Este blogue apresenta os pensamentos, opiniões e contributos de um homem livre que ama a sua Pátria.
domingo, 29 de dezembro de 2019
Vídeo da Guiné Força Aérea Portuguesa Mensagens de Natal de 1971
Um Natal que valia a pena...
No início do filme observem as palavras do bravo Tenente Coronel Brito, que morreu voando, em 1973, numa operação de combate. O primeiro aviador português a morrer vítima do impacto de um míssil Sam 7, Strella.
"Ele era dos tais que as não cortava"...
Longa vida aos "FALCÕES".
https://www.youtube.com/watch?v=sGfme2qnttk
Cumpts
BF
No início do filme observem as palavras do bravo Tenente Coronel Brito, que morreu voando, em 1973, numa operação de combate. O primeiro aviador português a morrer vítima do impacto de um míssil Sam 7, Strella.
"Ele era dos tais que as não cortava"...
Longa vida aos "FALCÕES".
https://www.youtube.com/watch?v=sGfme2qnttk
Cumpts
BF
sábado, 21 de dezembro de 2019
terça-feira, 17 de dezembro de 2019
ÍNDIA REAL !!!!!!
Faz esta madrugada 58 anos que o miserável governo da União Indiana chefiado por Nerhu, mandou invadir o multicentenário Estado Português da Índia, numa violação grosseira e escabrosa do Direito Internacional.
Malditos sejam para todo o sempre!
Os territórios portugueses de Goa, Damão e Diu ficaram assim cativos, até ver, para todo o sempre.
Um governo portugûes, para quem não existem adjectivos suficientemente condenatórios decidiu, em 1975, reconhecer "de jure", esta vergonhosa iniquidade.
São duas lembranças muito dolorosas para o que resta da Nação dos Portugueses.
Dos verdadeiros portugueses, pois os outros já Camões os apontava a dedo!
Clique aqui para visualizar!
Cumprimentos lutuosos,
Brandão Ferreira
Malditos sejam para todo o sempre!
Os territórios portugueses de Goa, Damão e Diu ficaram assim cativos, até ver, para todo o sempre.
Um governo portugûes, para quem não existem adjectivos suficientemente condenatórios decidiu, em 1975, reconhecer "de jure", esta vergonhosa iniquidade.
São duas lembranças muito dolorosas para o que resta da Nação dos Portugueses.
Dos verdadeiros portugueses, pois os outros já Camões os apontava a dedo!
Clique aqui para visualizar!
Cumprimentos lutuosos,
Brandão Ferreira
domingo, 15 de dezembro de 2019
A CRETINA VASSALAGEM AOS MAIS NOVOS
A CRETINA
VASSALAGEM AOS MAIS NOVOS
12/12/19
“- Que nome
se dá a alguém que não acredita nas alterações climáticas?
- Persona non
greta”
Autor desconhecido
Desde
tempos imemoriais que as gerações mais novas aprenderam a respeitar as mais
velhas.
Desde
as mais antigas tribos que a Direcção, o Conselho, a Justiça, os problemas mais
graves da comunidade eram resolvidos pelos mais idosos, muitas vezes reunidos
em conselhos de anciãos.
Mesmo
quando se “inventou” a Monarquia, o Rei tinha na sua formação e em seu conselho
pessoas de reconhecido saber derivado não só das suas capacidades (inatas e
adquiridas) e do conhecimento da vida, que só uma vida longa pode proporcionar.
Do
mesmo modo nas famílias eram os avós (quando existiam) que passavam o
testemunho aos netos.
Era,
e é, a lei natural das coisas.
Tal
não tinha segredos nem obrigava a licenciaturas: quem vive mais tempo tem,
naturalmente, mais conhecimento das coisas e dos homens, já que nada pode
substituir a experiência (falo dos homens, pois as mulheres sempre foram
imperscrutáveis…).
Este
estado de coisas não se passava num ou noutro local era, simplesmente, universal.
É
certo que em todas as épocas há jovens que nunca chegam a ser velhos e velhos
que nunca foram jovens.
Tem
a ver com o grau de maturidade que se vai adquirindo.
Ser
“novo” ou “velho” é também um estado de espírito (muito na moda que agora nos
querem impingir quanto a género!...). E a maturidade também se comporta como o
Vinho do Porto…
Ora
a partir de meados dos anos 60 do século passado começou a dar moléstia na
sociedade dita ocidental e as coisas começaram a virar. Ainda não parou.
Para
isso contribuiu muito o Maio de 68; o movimento hippy; o pacifismo; o
feminismo; o ateísmo; o individualismo; o materialismo; etc. os “ismos” nunca
mais acabam.
Rebentaram
com a família tradicional, ataca-se a Igreja, as instituições nacionais e agora
estão a destruir as Nações.
Os
sistemas de “democracia liberal” cuja génese é baseada na quantidade (e não na
qualidade) dos votos depositados na caixinha mágica a que apelidaram de urna –
nome de um mau gosto atroz, mas que inconvenientemente espelha o que de lá, por
norma, sai…
Ora
as diferentes formações políticas que tomaram o nome de “Partidos” – outro
termo péssimo, mas que também espelha o que deles resulta – para tomarem ou se
aguentarem no Poder, raramente fazem o que devem mas abusam da demagogia, logo
da mentira e de mil caras. A sociedade foi na onda (e estou a simplificar muito
as coisas).
Deste
modo, a indisciplina e a desordem, grassam nas escolas, na família, nas
empresas e até nos quartéis.
A
autoridade e a hierarquia transformaram-se em conceitos malditos. Os juízes
passaram a ser rapazes novos; a idade e os anos de serviço para os militares de
posto superior poderem estar no activo, não pára de descer.
