O PAÍS E AS
MENSAGENS DE NATAL E ANO NOVO…
1/1/18
“Na maioria das sociedades actuais falta
geralmente
aos homens públicos, o valor
não só para praticarem o Bem, mas, até,
para
praticar fracamente o mal”.
Alexandre Herculano
(História de
Portugal, Tomo 1, p.10,
Bertrand, Lisboa, 1980-82.)
“Santa Catarina de Siena em
diálogo com Deus (“O Livro”),
a pensar nos inocentes pede a Deus misericórdia para
aquelas cidades (Sodoma e Gomorra).
Deus respondeu-lhe: ”Se houvessem dez justos na cidade,
ela não seria destruída”!
É tradição nesta
quadra de Natal e Ano Novo, o Cardeal Patriarca de Lisboa, o Chefe do Governo e
o Presidente da República, falarem ao país.
O Cardeal
Patriarca fala na véspera natalícia; o PM, no próprio dia de Natal e o
inquilino de Belém, arenga no primeiro dia do ano.
Seria uma boa
prática não fôra duas coisas: a primeira sendo, que já não se consegue ouvir e
aturar os políticos, nomeadamente os dois mencionados, já que nos massacram
diariamente com a sua fala e a sua presença.
Tais figuras só
são batidas pela dos treinadores e dirigentes do Futebol e actividades afins,
que em boa hora deviam ser degredados para as Selvagens, ou enxotados como
refugiados para a Alemanha. Estou certo que a Senhora Merkel, na sua infinita
filantropia, os iria receber de braços abertos e depois até lhes pagava uns
milhares de euros para eles emigrarem para um outro sítio qualquer!
E, em tudo isto,
a comunicação social e o negócio que a sustenta, têm muitas culpas no cartório.
Existe, aliás,
um excesso de órgãos de comunicação social, que está hipertrofiada e nos inunda
com toneladas de dejectos informativos, ao passo que censuram pertinências e
pedagogia.
Mas voltemos ao
assunto, está o Cardeal Patriarca fora do aludido, pois fala pouco e fala bem,
apesar de raramente sair do “política e religiosamente correcto”.
Mas tal,
representará, talvez, a consequência do cerco pouco amistoso, em que a Igreja
Católica está posta que, a prosseguir, a irá fazer regressar às catacumbas
romanas.
Consequência
também, da falta de combatividade, que caminha para uma situação de
acobardamento por parte da generalidade da hierarquia e, por arrastamento, do
seu “rebanho”.
Um grupinho
intitulado “Associação República e Laicidade” veio até, protestar contra o
direito do Cardeal falar, alegando que vivemos num Estado laico. Pois é
grupinho, o Estado é laico, mas a Nação não é…
E creio que
devemos fixar isto: do mesmo modo que a intolerância não deve ser arma dos
fortes, a tolerância não pode constituir o refúgio dos fracos…
*****
A segunda razão
pela qual estes momentos televisivos perderam qualquer acuidade e valor, é pela
vacuidade do discurso. Bastava desejarem apenas, Bom Natal e bom ano novo e
desculpem qualquer coisinha e estava o assunto arrumado.
E poupavam-nos
também ao regabofe das apreciações de todos aos dizeres uns dos outros…
Mas não só pela
vacuidade, mas também por algum desacerto e omissões, das mensagens expendidas.
Dos problemas
sérios que se colocam à Nação Portuguesa (termo liminarmente eliminado do
vocabulário político) e ao seu esfrangalhado Estado – cuja única competência
presente e reconhecida, é a de cobrar impostos – nem uma palavra.
Deve ser para
tentar dar Esperança…
Quanto a aqueles
(os problemas), podem ser resumidos em duas grandes áreas: a do “Poder” real,
factor primordial em que se baseiam as relações internacionais e o bem – estar
da população e que está directamente relacionado com o “Potencial Estratégico”
do País e a sua situação Geopolítica (onde há que ter em especial atenção as
ameaças); e a circunstância do “Relativismo Moral” e da perda e degradação dos
“Princípios” Morais e Éticos em que a sociedade portuguesa está mergulhada.
Não vamos
abordar os primeiros, para nos cingirmos aos segundos, que são primordiais e
condicionam todos os restantes.
Mas sobre isto,
repito, nem uma palavra se ouviu nas comunicações referidas.
Como, de resto,
não existe qualquer abordagem neste âmbito, por qualquer força politica,
comentadores, organismos, instituições.
Zero.
É um não
assunto.
Ou seja é o
assunto principal.
De facto todo o
mundo fala de problemas políticos, sociais, económicos, financeiros, até de
segurança, etc..
Mas ninguém fala
(peço desculpa se cometo alguma injustiça) em problemas morais e éticos. Porque
será?
Queima as mãos a
toda a gente? Ninguém quer ser apodado de moralista? Os telhados de vidro são
assim tantos? Andam distraídos? Têm medo? Acham que não tem importância? Que
mais?
Pois é, meus
caros, a falta de ética e moral espalhou-se como uma mancha de óleo e afecta
tudo e todos…
Basta estar
minimamente atento ao dilúvio de notícias (e também de desinformação): não há
um santo dia em que não venham a lume várias barbaridades; poucas vergonhas; má
criação; crimes vários; corrupção em paletes (isto da corrupção está a ficar
endémico e perverte tudo!), etc..
Deixou de haver
áreas da sociedade imunes a este flagelo que se propaga à velocidade dos vírus…
E isto apesar
dos tribunais estarem entupidos com casos incríveis; as prisões a abarrotar,
apesar das leis estarem feitas para protegerem quem se porta mal e o ambiente
geral ser perigosamente permissivo.
Ora é este
problema crucial (Moral e Ético), que origina o problema político (vidê agora
essa escabrosa tentativa bandoleira de alteração da lei do financiamento dos
Partidos – que são, aliás, o cancro do Regime…), que por sua vez origina
os problemas financeiros, os quais, por sua vez, geram os problemas económicos,
tudo resultando, no final num problema social.
Ora não se
atacando as raízes do mal jamais se poderá emendar o que está a montante.
Combata-se ainda
a “ideologia” – que nunca resolveu nenhum problema – e a ganância – que
inventou o juro, que levou à usura – e implemente-se os 10 Mandamentos (que
diabo, são só 10), suficientes para harmonizar a sociedade.
Finalmente,
contrate-se uma dúzia de juristas competentes (e dos que tenham moral e ética),
a fim de darem forma legal à maioria dos ditados populares, que representam
sínteses de conhecimento sensato e real, caldeado por séculos, quiçá, milénios.
E chega.
Só é preciso
garantir no Poder uma mão cheia de abencerragens honestos, competentes e
corajosos, para tal implementar.
A questão é
saber - e deve partir-se do princípio que Deus está atento - se ainda restam
dez justos na cidade.
João José Brandão
Ferreira
Oficial Piloto Aviador
Mas, a Europa (UE) possui algum projecto que não seja o autoflagelo pela esterilidade, pela divida e pela entrega incondicional de tudo a todos os seus inimigos?
ResponderEliminarAntónio Silva