SERÁ O SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE MAIS IMPORTANTE DO
QUE O SISTEMA DE DEFESA AÉREA?
05/01/20
“Eu acredito que todos nós devíamos pagar
nossos impostos
com um sorriso. Eu tentei.
Mas eles queriam em dinheiro.”
Autor desconhecido
Por exemplo.
Como vivemos numa sociedade
dita democrática, onde as decisões são tomadas supostamente, pela votação de
maiorias (metade mais um) - não por quem sabe e tem boas intenções - não temos
dúvidas em afirmar que se submetermos a pergunta a referendo directo, 98% dos
chamados a urnar perdão, a votar, seriam a favor do Serviço Nacional de Saúde
(SNS).
Neste âmbito a abstenção
seria reduzida - a não ser aqueles que, por julgarem a certeza do resultado, não
veriam necessidade em dar-se à maçada da deslocação - e quase não haveria urnos,
perdão votos, brancos ou nulos.
A percentagem no pessoal da
Força Aérea (que opera o Sistema de Defesa Aérea (SDA), dado ainda não ter
ainda passado para a GNR ou para a Protecção Civil e o Dr. Marta Soares não o
ter reivindicado para o Sporting, perdão para os Bombeiros) caíria - estamos em
crer - para 90% de “sim” ao SNS e que - Nossa Senhora do Ar me perdoe - a chefia
da mesma, ainda se tentaria a fazer campanha pelo SNS que temos, sugerido por
um dos “filhos da viúva” mais conhecidos dos últimos tempos.
É claro que a “Briosa” dado
ainda não se terem inventado barcoletas com asas, aos costumes diria nada,
enquanto o “Glorioso”, agora de farda nova, está apenas de olho no soldado que
de escopeta em punho (mesmo sem munições) vela pela bandeira no cimo da AR.
Mesmo que ela (distinta Assembleia) se esteja nas tintas para a bandeira que lá
flutue...
Além disso essa coisa de
andar no ar é para meia dúzia de estarolas meio delicadinhos - nem podiam ter
boxe na Academia, vejam lá! Que vão para um Aeroclube, mas é, e paguem!
A votação seria feita sem
debate ou esclarecimento prévio (para quê!?) por desnecessário dado o nível
educacional da população - agora distinguida numa das suas partes constitutivas
pela “geração mais bem preparada de sempre” mas, sobretudo, para evitar termos
de ouvir perorar os habituais comentadores e seus apropriadíssimos ditos.
Estou a lembrar-me daquele
vindo de uma direita extrema longínqua, que cobra pareceres ao minuto e logo
asseguraria haver dezenas de generais para cada tipo de avião existente; aquele
outro que quando fala fica com cara de bulldog (e não é do PAN), para quem os
militares são a expressão terrena da besta do apocalipse, ou até o mais pequenino
de todos que assim ficava dispensado de consultar o oráculo de Belém para saber
o que iria dizer.
Já me esquecia de um outro
muito rotativo e que não admite controvérsia, que já veio defender publicamente
que se deveria vender mais F-16 à... Croácia.
Há para todos os gostos.
Ainda só não entendi porque
é que nós votamos para eleger deputados (isto é, nas listas apresentadas pelo
ditador do Partido em funções), mas não elegemos os comentadores. Injustiças!
São assim como que “profissões”
para as quais qualquer um pode ir sem ter frequentado sequer um cursilho de
novas oportunidades a 90% de créditos...
Mas estávamos a falar do SNS
e do SDA.
Vamos lá tentar demonstrar
que o SNS não é mais importante que o SDA (início de um coro audível de
adjectivos e impropérios, contra a minha pessoa...).
Estou recordado que as três
funções clássicas (e utópicas) (assim chamadas) do Estado são a Segurança, a
Justiça e o Bem-Estar.
Por esta ordem.
A ordem dos termos não é
arbitrária.
Se não houver Segurança e
Justiça não pode haver Bem-Estar...
Se o Estado não servir para
tentar fazer estes três grandes conjuntos de coisas, não serve para nada.
Ora o Estado tem o dever de
enquadrar e liderar a população (a Nação) nos melhores caminhos para realizar
tais desideratos. Interagindo com frequência com esta, sobretudo através das
grandes instituições nacionais, como são a Universidade, a Igreja, a
Magistratura, a Diplomacia, as Forças Armadas, as Academias, corporações
diversas, os Parceiros Sociais etc.. Quando se sentam com estes últimos à mesa
de qualquer coisa, nunca se entendem. Porque será?
Porém, quase só interagem
com os Partidos Políticos, quando lhes convém, os quais representam a pior
entidade possível que se pode escolher para esse fim…
Harmonizar tudo isto não é
fácil, mas tem que ser tentado em cada momento. Chama-se a isso governar.
Sintetizadas as três funções
do Estado de outro modo, pode dizer-se que sem Segurança não há, ou pode não
haver, Desenvolvimento.