Com
a esperança de vida a aumentar e os meios da segurança social a diminuir, os
velhos passaram a ser um alvo a abater; nem a propósito a eutanásia medra e os
“idosos” que deviam ser acarinhados passam a “peste grisalha”.
Começaram, aliás, por empurrar os
mais velhos para a reforma, para logo a seguir se arrependerem e aumentarem o
tempo em que se tem de trabalhar…
As
próprias famílias – são raras as que se aguentam empurram o mais possível os
mais idosos (muito antes de se esgotarem as hipóteses possíveis) para os lares,
que se tornaram um dos melhores negócios do país.
Aliás
o que está a dar são os cães e os gatos!
Os
mais velhos passaram a ser preteridos em massa pelos mais novos, na procura de
emprego; os líderes partidários namoram as respectivas juventudes; já assisti a
chefes militares dirigirem-se a cadetes de um modo como se eles já fossem
aquilo que ainda aspiram a ser.
Os
gabinetes dos ministérios estão cheios de “jovens” para dar um aspecto de
modernidade, embora toda a gente saiba que é para dar um tacho aos filhos dos
amigos ou a familiares.
Quase
todo o "marketing" apresenta, invariavelmente, jovens bem - parecidos
e com aspecto de sobredotados para passarem a sua propaganda, como se tal fosse
a linha média da sociedade.
Ou
seja, a cultura efémera da forma!
O
discurso político apela (ou rasteja) aos jovens; “livra-os” do serviço militar
obrigatório ou de qualquer serviço cívico; nivela por baixo, fomenta o
facilitismo (já nem se pode chumbar na escola), só fala em direitos e nunca em
deveres e só lhes falta prometer a vida eterna.
Já me esquecia, agora até já aos
dezasseis anos podem mudar de sexo sem autorização dos pais e já se fala em
baixar a idade da maioridade para aquele número…
Resultado,
chegam à idade adulta sem estarem minimamente preparados para a vida; viciados
em ociosidade (quando não em drogas); perdidos no espaço e no tempo; danadinhos
por emigrarem ou fazerem uma “volta ao mundo”, antes de “assentarem”, e cheios
de referências erradas que potenciam a frustração, o mau desempenho, etc..
Depois
queixam-se da demografia negativa…
É
evidente também, que houve aqui muita demissão dos avós (já nem falo dos pais),
mas “banhos quentes e camas fofas” nunca foram grandes conselheiros (a maleita
moral que levou à queda do Império Romano…).
Não
há, porém, boas nem más gerações.
Elas
são todas idênticas, pois a natureza humana não muda (ou muda muito devagarinho
– assim como as alterações climáticas).
Mas
as referências, essas mudam constantemente.
E
passou a haver a cultura da pressa, derivado em grande parte da compressão do
conceito do espaço/tempo e do desenvolvimento exponencial da tecnologia.
Em
suma, a análise de tudo isto daria vários tratados de muitas páginas, desde que
expurgados das diferentes dislexias mentais que por aí abundam.
As
coisas que são verdadeiramente importantes estão “inventadas” há muito tempo e
não mudam por aí além.
Deste
modo a juventude, tem de ser preparada para a vida, de preferência dentro das
suas aptidões (a verdade da diferença contra a mentira da igualdade); segundo
as leis naturais; darem tempo ao tempo, sem embargo da troca de ideias; no
exercício do respeito mútuo e da hierarquia; no sentido em que a comunidade
deve ter um valor mais elevado que o individuo; com referências morais e éticas
elevadas e não no relativismo das mesmas; que se pode e deve chegar à ideia de
Deus, através da Fé e da Razão; na ideia da transcendência espiritual da vida e
não no materialismo da mesma e que os Direitos devem derivar dos Deveres
cumpridos e não estão garantidos à partida.
A
Liberdade não existe nem se desfruta na medida em que é decretada, mas na
tradução do que é possível.
É
um valor, em si, absoluto, mas a sua aplicação é relativa…
Poderia
continuar, mas creio já ter ilustrado o ponto.
É
neste contexto que apareceu o fenómeno da jovem Greta. O fenómeno é explicável
mas inadmissível.
A
moçoila, que não passa de uma fedelha mimada, doente, explorada, aparentemente
manipulada, infeliz e zangada, vocifera e invectiva tudo e todos. Com muitos
apoios por detrás.
Parte
dos filhos d’algo deste mundo (ocidental), acompanhados pela histeria de grande
parte dos “OCS”, de que somos servidos, genuflectem perante toda esta aberração.
O
nosso PR, por uma vez (vá-se lá saber como), resistiu à vertigem de que anda
constantemente possuído e não foi falar com a pequena, vítima de escravatura
infantil (ou será o quê?).
Nada
para admirar, é apenas o último exemplo de terem posto a sociedade (e as leis
naturais) às avessas.
Quanto
às propaladas alterações climáticas e ao alarido à sua volta, merecem uma análise
mais profunda.
A
coisa está longe de ser pacífica. E o que parece, às vezes, não é.
João
José Brandão Ferreira
Oficial
Piloto Aviador (Ref.)
quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
HISTÓRIAS DA
GUERRA DA RESTAURAÇÃO
ROMANCE HISTÓRICO
05/12/19
“Os lugares
mais obscuros do inferno estão reservados para aqueles que se mantêm neutrais
em tempos de crise moral”
Dante Alighieri
(A Incógnita do Homem)
Era
uma vez em Santo Aleixo.
Tinha
rebentado a guerra com Castela, então já Espanha, e lavrava a devastação nas
terras raianas.
