quarta-feira, 3 de agosto de 2011

MDN, MAI, INCÊNDIOS E ASNEIRAS ESCUSADAS

Helicóptero Kamov 32
Uma das primeiras intervenções do novel Ministro da Defesa (MDN), efectuada numa visita à Força Aérea (FA), foi a de perspectivar o regresso daquele Ramo militar ao combate aos incêndios florestais (IF).

A ideia é boa, apesar de requentada, e mereceu desde logo – e bem – um alerta do respectivo Chefe de Estado Maior, lembrando que tal desiderato não seria viável de um dia para o outro.

Como as pessoas em Portugal têm a memória curta por esquecimento ou conveniência, vamos tentar dilucidar, sucintamente, todo este imbróglio. Porque de um imbróglio se trata, apesar da aparente candura das palavras ministeriais.

O Governo tinha adquirido, em 1982, equipamentos com o acrónimo “MAFFS”, que foram adaptados aos aviões C-130, e que permitiam largar sobre os incêndios uma quantidade apreciável de uma calda retardante. Custaram, na altura, cerca de 200.000 contos.

Para além disto, na “época dos fogos” distribuíam-se pelo país meia dúzia de helicópteros AL III, que ficavam em alerta aos incêndios. Estes helicópteros tinham uma capacidade muito reduzida de actuação, pois apenas podiam transportar equipas até cinco elementos e largar um pequeno balde de água sobre o fogo.

Com o agravamento anual do número de fogos e área ardida, cada vez foi necessário alugar mais hélis e aviões a empresas privadas, o que gerou um negócio de muitos milhões.

Em 1997, durante o governo do Eng. Guterres, o Secretário de Estado da Administração Interna, Armando Vara, decidiu (presume-se que com o assentimento do MDN), retirar a FA do combate e prevenção aos IF. Tal decisão abriu o caminho para se vir a adquirir, mais tarde, meios aéreos para esta missão, que foram colocados na dependência do MAI.

A fundamentação para tudo baseou-se – como se encontra descrito em vários documentos – na pouca capacidade que a FA possuía para atacar os IF, já que as poucas aeronaves C-130 existentes (cinco, mais tarde seis), o reduzido número de tripulações e o número substancial de outras missões cometidas à esquadra, nunca ter permitido o uso simultâneo dos dois equipamentos MAFFS existentes, a que acrescia as limitações do AL III (para o fim a FA já tinha muitas dificuldades em comprar a calda, pois esta já estava adjudicada a terceiros).

Para além disto, referia-se, o Estado gastava muitos milhões de contos a alugar, sazonalmente, aviões e hélis, não era dono de nenhum e estava sujeito ao mercado.

Salvo melhor opinião, as principais razões que levaram à alteração da política governamental não têm nada a ver com a argumentação aduzida, ou tem pouco a ver. As razões, creio, radicam-se na “luta de capelinhas”; na proeminência que o MAI passou a ter sobre a Defesa; na paranóia em querer afastar os militares de tudo o que não tivesse exclusivamente a ver com a vida nos quartéis, substituindo-os por “boys e girls” – uma pecha insaciável dos partidos – e, também porque nos negócios a efectuar, a FA a Armada e o Exército não terem por hábito pagar comissões ou horas extraordinárias. Senão não teriam feito o disparate que fizeram que é sempre pago pelo contribuinte.

Tudo, aliás, tem resultado num desastre: os fogos não param, a legislação não é adequada, não há prevenção, há muitos acidentes com os bombeiros (os poucos que se apresentam dos cerca de 30.000 inscritos…), etc. Não se sabendo o que fazer com o que restava dos Guardas Florestais, nem como os enquadrar, resolveu-se incorporá-los na GNR que, por ser um corpo militar, é pau para toda a obra; e até se inventou um grupo especial de intervenção contra os fogos, dentro daquela corporação, cuja missão nada tem a ver com isto.

Em contrapartida nada se fez para reforçar os sapadores bombeiros que são os únicos profissionais em apagar fogos, em todo este âmbito…

Ora se tivesse havido boa mente na apreciação da situação, o que deveria ter sido feito era ter aumentado os meios da FA (já que eram insuficientes…) e, ou, dotá-la de meios apropriados que pudessem ser aproveitados noutro tipo de missões, de modo a rentabilizá-los todo o ano. Manter-se-ia, deste modo, os meios aéreos sob comando e controle centralizado (sem embargo da descentralização da execução), a serem operados por quem sabe e tem experiência e capacidade de os operar e manter.

