terça-feira, 1 de dezembro de 2020

GLÓRIA AOS CONJURADOS, ABAIXO OS POLTRÕES!

  1º dezembro de 1640 - do livro DA MONARCHIA DE PORTUGAL - de João Coelho dos Santos



1640 – Revolta na Catalunha em 7 de Junho, precursora da Restauração de Portugal.

A Espanha estava já em guerra com a França, a Holanda e a Inglaterra.

O próprio D. Filipe IV (III de Portugal) mandou apresentar-se em Madrid D. João, Duque de Bragança, que era o chefe supremo do exército em Portugal, para o acompanhar à Catalunha e cooperar no movimento de repressão a que ia proceder. O Duque de Bragança ainda hesitou mas recusou-se a obedecer a Filipe IV. Muitos nobres portugueses receberam semelhante convocatória, recusando-se também a obedecer a Madrid. Outros obedeceram.

Sob o poder de D. Filipe III, o desrespeito pelo juramento de Tomar (1581) tinha-se tornado insuportável: nomeados nobres espanhóis para lugares de chefia militar em Portugal; foi feito o arrolamento militar para a guerra da Catalunha; foram lançados novos impostos sem a autorização das Cortes. Isto enquanto a população empobrecia; os burgueses eram afetados nos seus interesses comerciais; e o Império Português era ameaçado por ingleses e holandeses perante a impotência ou desinteresse da coroa filipina.

Portugal achava-se envolvido nas controvérsias europeias que a coroa filipina estava a atravessar, com muitos riscos para a manutenção dos territórios coloniais, com grandes perdas para os ingleses e, principalmente, para os holandeses em África (São Jorge da Mina, em 1637), no Oriente (Ormuz, em 1622 e o Japão, em 1639) e fundamentalmente no Brasil (São Salvador da Bahia, em 1624; Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Sergipe desde 1630).

 

Em 12 de outubro de 1640, em casa de D. Antão de Almada, hoje Palácio da Independência, reuniram-se D. Miguel de Almeida, Francisco de Melo e seu irmão Jorge de Melo, Pedro de Mendonça Furtado, António de Saldanha e João Pinto Ribeiro. Decidiram chamar o Duque de Bragança que se encontrava em Vila Viçosa para que assumisse o seu dever de defesa da autonomia portuguesa, aceitando o Cetro e a Coroa de Portugal.




No dia 1 de dezembro de 1640, eclodiu por fim em Lisboa a revolta, levando à instauração no trono de Portugal da Casa de Bragança, dando o poder reinante a D. João IV.




1. D. Afonso de Menezes;

2. D. Álvaro de Abranches da Câmara (Comendador de S. João de Castanheira na Ordem de Aviz, dos Conselhos de Estado e da Guerra, Governador de Armas das Províncias da Beira e Entre Douro e Minho e da cidade do Porto, Senhor do Morgado de Abranches);

3. D. Álvaro Coutinho da Câmara;

4. D. Antão Vaz d’Almada (7.º Conde de Avranches, 5.º Senhor de Pombalinho e 10.º Senhor dos Lagares d´El-Rei, Governador da Cidade de Lisboa, Primeiro Embaixador à Corte de Inglaterra);

5. D. António de Alcáçova Carneiro (Alcaide-mor de Campo Maior);

6. D. António Álvares da Cunha (17º Senhor de Tábua);

7. D. António da Costa;

8. D. António Luís de Menezes (1.º Marquês de Marialva, 3.º Conde de Cantanhede, 9.º Senhor de Cantanhede, de Marialva, de Medelo (Lamego) e de São Silvestre);

10. D. António de Mascarenhas;

11. António de Mello e Castro;

12. António de Saldanha (Alcaide-mor de Vila Real);

13. António Telles da Silva;

14. D. António Telo; Ayres de Saldanha;

15. D. Carlos de Noronha;

16. D. Estêvão da Cunha (Prior de São Jorge em Lisboa, Cónego da Sé do Algarve, Bispo eleito de Miranda);

17. Fernando Telles de Faro;

18. D. Fernão Telles de Menezes (1.º e último Conde de Vila Pouca de Aguiar, capitão de Diu, como General das Armadas de remo e de alto bordo, 46.º Governador da Índia em 1639, 18º Governador do Brasil e de Angola, Alferes-mor do D. João IV de Portugal);