Manuel
Alegria Destarte (que, segundo uns, teria sido o inspirador das églogas de
Rodrigues Lobo e segundo outros, também não) vilão, que começou por carregar a
lança a D. Álvaro Cunha Leve, neto de um aristocrata russo que tinha ficado por
Lisboa depois de ter perdido o navio em que viajava, quando fugia da guerra
civil que abalou Castela, ao tempo da Beltraneja, passando-se mais tarde, para
o campo do nobre Mário dos Ares e Re Pim Pim, da discreta Lusitana Casa (com
origens remotas no Oriente) que pelo seu republicanismo feroz apoiou a ditadura
de Cromwell, quando este mandou cortar a cabeça ao Rei Carlos I, e se opôs em
seguida ao casamento da infeliz princesa Catarina com o filho daquele, que veio
a reinar com o título de Carlos II.
O
dito Destarte, não gostando dos Braganças resolveu contactar o augusto
corruptor - mor de Filipe I – aquele que afirmou sobre Portugal “este reino
herdei - o, comprei - o e conquistei - o”, de sua graça Moura, Cristóvam de
Moura, em busca de apoios contra a ordem estabelecida, após a luminosa alvorada
do 1º de Dezembro de 1640.
Mobilizado
para uma praça ultramarina, a estratégica Fortaleza de Massangano, Destarte logo
tentou revoltar a guarnição, o que não conseguiu.
Para
lá confluíram as Justiças do Mordomo-Mor da nova Dinastia, um tal D. António de
Oliveira Sanlúcar, ainda aparentado aos Condes do Vimieiro, mas o vilão Manuel
conseguiu atravessar a fronteira a salto, acabando por se estabelecer na
povoação de Aracena, antiga comenda da Ordem do Templo, que ficou para Castela
aquando do Tratado de Alcanizes, celebrado no glorioso ano de 1297.
Passando então a ser conhecido
pelo “Manolo de los versos”.
De
lá passou a conspirar contra o seu Rei natural e como os apoios do traidor da
causa nacional, Cristovam de Moura não eram suficientes, estabeleceu contactos
com a Berberia, onde teve trato com o Bei de Argel a fim de implementar a
pirataria nas terras do Algarve de aquém e além-mar em África.
Estabeleceu
ainda uma rede de estações de sinais de fumo, baseada em atalaias nos pontos
mais altos que conduziam à fronteira para passarem mensagens para o lado de cá
da mesma e, outrossim, uma rede de correios que passariam dissimuladamente,
mensagens para o interior dos domínios da Terra de Santa Maria, que o oitavo Duque
da Casa Senhorial mais antiga do país, alçou a Rainha de Portugal, em 1646.
Deus seja louvado.
E
foi assim que nas ofensivas dos vizinhos que nos caíram em sorte, Santo Aleixo
foi atacada em 1641 e 1644 e em muitas outras alturas foi ameaçada.
Defenderam-se
bem e com garbo, os de Santo Aleixo e muitos verteram o seu sangue e viram a
sua fazenda destruída e pilhada pelas invasões de quem não queriam na sua
terra. E fizeram tudo isto resistindo ainda às insinuações torpes e metafisicas
vindas de Aracena através do fumo e dos mensageiros, em que prometiam loas e
benesses aos habitantes da margem esquerda do Guadiana se passassem para o lado
do inimigo, abandonando as espadas e as escopetas e desmoralizando-os com
notícias falsas, quando não a congratulação vil, pelas mortes dos combatentes
que cumpriam o seu dever de bons portugueses.
Foi
a paz finalmente restabelecida (veio ainda a ser quebrada muitas vezes depois e
nada garante que o não seja novamente) após 28 longos anos de lutas em quatro
continentes e outros tantos oceanos.
Uma paz que não foi lá grande
coisa e a Santa Sé ainda levou dois anos a reconhecê-la. Mas estavam todos
cansados da guerra… e tudo se esqueceu rapidamente.
Manolo
de los versos, de vilão passou a Dom e de versejador a erudito. Não se sabe se
alguma vez trabalhou na vida. Casou, teve filhos e foi muito galardoado. Consta
que viveu desconsolado por não ter sido mais reconhecido. Passeia-se muito e
chegou a ser vitoriado em Massangano.
Uns
anos mais tarde, por indicação de um monge cavaleiro pertencente a uma antiga e
nobre Ordem Militar, entretanto transviado nos seus ideais e juramentos, foi
Destarte indicado para falar sobre o significado do 1º de Dezembro (de 1640),
na praça central de Santo Aleixo! E que oração patriótica ele fez!
Mas já ninguém se recordava dos
sinais de fumo, nem das mensagens…
E
com romances e bolos (e muita falta de espinha e vergonha) se enganam os tolos.
Dante já ninguém te lê!
Ó
Tempora, Ó Mores!
João
José Brandão Ferreira
Oficial
Piloto Aviador (Ref.)
segunda-feira, 9 de dezembro de 2019
sexta-feira, 6 de dezembro de 2019
25 DE NOVEMBRO: UMA DATA FALHADA
25 DE NOVEMBRO: UMA DATA FALHADA
30/11/19
“Fomos descobrir o mundo em caravelas e regressámos
em traineiras.
A fanfarronice de uns, a incapacidade de outros e a irres-
ponsabilidade de todos, deu este resultado: o fim sem a
grandeza de uma grande aventura.
Metade de Portugal a ser o remorso da outra metade.”
Miguel
Torga (sobre a Descolonização).
Apareceram por aí
uns mistificadores a dizer que a data do 25 de Novembro (de 1975), não deve ser
comemorada. Quer dizer, lembrada.
Que não se devem
evocar datas (isto é, eventos) que dividem, apenas as que unem; que não deve
haver aproveitamentos políticos…
Quem assim fala
deve julgar que os portugueses têm uma massa encefálica do tamanho de um
testículo e este último não deve ultrapassar o perímetro de uma ervilha. Bebé.