Mas não, decidiu-se pegar no dinheiro – que pelos vistos nunca faltou no MAI – e ir-se inventar a pólvora, pois no nosso desgraçado país os últimos 30 anos têm sido um farró! E o “negócio dos Incêndios” lá continuou de vento em popa.

Constituiu-se mais um dos inúmeros grupos de trabalho (GT), que pulularam no país, como cogumelos, para se equacionar a coisa. As conclusões deste GT foram entregues, em 6 de Setembro de 2005 e daqui surgiu a EMA, Empresa de Meios Aéreos (de capitais públicos), na dependência do MAI.

Do plano inicial fazia parte a compra de hélis ligeiros (quatro) e pesados (seis) e aviões pesados (quatro). Mas continuava a advogar-se o aluguer de 20 (!) hélis e 14 (!) aviões ligeiros e médios. Afinal…

Só para se ter uma ideia da insanidade em que se caiu, em 2010 chegaram a operar, em simultâneo, 56 meios aéreos, o que representa 40% da totalidade das aeronaves do inventário da FA!

Acabou-se por só se adquirir os helicópteros, um negócio atribulado com a Rússia (os Kamov) e, ainda os AS350B3, da Eurocopter (tudo cerca de 54-56 Milhões de euros), e já não se adquiriram os aviões por não haver dinheiro. Os hélis chegaram entre Junho de 2007 e Março de 2008.

O intermediário foi a empresa Heli Portugal, a quem foi adjudicado, também, por cinco anos, a manutenção das aeronaves, o que vale 16 M euros/ano.

A chefia da FA ainda fez uma proposta, em finais de 2004, avançando com a ideia de uma esquadra de aviões tipo Canadair (oito a 10), de multiuso. Este avião tem a vantagem de já ter dado boas provas e ser operado por Marrocos, Espanha, França, Itália e Grécia, podendo-se equacionar uma futura “poole“ destes meios. Ficou, ainda, em aberto a hipótese de reconfiguração dos 10 SA 330 Puma existentes e em desactivação, mas aproveitáveis, apesar de não serem os ideais. Hoje estão à venda e não se lhes encontra comprador.

Não deixa de ser curioso notar, contudo, que a chefia da FA, entre 1997 e 2000, não se ter mostrado nada interessada na questão dos IF, nem nos “Canadair”.

A FA, com realismo militar, mas com falta de “perspicácia” política, sempre foi dizendo que necessitava de cinco anos para tudo estar operacional, o que logo foi aproveitado pelos políticos, como óbice pela falta de celeridade. Menos, certamente, por preocupação com os fogos, mas por estarem sempre de olho nas próximas eleições e no papelinho do voto…

É claro que a proposta ficou na gaveta da política e só não temos a certeza do grau de assertividade com que esta dama foi defendida. E devia tê-lo sido, não só pela FA mas pelo Conselho de Chefes.

E, assim, se avançou para a organização de uma empresa para operar helicópteros num organismo que sabia rigorosamente nada sobre tal “negócio”. O Estado Português tem destas coisas e é, como se sabe, rico.

Faltava agora decidir sobre o dispositivo, isto é, onde estacionar os meios. A Autoridade Nacional de Protecção Civil pretendia meios colocados em Loulé e S. Comba Dão (e outros locais) mas, para além disto, era necessária uma base central.

O MAI António Costa, ainda tentou colocá-los na antiga base de Tancos (que tem todas as infra-estruturas, espaço e está despido de meios aéreos, e para isso reuniu com os Chefes do Exército e da FA. A reunião correu mal (para variar), e nenhum acordo foi atingido.

Resultado, foi-se gastar uma nota gorda (cerca de 15M euros), a fazer uma “base” no aeródromo municipal de Ponte de Sor (a 50 km de Tancos…), que foi completamente remodelado.

Como houve dificuldades, no inicio, em recrutar pilotos para os “Kamov”, a EMA foi generosa e passou a oferecer 6000 euros/mês a um comandante, fora as alcavalas. Afinal só não há dinheiro é para os hélis dos Ramos, nem para aumentar o risco de voo dos pilotos militares… Para já não falar nos diferentes pesos e medidas, que o mesmo patrão (o Estado), usa para com os seus servidores.

