quarta-feira, 20 de março de 2013

ALERTA A BELÉM


Palácio de Belém
19/3/13
(Dia do Pai)

Os resultados da 7ª avaliação da “Troika” vieram trazer à evidência, mesmo para os mais relapsos em querer entender, que as opções políticas/financeiras que se têm seguido são suicidárias.

Falamos apenas em opções políticas e financeiras, pois não vislumbramos qualquer estratégia diplomática, económica, social ou qualquer outra, para além da austeridade – sem dúvida necessária – mas que, se tornada num fim em si mesma, e sem ser posta em prática com critério e exemplo, não serve para outra coisa que não seja matar o “doente” por míngua extrema e revolta de humores.

Não se trata aqui, tanto de deitar o governo abaixo – embora todos desejássemos que deixasse de fazer disparates grosseiros – já que, no actual quadro da luta partidária, tal só agravaria os problemas. A razão reside no facto de que quaisquer outras soluções de governo baseados nos partidos que temos, será o mesmo que tentar que um grupo de meliantes entregue, de livre vontade, aos donos, as joias que lhes tinham roubado antes.

Dito de outro modo, não se pode pretender que os pirómanos se transformem em bombeiros…

Pois é este o comportamento que as forças partidárias têm tido nos últimos quase 40 anos - todas elas. É muito tempo.

Fazem de pirómanos quando estão no governo e de bombeiros quando estão na oposição, sendo que alguns deles são sempre pirómanos. E, no fundo, cobrem-se todos uns aos outros, como se constatou, com especial evidência, com o actual governo e maioria, ao se recusarem a pôr a nú a lista de barbaridades dos executivos “Sócrates”, e em proceder judicialmente contra quem pudesse impender suspeitas de delitos criminais.

E tal também é válido para as forças que não foram governo nestas três décadas. Em primeiro lugar porque foram elas as responsáveis por termos uma Constituição, a muitos títulos errada e desajustada, que “armadilhou” o país até hoje; por outro lado porque, por processos que não vamos descrever agora, conseguem ter uma importância e influência, desmesurada em relação à sua expressão eleitoral; e, ainda, porque pelas suas revindicações constantes, irrealistas, desajustadas e, até, subversivas, dessincronizaram a economia, as relações de trabalho e os valores da sociedade.

Os restantes partidos do “centrão” por tacticismo, incompetência e cobardia manifestas, nunca souberam ou quiseram, combate-los ideológica e legalmente.

Ou seja, não há nada a esperar de um eventual rearranjo parlamentar, além de que agora só por milagre haverá uma maioria parlamentar e ninguém se entende.

O tempo urge, pois por cada dia que passa, ficamos mais desgraçados.

Para não se entrar em ditadura, fora do quadro constitucional só há uma maneira de proceder: dissolver a AR, constituir um governo de salvação nacional (de preferência sem membros dos partidos) e estar preparado para declarar o estado de sítio.[1]

Quem o poderá fazer? Pois o Presidente da República.

Acontece que o ser humano que encarna, transitoriamente, a cúpula do Estado não parece que esteja nada inclinado a fazê-lo. E já demonstrou estar na sua índole. Compreende-se a eventual prudência, dado ser uma decisão arriscada e ter-se de preparar muito bem o dia seguinte.

Além disso o actual PR está altamente comprometido com todas as políticas pós Tratado de Maastricht, que foram terrivelmente prejudiciais ao país e não é fácil dar o dito por não dito. Cavaco Silva tornou-se completamente um “homem do sistema”, tanto do simulacro de democracia coxa, interna, como do perigoso projecto internacionalista (federalista) europeu.

Como não irá renunciar ao cargo – a não ser por eventuais razões de saúde – resta-lhe ter a coragem e a humildade de arrepiar caminho (vale mais tarde que nunca) e prestar um grande serviço ao país (com isso poderia até redimir-se) ajudando a tirá-lo da fossa para onde também o empurrou.

A eleição de uma figura para um cargo destes deve ser feita, justamente, para que tenhamos alguém para liderar a Nação num momento difícil, não para gerir o remanso das calmarias.

Ora o País está numa esquina perigosíssima da sua História, sendo a situação muito mais grave do que a percepção que a generalidade da população tem da mesma. O que a torna ainda mais perigosa…

É preciso coragem e saber para um golpe de asa. Meditem no exemplo do agora Papa Emérito![2]

É possível que a degradação da vida colectiva (e a desinformação reinante) ainda não tenha forçado à consciência cívica/social para se atingir o ponto para se aceitar determinadas soluções (umas piores que outras), mas lá se chegará se nada entretanto acontecer. Nessa altura é melhor haver um plano “B” para que o poder não caia na rua, como ocorreu a 26 de Abril de 74.

O tempo urge, pois por cada dia que passa ficamos mais desgraçados.

__________________
[1] O modo como se poderá fazê-lo deixamos para escrito posterior.
[2] Até do pequeno povo de Chipre…

3 comentários:

  1. Bom post no geral,mas nós já estamos numa ditadura..

    Só que uma ditadura anti-nacional e disfarçada...

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  2. Ora nem mais,este presidente tem de ser afastado,mas como?Acho que os militares de topo(alguns estão também implicados no sistema)têm de escolher entre o país soberano e seu povo e tudo o resto.

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  3. Por mais opiniões que queiramos dar, por mais manifestações que queiram fazer, nada vai mudar ao que poderes ,superiores decidem nas costas dos povos, ELES DECIDEM POR NÓS, estou falando de uma realidade como os ILUMINATTI, que teem como rostos a maçonaria dominante, e cujas decisões são tomadas anualmente por BILDEBERGUE. Está tudo na mão da Banca principalmente americana,m que domina toda a banca mundial. OS BANCOS SÃO O GEDSTOR DAS PESSOAS E DAS SUAS MENTALIDADES. Ora dão aspecto de criação, ora de destruição, tudo de suas criações. O mal é que os Povos não conseguem ver isso. Se o visem davam as mão para o bem comum em vez de se dividirem em partidarites, sindicalites, e outros oprganismos, cuja fim é a expoliação do POVO.
    Muito honestamente, já cansa opinar, quando se devia era ter acção. Contrariando assim toda a maldade. Auto Estrada é Cara ninguém usava, Continente quer trabalho escravo, ninguemn comprava e assim sucessivamente, Bancos, tudo ntirava seu dinheiro, e em 2 ou 3 meses iam á vida. ACÇÃO,E O QUE SE RECOMENDA. Não quero com isto desmerecer de quem opina, porque também o faço, e como se diz, conversando é que nos entendemos.
    Bem hajam todos os que contribuem para o exclarecimento da verdade e das mentalidades.
    Para todos mo meu fraterno abraço.
    Humberto Lopes
    Porto

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