COVID19: COMO NOS
PORTÁMOS?
20/05/20
“Vocês não
sabem o limite da vossa resistência…”.
Frase
proferida pelo instrutor durante uma sessão de instrução de “Aplicação Militar”
(que é linda!), Santa Margarida, curso de entrada na Academia Militar, 1971/72.
E
de facto ninguém sabe, até ser testado.
Fiquemos
por uma análise sumária e a quente, do tempo desta “pandemia” (cerca de três
meses).
Primeiro
o Estado. O Estado começou por andar atrás da sociedade. Não previu. Não previu
porque não está para aí virado. Porque não quer saber da Segurança Nacional e
não dispõe (e não quer dispor) de capacidade de informação estratégica e de
segurança adequada. Porque não gosta de más notícias, porque vive para os
votos.
Podíamos
continuar.
Por
isso as autoridades de saúde começaram por esconjurar o perigo para longe, como
se, numa atitude típica portuguesa, o mal só acontecesse aos outros…
Por
isso as pessoas, no seu sexto sentido, começaram a meter-se em casa antes das
autoridades enveredarem por esse caminho.
Só
foi pena as fronteiras não terem sido encerradas 15 dias antes mas, á “posteriori”,
é mais fácil ter certezas…
Apesar
de tudo e de todos os erros que poluem o sistema político nacional, as coisas
decorreram de um modo geral bem, tendo sido garantida a unidade do Estado e a
coesão nacional.
No
entanto, houve azo a ocorrerem um conjunto de “incidentes”, que podiam ter
degenerado em gravidade elevada, pelo que há que aproveitar os ensinamentos
obtidos para os corrigir.
Vou
expor alguns, a maioria dos quais passaram despercebidos à opinião pública, foram
desvalorizados pelos “média” e rapidamente silenciados ou resolvidos pelas
autoridades.
O primeiro foi ter-se fechado a fronteira
perto de Elvas, cuja estrada dá para o Termo de Olivença. Ora por razões de Direito
e de Princípio, a fronteira devia ser vigiada, mas não encerrada, por a parte
de lá do território ser portuguesa “de jure” e espanhola “de facto”, sendo
território usurpado. Não se pode dormir em serviço…
Depois
houve vários casos nas chamadas “Regiões Autónomas”, onde houve alguns sinais
de exorbitação de poderes, que são apenas nacionais. O último dos quais teve a
ver com a obrigação dos cidadãos oriundos do “Continente” terem que fazer
confinamento, chegando o Governo Regional dos Açores a obrigar ao pagamento dos
hotéis para onde iam confinados, ao contrário dos açorianos.
Isto
foi grave e teve que ser um tribunal a resolver a questão.
Mais
uma vez se tornou evidente a inutilidade muito cara, da parafernália política
constituída pelo Ministro da República, Assembleias e Governos Regionais, que
só o desnorte da situação política e social ocorrida após o 25 de Abril (de 74)
permitiu.
Formula
procurada para evitar que pudesse acontecer aos Açores e Madeira o que tinha
acontecido a Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe e ao restante mundo lusitano. Não
contentes com isto, ainda há quem queira prosseguir com a estúpida
regionalização do Continente…
Depois
houve o caso de descoordenação aquando da declaração do confinamento do
concelho de Ovar, o que se prolongou, mais tarde, com o desaguisado azedo
quando se sugeriu a probabilidade do mesmo poder acontecer ao Porto,
protagonizado pelo edil da Invicta e a Directora Geral da Saúde. As linhas de
autoridade têm que ser claras; o comando e controlo centralizado e a execução
descentralizada, bem como o estabelecimento de níveis diferenciados de decisão.
Que é o mais difícil de organizar e decidir e para o qual somos especialmente
relapsos.
A
declaração do estado de emergência suscitou claras divergências entre o PR e o
Governo, divergências que nunca apareceram claras à luz pública.
Mas
é proverbial o mau relacionamento que PS, PC e BE têm quando se fala de
“fardas” e a urticária que isso lhes causa. Entre outras coisas que agora não
vêm ao caso.
A
coisa lá se foi resolvendo com as pessoas a colaborarem muito
significativamente com as medidas tomadas.
De
tal modo que o Governo parece que passou a gostar…
De
resto foi um alívio, ter havido um decréscimo de ruído vindo dos lados do
Parlamento.
Pareceu
até que funcionavam melhor confinados a um terço…
De
resto os episódios mal cheirosos relacionados com as comemorações do 25 de
Abril e 1º de Maio, já foram suficientemente dilucidados para perdermos tempo
com eles. Falta só a vergonhosa postura perante a Festa do Avante. Nós sabemos que
há estados dentro do Estado…. E vacas sagradas.
Por
falar em fardas, ocorreu um incidente inadmissível e que não foi bem resolvido,
não se podendo louvar nenhum dos intervenientes.