Como ninguém, aparentemente, explicou com algum detalhe aos senhores do MAI, que operar meios aéreos não é propriamente o mesmo que colocar uma asa num carro de bombeiros, os custos da empresa não mais pararam de derrapar e o passivo já ultrapassa os 40 milhões, se é que se podem acreditar nas contas que por aí correm. Tentou-se,” in extremis” impor quotas de horas de voo à GNR, PSP, ANPC, SEF, IMTT, etc., o que tem gerado uma apreciável confusão.

E agora ninguém sabe o que fazer. Daí o anzol lançado pelo MDN.

A desintonia e os desencontros, entre MDN, MAI, bem como entre as principais entidades que têm andado ligadas a esta problemática, têm sido a regra

Os incêndios, esses, continuam a surgir por geração espontânea e fazem o seu percurso placidamente.

Deve ser das alterações climáticas.

32 comentários:

  1. Reflexões que a todos nós ocorreram, o sr. Ten-Coronel Brandão
    Ferreira explanou-as clara e convictamente, com isso concordo.

    Na minha modesta opinião, os 'média' estão a "promover um produto como quem vende sabonetes", ao mesmo tempo que publicitam actos que, em certas mentes perturbadas, podem provocar danos irreversíveis.

    Abraço
    Rui Gonçalves dosSantos

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  2. Bom dia, só hoje tomei conhecimento deste blog, pelo que até agora li, e não conheço o Sr. TC apenas resta-me dizer que gostei muito e que continue a escrever, pois sou muito novo para poder saber de todas estes assuntos, que tendo em conta o estado da Nação cada vez mais me interesso. Sobre este assunto, não poderia estar mais de acordo, estou na área dos Bombeiros à mais de 20 anos, e custa muito ver estes erros politicos que custam muito ao País, que também contribuiram para o estado actual em que se encontram as Associações de Bombeiros. Cumprimentos, A.Oliveira

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  3. Senhor Tenente Coronel PilAv João José Brandão Ferreira, respeitosamente digo-lhe: Muito Obrigado!
    Muito obrigado por ter Coragem para vir colocar certos pontos nos seus respectivos is.
    Não estava no contexto, mas muito ficou, de outras áreas do todo Nacional por dizer, pois a nossa triste sina começa no dia imediato ao 25 de Abril de 1974.
    Portugal está Só! Portugal chora e vê-se a ir-se...
    Temos de mudar esta situação!
    Fui Especialista OPC na nossa FA e dei tudo o que podia dar durante 6 anos e 3 meses, 4 anos e 3 meses dos quais no AB-4, Saurimo, Angola.
    Depois fiquei como civil em Henrique de Carvalho... e regressei à minha (nossa) Pátria, traído, num DC10 amigo da Martinair Holandesa.
    A Traição começou aí,como afirmo.
    O resto, depois, continuou por aqui e ainda não parou.
    Portugal convoca-nos! Portugal necessita de nós, urgentemente...
    Que quem de Direito comece.
    Álvaro de Jesus

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  4. Li esta informação mais de um ano depois e a situação piorou.
    Há aqui matéria mais do que suficiente para que o PGR actue e mande averiguar mas, como habitualmente, vai continuar tudo na mesma.
    Obrigado pela sua informação para a qual vou tentar chamar a atenção.
    Cumprimentos
    Edgar Carneiro

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  5. Meu caro
    Bem haja por trazer a nu um assunto bastante comentado, e deplorado, na altura, por muitas pessoas ligadas aos meios aeronáuticos nacionais, e não só!... mas qum é da comunicação social tamém precisa comer todos os dias.
    Enfim, meu caro Coronel, O que escreveu continua actual, só faltando uma coisa que, ontem como hoje é bem verdade: SEM HAVER FOGOS, NINGUÉM VAI RECEBER AS VERBAS DESTINADAS A APAGÁ-LOS!!! Na verdade, quanto maaiores forem essas verbas, maior costuma ser o seu número durante cada época.
    Luis Vieira da Silva

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  6. muitos serões me orgulho de ter feito para colaborar na manutenção da operacionalidade destes C-130. Deixe-me só complementar a informação do papel dos Allouete III: além do que referiu no texto eram também "os olhos avançados" do C-130 em todas as descargas de calda, reportando as condições no local entre outras informações

