadãos do que o governo
central, dá diversos poderes aos estados sobre o governo federal. O grau de
competência dos governos é assim variável.
Tem
sido em estados e cidades com governos incompetentes, quase todos democratas
que os principais distúrbios ocorreram, distúrbios, acrescente-se, que causaram
um grau de destruição e prejuízo nos respectivos centros, da maior magnitude. Como
foram os casos de Chicago, Detroit, Portland, St. Paul-Mineápolis, Nova Iorque,
Seattle, etc..
Tudo
começou com as “horríveis” cenas da morte de um cidadão negro, (com largo
cadastro de pequenos crimes), aparentemente às mãos de três polícias, uma
história ainda mal contada, em que a causa da morte não parece ter sido por
asfixia mas por outras complicações de saúde de que o falecido sofria (como
apurado na autópsia).
Mas
dando de barato que houve exagero e falta de senso na actuação policial – a ser
tratada nas instâncias próprias – nada justificava a violência e destruição a
seguir causadas.
De
início, aliás, os protestos foram até meio pacíficos, mas foram rapidamente
“capturados” por duas organizações, as “Black Lives Matter (BLM) e ANTIFA.
Ambas
são organizações marxistas e extremistas, financiadas pelo inefável Soros (e
outros), que têm andado a espalhar o Mal, um pouco por todo o mundo. E apesar
de ser um homem de carácter desprezível ainda ninguém o meteu na ordem. A nossa
RTP 2 até lhe dedicou um programa há cerca de uma semana atrás.
Suspeita-se
ainda que estas duas filantrópicas organizações são uma espécie de braço armado
do Partido Democrático (assim a modos como a Carbonária estava para o Partido
Republicano) e a quem não faltam apoio logístico concertado e em cocktails
molotov/garrafas de água gelada/químicos/tijolos/rádios, etc.
Ora
os governos democratas das cidades onde se registam os principais distúrbios,
não só toleraram estas organizações, como lhes deram as boas vindas e não sei
se até, as incentivaram.
Já nem se fala da contradição das
manifestações relativamente às regras de distanciamento e confinamento, por
causa do “Covid”…
Tudo
acompanhado por uma campanha para reduzir as verbas, efectivos e equipamentos
para a polícia, bem como restrições para o seu modo de intervenção.
Foi
contra tudo isto que o Presidente Trump quis intervir, procurando as “frestas”
na legislação que permitissem a actuação do Governo Federal, o que se revelou
difícil e praticamente se resumiu ao envio de equipas especiais de polícia
federal para proteger os edifícios com esse nome (federais).
Os
principais meios de comunicação social, além de em muitos casos, se mostrarem
satisfeitos com os desmandos e destruição, distorceram por norma tudo o que se
passou. Bem como algumas celebridades do meio artístico. São os ecos disto que
chegam à Europa, onde a maioria dos “média” alinhou pelo mesmo diapasão. Os
principais chegaram a defender até, que a intervenção de Trump aumentou os
distúrbios…
Hoje
em dia a maioria das cidades governadas por democratas está em “ruínas”, com a
economia despedaçada, as empresas arruinadas, a população sem emprego, as relações
sociais deterioradas.
Muitos
dos cidadãos mais ricos estão a abandonar as cidades mais causticadas, o que é
mais visível em Nova Iorque. Muitos têm casa na Florida onde os impostos são baixos
e talvez não pensem em voltar. Isto vai agravar a situação financeira destas
cidades muito significativamente. Basta dizer que se estima que em Nova Iorque,
por exemplo, 1% da população mais rica paga 90% das taxas da cidade.
Agora
os Democratas, que causaram e contribuíram para o caos, pretendem que a
Administração cubra estes “deficits”, o que Trump tem recusado. Tal originou
uma recusa do Congresso em custear o plano da Casa Branca para financiar a luta
contra o “Covid”, a que Trump respondeu através de ordens executivas “passando
a perna” deste modo, aos Democratas, fazendo chegar cheques, por ex. à
população mais desfavorecida.
A
economia está, porém, a recuperar devagar sobretudo à custa dos Estados
pintados a vermelho (Republicanos) para onde estão a migrar os desempregados
das áreas em recessão.
Os
“média” perderam entretanto a credibilidade junto do grande público, que deixou
de acreditar no que ouve e vê. Em contrapartida a cadeia de televisão Fox News
(conservadora) tem aumentado exponencialmente as audiências relativamente às
suas mais directas concorrentes, a CNN, a ABC e a NBC.