Até o Presidente
da República resolveu convidar o General Ramalho Eanes para almoçar por ser “o
herói” da data – ou seria para evitar que ele fosse à cerimónia a que costuma
assistir no “Regimento de Comandos”?
Já agora podia ter
convidado também, o General Rocha Vieira e matava dois coelhos com uma
cajadada…
E considerar o
General Eanes “o” herói do evento é algo redutor, pois houve muitos “heróis”
nesse dia, grande parte dos quais nunca são evocados.
A talhe de foice
(salvo seja) quero dizer que as cerimónias deste ano não tiveram “grande
brilho” e foram pontuadas por alguns “pormenores” desagradáveis e evitáveis, o
mesmo acontecendo durante o Juramento de Bandeira de 41 praças da oitava
incorporação do Exército (das quais 24 se destinam a prosseguir a especialidade
“comando”). Cerimónia distinta daquela, mas que se lhe seguiu.
E faltando neste
momento cerca de 5.000 praças no Exército, não deixa de ser notável o reforço
conseguido…
A propósito, alguém
sabe dizer há quantas décadas um órgão de comunicação social não dá uma notícia
sobre um Juramento de Bandeira? Será uma coisa menor, sem qualquer interesse ou
significado?
Enfim é o estado
da arte e continuamos todos a assobiar para o lado (e não especifico o que vi e
não gostei, digamos, por pudor).
Mas voltemos ao 25
de Novembro.
O 25 de Novembro
(de 1975) é uma data histórica, porque a sua importância lhe confere relevância
histórica.
As datas
históricas devem ser estudadas, compreendidas e lembradas, sobretudo as mais
recentes pois estão vivas na memória e porque condicionaram e condicionam, o
nosso devir.
Para já não falar
naquilo que é necessário aprender com o que de bom e mau ocorreu e suas
consequências para o futuro. Não é para o passado.
As datas que são
consideradas as mais importantes podem passar até, a ser consideradas feriados
(municipais ou nacionais).
Ora o que se
passou por alturas do 25/11 foi um confronto político e social de cariz
violento, que poderia ter degenerado numa guerra civil. E não há pior guerra
que a “civil”.
Do confronto
havido resultaram “apenas” três mortos (militares), mas podia ter havido um
banho de sangue.
Aqueles que
estiveram do lado perdedor da contenda (e perderam assaz de pouco, aliás, não
sendo devidamente castigados), seus “descendentes” e alguns ingénuos úteis, não
querem agora, que se fale na data.
Imaginem, por um
momento apenas, que tinha sido ao contrário.
Alguém acredita
que se o resultado fosse o oposto, hoje não estaríamos (os sobreviventes) a
pular de contentes em cima das campas de centenas ou milhares de mortos e
incontáveis depredações?
Observem o que se
está a passar em Espanha com a inacreditável “Lei da Memória Histórica” onde se
tem subvertido tudo o que se passou aqui mesmo ao nosso lado, e tudo feito
pelas forças políticas que saíram derrotadas na hedionda guerra – civil entre
1936 e 1939, e que chegou ao ponto execrável e infamante da exumação e
transladação dos restos mortais do general que comandou as forças vencedoras.
Gesto que
desqualificou o actual regime espanhol, tanto em termos políticos, como sociais
e humanos.
Imaginem se acaso
um qualquer governo português em vez de oferecer os ossos de D. Pedro IV
(vencedor da guerra civil, entre 1828-1834), ao Brasil, os tivesse retirado da
tumba para os deitar ao mar…
Mas então não se
pode comemorar o 25/11, mas pode-se evocar o 31 de Janeiro (de 1891), por
exemplo?[1]
Fazer do 5 de
Outubro de 1910 (não o de 1143!) feriado nacional?
A revolta
republicana, manchada por um crime de sangue e baseada em violência gratuita,
feita por sociedades secretas, uniu o país? Ainda une?
Afinal o agora tão
odiado “Estado Novo” fez bem ou mal em nunca ter feito da data de 28 de Maio
(de 1926), feriado nacional? E à medida que se institucionalizou ter deixado
esmorecer as “comemorações”?
Não chega já terem
destruído o ensino da História e encher os manuais escolares de mentiras e
enquadramentos surrealistas?
E vamos lá
directos à questão primordial: o próprio 25 de Abril é uma data consensual?
Deixem-me rir.
Um golpe preparado
em cima do joelho, que nem sequer reparou que havia um dia seguinte; que nunca
cumpriu nada do manifesto com que se apresentou à Nação; cujos autores perderam
o controlo dos acontecimentos no próprio dia do golpe; que destruiu num fósforo
a coesão das Forças Armadas, que tinham 130.000 homens em pé de guerra, a
combater uma guerra de guerrilha em três frentes (fora o resto); que deixou a
rua tomar conta do Poder; que passou a fazer uma quantidade de coisas que
afirmava condenar no regime então deposto; que provocou o maior desastre e a
derrota mais vergonhosa e humilhante em toda a História de Portugal; que fez
com que no espaço de pouco mais de um ano a Nação dos Portugueses se visse
amputada de 95% do seu território e 60% da sua população de uma forma infame e
traumática, deixando sementes de destruição que resultaram em guerras civis por
décadas em quase todos os territórios que abandonámos à turbamulta comunista,
anarquista e tribalista, de que resultaram mais de dois milhões de mortos e
desgraça generalizada que dura até aos dias de hoje, uma data desta pode ser
considerada consensual? Digna? Justa? Um exemplo?
O que aconteceu
foi apenas causado “por excessos que sempre ocorrem em períodos
revolucionários” como uma cáfila de desavergonhados por aí zurram, desculpando
a coisa?