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  7. Exmº Sr. Ten Cor, concordo em pleno com as suas palavras, permita-me acrescentar a minha opnião como ex-militar e actualmente como Bombeiro Voluntário, que o papel das FA no que diz respeito aos meios aéreos seria mais que legítimo. No que diz respeito ao papel da ANPC, esta não passa de mais um "forno" cheio de "tachos" onde cada um manda a sua opinião e ideia ao ar e lança a confusão numa estrutura que bem aproveitada daria bons resultados. Falo, obviamente, das inúmeras Corporações de Bombeiros existentes por esse país fora, que com a criação do GIPS e da FEB (Força Especial de Bombeiros) foram esquecidos, por quem governa(?) este país. Estas duas forças tem como principal missão o combate inicial (primeiros 90mins)dos inciendios, sendo que tudo o que ultrapasse essa fronteira é entregue aos Voluntários, que com parcos meios e equipamento individual combatem durante horas, eventualmente dias. A culpa dos acidentes não se deve à inexperiência, nem à falta de formação, pois dentro dos CB's ela existe e é contínua. Faz sim falta, e muita, um investimento sério e comprometido para com aqueles que para além do seu trabalho ainda oferecem o seu tempo livre por esta nobre causa. Fala-se dos Sapadores, mas a realidade, é que sendo estes profissionais, a sua presença é quase nula nos Concelhos\Regiões que mais foram afectados nos últimos anos, sendo que têm, por norma uma missão mais virada para a componente urbana. Lembro-me que durante muitos anos comandei pelotões de prevenção no Plano Lira, que antes dos famigerados cortes orçamentais, foi de facto um grande apoio à estrutura de combate aos incêndios florestais, através da vigilância e prevenção, os militares podem não ter formação técnica adequada para o combate directo aos incêndios, mas são factos "especialistas" na vigilância, patrulhamento, informação e logística, complementando a acção dos corpos de bombeiros, que bem precisam e merecem mais respeito, mais preocupação e investimento, podendo assim dar por fim às inúmeras quintas que foram criadas ao longo destes anos.

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  8. Realmente, a coisa tem de ser vista globalmente.
    Se por um lado urge optimizar os recursos para combate de incêndios, por outro lado importa alicar as regras de exploraçao florestal existentes.
    Importa criar um mecanismo legal que permita ao Estado expropriar florestas que nao sigam as regras de maneio florestal, nomeadamente, a defesa contra fogos.

    A Logicracia para Portugal fala nisso desde Abril de 2011.
    Nao se pode continuar a permitir que vidas e bens se percam por nao haver disciplina, por haver corrupçao,, oportunismo, ganância e tudo o que a gente sabe que existe.

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  9. Com o devido respeito, só parcialmente concordo. No que respeita a aumentar os meios das FA sou literalmente contra. As FA ao seu papel.
    Senão, qualquer dia tínhamos um país militarizado com médicos militares, autocarros militares, engenharia pública militar, ou mesmo corvetas e fragatas na faina da pesca...

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  10. Escreveu tudo bem Senhor Tenente Coronel. Mas, não é perdoável a um oficial com a sua carreira, que tenha frases de show off no seu discurso, senão repete os mesmos comportamentos dos políticos que critica.

    Diz que "...os fogos não param...". Sim, é verdade. Nem nunca vão acabar. É como tudo na vida. Por muito que se combata ou previna irão sempre existir. Portanto, deixe-se de "conversa" fiada.

    Acrescenta... "há muitos acidentes com os bombeiros". Há? Quantos? São mais que os FA? Números? São mais que os do GPIS? Refere-se só aos acidentes dos incêndios florestais ou de todas as missões dos bombeiros? Sabe que os bombeiros não apagam só incêndios? E não fogos caro Tenente Coronel. O fogo é aquilo que tem na sua lareira.

    Continua... "os poucos que se apresentam dos cerca de 30.000 inscritos". Os poucos que se apresentam? Pois, os bombeiros são a maior força existente no país. Mas são humildes e o mostram. Consegue colocar 1000 militares voluntários a receber 0€ num incêndio? GPIS? GNRs? PSP? Diga-me qual é a outra força humana existente neste país de custo equivalente que disponibiliza tantos meios humanos e materiais para actuar em causas muitas vezes bastante distantes dos seus locais de residência?