E acima de tudo temos que
ter, como comunidade, um padrão de princípios morais e ético/deontológicos, sob
pena de estarmos a resvalar constantemente para o mal e a asneira, que é para
onde a coisa tende sempre.
Senão a Eva não tinha
trincado a maçã...
Ora quem providencia a
Segurança no plano externo e em termos militares são as Forças Armadas - onde
está inserido o tal SDA - coadjuvadas com o Sistema de Informações e a Diplomacia.
E para a Segurança Interna,
existem as Forças de Segurança, outro ramo dos Serviços de Informações, órgãos
de investigação criminal e Serviço de Estrangeiros.
Tudo isto muito debilitado e
a precisar de grandes reformas.
Ora o Sistema de Defesa
Aérea - foi o exemplo que buscámos - vale mais do que o SNS pois se nós já
estivermos mortos não precisamos de ter saúde alguma...
O SDA é um sistema soberano
por excelência (algo com pouco crédito hoje em dia, no pensamento político) que
em tempo de guerra nos defende dos inimigos e em tempo de paz nos protege dos
amigos...
E tomem-no como um seguro.
Quem, porém, gosta de pagar seguros?
Todavia se for utilizado
apenas uma vez, não vale a pena?
A norma da prudência é
outra: a velha discussão entre canhões e manteiga, o que tem a ver com ameaças.
E cujo velho princípio é a de tentar fazer frente à (s) mais provávei (s) e ter
em conta a mais perigosa.
Ora uma ameaça é o produto
de uma capacidade por uma intenção. As intenções mudam de um dia para o outro.
As capacidades levam anos a construir. É o caso do SDA.
Mas a questão que se põe e é
mais perigosa é deixar destruir o SDA (o que está a acontecer), para salvar o
SNS (por exemplo). Acontece porém, que irão os dois para o fundo (e muitos
outros mais...).
Ora isto não deve (embora
possa) andar ao sabor das conveniências político/partidárias de momento ou de
governo.
E aqui é que a porca torce o
rabinho.
E torce o rabinho porque
para se poder ter alguma qualidade na Segurança, na Justiça e no Bem-Estar,
teríamos que ter Economia e Finanças que o sustentassem.
Ora não temos nem uma nem
outra, além do que há 45 anos que vivemos do que nos emprestam ou “subsidiam” e
mesmo assim a dívida fica a perder de vista.
Ora casa onde não há pão...
E como já começa a ser
risível mandar as culpas para cima do Professor Salazar - que Deus tenha em Sua
Santa Glória - a classe política que tem (toda ela) responsabilidade no descalabro,
não encontra nada melhor para fazer do que tourear-se uns aos outros (e a nós
todos) numa de passa culpas constante e mediático, usando dos mais sórdidos
métodos para continuar a enganar o Zé Povinho.
Que continua a fazer-lhes
manguitos, mas por baixo da mesa...
Nunca houve um adiantado
mental que fosse capaz de dizer: “desculpem que meti os pés nisto ou naquilo,
vamos lá corrigir...”, ou depois da borrada que fiz vou pintar a cara de preto
e nunca mais apareço (vou antes mudar para lilás que está na moda e assim nem
sequer me podem chamar racista).
E só prometem o que sabem
que não podem dar.
E está difícil (não é por
acaso) ao sistema judicial de enfiar na choça quem prevarica.
A falta de seriedade é tão
grande que além de se mentir com o maior descaramento sobre tudo e todos,
ninguém tem o discernimento de mitigar o delírio com algumas frases de simples
bom senso como sejam as de: é preciso trabalhar mais e sobretudo melhor;
economizar; não querer ser rico amanhã; seleccionar os mais capazes para
exercerem a liderança; impôr hábitos de disciplina, estudo e reflexão; garantir
o exercício da autoridade; combater seriamente a corrupção e não só de palavras
leva-as o vento; não gastar mais do que aquilo que se produz; apostar na
virtude e não no vício, etc..
A lista podia continuar, mas
não quero deixar de referir que também nada se conseguirá enquanto não se
puserem os Deveres à frente dos Direitos...
Leia-se a Constituição.
Dá para perceber que está
tudo mal, ou não?
O Estado depois de se ter demitido
de defender a soberania do seu espaço e população, emitir moeda e levantar
tropas, apenas serve para cobrar impostos. Para depois fazer justamente o que
não deve.
Os políticos que têm gerido
o Estado preocupam-se com negócios, gerir a comunicação social (outros que se
arrogam o direito de influir e mandar sem serem eleitos nem terem mandato para
tal, em vez de se limitarem a informar com verdade) e condicionar o espírito
dos cadáveres adiados que vão às urnas, urnar, perdão, votar, que o façam
neles. E assim continuar o ciclo.
Ter-vos-ei convencido que o
SDA é mais importante que o SNS? Duvido o mais possível.
Deixo-vos então outra
questão:
A Federação Portuguesa de
Futebol é ou não, mais importante que o SNS?
Não preciso que me
respondam.
João José
Brandão Ferreira
Oficial
Piloto Aviador (Ref.)