O
mesmo se passa com os diferentes peritos em vírus, em termos de credibilidade.
A confusão é grande e ninguém se entende, ou há uma via clara de combate à
epidemia.
A
sociedade americana está, sem embargo, profundamente dividida e é cedo para
fazer prognósticos sobre o resultado das próximas eleições. Esperemos que a lei
e a ordem prevaleçam…
Compreende-se
a última decisão democrática na escolha de Kamala Harris como candidata a vice-presidente:
aparenta ser uma mulher dura e determinada e muito à esquerda em termos de
ideias, o que nos EUA se apelida de ultra liberal, vinda do estado mais liberal
de todos, a Califórnia. O candidato Biden, para além de sobre ele penderem
muitas acusações de corrupção sofre de demência e só pode aparecer em público
em circunstâncias específicas. Kamala é assim uma possível presidente a haver…
Deste
modo a parte conservadora da América não estando à defesa está em defeso
tentando colher nos erros alheios.
Independentemente
de quem ganhar ou de futuros desenvolvimentos, os EUA têm uma dívida gigantesca
e só não estão falidos porque o dólar se mantém como moeda de referência e
reserva internacional e está sempre em procura.
Mas
um dia esta espécie de D. Branca galáctica rebenta e ninguém sabe o que vai
acontecer ou o que fazer. Pois há muito que pouca gente se convence que só deve
viver com a riqueza que cria.
Por
isso se torna muito importante seguir os próximos capítulos da intervenção de
Trump na “Federal Reserve System”, onde pontificam uma dúzia das famílias mais
ricas do planeta, metade judias e metade de origem protestante.
Praticamente
quase ninguém tem prestado atenção a isto.
João
José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador
Os Fenícios, os Cartagineses, os Romanos e
a Lisboa a.C.
Depois de Atenas, Lisboa é a mais antiga das capitais da União Européia. A fundação de Roma, por exemplo, ocorreu 4 séculos depois e a de Madrid apenas no séc. IX d.C.
Por milhares de anos Lisboa foi o último “porto seguro” da Europa e das Civilizações do Mediterrâneo, constituindo-se na divisa entre o mundo conhecido e um mar imenso que aterrorizava os mais ousados navegantes.
antiga bandeira da Fenícia
A Fenícia, uma das principais das Civilizações Antigas, tinha o seu território espalhado ao longo das regiões litorâneas de quatro países atuais: Tunísia, Síria, Líbano e o norte de Israel. A Civilização Fenícia caracterizou-se por ter desenvolvido uma cultura mercantil marítima extremamente empreendedora, que abrangeu todo o Mediterrâneo entre 1.500 a.C. e 300 a.C..
o alfabeto Fenício
A Fenícia foi a primeira sociedade a fazer uso extenso do alfabeto fonético de forma oficial, que é tido como o ancestral de todos os alfabetos modernos, embora ele não representasse as vogais, as quais seriam adicionadas mais tarde pelos gregos. Seu idioma era o fenício, que pertence ao grupo canaanita da família linguística semita.
Através do comércio marítimo, os fenícios espalharam o uso do seu alfabeto até ao Norte da África, à Península Ibérica e a outros pontos da Europa, que foi adotado pelos antigos gregos, que o ensinaram aos etruscos, os quais, por sua vez, o repassaram aos romanos.
galé Fenícia
Os fenícios realizavam o comércio usando “Galés”, embarcações movidas por remos e uma vela, sendo-lhes creditada a posterior invenção das embarcações “Birremes” e “Trirremes”.
birreme fenício
trirreme fenício
Os navios fenícios eram as melhores embarcações da Antiguidade, com 2 ou 3 fileiras de remadores - daí os nomes “Birreme” ou “Trirreme” - com 32/35 mt de comprimento, que mais tarde seriam copiadas por gregos e romanos na disputa pelo domínio da navegação comercial e militar do Mediterrâneo.
a Lisboa Fenícia
Lisboa na época dos Fenícios
Entre 1.200 a.C. e 1.100 a.C., os fenícios criaram as primeiras feitorias comerciais de caráter semi-permanente no litoral da Península Ibérica, tornando-se Alis Ubbo (Lisboa), Malaka (Málaga) e Gades (Cádiz) as mais antigas e importantes. Alis Ubbo significa “Enseada Amena” em fenício, e ao rio Tejo eles chamavam de Taghi ("boa pescaria”).