    Acabando em "Em contrapartida nada se fez para reforçar os sapadores bombeiros que são os únicos profissionais em apagar fogos, em todo este âmbito…". Façamos o seguinte: Digamos que sou pago para ser Informático, então sou profissional. Mas pouco faço e estou desactualizado. Existe ali um amigo que é pago para ser Carpinteiro. Mas nas horas vagas dedica-se bastante à informática, sendo-lhe reconhecido grandes valores e conhecimentos. Quem é que sabe mais de informática? É sempre ao que recebe dinheiro por isso? Os bombeiros sapadores (excluindo os de Coimbra) raramente apagam incêndios florestais, mas são os únicos que o sabem fazer? Que ridículo. Olhe que há muito bom piloto que não está na FA, nem nunca esteve ;)

    Termino, dizendo que tudo isto, serve para lhe lembrar que para defender algo (seja o que for), nunca mas nunca, ponha outros que não estão envolvidos em causa. Porque de certeza, que todos os bombeiros deste país, gostavam de ter a FA a contribuir para apagar incêndios.

    Abraço,
    Um bombeiro voluntário dedicado e profissional na acção.

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  11. Bom dia Sr. TC Ferreira, apesar de concordar com quase toda a totalidade do que escreveu, permita-me discordar em dois aspectos:
    1: apesar de todos sabermos que existem tachos a garantir, o que é certo que que o MDN também é um bom tacho, pelo facto de que do pouco que conheço,sei que apresentarm custos bem mais elevados para realizar a operação dos fogos, do que as empresas civis. Exemplo concreto é o do plano lira! Como é que viaturas do estado, maquinas do estado, trabalhadores do estado ( soldados do exercito, já com salários pagos saiam ou nao do quartel ) ficam mais caros as autarquias que contratar empresas que tem que efectuar todos os descontos e tudo mais. Outro exemplo, é o caso dos últimos cursos dos Militares do GIPS, que foi dado em tancos e que o exércitos, por uma miséria de comida e de instalações cobrava mais que qualquer hotel 4 estrelas por diária!! Nao será um tacho !???
    Segundo Ponto: será que a FA e seus pilotosvteria interesse em Colocar os seus pilotos no verão a trabalhar das 08 as 20hoo, ou iriam dizer que precisavam de 3 vezes mais pilotos, para cumprir a missão de 3 meses!
    Por isso lhe digo que apesar de concordar com muito do que diz, a realidade que conheço por viver inserido nela, me diz que existem muitos, mas muitos interesses por trás, do MAI, do MDN, da ANPC, e no qual no meu caso concreto me sinto um mero peão !
    Cumprimentos

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  12. Resumindo e concluindo... é só mama. Venha quem vier vai acabar em mama... e queremos nós evoluir!!!

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  13. Os Incêndios!!!
    Sendo que existem no mercado Aeronaves que podiam, e podem, transportar mais quantidade de Água ou liquido retardante, qual será a dúvida dos Governos em... pelo menos, pedirem um teste à empresa que transforma estas Aeronaves???
    O Estado Português pagou 105 Milhões pelos Helicópteros Kamov, sendo que cada um custou cerca de 21 Milhões de euros [Notícia ionline]
    O custo de um 747 Supertanker é de 20 Milhões de Dólares, ou seja, ao câmbio de hoje, menos de 15 Milhões de euros!
    A pergunta… ou os Russos vendem muito caro e nós somos “Tansos” ou então alguma coisa se passa e, alguém anda a “Mamar” com o negócio, será que alguém explica isto?

    Supertanker 747 firefighter

    Transporta 18 vezes mais quantidade que os Kamov.

    Pode operar de noite.

    Tendo em consideração a quantidade de líquido transportado, o preço hora é o mesmo, sendo que o benefício é deveras elevadíssimo.

    Qual será a razão de não investir nesta solução, ainda que antes da compra, seja preciso fazer um teste? O que seria lógico!

    PS. O Incêndio do Funchal não atingiria 1/10 do seu tamanho!!!

    http://www.wired.com/autopia/2009/09/evergreen-supertanker/

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  14. Meu TCOR Brandão Ferreira, subscrevo inteiramente o seu texto, e acrescento. O sistema “MAFFS”, a última vez que fui a Alverca, foi-me dito que o colocaram no lugar reservado para a sucata. Isto é, um equipamento que ainda poderia ser útil, é considerado sucata pelos nossos (des)governantes. Outros interesses se levantam!!

