O Centro de
Formação de Guardas da GNR, em Portalegre, acabou de formar 276 novos guardas.
Estes fizeram o seu Compromisso de Honra no passado dia 28 de Junho.
Não consta que
nenhuma imagem deste evento, muitas vezes mais relevante, por ex., do que a
chegada de um novo craque a uma equipa de futebol, tenha chegado a qualquer lar
português.
Possivelmente
apenas um apontamento do MAI a responder a uma pergunta de um jornalista, sem
relação alguma com a cerimónia a que presidiu…
Enfim, é o que
temos.
Temos, também, que
o Comandante do Centro, Cor. Edgar Lourenço se despediu do serviço activo.
Serviu bem o seu País, na Guarda, e o seu contributo cívico futuro, continuará
a ser importante. Não é todos os dias que podemos vislumbrar um oficial com tão
sólida formação militar e patriótica.
Aqui fica o
reconhecimento.
A elaborada
cerimónia militar a que nos foi dado assistir, em que a atenção ao rigor dos
pormenores era um facto a que já nos tínhamos desabituado, fez-nos decidir a
partilhar com os leitores dois aspectos que cada vez se tornam mais
pertinentes.
São eles, o
princípio da hierarquia e a fórmula do Compromisso de Honra (e, sobretudo, o
Juramento de Bandeira), versus o caminhar político pela agora, União Europeia.
Comecemos pelo primeiro.
No decorrer da
cerimónia militar – faceta que ilustra a completa diferenciação da GNR, com a
“civilizadíssima” PSP – alguns militares integrados na formatura foram chamados
para serem premiados ou condecorados. Cada um deles abandonou,
regulamentarmente a sua posição e posta-se frente ao Comandante da mesma,
pedindo autorização para a abandonar, e após a obter dirige-se para a frente do
militar mais antigo presente – no caso o Comandante – Geral da GNR (e “dono” da
casa) – o qual, por sua vez, solicita autorização ao MAI, que presidia.
De regresso à
formatura o procedimento repetia-se de forma inversa.
O “filme”
repetiu-se de forma idêntica para todos os restantes, quer fossem dois ou 50.
De forma exaustiva.
Tal procedimento
deve fazer uma confusão dos diabos (imagino) a grande parte dos presentes,
autoridades políticas – arrisco-me a dizer – incluídas.
Então não seria
muito mais simples e não se poupava imenso tempo se o/a militar se dirigisse
directamente ao Ministro? Não serão os militares mesmo quadrados e complicados
da cabeça?
Lá ser mais
simples era, mas não seria correcto. E quanto aos militares não me parece que
aquela figura geométrica seja a mais adequada para os definir…
Lamentamos
desagradar aos seguidores do célebre “iluminado” Rousseau (Jean Jacques para os
amigos) mas ainda não chegámos à igualdade!
O procedimento tem
aqueles passos todos justamente para definir, marcar e salvaguardar o princípio
da hierarquia – palavra maldita, quase proscrita nesta nossa “democracia”.
O princípio da
hierarquia define patamares de autoridade e respectiva responsabilidade,
estabelece âmbitos de actuação, fronteiras de domínio. É reconhecido de baixo
para cima e de cima para baixo, é biunívoco, evita o conflito e projecta uma
“ordem” (outra palavra maldita).
A organização –
meta da hierarquia visa o estabelecimento de linhas claras de autoridade e
níveis diferenciados de decisão.
Se os órgãos de
soberania e toda a sociedade daí para baixo seguissem estes princípios, tudo
funcionaria melhor. Incomparavelmente melhor.
As duas únicas
instituições onde estes princípios (e outros) se mantêm, apesar de já muito “esfarelados”
são a Igreja e as FA. Estranhamente, ou não, são aquelas que mais atacadas são,
e onde tudo se faz para subverter todos os pilares que as mantêm de pé…
Agora a UE.
Apesar de
antidemocraticamente – para só ficarmos por aqui – nunca se ter feito um
referendo quanto à entrada de Portugal na CEE, CE e UE (são coisas diferentes…)
e da irresponsabilidade política – também só para ficarmos por aí – com que,
quase à socapa, se mudou a Constituição no sentido de dar prioridade a todas as
leis vindas de Bruxelas, face ao edifício legal português, os militares ainda
juram bandeira ao seu País, em que se comprometem a lutar pela defesa de
soberania e integridade da sua terra e gentes, até ao sacrifício da vida.
Também foi isso
que ouvimos da boca dos 276 novos guardas.
Ora a pergunta que
faço é esta: como é que eles vão compatibilizar esse juramento com o facto do
Estado Português se estar, paulatinamente, a auto destruir e a passar a
soberania para entidades estranhas que não têm nada a ver connosco?
Não percebo,
ainda, como é que o Governo Português (sustentado pela AR) manda os mancebos
jurarem estas coisas e depois deixa os tubarões da “Troika” à solta pelo
Ministério das Finanças a imporem medidas que ultrapassam em muito as acordadas
nas Cortes de Tomar de 1581, sem ao menos terem perguntado a todos os militares
se eles compreendiam e aceitavam tal estado de coisas.
E tirando a minha
reformada pessoa e mais alguns por aí espalhados, que estão desertinhos de
pegar em armas – se preciso fôr – para cumprir o tal juramento e vermo-nos
livres destas indignidades, não se vislumbra sequer indignação nas hostes…
Deve ser do
Benfica ter perdido o campeonato e haver dúvidas que a selecção consegue ir à
copa do Rio de Janeiro…
Haja Deus.
Haja Deus e força nas nossas almas.
ResponderEliminarÓ Senhor Coronel, tanto amor a Portugal e fala-me em Copa...Taça, meu caro amigo, Taça em Português, Copa é lá prás terras do samba!
ResponderEliminarCamilo M.