Decorreu no dia 29 de Junho mais um aniversário das tropas “Comando”, a quem Portugal deve serviços muito relevantes e distintos e que é, juntamente com os ex-comandos um derradeiro reduto de resistência para quem quiser vergar ou “dissolver” o nosso país.
Neste dia ocorreu, também, o encerramento do 117º curso da especialidade e consequente imposição de boinas e crachá. É por aqui que pretendemos iniciar algumas reflexões.
Iniciaram este curso 61 militares entre oficiais, sargentos e praças, tendo terminado 25.
Ora isto representa uma percentagem de aproveitamento muito curta. Acresce que estas percentagens têm sido recorrentes. Não estamos contra a dureza da instrução nem nos passa pela cabeça baixar os parâmetros de aferição, mas ter-se-á que encontrar fórmulas de se ter um “output” maior, dado que os que acabam nem devem dar para recompletar as subunidades. Além disto fazer um curso de Comandos custa caro e empenha muitos meios, resultando daqui um custo/eficácia muito elevado.
Acreditamos que uma melhor triagem dos candidatos pode ajudar a minorar o problema e terá que se equacionar começar o curso com mais gente, pois as desistências são muito elevadas. O estado físico/psíquico/moral/cultural da juventude portuguesa está muito longe de ser o melhor.
Um outro facto preocupante tem a ver com as zonas do país onde se faz o recrutamento: são, maioritariamente, na área da grande Lisboa, sobretudo nas suburbanas. Isto coloca problemas específicos, sobre os quais não nos vamos alargar, mas que podem estar directamente relacionadas com o recente desaparecimento de armas ocorrido e ainda não desvendado.
Tudo isto é, outrossim, consequência de se ter acabado com o serviço militar obrigatório, um dos muitos erros que se fizeram em catadupa nos últimos 30 anos.
Finalmente, uma tropa deste tipo não deve estar aquartelada perto de uma grande cidade, por razões que também não vou explicitar.
Durante a cerimónia ocorreu, porém um caso inusitado e nunca até hoje visto (pelo menos por mim): quando se chegou ao “timing” das condecorações – que é uma parte sempre presente neste tipo de eventos – ouviu-se o apresentador referir que o Presidente da Câmara de Sintra, que estava presente, iria “condecorar” o Chefe de Estado Maior do Exército, que presidia à cerimónia.
E assim aconteceu, o Dr. Seara desceu do palanque seguido do CEME – invertendo-se aqui a hierarquia de quem presidia, o que não causou qualquer engulho protocolar – e lá colocou um colar ao peito do general chefe.
Salvo melhor opinião nada disto nos parece correcto. Em primeiro lugar se o Presidente da Câmara entende outorgar uma venera do seu município, deve fazê-lo nos Paços do Concelho, ou noutra dependência em que seja ele o dono da casa; por outro lado um presidente de câmara não condecora um oficial general, faz-lhe entrega de uma medalha, o que não é a mesma coisa.
Mas a estranheza do procedimento não acaba aqui, já que depois deste inédito, foram atribuídas condecorações militares, a começar por uma cruz de guerra – o que também é estranho, dado que se trata de uma condecoração relativa a um conflito que terminou há quase 40 anos.
Ora não parece curial nem é regulamentar atribuir medalhas civis antes das militares, seguramente não antes de uma cruz de guerra, parecendo que se fez a troca por se ter dado mais importância ao condecorado do que à condecoração, o que não encontra justificação em nenhum livro. Felizmente que não se chegou a convidar o Dr. Seara para impor condecorações a mais ninguém.
Não sabemos porque é que as coisas se passaram da maneira que se passaram, mas fica aqui o reparo.
Já em tempos a anterior inquilina do município resolveu dar uma “festa” na Base Aérea 1, sem ter combinado nada ou obtido prévia autorização. E deu!
Olhem se a moda pega…
Perdoai-lhes Senhor, eles não sabem o que fazem...temos de ter muita paciência e um espírito cristão para entender os nossos políticos e os nossos chefes.
ResponderEliminarTalhinhas.