    Agora só para o sr. Ângelo, não sei aonde foram buscar esse valor de 20 milhões por um 747 Supertanker. Mas posso assegurar-lhe que isso nem a adaptação dum 747 normal a "tanker". Isto é, compram por exemplo um 747-400F, por mais ou menos 240 milhões de dólares, e depois para o transformar em "tanker" hoje em dia, são mais 50 milhões, mais coisa menos coisa... Muito longe dos "seus" 20 milhões.
    A Evergreen (a mesma a quem vendemos alguns Alouettes III da FAP no passado), em 2006 pagou pelo que tem em serviço cerca de 40 milhões para transformar um avião de 1971 em "Supertanker"...

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  15. Meu TCOR Brandão Ferreira, subscrevo inteiramente o seu texto, e acrescento.
    Continuamos com muitas "Forças Aéreas" muitos Tipos de Bombeiros São os Canarinhos os amarelinhos os vermelhinhos os GIPS a FEB (Força Especial de Bombeiros, a GNR que se mete em tudo, hoje eles são bombeiros de toda a espécie etc... e os "Generais" da Proteção Civil, tudo para mais tachos.
    Será difícil em época de vacas magras passar passar todos os meios da proteção civil, quer seja aéreos para a Força Aérea dando uso e a manutenção aos pilotos e mecânicos militares diminuindo os custos ou terrestres viaturas do estado, maquinas do estado, trabalhadores do estado ( soldados ), já com salários pagos instruídos em brigadas especiais prontos para na época estival saber fazer bem, o papel das FA no que diz respeito aos meios aéreos seria mais que legítimo,através da vigilância e prevenção, os militares podem ter formação técnica adequada para o combate direto aos incêndios. O povo ia gostar e aplaudir os militares dar-lhe valor tornado-os soldados da PAZ.
    Enquanto isso alguém enche os bolsos continuam a morrer bombeiros por falta de ajuda no terreno, meios humanos e de intervenção imediatos capazes,os Voluntários, que com parcos meios e equipamento individual combatem durante horas, eventualmente dias.

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  16. Muito boa Noite, ao senhor AMC só queria dizer no que diz respeito ao aviao C-130 que apagou fogos em tempos, que tanto em fogos como em qualquer outra missao sao muitas as vezes que se trabalha das 8 as 20, eu passei 10 anos por essa esq. e trabalhei muito mais do que na aviaçao civil, nao meça as coisas todas pela mesma bitola, ou entao vá passar um dia a essa esq. e veja com os seus olhos, em relaçao aos fogos acho com convicçao que existem nesta intensidade pelo tipo de democracia que temos, uma democracia barata que mata por 5 tostoes,

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  17. A experiência nacional(16
    MILITARES MORTOS NO INCÊNDIO DE 1966)e internacional aconselham:Forças Armadas são para acções de combate e exercícios de soberania.Fogos são para quem sabe e é preparado para o efeito, os Bombeiros,o resto é o resto,em Portugal a exemplo do prof Marcelo todos sabem de tudo.

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  18. Bom dia Exmo. Sr. TC,

    Gostava de lhe colocar uma questão.
    Qd diz: "Não deixa de ser curioso notar, contudo, que a chefia da FA, entre 1997 e 2000, não se ter mostrado nada interessada na questão dos IF(...)"

    Não será por já nessa altura (e actualmente), se ter em vista que a futura criação da EMA em parceria com a Heliportugal, não seria uma boa forma dos pilotos de helis pesados da FA (actualmente EH-101), terem também em vista uma boa forma de terem um "extrasinho" no ordenado da FA, como pilotos de Kamov? É o que acontece ainda... não seu por responsabilidade de quem... sei apenas que ou são os mesmo ou são ex-pilotos de EH. No fundo, as contas do Estado são desrespeitadas tanto pelos profissionais do mesmo, como pelos políticos... Troca de favores há em todo o lado!

    Não deixo de ter adorado a sua alocução, contudo penso que a culpa tanto é dos políticos, como dos lobbys da chefia na FA, e quem sabe (mas não conheço) do MDN.

    Obrigado e continue a luta...

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  19. Apesar de todo o meu distanciamento do Sr. tenente-coronel Brandão quanto ao remédio para toda esta podridão: defendo que em democracia há soluções, só que vivemos num estado semi-ditatorial, com uma completa lavagem ao cérebro de milhões de portugueses, assim, e pese embora esta inconciliável diferença, os incêndios, nomeadamente na Madeira, por falta dos adequados meios aéreos de combate teriam de colocar sucessivos governantes na cadeia, por pratica de ultra grave crime ecológico, com dolo ou por negligência, porém neste simulacro de estado de direito e democracia nada acontece. Andrade da Silva, coronel emérito, militar de ABRIL COM HONRA E ORGULHO.

