Para: Jornal “I”
Ao cuidado do Exmo. Director, Dr. Mário Ramires
6/5/2019
Queira V. Exª
considerar o seguinte texto, que solicito seja publicado, invocando o direito
de resposta, ao abrigo do nº 1 do Art.º 24 da Lei 2/99, de 13 de Janeiro (Lei
de Imprensa), em espaço de idêntica relevância:
“O que é, é;
E não pode ser e não ser,
Ao mesmo tempo”.
Parmênides, de Eleia (530-460 AC)
(Princípio da Identidade).
O Major General Carlos Chaves deu uma
entrevista ao Jornal “I” (presume-se que a pedido do periódico), a qual foi
publicada no pretérito dia 18 de Abril.
Nesta entrevista,
este cidadão, oficial general do Exército Português e auto proclamado exemplo acabado
de militar e patriota (constatámos agora) veio afirmar, aparentemente a
propósito de coisa nenhuma, o seguinte sobre a minha pessoa:
“Sou colega de
curso do Tenente-Coronel Piloto Aviador Brandão Ferreira, dormíamos lado a
lado. Sempre foi a antítese do militar”.
E continuava,
“alguém disse que a religião católica é tão boa, tão boa, que mesmo os padres
que tentaram acabar com ela não conseguiram. E eu aplico isto aos militares.
[risos].”
E a anteceder
afirmou, “o Juramento (de bandeira) ou é sentido, interiorizado e praticado ou
é mais um acto gratuito. A pessoa que vai a tribunal também jura dizer a
verdade. Os espanhóis vão ao exagero de beijar a bandeira um a um. Tudo bem.
Mas depois é preciso justificar no dia -a – dia”.
Ora será
porventura fácil a quem lê, ser eu dado – estando citado no meio das frases –
como exemplo de quem não interiorizou o juramento de bandeira e não o pratica
no dia - a - dia; e, também, que as Forças Armadas, têm conseguido sobreviver
apesar do meu (e de outros, dado que está no plural) esforços em contrário…
E para sustentar o
que diz apenas apresenta as credenciais de ter sido meu “colega” – termo que,
etimologicamente, quer dizer que lemos pelos mesmos livros – o que, pelos
vistos, não parece nada que tenha acontecido, quando certamente queria dizer
termos sido “camaradas” (aqueles que dormem debaixo do mesmo tecto).
A “credencial”,
neste caso, é recíproca, além de ser extensiva a mais 54 jovens que por ali
habitavam e onde, supostamente, aprendiam a ser “patriotas”. Coisa que o agora
entrevistado nega ter acontecido, já que afirma perentoriamente, na entrevista,
que “há muitos militares que não são patriotas”. Mas como não aponta o nome de
nenhum nem o que sustenta tal desaforo, ficamos todos debaixo de suspeita…
Não tendo sido
definido, outrossim, quais as características (estereótipo, se quiserem), do
que é um (bom) militar, depreendo, ser ele, “em tese”, tal figura.
Sendo, deste modo,
a minha pessoa a tal “antítese”.
Passando-se as
coisas deste modo, concordo, para que fique em acta, em assumir tal estatuto.
Caberá a quem nos
conhece – e não a qualquer leitor espúrio, do Jornal – fazer, porventura a
síntese o que, por dialéctica filosófica, poderá originar uma nova “tese”.
Sem embargo,
porém, de sempre se ter em conta o postulado de Parménides.
Contingências da
vida fazem também, não serem raros os casos de quem se engana na profissão…
Por aqui me fico,
pois me pesa que oficiais das Forças Armadas se confrontem, deste modo, em
público.
A entrevista fala
por si e a Direcção do jornal “I”, estou em crer, passará, no futuro, a ter
mais cuidado com quem escolhe para entrevistar.
João José Brandão Ferreira
CC 02171021
O cidadão mais atento pode imaginar o que é a vida de um militar patriota, que não negou os valores eternos, que valoriza a ordem e a excelência, no meio de uma cambada de gente globalista, socialista e comunista, de mercenários, de materialistas e outros oportunistas. Há um confronto de mentalidades na sociedade actual, há uma guerra espiritual a decorrer, que poucos conseguem ver. Quem não for esquerdista será maldito em qualquer serviço público, todas as instituições estão minadas pela mesma gente corrupta. Parabéns por ser quem é e pela coragem de enfrentar toda a corja instalada e acomodada.
ResponderEliminarAntónio Silva