19.Fernão Teles da Silva (1.º Conde de Vilar Maior);

20. Francisco Coutinho;

21. D. Francisco de Mello e Torres (1º Marquês de Sande);

22. Francisco de Noronha;

23. D. Francisco de São Payo;

24. D. Francisco de Sousa (1º Marquês das Minas);

25. Gaspar de Brito Freire;

26. Gastão Coutinho;

27. D. Gomes Freire de Andrade;

28. Gonçalo Tavares de Távora;

D. Jerónimo de Athayde (6.º Conde de Atouguia - filho de Dona Filipa de Vilhena que o armou Cavaleiro assim como ao seu irmão -, Governador de Peniche, Governador de Armas de Trás-os-Montes, Governador e Capitão General do Brasil, Governador de Armas do Alentejo, Capitão General da Armada Real, Presidente da Junta do Comércio do Conselho de Estado e do da Guerra, Comendador de Adaúfe e de Vila Velha de Ródão na ordem de Cristo;

29. D. João da Costa (1.º Conde de Soure);

30. D. João Pereira (Prior de S. Nicolau, Deputado do Santo Ofício);

31. Dr. João Pinto Ribeiro (Bacharel em Direito Canónico, Juiz de Fora de Pinhel e de Ponte de Lima, Agente da Casa de Bragança, Cavaleiro e Comendador de Santa Maria de Gimunde na Ordem de Cristo, do Conselho de Sua Majestade, Contador-Mor das Contas do Reino, Desembargador Supranumerário da Mesa do Desembargo do Paço, Guarda-Mor da Torre do Tombo);

32. Dr. João Rodrigues de Sá;

33. D. João Rodrigues de Sá e Menezes (3º Conde de Penaguião);

34. João de Saldanha da Gama;

35. João de Saldanha e Sousa;

36. João Sanches de Baena (Desembargador da Relação do Porto, Desembargador da Casa da Suplicação, Desembargador do Paço);

37. Jorge de Mello;

38. D. Luís de Almada (filho de D. Antão de Almada, 11.º senhor dos Lagares d´El-Rei, 6.º senhor de Pombalinho);

39. Luís Álvares da Cunha;

40. D. Luís da Cunha de Athayde (Senhor de Povolide);

41. Luís de Melo (Alcaide-mor de Serpa);

42. D. Manuel Child Rolim (15.º Senhor de Azambuja);

43. Martim Afonso de Melo (Alcaide-mor de Elvas);

44. D. Miguel de Almeida (4º Conde de Abrantes);

45. Miguel Maldonado;

46. D. Nuno da Cunha de Athayde (1º Conde de Pontével);

47. Paulo da Gama;

48. D. Pedro de Mendóça Furtado (Alcaide-mor de Mourão);

49. D. Rodrigo da Cunha (Arcebispo de Lisboa);

50. D. Rodrigo de Menezes;

51. Rodrigo de Resende Nogueira de Novais;

52. Rui de Figueiredo (Senhor do morgado da Ota);

53. Sancho Dias de Saldanha;

54. D. Tomás de Noronha (3º Conde dos Arcos);

55. Tomé de Sousa (Senhor de Gouveia);

56. Tristão da Cunha e Athayde (Senhor de Povolide);

57. Tristão de Mendonça.




1º de Dezembro - Dia da Restauração


 

A guerra de Portugal com Castela é tão antiga, que começou juntamente com o mesmo Reino e seus primeiros Príncipes, e há mais de 500 anos que dura. Pelo que nem esta guerra se deve de ter por coisa nova, nem se deve de fazer da nossa parte por modo novo, mas termos por certo, que seguindo-se os meios por onde se conservaram os nossos Reis, teremos na ocasião presente a mesma segurança e bons sucessos contra Castela, que por tantos séculos tivemos.

Pe. Manuel Severim de Faria in «Notícias de Portugal», 1655.

 

Após a revolução portuguesa a Duquesa de Mântua foi feita prisioneira no Convento dos Santos.

Expandiu-se o Sebastianismo e a lenda de o Encoberto, que haveria de voltar numa manhã de nevoeiro.

Corriam secretamente de mão em mão as Trovas do Bandarra, sapateiro / poeta de Trancoso.

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