domingo, 16 de julho de 2023

A guerra LGBTQIAPN+

 "Só raras vezes me disponha a publicar no meu blog textos que não sejam de minha autoria, mas realço este texto, não só por estar muito bem escrito e ser verdadeiro, como concordar a 300% com ele, e ainda com muitas outras coisas (desagradáveis naturalmente para os das letras do abecedário mencionado, como para quem os apoia), que não foram ditas.

BF" 

 

A guerra LGBTQIAPN+

É difícil perceber o motivo que levou os Governos a decidirem colocar nos edifícios públicos bandeiras arco-íris ao lado das bandeiras nacionais. Então a bandeira nacional não engloba todos os cidadãos? Os LGBTQIAPN+ não se consideram representados pela bandeira nacional?

A guerra LGBTQIAPN+

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O Dia da Mãe é um dia. O Dia do Pai é um dia. O Dia da Criança é um dia. O Dia da Paz é um dia. O Dia LGBTQIAPN+ é… um mês. Trinta dias. Trinta vezes mais.Alguém saberá explicar por que carga de água isto acontece? Por que razão os LGBTQIAPN+ são muitíssimo mais importantes do que as mães, os pais e as crianças todos juntos? Eu não sei. 

Quando escrevo a sigla LGBTQIAPN+ verifico que, de cada nova vez que o faço, há mais uma letra. Agora significa «Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais, Queer, Intersexo, Assexuais, Pansexuais e Não-binários», com um sinal ‘mais’ no fim para dizer que está aberta a outros ‘géneros’. Qualquer dia, é o abecedário inteiro. Estranho que ninguém veja o ridículo que isto representa. Não se trata de concordar ou discordar. Trata-se de ser risível, impossível de levar a sério por parte de quem não seja militante da causa.

Na semana passada houve uma guerra em Espanha envolvendo esta comunidade, pois o partido de extrema-direita VOX, nas regiões e municípios onde se coligou com o PP, exigiu que a bandeira arco-íris fosse retirada dos edifícios públicos. E eu aplaudi com as duas mãos.Embora não tenha nada que ver com a extrema-direita – sempre fui e continuo a ser uma pessoa moderada e com um pensamento democrático (um dos meus filhos costumava dizer que eu era o único ‘democrata por convicção’ que ele conhecia) –, não consigo perceber o motivo que levou a Europa e os EUA, e outros países do Ocidente, a decidirem colocar nos edifícios públicos bandeiras arco-íris ao lado das bandeiras nacionais. Então a bandeira nacional não engloba todos os cidadãos? Os LGBTQIAPN+ não se consideram representados pela bandeira nacional? São pessoas à parte?Não são cidadãos iguais aos outros? 

E, já agora, por que razão a comunidade LGBTQIAPN+ tem direito a uma bandeira oficialmente reconhecida e outras comunidades não têm? A distinção mais importante entre os seres humanos é a ‘orientação sexual’? Não haverá outras diferenciações tão ou mais importantes do que essa? A orientação sexual será mais importante, por exemplo, do que a orientação religiosa? As minorias religiosas em certos países não terão mais importância do que as minorias sexuais? Em França, a comunidade muçulmana é institucionalmente cerca de 9% da população (número que deve pecar por defeito) e os LGBTQIAPN+ rondarão os 10%. Assim, não terão os muçulmanos direito a exigir que a sua comunidade esteja também representada nos edifícios públicos com uma bandeira ao lado da bandeira francesa? E as crianças, cujos direitos são tantas vezes espezinhados, também não deveriam ter direito a uma bandeira, para lembrar que existem? E as organizações feministas, que defendem os direitos das mulheres, não seria natural terem uma bandeira que as representasse? 

Com esta história das bandeiras LGBTQIAPN+ nos edifícios públicos, e as cedências dos governos com medo de perderem votos, abriu-se no Ocidente uma caixa de Pandora. Cada comunidade começará a exigir ter a sua bandeira. A bandeira nacional de um país deixará de representar todos os seus cidadãos. As bandeiras nacionais tenderão a desaparecer, substituídas pelas bandeiras das várias comunidades de que se compõe a população.Dizem-me que em certos locais (sobretudo dos EUA) as bandeiras nacionais foram arrancadas e só restaram nos mastros as bandeiras arco-íris. Pergunto: nesses locais proclamaram-se repúblicas LGBTQIAPN+? E os que não estão neste grupo devem fazer o quê? Emigrar? É que, ao contrário dos gays, lésbicas, etc., que não se sentem representados pela bandeira nacional (embora devessem sentir-se), os heterossexuais é que não poderão mesmo sentir-se representados pela bandeira arco-íris. 

Em pouco mais de meio século, a sociedade portuguesa (e o Ocidente em geral) evoluiu de uma maneira vertiginosa. Há sessenta anos, o PCP expulsava militantes por serem homossexuais. Ser homossexual era motivo de vergonha. Hoje é motivo de orgulho. Organizam-se marchas do ‘orgulho gay’ e os Governos hasteiam as suas bandeiras nas sedes do poder. Ora, se uma revolução política pode fazer-se num dia, uma revolução social leva muito tempo a fazer. Estamos a andar depressa demais. As vanguardas revolucionárias estão a avançar a um ritmo que a sociedade não acompanha e cada vez mais pessoas vão ficando para trás. 

Trump e Bolsonaro saíram donde? Vieram doutro planeta? Saíram do nada? Ou foram eleitos por cidadãos iguais aos outros e com os mesmos direitos? E a ascensão da extrema-direita na Europa resulta de quê? De eleitores inventados? Ou de eleitores iguais aos outros? A diferença é que, enquanto a esquerda é ruidosa e se manifesta euforicamente nas ruas, a direita é silenciosa e vai crescendo sem se dar por isso. Mas, de cada vez que se dá mais um passo no sentido do absurdo, mais gente crescerá na retaguarda a rejeitar o sistema. Até se dar a implosão final desta civilização em acelerado declínio. Todas as civilizações acabaram assim: numa gigantesca orgia, numa imensa confusão dos sexos onde homens e mulheres já não se distinguem. Ao assistirmos às marchas fellinianas do orgulho gay, é impossível não pensar em Sodoma e Gomorra.

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