ALERTA E BARBAS DE MOLHO
28/12/16
“Mouros
em terra, moradores às armas.”
Brado
existente em Portugal desde os tempos do Rei D. Afonso II.
A questão dos “migrantes”, ou que se
lhe queira chamar, tem sido muito mal conduzida, mas não pelas razões maioritariamente
vindas a público, na opinião publicada e nas afirmações de responsáveis
políticos.
Compreensivelmente, ou talvez não, não
se quer “alarmar” (para não lhe chamar a mais despudorada censura) a opinião
pública, mas convém prepará-la para o que aí pode vir! E não é nada de bom.
Já o afirmámos e escrevemos por
diversas vezes: o que temos em mãos, e perigosamente perto das nossas barbas
não é apenas, nem sobretudo, um problema humano e de ajuda humanitária, mas sim
um problema geopolítico homérico e extremamente perigoso.
Até que ponto foi provocado e tem sido
influenciado em determinada direcção, ou não, bem como a existência de
objectivos que não aparecem à luz do dia, são questões ainda não devidamente
apuradas e sujeitas a especulação.
O Estado, porém, tem que se cuidar,
prever e tomar medidas cautelares, antes que as coisas fiquem fora de controlo
e mergulharmos num caos que se afigura vir a ser muito sangrento.
Em Portugal, para variar, todo o mundo
assobia para o lado, como se tudo estivesse como Deus com os anjos, e muito
ufanos de que somos os “melhores” em lidar com o problema.
O que queremos é que venham mais
migrantes confiantes, porventura na esperteza saloia, de que eles preferem ir
para outros locais e mesmo estando cá, se vão embora (o que tem, aliás,
acontecido).
Fórmula muito gasta de querer estar
bem com Deus e com o Diabo, ou ter simultaneamente sol na eira e chuva no
nabal…
Tal fórmula irá, inevitavelmente,
correr mal.
Pondo de lado os néscios – fauna que
desmente o arrazoado dos revolucionários de 89, de que somos todos iguais, a
não ser no que tocava à guilhotina – queremos lembrar àqueles que defendem
genuinamente as ideias da Srª Merkel quanto à questão, que tal não é um assunto
que possa ser experimentado em laboratório. Ou seja, o mal não tem retorno
adequado. Convinha que pensassem nisso.
Em resumo: os órgãos do Estado e muita
população (que não gosta de ser incomodada” com problemas – é preciso que se
diga) continua expectante como a avestruz.
E tirando um maior incremento na área
das informações, pouco se tem feito.
Nem sequer assumir que existem
ameaças. E estas têm que ser encaradas e tratadas.
A
primeira ameaça chama-se António Guterres. Devido ao seu actual cargo e
conhecido o seu especial afã em prol dos refugiados, vai certamente, pressionar
o Governo, AR e PR (se é que eles precisam de ser pressionados) para recebermos
não mais, mas sim muitos mais refugiados. Ajuda a dar o exemplo…
Querem apostar?
A segunda ameaça tem a ver com a
previsibilidade de abertura de novas rotas que exporão exponencialmente, o
nosso país ao problema.
Estamos a referir-nos ao desvio de
refugiados para Espanha e daí para cá, ou directamente para o Território
Nacional.
A Espanha já tem problemas no Sul e na
Catalunha com o excesso de imigrantes vindos no Norte de África e muitos casos
de não integração.
A situação política, económica e
social em Espanha está longe de ser das melhores e o país é potencialmente um
dos mais fragmentáveis de toda a Europa.
Creio que é escusado dizer (mas mesmo
assim digo) que tudo o que se passa em Espanha tem um efeito directo em
Portugal.
E a partir do momento que os migrantes
desaguem em Espanha, rapidamente chegam cá.
Por outro lado Marrocos não é
propriamente um oásis.
O Rei tem que manter mão de ferro
sobre os grupos que não apoiam a sua Dinastia ou os que lhe são próximos –
lembro ainda que o conceito de Democracia é praticamente desconhecido e
repudiado no mundo islâmico.
Apesar de Marrocos ser dos países
muçulmanos mais estáveis, tem graves problemas económicos e sociais a que uma
demografia galopante impõe um “stress” permanente.
A pressão dos habitantes dos países do
Sahel em o atravessarem para “saltar” para a Europa é também um factor
desestabilizador.
Para já não falar dos cancros de
islamismo radical que pululam à sua volta e que possam mesmo a estar a ser
incubados no seu território.
O conflito não resolvido do Sahara
Ocidental, também é fonte de tensões, sobretudo com a Argélia, e pode abrir
novas frentes de saída de imigrantes.
Finalmente a Espanha não morre de
amores por Marrocos e Argélia e vice-versa.
Podem-se estabelecer, outrossim, rotas
de fuga para as Canárias, para o Algarve e para o Arquipélago da Madeira.