E agora aqueles
ainda vivos, e seus descendentes ideológicos, que têm gravosas culpas em tudo o
que se passou, querem branquear, censurar, quiçá proibir, que se comemore as
acções daqueles que mesmo depois do maior mal já estar feito, conseguiram
colocar um “alto ao saque”?
Ora vão todos
abaixo de Braga!
O 25 de Abril é
que une e não divide?
Então faz-se um
Golpe de Estado (presumo que não era para ser uma revolução…), para depois
deixar cair o País na anarquia, entregá-lo à escória, aos traidores, aos loucos
e tarados; à mole de frustrados, oportunistas ou simples delinquentes, que
destruíram o tecido produtivo e as finanças; desbarataram o que tinha sido
amealhado durante décadas; escavacaram a ordem política, social e até
psicológica; prenderam e exilaram milhares de compatriotas e puseram o país
virado do avesso, à beira de uma guerra civil, no Continente e Ilhas, e os
trogloditas que contribuíram largamente para este descalabro, próprio de uma
cultura canibal, não querem que se lhes atribua responsabilidades e que as
novas gerações disso se apercebam?
E ainda temos de
ouvir, hoje em dia, ouvir tecer loas despudoradas, nas pantalhas das
televisões, de que somos servidos, quando morre um drogado qualquer que se
distinguiu nas cantorias de intervenção e outras “artes” antifascistas, ou uma
nulidade de pensamento cujo critério mais destacado foi a sua “coerência”? No
erro!
Para já não falar
nos grandes lutadores da “Liberdade”. Da Liberdade?
Onde? Em Cuba? Na
China? Na União Soviética? Na Coreia do Norte? Na Albânia?
Talvez no Camboja
do Pol Pot…
Devo continuar?
Por isso essa
patranha dos consensos (neste âmbito) não existe, não existirá, nem deve
existir.
Tem é de haver
rupturas, separação de águas, julgamentos não só da História, mas em tribunais,
combate ideológico, etc.. Coisas bem arrumadas.
Foi isto que o 25
de Novembro não soube fazer. Por isso foi uma data falhada.
E com a emergência
serôdia, desta “geringonça” mal-amanhada e espúria, estamos a voltar ao 24 de
Novembro.
Convém não andar
distraído.
João José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador (Ref.)
[1]
O 31 de Janeiro é considerado por muitos até, o “Dia do Sargento”, quando foi
precisamente um sargento que denunciou a revolta às autoridades…
quinta-feira, 5 de dezembro de 2019
domingo, 1 de dezembro de 2019
Bandeira Nacional a servir de alcatifa !!!
Este assunto continua a correr na net, mas já tem uns anos.
Creio que o hotel "obrigou-se" a retirar a coisa.
Mas deve ser recordado pela infâmia e desnorte, a que descemos.
Nem a propósito, hoje é 1 de Dezembro...
The Red Baron
The Red Baron
Wish they had sound back then....
The following is a very rare piece of film, 100 years old. It shows Baron Von Richthofen, doing an external prior to a mission, as well as his putting on a flying suit prior to flight in cold weather.  If you look close you will notice Hermann Goering.
The Baron was shot down on 21 April 1918 by Roy Brown of the Royal Navy Air Services, a prelude of the R.A.F.. The Aussies also claim that one of their machine gunners on the ground shot the Baron down. UK & Aussie Doctors, after the autopsy stated that the fatal bullet was shot from above.Â
The author of this has been very involved as a Director of the Roy Brown Museum in Carleton Place, the home town of Roy. Many letters have been written over the past 3-4 years and finally Roy Brown was inducted into Canada's Aviation Hall of Fame on 4 June 2015.
And to think this film is almost 100 years old!Â
If you are interested in history or aviation, you cannot miss this footage. It was just posted on line, and I've never seen anything like it. It's from 1917, and it's an up-close and personal look at the most legendary combat pilot who ever lived, the infamous Red Baron, Manfred von Richthofen. Watch the extremely rare, extremely old footage and re-live history. ULTRA-RARE footage of the most famous fighter pilot ever.
Simplesmente a verdade!
Nunca pensei ouvir estas palavras de um homem russo…que coragem !É bom saber sobre estas mudanças… nomeadamente da parte de quem com elas viveu.
terça-feira, 26 de novembro de 2019
Salomão e o matrimónio gay
Majestade, esses dois homens requerem vossa autorização para unirem-se em matrimônio.
Matrimônio? Aquele consórcio derivado do vocábulo que os romanos inventarão no futuro para referir-se à mãe?
Não sei, Majestade. Vossa Alteza é que sois o sábio aqui.
Certo, certo. Hum. Não ficariam satisfeitos apenas com um documento reconhecendo sua união civil?
Não, Majestade. Eles querem um matrimônio; e que seja realizado no templo.
Entendo. Fazei o seguinte: ponde-os juntos em cativeiro, se eles conseguirem se reproduzir, libertai-os e deferi a petição.
Sim, Majestade.
segunda-feira, 18 de novembro de 2019
O PIÃO MILITAR DAS
NICAS DA MADEIRA
17/11/2019
“Todas as coisas por força imortal
De
perto ou de longe
Secretamente
Umas
as outras estão ligadas.
Assim,
não podes tocar uma flor
Sem
perturbar uma estrela.”
Francis
Thompson
Para
uma cabal compreensão do que levou à demissão inglória do último Comandante
Operacional da Madeira, Major General Carlos Perestrelo, filho de um
considerado oficial piloto da “velha guarda” da Força Aérea, temos que recuar
mais de dois anos.
Nessa
altura o Chefe de Estado-Maior da Armada foi de parecer que o Comandante
Operacional da Madeira, cujo lugar era cativo do Exército, passasse a ser
rotativo pelos Ramos.
