A Teleologia é a ciência dos
fins; isto é, o estudo filosófico do propósito, do objectivo ou finalidade.
[1] Pequena povoação perdida nos confins de Trás-os-Montes, constituída maioritariamente por uma população envelhecida, de baixo nível cultural, subsídio e social dependente, usufruindo de uma economia de subsistência…
Nos tempos que correm a maioria
das pessoas começa a acordar (finalmente) para a crise económica e financeira,
mas sobretudo Moral e Política em que mergulhámos – o que levará, por exemplo,
a Câmara de Carrazeda de Anciães [1] a
sentir a necessidade de oferecer gratuitamente à população, uma sessão do
último filme “As 50 Sombras de Grey”? - crise que começou para Portugal faz
décadas, mas que foi sempre iludida pela mirífica promessa de prosperidade
eterna que a entrada na CEE nos garantiria; pela irresponsável distribuição de
subsídios a esmo e, sobretudo, pela “doença infantil” da “Democracia” que toma
o nome de Demagogia.
Tudo devidamente plasmado na
Comunicação Social que temos.
Por outro lado, a classe política,
que se foi, maioritariamente, desnacionalizando quase até ao tutano, vê-se na
contingência de ter de mudar alguma coisa, já que a situação assim o obriga,
quanto mais não seja porque o crédito fácil apesar de não ter secado, necessita
ser negociado com prudência para impedir que a dívida – que nas circunstâncias
actuais é impagável e não cessa de aumentar – faça implodir todo o sistema.
Finalmente o desenvolvimento dos
conflitos a nível mundial e sobretudo aqueles que podem afectar directamente a
Europa – como são a imigração descontrolada; o extremismo islâmico; o
abastecimento de energia; a instabilidade dos Balcãs e do Norte de África, a
“invasão” chinesa e a reemergência da Guerra Fria (ou quente) com a Rússia, que
a guerra na Ucrânia é apenas o último episódio – fizeram os europeus, onde se
incluem os portugueses, entender que a violência destruidora se pode abater
sobre eles, novamente.
Tudo isto vai obrigar a mudar o
“status quo”, o que é cíclico.
Nada, aliás, que seja novo
debaixo do Sol!
Sem embargo, está tudo baralhado
e confuso em Portugal – nos outros países europeus também, mas cada realidade é
diferente – e ninguém (salvo os “iniciados”) sabe o que se há - de fazer.
Independentemente de seja o que
for que venha a acontecer, é mister colocar-se e responder-se, em Portugal, a
uma pergunta assaz pertinente e que é esta: pretendem, ou não, os portugueses
manter-se como povo diferenciado, independente e soberano no concerto das
Nações, Etnias, Estados e “agrupamentos” regionais, que existem no Mundo?
Ou se não se importam, ou até
preferem, diluir-se paulatinamente, numa outra entidade política qualquer (a
mais próxima chama-se UE), ou deixar-se amalgamar numa mole humanitária
indiferenciada?
A esta questão, a classe política
dirá, candidamente, que a sua necessidade não se coloca (eles adoram iludir a
realidade!), por não haver nada que a justifique…
Ao mesmo tempo que afivelarão um
ar de virgens ofendidas.
Ora responder a esta pergunta é
fundamental – e a sua resposta tem que ser clara e inequívoca - não só porque
ela representa o objectivo nacional permanente histórico mais importante desde
Afonso Henriques, como a sua resposta condiciona totalmente a Política e
a Estratégia que os nossos políticos deviam ser mandatados a fazer pelo Povo
Português.
Ou seja, é uma questão
teleológica…
E aqui começa o verdadeiro
busílis de tudo isto: nós temos que conseguir colocar nos órgãos de soberania
pessoas que, sendo portuguesas, pensem e ajam, como tal.
E, naturalmente, defendam os
interesses da sua terra e das suas gentes.
Ora não tem sido isto que se tem
passado.
Tal deriva de variadas razões:
pela desnacionalização (e abandalhamento) do ensino e dos órgãos de comunicação
social; pela corrupção materialista; pela agregação a ideologias políticas
erradas e ou, criminosas; pelo relativismo moral, pela transformação da vida
teocêntrica (centrada em Deus) pela androcêntrica (centrada no homem), até o
reduzir a um simples indivíduo que supostamente pode ser Deus de si mesmo e
criar a sua própria Moral.
