SALAZAR TENTOU OCULTAR O TERRAMOTO DE 1755?
30/11/17
“Quosque tandem ó
Catilina abutere patientia nostra?”
Citação Latina[1]
Notícia de última hora, divulgada pela
agência Lusa, dá conta que o historiador (?!) Fernando Rosas terá descoberto um
documento na Torre do Tombo – com sinais evidentes de ter sido submerso em água
e lama – que mostra claramente como o “ditador” António de Oliveira Salazar
quis ocultar ao oprimido povo português, o número de mortes e destruição
ocorridos no fatídico abalo sísmico de 1 de Novembro de 1755.
Faz agora 262 anos! (por acaso também faz
agora 42 que ocorreu o 25 de Novembro – de 1975…).
Logo que soube
desta notícia a fogosa Catarina, do Bloco Canhoto, veio perorar sobre a
miserável censura do “Estado Novo” e que a célebre frase – convenientemente
atribuída a Pombal, mas na realidade proferida pelo Marquês de Alorna –
“sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”, devia ser reescrita
para “há que desenterrar os mortos, abrir os portos e pôr os vivos a bife com
batatas fritas, a fim de escancarar toda a tragédia (talvez assim o BCE pudesse
ir na treta de reavaliar o pagamento da dívida…)!
Mas o "PêCê", pela boca do seu
maestro Jerónimo veio, prestes, contrapôr que a ideia era sua e o que é preciso
fazer é aumentar o salário mínimo para todos os mortos e vivos desde aquela
funesta data, para 600 cruzados, digo euros!
O PR questionado
sobre o assunto respondeu que só falava quando lhe chegasse às mãos tão
precioso documento; se houvesse democracia sabia-se tudo e que, provavelmente,
se tinha conseguido salvar o papiro dos incêndios havidos nessa altura, por a
Protecção Civil funcionar melhor que em Pedrógão Grande.
Estava, também, pronto a condecorar em
estátua, o bombeiro voluntário que salvou o documento, no próxima 10 de Junho e
a tirar uma “selfie” com ele, a título póstumo.
Quando soube disto a Fundação Aristides Sousa
Mendes, emitiu um comunicado dizendo que os bombeiros, na época, eram
maioritariamente de origem judaica, pelo que foram, certamente escondidos e
protegidos, pelos antepassados do grande cônsul de Bordéus, também ele
perseguido e exautorado pela negregada figura nascida naquela obscura aldeia do
Vimieiro.
Requeria ainda,
que a condecoração e a “selfie”, fossem depositadas no recém - inaugurado (e
logo fechado) museu de Vilar Formoso.
O porta – voz do
Conselho de Ministros referiu que o tal documento do Rosas tinha sido salvo “in
extremis”, das caves da residência oficial de S. Bento, justamente por causa
das cheias de 1967, em que, como se sabe – apesar de ter vindo tudo
escarrapachado nos jornais, rádios e televisão – o governo de então tentou
ocultar, da população, a tragédia causada pelas inundações, o que hoje
obviamente não ocorreria (nem a ocultação, tão pouco as inundações!)
Lembra ainda (o tal porta-voz), que além do
documento, a Senhora Maria, Governanta à altura, ainda conseguiu pôr a salvo as
galinhas poedeiras que forneciam os ovos frescos para a mesa do “Senhor
Professor” (o homem era mesmo um provinciano, quem se lembraria de ter um
galinheiro nos jardins da residência oficial do PM – ria-se com vontade o porta
– voz).
Na sequência o programa sexta às nove
resolveu fazer uma investigação e promoveu uma sessão espirita/mediúnica, junto
a um local onde reza a tradição, se abriu uma vala comum para enterrar os
mortos do terramoto seguido de maremoto – consta ainda no tal documento do
impoluto Rosas, que nas cheias de 1967, também se abriram valas comuns, mas
agora para evitar que os mortos fossem enterrados nos cemitérios e, desse modo,
o povo se desse conta do seu elevado número!
Desta feita a equipa do programa parece ter
conseguido entrar em contacto com uma das almas penadas que ocorreu à chamada e
que era nada mais, nada menos, que um estudante do antigo Colégio de S. Antão –
hoje Hospital de S. José – que contou que os estudantes de então, se
organizaram (contra a vontade dos mestres, vejam só!) para ajudar no socorro e
na reconstrução da cidade.
Referiu ainda, como a visão da catástrofe o
influenciou na tomada de consciência cívica e política – uma verdadeira pancada
na testa, confessou – e como tal o fez ver as atrocidades do Absolutismo e a
escuridão em que viviam, o que os levou, mais tarde, a ajudarem o Sebastião
José a expulsar os Jesuítas!
