08/07/17
“O mal não deve ser imputado apenas àqueles
que o
praticam, mas também àqueles que
poderiam tê-lo evitado e não o fizeram”.
Tucídides
(460-396 AC.)
O senhor está a
ser uma vergonha e uma desgraça para o Exército, as Forças Armadas e o País compreenderá, por isso, que não o trate sequer pelo posto.
Na minha mente
existe apenas a dúvida se o hei - de despromover a Director – Geral ou a
Comissário Político…
Não sei se deu
conta mas já não estamos no PREC onde valia tudo, se é que alguma vez tomou
consciência do que isso foi e o que representa.[1]
Mas creio poder
afirmar, sem muito errar, que o seu comportamento configura um subproduto
distante da herança dessa malfadada época.
A sua postura na
sequência da borrada de Tancos tem sido inqualificável.
O senhor perdeu o
respeito de todos; perdeu o respeito por todos e, ao que se topa, só não perdeu
o respeito por si.
Lá chegará.
O País deixou de
ter fundo porque foi capturado maioritariamente, por gente sem moral nem
princípios, cuja óbvia preocupação se esgota no sucesso dos negócios a qualquer
preço e por muitos que sofrem de defeitos congénitos na espinhal medula.
O seu
comportamento parece encaixar na perfeição, neste último âmbito.
E se calhar quem o
empurrou para o actual cargo sabia isso plenamente.
Já não lhe bastou
andar a fazer de capacho do senhor ministro da defesa – personagem que já
provou à saciedade não estar capacitado para o lugar – aquando do caso burlesco
e insidioso dos putativos invertidos no Colégio Militar (estão bem um para o
outro!); ter andado meio à nora no infeliz caso dos “Comandos” e na muito mal
gerida ultrapassagem na promoção do Major General Moura - só para ficarmos por
aqui – exonera, depois, “provisoriamente” (?!) cinco comandantes de unidade,
sem lhes levantar um simples processo disciplinar (e não devia haver apenas um
responsável pelos paióis?), para finalmente num gesto de opróbrio, ir dizer aos
deputados que se sente humilhado com os seus subordinados e outros dislates
avulsos?
A generalidade dos
militares, se é que ainda o são, é que se sentem humilhados com o seu comportamento,
indigno de qualquer militar que se preze, quanto mais num sucessor do
comandante da hoste que derrotou os mouros em Ourique!
Por tudo isto, não
hesite e em vez de correr o risco de acabar muito mal na função que ocupa
transitoriamente, tenha um momento de lucidez, meta férias, vá ter, sei lá, com
o Dr. António Costa a Maiorca e aproveite para desaparecer sem deixar rasto.
Já chega.
João José Brandão Ferreira
Cidadão BI (civil)
02171021
Cidadão (militar) 014391-L
Parabéns! Curto, Claro e Conciso!
ResponderEliminarCom os melhores cumprimentos
Mário cavaco
Maj/Ref.
Previsível este excelente texto vindo do Sr. Tenente Coronel Brandão Ferreira.
ResponderEliminarÉ muito triste ver que as actuais circunstâncias o justificam plenamente.
Não foi coisa que eu não tivesse previsto.
Esta carta aberta um dia teria que aparecer vinda de algures.
É que, ainda não há muitos anos atrás vi, numa tarde de Domingo, um soldado fardado, portador de farta cabeleira e barba a condizer, descontraidamente encostada à ombreira da Porta d'Armas de um Quartel de Lisboa, empunhando uma de garrafinha de cerveja...
Como passei de carro não pude fixar mais do que isto.
Recordo-me que disse para minha mulher, que então me acompanhava:
Diacho! Isto está pior do que eu pensava...
Mas hoje, que alívio, ouvi e fixei uma bela frase que me deixou muito mais tranquilo:
“Garantiram-me que o assalto em Tancos não terá qualquer impacto na segurança interna”
Livra!
E eu já a pensar que "não há duas sem três"!...
Os meus cumprimentos
Manuel A.
Frontal, Firme e acima de tudo Justo !
ResponderEliminarCom um humor q revela inteligência superior q, obviamente pelas razões deste texto não pode transparecer essa sua faceta !