O
assunto foi levado a Conselho de Chefes Militares e chumbado por votação contra
do Exército e do então CEMGFA (também do Exército), que goza de voto de
qualidade.
De
facto a legislação existente, DL 184/2014 de 29 de Dezembro (Lei Orgânica do
EMGFA), nomeadamente o seu artigo 53, prevê que as Forças Armadas na Região
Autónoma da Madeira se articulam da seguinte maneira:
O
Comandante Operacional da Madeira (COM), (um oficial general de duas estrelas)
que depende directamente do CEMGFA, acumulando o cargo de Comandante da Zona
Militar da Madeira (ZMM) (cargo de um oficial general de uma estrela) e a esse
título dependendo directamente do Comandante Operacional das Forças Terrestres
que por sua vez depende do Chefe de Estado – Maior do Exército (CEME).
O
sistema de forças militar existente no Arquipélago é quase simbólico (como de
resto em todo o território nacional): A Marinha tem uma Zona Marítima cujo
Comandante (um Capitão de Mar e Guerra) acumula com a função de Capitão de
Porto (que por sua vez superintende no porto de Porto Santo), com uma lancha de
fiscalização e pessoal da Polícia Marítima e ainda um patrulha (pequeno) num
total de cerca de 130 elementos (destacam para as Selvagens dois elementos em
permanência); a Força Aérea tem o Aeródromo de Manobra nº 3, em Porto Santo,
com um pequeno módulo de comando e dois destacamentos (nem sempre) permanentes
respectivamente das Esquadras 502 e 751 da Base Aérea Nº 6 (Montijo), com um
C-295 (avião de transporte táctico) e um EH101 (helicóptero para busca e
salvamento e transporte táctico). Possui ainda a Estação de Radar Nº 4, somando
tudo cerca de 70 militares e civis.
As
forças do Exército, para além do Comando da Zona Militar são constituídas por
um Regimento de Guarnição no Funchal totalizando cerca de 600 homens. Este
regimento tem o encargo operacional de aprontar um Batalhão de Infantaria e uma
Bataria de Artilharia.
O
Comandante Operacional da Madeira não comanda directamente qualquer força, a
não ser quando lhe são atribuídas, nomeadamente para exercícios, o que acontece
por norma, duas vezes por ano aquando do exercício de nome “Zarco” onde
participam os três Ramos (e normalmente só lhe atribuem forças terrestres).
Tirando
isso o COM tem sobretudo funções de Protocolo e Relações Públicas e de
articulação com os órgãos regionais da tão decantada Autonomia.
Ou
seja, a maior parte do tempo e trabalho do COM será passado como Comandante da
Zona Militar, de onde aliás, recebia todo o apoio logístico necessário às suas
funções “bicéfalas”.
Aqui
deve abrir-se um parêntesis para lembrar que a Madeira é uma espécie de “aldeia
grande”, com vários grupos sociais e políticos que têm as suas divergências e
conflitos de interesses, ideológicos ou de “feitio”, e por vezes se digladiam
com mais ou menos acinte.
O
Comandante Operacional deve pois, usar de grande prudência não só nas suas
relações institucionais, como na sua vida social, garantindo uma independência
e neutralidade relacional, o mais equilibrada possível.
E
mesmo assim será difícil ficar imune a alguma intriga.
Ora,
entretanto, mudou o CEMGFA, sendo o cargo ocupado pelo anterior Chefe de Estado
– Maior da Armada.
A
legislação relativamente ao cargo de COM tinha o carácter de “transitória” e
especificava que se poderia alterar a regra de ser exclusivo do Exército caso
houvesse uma mudança no dispositivo que o justificasse.[2]
Supostamente
para este efeito obteve-se, por Despacho do Secretário de Estado Dr.
Perestrello - ainda na gestão do Ministro que confessou não saber o que era um
paiol, e estava ausente - em que se acrescentava ao dispositivo um navio
hidrográfico. Está datado de 10 de Agosto de 2018.
Porém
a proposta efectuada acrescentava em género de nota, que a situação seria em
“reforço sazonal”, o que contrariava o Decreto-Lei, que obriga a uma mudança de
dispositivo “com carácter permanente”.
Deixa-se
ainda á consideração dos leitores se um navio hidrográfico, que tem de
guarnição cerca de 20 homens e não é capaz de disparar um tiro, pode ser
considerado uma mudança no dispositivo. Se é que era essa a intenção.
De
seguida houve outro Conselho de Chefes Militares (CEM) que votou agora
favoravelmente, apenas com o voto contra do actual CEME – que o cargo de COM,
passaria a rodar pelos Ramos. O que obrigaria a nomear um outro oficial general
para a ZMM, quando o COM não fosse do Exército.
Cabe
aqui ainda referir que existe ainda um outro argumento para tornar o cargo
rotativo que tem a ver com o facto de um oficial de patente superior não dever
exercer funções de posto inferior.
Convimos
em que o argumento tem alguma justificação embora não seja de todo impeditivo
(por uma questão deontológica), já que o cargo é exercido em acumulação de
funções sendo que a função principal corresponde ao posto de duas estrelas.
Não
havendo acumulação as Forças Armadas, no seu conjunto, “ganham” um lugar de
oficial general, devendo notar-se que a Força Aérea não dispõe de uma “Zona
Aérea”, podendo colocar-se a questão, então, se a Zona Militar e a Zona
Marítima se justificam, ou se a FA não deve ter também uma Zona Aérea...
Não vou agora discutir se o cargo
deve ser rotativo ou não. Quem de direito que o faça e se entenda. Não o faço
também, não por não ser importante, mas porque não é fundamental ao objecto
deste escrito. Mas creio que tanto uma decisão destas, como de mudança de
dispositivo ganhava em ser analisada em Conselho Superior de Defesa Nacional.