O Presidente da Câmara de Lisboa, Fernando
Medina, veio a terreiro dizer que as forças de repressão, capitaneadas pelo
esbirro Pina Manique, tinham andado a esconder os cadáveres e a açoitar os
desgraçados que recolhiam os haveres alheios, numa tentativa desesperada de
sobrevivência, acusando-os de serem ladrões; e que um investigador camarário
tinha encontrado, nos recônditos da edilidade, uma denúncia em que já se
mencionava terem sido aqueles que hoje se designam por comunidade “LGBT, etc.,
os mais perseguidos…
E prometeu, alto
e bom som, que mesmo antes de construir uma verdadeira “Kasbah”, Mouraria
acima, ia apresentar uma proposta na próxima reunião da Assembleia Municipal,
no sentido da estátua do colonialista Afonso de Albuquerque, sita na Praça do
Império – de vergonhosa memória – seja substituída pela expressão, em bronze,
da “fúria e solidariedade estudantil”.
Á praça seria agora, dado o nome de “Mártires
das cheias e oprimidos dos terramotos”!
Para comemorar a mudança será organizado um
ágape na Basílica da Estrela – agora que o Panteão Nacional foi vedado a esses
eventos – cheia de passadeiras pintadas com os símbolos da Bandeira Nacional,
inspirado na decoração de um hotel de luxo recentemente inaugurado na Invicta e
a bem do turismo. Patriótico, já se vê!
A “Comichão para a Igualdade de Género” veio,
de pronto, a terreiro e de dedo em riste, lembrar que o número de mortos nas
cheias e terramotos deve ser rigorosamente igual: ou seja, não pode haver mais
homens mortos que mulheres e vice - versa!
Benevolente, o Primeiro – Ministro que temos,
orgulhosamente descendente da diáspora indiana (presumivelmente, brâmane),
respondeu que, naturalmente, o Governo já tinha enviado recomendação nesse
sentido e que tal argumento tinha já sido usado para conseguir a vinda da
Agência Europeia do Medicamento para o Porto, o que foi chumbado pela acção
deletéria da Direita mais reacionária.
Ao saber da ideia da remoção da estátua do
antigo “Leão dos Mares”, o Conselho de Chefes Militares, entendeu ser seu dever
– como se num “Estado de Direito Democrático” fosse suposto os militares terem
deveres, além de estarem estritamente calados – promover o “Marte Português”,
simultaneamente, a Marechal e Almirante.
Para tal já estavam a diligenciar o parecer
da PGR; de todas as organizações de “Verdes” existentes e a sondar o quarto
secretário do Ministro das Finanças, se era possível dar um jeito na verba!
Tendo
encontrado um microfone voador (devia ser um “drone”) á saída da “feira do
aranhiço”, em Alguidares de Baixo, o prosélito PR, em que o sacrificado povo
português votou, inquirido pelo microfone, sobre o que se estava a pensar fazer
à estátua do Albuquerque, referiu achar a ideia “interessante”, apesar do
Palácio de Belém nunca ter sido afectado por nenhum abalo sísmico ou, de resto,
qualquer outro, embora apenas estivesse ali para falar sobre os aranhiços.
Mas para não deixar o microfone sem resposta,
ainda acrescentou que se deveria encontrar um outro local para a estátua do
“Tirríbil”, que ele agora já se habituara a espreitar do terraço onde recebe os
grandes deste mundo.
Embora confessasse
que o fazia a medo, pois parece “que o tipo tinha um mau feitio dos diabos e
não era para brincadeiras”…
Mas claro que
dizia isto sem se querer imiscuir nos poderes do Poder Local, aliás uma das
maiores conquistas de Abril. Longe disso, abrenúncio!
Perante tudo isto
o Bardo Alegre compôs uns versos, logo premiados pela Sociedade Portuguesa de
Autores.
E, assim, vivemos
todos contentes.
Ó Catilina…
João José Brandão Ferreira
Oficial
Piloto Aviador
sr Tenente coronel
ResponderEliminarDo que estes "mocratas" paridos pelos adeptos da marreta e foicinha não falam nem tão pouco se houve falar das centenas (talvez milhares) de mortes ocurridas por uma epidemia de cólera morbus que grassou neste Portugal entre o verão quente de 1975 e o ano de 1976. Eu por ofício, frequentava um hospital (São João) e vi-os morrer ás dúzias por semana. Diziam que em Lisboa era bem pior, afora os que morriam ignorados e desamparados por esse país fora. Gostava de ver uns Rosas ou umas Pimenteis a escavarem este filão. Fica o desafio. Cumprimentos. Álvaro Silva.
Muito Bom, Parabéns :)
ResponderEliminarSó uma pequena nota, o jumento fernando rosas é um contador de Estórias ;)