Estou
a referir-me a uma actuação “esdrúxula” de uma “patrulha” da PSP que tomou a
iniciativa, ou foi instruída (não está claro), de identificar (e questionar o
facto de estar armada) uma subunidade militar que estava a proceder a uma
operação de descontaminação de um lar de idosos em Vila Real.
Depois
de vários incidentes o Chefe do Estado-Maior do Exército, nas declarações que
fez, aquando da sua última interpelação parlamentar, reabriu a questão. Que não
foi fechada…
Questão
que a ficar como está não dignifica as chefias das Forças Armadas e da PSP, bem
como as respectivas tutelas. Ficámos numa “paz podre”, que irá rebentar a
qualquer momento. E enquanto não rebenta, cria muito mau hálito.
A ideia veiculada de enviar
Fuzileiros para as praias a fim de reforçar as patrulhas da Polícia Marítima (o
que já acontece do anterior, mas que passa despercebido), também não é nada
aconselhável. Em primeiro lugar porque eles não têm funções de polícia; depois
porque não devem andar desarmados (como andavam do anterior, só com um
cassetete, e agora por o estarem impedidos por ordem do CEMGFA ou soprada pelos
MDN e MAI); finalmente porque não se justifica gastar-se uma pipa de dinheiro e
esforço a preparar tropas especiais para as colocar a “fazer piscinas”, nas
praias. Ou já agora a apagar fogos… A situação é ainda mais delicada, por as
praias serem da exclusiva competência da Autoridade Marítima, ou seja mais
nenhuma outra Força de Segurança lá tem jurisdição. E se não há Polícia
Marítima suficiente porque não se contrata mais? Mas se for para ir para as
Ilhas Gregas e Italianas participarem no “negócio” de “salvar” “migrantes” (e
ganhar ajudas de custo), já há?
Finalmente
optou-se pelo “estado de calamidade” não se estendendo mais o “estado de
emergência”.
Só
que o Governo manteve várias restrições aos tão decantados “Direitos,
Liberdades e Garantias”, que só era lícito fazer no estado de emergência, como
foi logo denunciado por vários juristas, mas a que se juntou o silêncio
cúmplice da AR e do PR. Afinal as leis em Portugal são muito “flexíveis” bem
como o córtex dos legisladores. Facto, aliás, que não constitui novidade para
ninguém…
Por
ultimo uma palavra para a Hierarquia da Igreja que por detrás da sua prudência
de séculos, quis ser mais “papista que o Papa”. Neste âmbito adiantou-se até às
autoridades “laicas” e auto confinou-se.
Mas
digamos que talvez não tenha defendido na sua plenitude o povo de Deus - que se
dividiu neste âmbito, apesar de ter obedecido na sua enorme maioria. Sobretudo
relativamente à abertura das igrejas e missas, no que concerne à equitatividade
das actividades das restantes áreas da sociedade e à importância da
espiritualidade sobre a matéria.
Já
esteve bem em recusar, mais tarde, a realização das cerimónias em Fátima não só
por uma questão de coerência e exemplo, como também por ter dado uma bofetada
de luva branca na desastrada actuação governamental e da maioria do espectro
político, relativamente à manifestação do 1º de Maio e da Festa do Avante!
O PR coitado – que de coitado não
tem nada – lá vai fazendo de bonzinho, dando uma no cravo outra na ferradura.
Ao fim destes anos todos, também, só engana quem quiser ser enganado.
Uma
palavra apenas para a questão do “Covid”, uma história ainda cheia de pontos
escuros e mal contados.
Depois
de várias trapalhadas de comunicação da equipa nomeada para o efeito e que
melhorou muito depois da entrada do Secretário de Estado da Saúde, parece ser
necessário arranjar tempo para reformular as estatísticas no sentido de se
perceber quem morreu de Covid das que faleceram com Covid e
juntar a estes números, aqueles que se referem a quem morreu de todas as outras
causas (uma média de 300 pessoas/dia, do anterior). Só assim poderemos ter uma
ideia global e comparável, do impacto que esta nova “doença” teve na sociedade portuguesa
e assim nos podermos preparar melhor para o futuro.
Também
me parece que não devemos ter em grande conta e muito menos andarmos a reboque
da Organização Mundial de Saúde, organização descredibilizada, aliás como todas
aquelas que estão no âmbito desse mamute branco que dá pelo nome de ONU.
E
por uma questão de princípio, de senso e de qualidade dos produtos, o governo
português deve abster-se de fazer negócios com a China. Regime pouco
recomendável.
Isto
do mal de uns, ser o bem de outros, é antigo, mas também tem que passar a ter
regras. Assim como os negócios albardados para os “amigos”.
João
José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador
A grande ameaça é a China:
ResponderEliminarhttps://toranja-mecanica.blogspot.com/2020/07/a-grande-ameaca-e-china.html
Abraço ;)