Encerrou-se com um desfile militar, Avenida da Liberdade abaixo (já só falta proibir o desfile…), e com uma missa em São Domingos, as comemorações do 211º aniversário do Colégio Militar (CM).[1]
É um bálsamo para a alma, um retempero para o espírito e um exemplo para o país, assistir a tais eventos, desta escola centenária que, juntamente com o Instituto de Odivelas (IO) e os Pupilos do Exército, compõem a trilogia dos colégios militares” portugueses.
E mais se nota se tivermos em conta o extenso desastre que, há décadas, percorre o nosso ensino secundário…
Naqueles, se formam, tanto quanto se consegue, um escol de futuros cidadãos, portugueses de corpo inteiro.
Pelo menos são-lhe dadas as ferramentas, a instrução e a educação, para bem singrarem na vida. Está, depois, ao nível de cada um aproveitá-las da melhor maneira.
A missa que se segue ao desfile e coloca um ponto final nas cerimónias, é um coroar de excelência. E creio que representa, salvo melhor opinião, a mais bela cerimónia religiosa, se quisermos, militar/religiosa, de quantas em Portugal se realizam.
Num Portugal trucidado pela baixa política e pela corrupção; ferido gravemente na sua soberania e desfibrado de carácter, a afirmação de tal colégio (de tais colégios!) é uma centelha de esperança no porvir da Nação.
Por isso mal se entende a sanha persecutória, mascarada de acção reformadora, a que se tem assistido nos últimos anos e que culminou no expoente de iniquidade do actual consulado governativo.
Não há razão minimamente válida para encerrar o IO (uma escola com uma média escolar de 16 valores!), tão pouco para qualquer internato misto, nem sequer para uma existência simultânea de internato e externato, só para ficarmos por aqui.
E tudo ainda se torna mais mesquinho, por ex., castigar oficiais pelo seu bom desempenho, como foi o caso do anterior Director do IO, afastado do cargo e vetado, posteriormente, para a função de adido militar em Madrid, o que constituiu, em simultâneo, uma afronta à chefia do Exército.
É um ministro “pequenino” e arrivista que protagonizou tudo isto que teve o despautério de querer visitar o CM na antevéspera do desfile.
Que foi lá fazer quando as cerimónias militares oficiais – ou seja o dia da unidade – se realizaram no dia seguinte?
Se queria dar uma de autoridade, porque só confirmou a sua presença às 23:00 do dia anterior? Teve medo que lhe fizessem uma boiada?[2]
Se queria enfrentar algo com destemor porque não o fez às claras?
Porque não foi presidir ao desfile, se por acaso lhe passou pela cabeça dar relevância ao evento? Por ser domingo e não lhe dar jeito?
Presumo que tenha a consciência clara de que não é bem visto nem bem-vindo.
E a hierarquia apenas o deve tolerar por dever de ofício.
Já agora sempre lhe sugiro que a querer estar presente em algo, escolha a Santa Missa onde, estou certo, todos o receberiam em silêncio compungido, mas por respeito ao acto e por caridade cristã, de que bem aparenta precisar.
E podia ser que o Espírito Santo o iluminasse, porque sendo quem É consegue obrar em todos.
Teria ainda oportunidade para fazer algum acto de contrição, caso a sua consciência já o tenha preparado para tal.
Até lá vamos ter que rezar por si, para ver se atina.
Pedimos, por outro lado, ao novel Comandante do Exército, para ver se inocula algum bom senso e espirito de bem servir, em tão desajeitada personagem, relativamente ao cargo que exerce, já que quem o precedeu não o quis, soube ou conseguiu fazer.
Meu caro Jerónimo põe os olhos nos bons que te precederam (e só nesses) e tenta.
Eu sei que é difícil, mas tenta.
[1] Fundado em 3 de Março de 1803, uma das mais antigas instituições do País, a par das Misericórdias (1498) – que continuam a fazer aquilo que o estado nunca conseguiu – e o Supremo Tribunal Militar (1641), lamentavelmente extinto, há meia dúzia de anos.
[2]
Obrigou, inclusive, o CEME a abandonar um Conselho de Chefes para o ir receber.
Com esta gente? O senhor acredita, meu tenente coronel? Bem pode o grande, grande coração do nosso general Gerónimo tentar,tentar...;
ResponderEliminarVai uma aposta, que no fim, o nosso general ainda terá que pagar à Fazenda alguma peça de mobiliário?
Esta gente só terá bom senso com os argumentos persuasivos de um outro Luís; mas onde está ele?
D.Pinto