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  20. O espantoso é que há 40 anos a área florestal era incrivelmente superior à actual,os meios eram incrivelmente menores , já não havia quem limpasse as florestas (os surtos emigratórios das zonas rurais haviam ocorrido) e no entanto ocorriam muito menos incêndios...

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  21. Começa a ser tempo da nossa Pátria ser gerida com bom senso e racionalidade. Colocar os meios aéreos de combate aos incêndios nas mãos da FA seria bom para todos nós, menos custos, mais eficiência e melhores pilotos. A classe politica não quer ver pois tem medo dos militares e do seu sentido patriótico.

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  22. Concordo inteiramente com a FA a operar os aviões de combate aos incêndios. As operações aeronáuticas são dispendiosas e exigentes e ao equipar a FA para estas operações estaríamos a gastar dinheiro de forma racional. Contudo, os políticos temem o patriotismo dos nossos militares.

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  23. Neste pais onde se inocentam pedófilos onde se punem os policias onde se consegue ganhar mais que o Presidente da Republica, onde se tiram cursos por internet onde se da subsidio a quem não trabalha e se tira a quem trabalha ....queriam o q ? Milagres ??!!!! A classe política é sinónimo de corrupção, compadrios, tachos, jobs..... So uma bomba na assembleia da republica mudaria isto ...mas não vale a pena pois metade destes predadores não põe lá os pés ... E assim de nada valia a pena .... Tenho orgulho em ser Português mas tenho muita vergonha em o ser.....

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  24. Sou ex-miliciano EAbst de papel passado da sempre querida FA, com 2 "africanadas" no currículo.
    Lúcidas e pertinentemente incisivas as constatações do senhor TCor. B. Ferreira. Nada faz mais sentido do que deu à estampa neste seu blogue. Apesar de tudo, cuide-se sem receio da sua própria sombra, pois que pela sua clarividência só consegue arregimentar inimigos! É essa escumalha que o teme e a todos quantos têm a frontalidade para não guardar mentiras que anda despudoradamente a acabar de trucidar os despojos irreconhecíveis do pouco que ainda resta deste arremedo de país, incluindo a sua dignidade! Esse senhorito com assento na Pçª. Afonso de Albuquerque devia demonstrar VERGONHA, sim, VERGONHA PURA, mas tal como os "boyzinhos" e as "boyzinhas" que se regalam por conta da Pátria moribunda também os aspectos mais gritantes e flagrantes do desmoronamento da nação lhe passa impavidamente à ilharga.
    Não esmoreça nunca, TCor! Dê-lhes para cima; ainda estou crente de que poderei vir a ter a rara ventura de poder arrimar um pau de marmeleiro no lombo de muito sabujo demente e corrupto.

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  25. Só ninguém explicou o que é o MAFFS... Modular Airborne FireFighting System!

    É um equipamento de combate a incêndios aerotransportado, desenvolvido desde 1970 pela Engineered Systems Division da FMC Corporation e utilizável em aeronaves que possuam o sistema de carga USAF 463L que é usado nos aviões Lockheed Hercules C-130E e C-130H (os tais da Esqª 501"Bisontes", da nossa FA...)!

    Uma coisa simpática sobre combate a incências aéreo de que ninguém fala, é as capacidades de operação das aeronaves:

    O C-130H com o MAFFS que a FA possuía tinha uma capacidade de carga em 10.000 l de água ou de produtos químicos e pode operar em pistas não preparadas com um comprimento entre 400 e 1.000 m, dependendo da carga, oferecendo uma velocidade de cruzeiro de 540 km/h, uma razão de subida de 9,3 m/s e um alcance máximo de 3.800 km.

    O seu maior "adversário" aqui na Tugalândia é o Canadair CL-215 que tem uma capacidade de 5.300 l de água ou 6.000 kg de produtos químicos que são largados em 2 segundos, com uma velocidade de cruzeiro de 590 km/h, uma razão de subida de 5 m/s e um alcance máximo de 2.260 km... precisa de 1.500 m de pista pavimentada para descolar ou 1.200 m de água para abastecer em voo.