Os romanos mudariam seu nome para Tagus e os árabes para Taghr. Com 1.007 km de extensão, o Tejo é o maior rio da Península Ibérica, sendo agraciado com o maior estuário da Europa (340 km²), tão amplo que é chamado de “Mar da Palha”.
o Estuário do Tejo
A principal atividade econômica dos fenícios era o mercantilismo marítimo, realizado através de um intenso e permanente intercâmbio com as principais cidades gregas e egípcias, as ilhas de Creta, Chipre, Malta, Córsega, Sicília e Sardenha, e as tribos litorâneas da África Mediterrânica e da Península Ibérica.
Os fenícios contavam com uma frota de barcos mercantis e de guerra muito numerosa, o que lhes garantia a total soberania do Mediterrâneo, a imensa maioria de propriedade de ricos comerciantes que se utilizavam de remadores escravos. A base da organização política da Fenícia eram os clãs familiares, detentores da riqueza e do poderio militar, e suas capitais foram Biblos (1.200 a.C. - 1.000 a.C.) e Tiro (1.000 a.C. - 333 a.C.).
a Lisboa Cartaginesa
Com o desenvolvimento da cidade de Cartago, também ela uma colônia fenícia, o controle de Lisboa passou para esta cidade. Durante séculos, fenícios e cartagineses desenvolveram Lisboa, transformando o que tinha sido um simples entreposto comercial num importante centro de comércio entre Cartago e as terras dos mares do Norte, como a Grã-Bretanha, onde eles mantinham uma feitoria na Cornualha, onde compravam estanho.
Em Lisboa trocavam seus produtos manufaturados por metais, sal da região de Alcácer, peixe salgado e cavalos, sempre cobiçados e valorizados. Preferiam comercializar, do que tomar à força os locais onde negociavam.
Cartago, a capital do Império Cartaginês (atual Túnis, capital da Tunísia – Norte da África)
Os primeiros judeus chegaram a Lisboa com os fenícios, seus vizinhos. O hebreu é praticamente idêntico ao fenício e era raro o barco fenício que não transportava mercadores ou sócios da Judéia.
estandarte de Cartago
A vitória dos romanos sobre os cartagineses na “Batalha de Zama” (na atual Tunísia) em outubro de 202 a.C., determinou o final da II Guerra Púnica, levando os cartagineses a sair da Península Ibérica. Lisboa foi então incorporada ao Império Romano, iniciando-se uma época na Europa que ficaria conhecida de “Pax Romana”.
Os romanos chegaram a Lisboa em 205 a.C., quando ocuparam o povoado erguido no alto da mais alta das 7 colinas da cidade, aí erigindo uma acrópole. Da estratégica “Felicitas Julia Olisipo”, descrita por Plínio, o Velho, a presença romana é visível até hoje através de inúmeros achados arqueológicos: casas, teatros, fórum, circo, vias, pontes, cemitério, etc.
Em 205 a.C. os romanos mudaram seu nome para “citânia” (cidade) Felicitas Julia, mas os Lusitanos sempre a chamaram de Olisipone (ou Olissipo). Já no tempo da invasão árabe seu nome mudou para Lishbuna (ou Ushbuna).
a Lisboa Romana
Olisipo, a Lisboa na época dos Romanos
Anos mais tarde, com a morte de Viriato em 139 a.C., e a rendição de Táutalo, seu seguidor, Decimus Junius Brutus Gallaicus iniciou a conquista final da Península Ibéria, em que os principais focos de resistência estavam concentrados entre a Serra da Estrela e a Galícia, na Espanha.
Decimus Junius Brutus Gallaicus
Em Lisboa ele encontrou um reforço inesperado, quando a tribo celtibera dos Galérios que habitava a cidade, se aliou a Roma e mandou alguns milhares de guerreiros se juntarem às Legiões Romanas no combate aos Lusitanos e a outros povos Celtiberos como os Arévacos, Bastetanos, Vacceos, Vettones, etc.
guerreiro Galaico
Com o domínio destas regiões, Junius Brutus conseguiu que o Senado Romano recompensasse os habitantes de Lisboa com a atribuição da cidadania romana, um raro privilégio nessa época para os povos não italianos.