E convém ter sempre em mente que
as Missões, Dispositivo e Sistema de Forças, derivam do que está especificado
no Conceito Estratégico Militar.
Estando
o caso neste pé e apesar de não ter havido qualquer alteração na Lei, talvez
porque ela própria se considerava “transitória”, planeou-se a substituição do
Major General Perestrelo, por um Contra Almirante, para o dia 4 de Novembro,
data em que aquele oficial atingia o limite de idade para passar à reserva.
Por
razão de agenda e necessidades pessoais, a cerimónia de transmissão de comando
foi marcada para 19 de Novembro, estando previsto que a mesma fosse presidida
pelo actual Almirante CEMGFA.
Porém,
a 24 de Outubro último, caiu como uma bomba a notícia de exoneração do COM e a
sua substituição imediata pelo Almirante Dores Aresta, que tomou posse em
Lisboa e seguiu de imediato, para o Funchal, regressando logo de seguida.
Tal
foi acompanhado por dois oficiais enviados para procederem a averiguações e a
prepararem a ida do novo COM.
O
que terá levado a que tal sucedesse?
No
dia 23 de Outubro foi publicado no Diário de Notícias da Madeira – órgão
conotado com a oposição política ao Governo Regional – um artigo do Subdirector
Roberto Ferreira (que chegou a ser assessor de imprensa do Ministro dos
Negócios Estrangeiros entre 1998 e 2002) em que dava conta de que tinha havido
participação de militares num torneio de golf no Santo da Serra onde se teria disparado
um tiro de canhão de pólvora seca, por um civil.[3]
Por coincidência decorria a
semana em que se comemorava o “Dia do Exército”.
O
artigo foi replicado em Jornais do Continente, passando a correr na “net” um
vídeo documentando o ocorrido.
Tal
facto fez, pelo que se percebeu pelas notícias vindas a público, espoletar a
demissão do Major General Perestrelo alegando, uma nota oficial do EMGFA, que o
que se passara não era do seu conhecimento, condenando implicitamente tal
procedimento.
Na
sequência o CEME demitiu o oficial de Comandante da ZMM, após alguma
relutância.
O
COM é apanhado, aparentemente, de surpresa e fica estupefacto.
O
Governo Regional elogia publicamente a postura e o desempenho do Major General
Perestrelo, no que é acompanhado por outras entidades.
No
dia 5 de Novembro, um dia depois de ter passado à situação de reserva, o
deposto COM emite um comunicado (não usual) em que se defende, elogiando o seu
trabalho, mostrando estranheza pelo acontecido, afirmando que tudo fez com
conhecimento do Comando do Exército e pedindo apoio para a nova equipa.
Não
houve reações oficiais, para já, a tal comunicado.
O
Major General regressa ao Continente no dia 18 de Novembro.
Este
desenrolar de eventos levanta uma série de questões que não têm resposta fácil.
Em
primeiro lugar, após longo período preparatório para se alterar o “status quo”
existente no Comando das Forças Armadas na Madeira – como acima relatado –
parecia que tudo estava concatenado para que a saída do então COM (que tinha
tomado posse a 27 de Maio de 2017) e a sua substituição se processasse do modo
mais normal possível.
Ora
algo de grave teria que se ter passado para que a 12 dias do COM passar à
reserva – oficial com uma boa folha de serviço e sob quem nunca pesou qualquer
atitude menos própria – e a 19 dias da cerimónia de transmissão de comando, se
tenha alterado tudo isto!
O
que veio a público revela que a causa determinante do “despedimento” foi a
notícia saída no Diário de Notícias da Madeira. Mas seria que o relatado em tal
notícia era suficientemente grave para justificar este pequeno terramoto?
Vejamos:
os factos referiam-se a 6 de Outubro de 2018 (um ano atrás); o obus disparado
era uma peça de museu; o disparo foi perfeitamente enquadrado (o cartucho de
pólvora seca custa 40 euros…); o evento foi realizado numa perspectiva de
divulgação da imagem do Exército no âmbito do recrutamento de voluntários –
cuja maior responsabilidade é política e que até hoje tem sido descartada
sumariamente para cima dos Ramos (!) - o que justifica a presença dos escassos
meios militares. E também ao que se lê no comunicado do ex- COM, integrado no
“Programa Dom Afonso Henriques” que visa promover as actividades de natureza
cultural, recreativa e desportiva.
A
não ser assim, como se pode justificar as recriações de feiras, torneios,
batalhas, cercos e outros eventos de carácter militar de antanho que se fazem
um pouco por todo o lado e onde por vezes colaboram os Ramos das FA e a GNR? O
navio “Creoula, da Armada, não “passeia” jovens? A Força Aérea não faz
baptismos de voo a civis?
E
se tal actividade foi autorizada pelo Comando do Exército como se pode entender
que o COM seja o único visado? Ninguém assume responsabilidades?
Fala-se
que existe um ou mais processos de averiguações a decorrer. Mas então pune-se
um oficial general (ou a demissão pública de uma alta função não é de “per si”,
uma punição?), sem se saber o resultado do (s) mesmo (s)?
Ademais
– e nem a propósito – lê-se no último número da Revista da Armada, a páginas 32
– uma notícia sobre a deslocação a França de uma equipa de golfe dos três Ramos
das Forças Armadas, ao “7th European Military Championship Golf France 2019”,
sob a égide do International Military Sports Council (CISM) onde participaram
sete militares no activo (três da Marinha, dois do Exército e dois da Força
Aérea). Será que vão ser punidos?