    Por algum motivo, os EUA têm 4 esquedrilhas exclusivamente dedicadas ao MAFFS...

    Não vamos falar na misériazinha dos 1.000 l os PZL-Mielec M-18 Dromader levam (sim, a carga máxima nos folhetos é 2.500 l, mas com essa carga é quase impossível voar na tempestade de ar quente que sai de um incêndio!)

    Acresce dizer que o MAFFS foi substituído em 2007 pelo MAFFS II desenvolvido pela Aero Union, e o novo equipamento só necessita do solo de um ponto de abastecimento de água ou químicos (contrariamente ao MAFFS que necessitava também de um compressor para pressurizar o sistema), carregando 13.000 l!

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  26. Falo do coração.
    Este ano completo 65 anos, felizmente continuo a trabalhar todos os dias úteis, não menos de 8 horas completas.
    Se não trabalhasse, talvez tivesse mais disposição para ler os extensos textos do seu sitio, li o que pude.

    Vejo longas criticas negativas, algumas jocosas, não vi sugestões positivas, úteis e possíveis de concretizar no contexto nacional.
    Até o titulo encaminha negativamente os leitores, "MDN, MAI, INCÊNDIOS E ASNEIRAS ESCUSADAS".
    Podia acrescentar para amenizar "Só não comete asneiras quem nunca tem de decidir", mas a cultura vigente é "tudo abaixo".

    Continuo a querer viver em Portugal com pessoas positivas, capazes de ver o melhor que os outros conseguem fazer e sugerir boas soluções.
    Para quê apontar negativamente se não queremos estar lá para decidir?

    Tenho dificuldade em entender as queixas sistemáticas. Qualquer um é capaz de criticar o passado, o futuro é muito difícil.

    Cumprimentos
    Manuel Baptista
    Lisboa
    manuelbaptista@me.com

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  27. Quanto mais conheço os portugueses, mais vergonha tenho nesta gentinha. Se eu pudesse muita dessa gentinha desaparecia por completo. Não servem para nada, os abutres que tem poder e principalmente de esterilizar as terras com os protagonismos e caprichos de gentinha.

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  28. Quanto aos incêndios julgo que não resta dúvidas a ninguém de que são de origem criminosa em 98% e que existem grandes negócios com os mesmos, desde meios aéreos a pessoal e material, e como tal com grupos económicos fortes por trás de tudo isto e quanto a mim com a conivência de Governos e autoridades, sempre houve matas, e os incêndios aconteciam por acaso, há 20/23 anos a esta parte é um chorudo negócio que beneficia muita gente e que ninguém quer pôr fim, acho que os verdadeiros culpados têm que ser caçados e julgados e todos os que apoiam o negócio. Que já não é só Português mas quase mundial.Com os políticos que temos não vamos a parte nenhuma. É necessário uma revolução, onde todos os negócios mafiosos sejam destapados e seus responsáveis julgados. Lamento ver que existem pessoas que continuam a acreditar em vendidos e vendilhões. A Pátria está a ser retalhada como uma manta de retalhos e tudo o que foi construído desfeito. É tempo de pôr fim a esta calamidade.

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  29. Meus amigos isto só lá vai à bomba, o resto é conversa da treta.Quando se queimarem (vivos) os GATUNOS deste país, os LADRÕES que nos estão a sugar o sangue poderemos recomeçar caminho!

    Camilo M

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  30. http://www.blogger.com/profile/05666266081210390910
    SR. ParakPortugal.
    Quem me deu o Valor do 747 foi o responsável da Evergreen para a Europa [James.Wilson@evergreenaviation.com>:

    Hello Angelo: The price for the equipped Supertanker is approximately US$20.0M. We can provide more in depth information as required. Is this a near term quirement. Thank you for the inquiry.]

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  31. Onde estão os meios aéreos?

    Alguém sabe quais são os 47 meios aéreos ao serviço neste momento e onde se encontram localizados?
    Curiosamente essa informação não está disponível... :-(

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  32. Como sempre um trabalho correcto, assertivo e conhecedor.
    Vivo no Pinhal interior, aquele que ardeu há um ano e tudo o que afirma é a pura das verdades.
    As FAP, são a única Instituição com capacidade para lidar com os incêndios florestais e outras calamidades.
    Penso que, o "negócio" dos incêndios florestais, não é atribuído às FAP, pelo facto de ser muitíssimo mais difícil corrompe-la!

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