Com tudo isto, os Lusitanos se revoltaram de novo e atacaram Lisboa várias vezes, o que fez com que Junius Brutus mandasse construir um cerco de muralhas para proteger a área urbana.
o Castelo de Lisboa
Felicitas Julia, como a cidade passaria a ser chamada pelos romanos, também viria a beneficiar-se do estatuto de “Municipium” atribuído mais tarde pelo Imperador Júlio César, juntamente com os territórios à sua volta num raio de 50 km, o que lhe garantiu a implantação de diversos equipamentos urbanos (monumentos, termas, teatro, etc.), além de ficar isenta de pagamento de impostos a Roma, ao contrário de quase todos os outros “Castros” e povoados autóctones conquistados pelos romanos.
A sua característica de "Oppidum" (a principal povoação de qualquer área administrativa do Império Romano, e onde os romanos concentravam as suas defesas estratégicas), resultou do tipo de terreno acidentado (7 colinas, tal como Roma), e da proteção natural oferecida pelo estuário do Tejo, além de um braço deste rio que então se desenvolvia a ocidente e penetrava profundamente no território.
Lisboa das 7 Colinas
O ouro e outros metais preciosos, além dos tesouros das tribos nativas da Lusitânia, foram então pilhados e levados para Roma. As minas de ouro e prata, como “Trêsminas” e “Jales” (ambas em Trás-os-Montes), que já eram conhecidas e exploradas pelos cartagineses, passaram obviamente a ser exploradas pelos romanos, de modo que toneladas destes metais preciosos deixaram a Península Ibérica.
Estandarte do Império Romano
Nessa época, Lisboa ainda ocupava apenas a atual área central da “Baixa” e a colina do Castelo. Para os romanos, a cidade de Felicitas Julia já era um importante porto e centro de comércio, de modo que assim continuou a ser usada, garantindo a ligação entre as províncias do Norte e do Mediterrâneo. Seus principais produtos eram o “garum” (um molho de peixe altamente apreciado pela elite romana), sal, vinhos, peixe salgado e os soberbos cavalos lusitanos.
as Galerias Romanas
de Lisboa
planta das “Galerias Romanas” de Lisboa
(construídas entre 35 a.C. e 25 a.C.)
entrada das “Galerias Romanas”
na Rua da Conceição, junto ao nº 77 – “Baixa” – Lisboa
(a visita - 20 min. duração - está aberta ao público desde 1986)
uma das “Galerias Romanas”
tradução desta lápide fixada nas
“Galerias Romanas” de Lisboa:
“ Consagrado a Esculápio.
Marcus Afranius Euporio e Lucius Fabius daphnus,
augustais, ao Município como oferenda deram.
Curiosidade
A Lisboa romana foi um dos principais centros da introdução e desenvolvimento do Cristianismo na Península Ibérica. São Gens de Lisboa foi o “Primeiro Bispo-Mártir” de Lisboa, e não o “Primeiro Bispo de Lisboa” como muitos imaginam. Realmente, seu 1º bispo foi São Potamius (356 d.C.), que criou a “Diocese de Olissipo”.
Conta a lenda que quando nasceu São Gens (lendário bispo-mártir do séc. IV d.C. da dominação romana), sua mãe morreu durante o trabalho de parto. E esta lenda está na origem de uma curiosa tradição lisboeta que ainda hoje é cumprida por muitas gestantes, em que a mulher grávida que quiser assegurar-se de que terá um parto bem sucedido, deverá sentar-se na "Cadeira de São Gens".
Ermida da Senhora do Monte
(Mirante da Graça - Lisboa)
o rio Tejo e do centro histórico de Lisboa
(Vista do Mirante da Graça)
Esta cadeira de mármore está guardada na “Ermida da Senhora do Monte” - no alto do bairro da Graça, em Lisboa - e foi erguida no local onde supostamente este bispo foi martirizado.
†
Quem também se sentou neste cadeirão de pedra durante a gravidez do herdeiro do trono (Dom José I), foi a própria Rainha Dona Maria Ana da Áustria, esposa de Dom João V, o Magnânimo, mas mais conhecido nos bastidores como “o Freirático”, por seu conhecido apetite por jovens freiras.
FONTE DIVERSAS
(Wikipédia e mais de 20 Sites e Blogs)
para saber mais
“Portugalliae Monumenta Historica”
(do historiador e escritor Alexandre Herculano)
“Lisboa Insólita e Secreta”
do pesquisador e escritor Vitor Manuel Adrião
“As Antiguidades da Lusitânia”
do humanista e arqueólogo eborense André de Resende