E
tentar justificar-se a demissão do COM, por causa do que se passou com os
paióis de Tancos (como por aí apareceu escrito) por uma questão de imagem junto
da opinião pública, parece-nos ser um bocado como confundir a beira da estrada
com a estrada da Beira…
Finalmente
invocar que o COM não informou o CEMGFA também nos parece forçado, não só por
se tratar de uma minúcia (no âmbito da actividade geral) como ser estranho que
um Major General não tenha competência para determinar uma acção como a
descrita. A ser assim, tem autoridade para quê?
Por
isso estamos convencidos de que o que se passou nada tem a ver com o
relatado.
Todavia não deixa de ser pertinente saber
porque é que saiu a notícia de um evento passado há um ano num jornal diário -
que raio de actualidade é que transmite? E se tal saiu da cabeça do autor da
notícia, ou teve um ou mais inspiradores.
E
seria o Major General Perestrelo vítima de alguma intriga de ilhéus? Com
eventuais ligações ao Continente?
Atentemos
noutros factos.
São
conhecidos do anterior tomadas de posição de políticos ligados ao Governo
Regional – até estas eleições, dominadas exclusivamente pelo PSD – em que se mostram
contra a existência de mais do que um oficial general nas antigas “ilhas
adjacentes”.
Sabe-se
ainda de um conflito havido há uns anos entre o então Presidente do Governo
Regional e o Capitão do Porto do Funchal – em que de resto este último tinha razão
– e o menor apreço que desde então, tal político devotou à Armada, e sabe-se
que nos primeiros dias do mês de Outubro, as autoridades madeirenses,
seguramente após saberem da alteração projectada, fizeram saber para Lisboa o
desconforto que sentiam pelo “reforço do comando militar”, que possivelmente
encaram como “mais uma inadmissível ingerência da República na Autonomia
Regional”…
Ora
as questões de Segurança e Defesa Nacional ultrapassam o âmbito autonómico
regional, por se tratarem até, de questões de soberania. E se algo existe no
estatuto autonómico, que possa levar a alguma dúvida neste âmbito, tal deve ser
extirpada, ontem!
Ora,
no âmbito tratado, nada existe que possa melindrar eventuais sensibilidades
locais, tratando-se apenas de visões diferentes que os ramos das FA têm no
encarar este problema.
Sem
embargo de se dever tratar todos estes assuntos com prudência política e bom
senso no relacionamento institucional.
Porém
a intervenção madeirense através de canais políticos, deve ter feito soar
algumas campainhas de alarme no sentido de poder torpedear a planeada substituição
de um oficial do Exército por um da Marinha e, por essa via, ter de ser nomeado
mais um general de uma estrela do Exército para Comandante da ZMM.
Daí
ter que se arranjar um pretexto para se retirar rapidamente o COM e
substitui-lo por outro, ter de ser encarado como verosímil.
Passava
a ser um facto consumado.
Daí,
ainda, a rapidez de toda a actuação, o que levou inclusive a que o Conselho de
Chefes necessário para a exoneração do COM, não se tenha realizado (a não ser
eventualmente por telefone), apesar de ser obrigatório e venha referido no
despacho do Ministro da Defesa de 23 de Outubro que exonera “de jure” o
referido oficial. [4]
A
hipótese aventada ainda é reforçada pelo artigo intitulado “A Tancareira” da
autoria do Dr. Alberto João Jardim, e publicado no Jornal da Madeira, de 11 de
Novembro (e não no Diário de Notícias da Madeira...).
Nele
se critica a solução proposta (o mesmo já tinha acontecido em artigo publicado
em Fevereiro de 2018), se faz alusões a “interferências de sociedades secretas”
– talvez a PGR nos possa vir a elucidar sobre isto - e se fala a desproposito
em “colonialismo” de Lisboa. Como é, aliás, seu (mau) hábito.
Convinha
que os militares não se deixassem enredar em rodriguismos políticos nem em
deixarem-se cair em comportamentos “autofágicos”, que só têm ajudado a levar a
Instituição Militar para a desgraçada realidade em que se encontra.
Para
azar do Major General Carlos Perestrelo estava (por um triz) no lugar errado,
na altura errada e estando na posição da estrela, foi derrubado por uma flor,
como diria o Thompson.
Mas
parece-me, e espero que não me pareça só a mim, que não se deve sujeitar (?),
sacrificar (?), humilhar (?) um oficial digno com 40 anos de serviço, a meia
dúzia de dias de passar à reserva por causa de uma situação à qual,
supostamente, é alheio.
Na
vida não pode valer tudo.
João
José Brandão Ferreira
Oficial
Piloto Aviador (Ref.)
[1] O
Comandante da Zona Marítima depende ainda do CEMA na sua qualidade de
Autoridade Marítima…
[2]
DL 184/2014 de 29 de Dezembro, Artº 53-3: 3. A
acumulação das funções de Comandante Operacional da Madeira com as de
Comandante da Zona Militar da Madeira, prevista pelo artigo 37 do DL nº
234/2009, de 15 de Setembro, cessa com a nomeação do Comandante Operacional da
Madeira, nos termos da lei, após a alteração com carácter permanente, da tipologia
de forças atribuídas.”
[3] Deve
dizer-se que foi sempre “tradição” na Madeira, haver uma relação “aberta” entre
a imprensa e as autoridades militares para esclarecimento de questões ou
notícias sensíveis.
[4]
Conforme previsto na Lei nº
6/2014 de 1 de Setembro, Artº 24: 4. Compete ao MDN sob proposta do CEMGFA,
ouvido o conselho de chefes militares, nomear e exonerar os titulares dos
cargos seguintes da estrutura do EMGFA: b) Comandantes dos Comandos dos Açores
e da Madeira.