Estando a NATO a reorganizar-se, nomeadamente a nível da defesa aérea, resolveu-se para a sua parte sul passar dos actuais cinco CAOC’S (Centro de Operações Aéreas Combinado), em Lisboa, Madrid, Poggiorenático (Itália), Larissa (Grécia) e Isquizenia (Turquia), para dois: um em Itália e outro na Grécia. Nestes comandos estarão ainda incorporados alguns outros países recém chegados à organização.
Os anteriores (e ainda actuais) comandos tinham dois “chapéus”: um nacional e outro NATO e eram responsáveis pela defesa aérea da sua zona de actuação que incluía o território nacional de cada país.
Além do facto já habitual dos gregos andarem à bulha com os turcos, (o que está a inviabilizar o esquema), o CAOC de Itália será o que irá superintender no espaço aéreo nacional português, exercendo o respectivo comando táctico. Porque isto contende com questões delicadas e complexas, nomeadamente de soberania, está previsto que o Comando do CAOC (Comandante, 2.º Comandante e staff) seja rotativo entre os países que dele fazem parte Portugal, Espanha e Itália (ficando de fora os outros por ainda não terem capacidades compatíveis com a Aliança).
Ora o Estado Português que existe vai para nove séculos e é membro fundador da NATO, aparenta querer descartar a hipótese de comandar seja o que for deixando essa maçada para italianos e espanhóis.
Só podem existir duas razões para tal comportamento: andarem distraídos com a preparação dos diferentes campeonatos de futebol e, ou, entenderem que não merece a pena gastar uns euritos com esta extravagância, que ainda por cima não dá votos nem contribui em nada para os réditos partidários.
É mais um passe de magia: a gente senta-se à mesa com os outros – o que fica sempre bem na fotografia, mas quando chega a nossa vez de jogar, passamos…. É que para jogar é preciso saber e querer; ter objectivos e política. Entretanto vamos tentando passar no intervalo da chuva e… desqualificando-nos.
Deve ser por estas razões, também, que as nossas representações em adidos militares estão reduzidas à ínfima espécie, isto é ao próprio adido – que faz tudo?! -, ou seja não tem hipótese de fazer nada, representando apenas uma despesa e não um investimento.
E que estão há mais de 10 anos à espera que as suas condições e prerrogativas passem a estar equivalentes à do pessoal diplomático conforme previsto na lei…
Enquanto isto os nossos políticos babam generalidades (cor de rosa quando são governo, negras, aquando na oposição); os diplomatas roçam-se desconfortáveis (ou nem isso) no veludo dos seus assentos, os chefes militares encaixam (aliás estão sempre a encaixar, pois é para isso que se lhes paga…) e o povoléu desunha-se para suportar os juros dos empréstimos que se calhar não deveriam ter feito. Está tudo porreiríssimo, aliás. Pá.
Mas a culpa não é só dos governantes e dos políticos.
ResponderEliminarTambém há por aí uns militares encartados (daqueles que sabem tudo) que, em vez de explicar aos ditos o que está em jogo, nos têm enterrado a pasta.