Por último e cada vez mais
acentuadamente, pela cooptação de indivíduos para organizações de Poder
internacionalista, posteriormente inoculados nos órgãos de soberania nacionais.
Tudo acompanhado pela eliminação
do Direito Natural nos últimos 200 anos, a favor do Racionalismo e Positivismo
e acabando na eleição de “Mamon” como Deus de todos os homens.
Nós estamos a desaparecer aos
poucos, como comunidade autónoma e individualizada, no concerto das Nações e
dos Estados: não nascem crianças, e grande parte das que nascem portuguesas tem
a ver com o “Jus Solis” e não com o “Jus sanguini”; emigramos e recebemos
imigrantes em quantidades que passaram a afectar a nossa matriz
idiossincrática; alienamos soberania insensatamente, sem pesar as
consequências; destruímos as instituições nacionais, que são pilares da nossa
existência, com a imprudência e contentamento, que só a ignorância atrevida explica,
ou a ganância do dinheiro ou a traição ideológica, escoram; vendemos empresas,
terrenos e património vário, pelas mesmas razões; deixámos de cunhar moeda;
privatizámos bens essenciais, etc..
Prostituímo-nos, enfim, com a
quimera dos vistos “Gold” e a oferta da nacionalidade a quem pague o óbolo…
Fora o que aí vem mais, que é
muito e que é mau. Direi até, assustador.
Deixamos que nos façam tudo isto,
comportando-nos como um rebanho manso e acéfalo de ovelhas tosquiadas.
De pés e mãos atadas pela dívida
escravizante e leis alheias, em que governantes mal avisados nos enredaram e em
que nos deixámos enredar, por via da falta de informação e das fraquezas da
natureza humana.
Estamos como Nação (a mais
antiga da Europa e direi que do mundo) – palavra que não aparece uma única vez
no texto da Constituição da República – à beira do suicídio colectivo.
Uma opção, ela própria, não só
teleológica mas quase escatológica.[2]
[1] Pequena povoação perdida nos confins de Trás-os-Montes, constituída maioritariamente por uma população envelhecida, de baixo nível cultural, subsídio e social dependente, usufruindo de uma economia de subsistência…
[2] Escatológica no sentido
filosófico e religioso do termo, não no sentido de “Coprologia”.
Bom post.
ResponderEliminarO diagnóstico está feito.
Muito resumido, o regime actual(a democracia) não serve os superiores interesses da Nação.
Agora há é quem queira passar a ideia de que a Nação é uma forma de regime escolhida para gerir a democracia.
Isto não pode ser tempo de "esparregatas".
Se a democracia destrói a Pátria, e isto é FACTUAL e não opinativo, não se pode ser democrata e patriota ao mesmo tempo.
E por isso há que escolher o lado da "barricada".
A favor da Pátria(contra a democracia portanto),
ou contra a Pátria(a favor da democracia portanto).
Quem se diz patriota e democrata simultaneamente, é a mesma coisa que afirmar algo de género:
"Eu gosto muito de crianças, e por isso sou pedófilo."
Como é possível alguém que afirme amar a sua Pátria, não odiar aquilo que mais a prejudica(a democracia obviamente)?
Chegou-se ao ponto tal em que se canta a internacional ao mesmo tempo que se passa a "ideia" de patriota de esquerda,e isso só é possível tendo em conta o descalabro completo dos partidos do "arco do poder" dos últimos 20 anos.Em 1975 ainda se evitou a tragédia(em poucos meses quase deram cabo de tudo)comunista mas abriu-se o caminho para o descalabro actual onde as ideologias são apenas uma fachada para esconder a corrupção,a incompetência e o oportunismo(na política e negócios).Precisamos de um Conde de Oeiras(M de Pombal)pois isto que estamos a ver é terramoto 9,9 na escala da decadência.
ResponderEliminarO Brandão Fereira sabe daquela raça dos "conquistadores do mundo" e não teme.
ResponderEliminarO que precisa para decidir avançar com uma candidatura a Presidente de Portugal?
Brandão Ferreira, meu estimado Amigo.
ResponderEliminarMais um dos seus pratos 'gourmet'... sem espinhas.
Obrigado.