Digamos que o território português
mais exposto são as Ilhas Selvagens e a Ilha de Porto Santo.
O que farão as autoridades portuguesas
se ocuparem as Selvagens, ou aparecerem meia dúzia de navios com umas centenas
de migrantes na costa de Porto Santo, por exemplo?
Chegar aos Açores é mais difícil mas
não é impossível, sobretudo no Verão e neste caso a ilha mais exposta é Santa
Maria.
Aliás, nada disto é novo: o território
nacional e os seus mares foram assolados pela pirataria berbere desde D. Afonso
Henriques e chegou a ser prática corrente, raptarem mulheres, engravidarem-nas
e depois largarem-nas novamente nas nossas costas.
Havia atalaias por todo o lado; fortes
e locais artilhados e a Armada Portuguesa manteve uma esquadra (chamada do
“Estreito”), até meados do século XIX, para defender o Sul do território.
Não há nada de novo debaixo do Sol…
E, já agora, as ameaças de
reivindicação do “Al Andaluz” são para serem levadas a sério.
Deste modo urge ser proactivo a
começar pelo Conselho de Chefes Militares, e pôr as barbas de molho.
O PR, se é que ouve conselhos, em
vez de se preocupar em ser Pai Natal o ano todo, não faria mal em reunir o
Conselho Superior de Defesa Nacional – pois é disso que se trata – para debater
o assunto.
Talvez não fosse má ideia começar por
organizar os Serviços de Informação de modo a que funcionem efectivamente, o
que não acontece desde que extinguiram a PIDE/DGS; acabar de seguida com a
“paisanisse” em que as Forças de Segurança caíram – o que também não se
conseguirá com este Governo, nem com a “espirra - canivetes” da Senhora
Constança, a quem “entregaram” o MAI e que julga, muito cheia si mesma, resolver
todos os problemas, mesmo percebendo muito pouco do “metier” em que foi posta.
Estar preparado para fechar as
fronteiras de um momento para o outro e estabelecer vigilância aturada com
equipas móveis (terrestres, aéreas e marítimas); idem para o estabelecimento de
um ou mais campos de internamento, caso a necessidade a tal obrigue.
Exercer vigilância discreta sobre os
refugiados que se aceitarem, após escrutínio severo para a sua entrada;
expulsar de imediato clandestinos e criminosos.
Finalmente aumentar a vigilância aérea
e marítima do território nacional; ter equipas de operações especiais prontas a
intervir em qualquer local do mesmo; ter algumas unidades de escalão companhia
em prontidão, para intervir em situações de ordem pública de alta violência,
junto às fronteiras; ter navios de guerra e aviões de combate em estado de
prontidão elevado, de modo a poderem ser usados como demonstração de força e
eventual retaliação, caso um eventual conflito assim o exija.
Não devemos esperar (nem estar à
espera) de qualquer ajuda da UE e a “Guarda Costeira Europeia”, em
congeminação, além de ir ser mais um atentado à soberania nacional, neste
âmbito, não vai servir para manter os refugiados à distância, mas para os
ajudar a entrar…
É evidente que tudo isto é o mínimo
que se pode fazer (o Arquipélago da Madeira devia ser reforçado de imediato com
mais um patrulhão e uma lancha de fiscalização, por exemplo), irá obrigar ao
reforço dos orçamentos das Forças de Segurança e sobretudo das Forças Armadas –
que estão à míngua (e lembro que não existem reservas de guerra de espécie
alguma, reservistas ou qualquer sistema de recrutamento de emergência) - o que
obviamente, o Governo irá tentar resistir até à última, ou seja, até demasiado
tarde.
Parece ser a nossa sina.
Estimo que tenham um bom ano.
João
José Brandão Ferreira
Oficial Piloto
Aviador
http://www.cmjornal.pt/opiniao/colunistas/joao-pereira-coutinho/detalhe/lagrimas--e-insultos?ref=opiniao_destaque a culpa é das elites se os "populistas" ganharem em 2017.-----Afonso Manuel
ResponderEliminarSr. Brandão,
ResponderEliminarIsto não é um comentário a publicar, mas sim uma partilha de informação que lhe poderá ser útil em futuras referências.
Com os melhores cumprimentos,
Anónimo
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"A nation can survive its fools, and even the ambitious. But it cannot survive treason from within. An enemy at the gates is less formidable, for he is known and carries his banner openly. But the traitor moves amongst those within the gate freely, his sly whispers rustling through all the alleys, heard in the very halls of government itself. For the traitor appears not a traitor; he speaks in accents familiar to his victims, and he wears their face and their arguments, he appeals to the baseness that lies deep in the hearts of all men. He rots the soul of a nation, he works secretly and unknown in the night to undermine the pillars of the city, he infects the body politic so that it can no longer resist. A murderer is less to fear."
-Marcus Tullius Cicero